Siderúrgicas sobem até 5% e Cemig desaba com recomendação; 5 ações vão de altas de 3% a quedas de 2% após balanços

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sua primeira queda nesta quarta-feira (26), após três pregões seguidos de altas, com o “mercado na defensiva” por conta da aproximação da votação da reforma trabalhista e de olho na divulgação do resumo da proposta fiscal de Donald Trump (veja aqui). Com isso, o índice encerrou o pregão com queda de 0,44%, a 64.861 pontos, puxado pelas blue chips Petrobras e Vale. O movimento, contudo, não foi acompanhado pelas siderúrgicas, que lideraram os ganhos do benchmark da bolsa, com altas de até 5%. 

Do lado oposto, destaque para a Cemig, que afundou 5% após o JPMorgan ter cortado a recomendação da elétrica, citando perda de concessões de 3 usinas e possíveis atrasos no plano de desinvestimentos. 

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta quarta-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 14,42, -1,77%;PETR4, R$ 14,00, -2,37%)
As ações da Petrobras viraram para queda nesta tarde, seguindo o desempenho o petróleo no mercado internacional, que passou para o campo negativo, apesar de dados mistos dos estoques nos Estados Unidos. Segundo a EIA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês), os estoques de petróleo caíram 3,6 milhões na semana passada, ante estimativa de 1,7 milhão de barris; contudo, o estoque de gasolina subiu bem acima do esperado, a 3,369 milhões, ante 500 mil esperados. Veja mais clicando aqui. 

Vale (VALE3, R$ 27,73, -2,19%; VALE5, R$ 26,76, -1,98%)

As ações da Vale também perderam força nesta tarde, seguindo o minério de ferro, que estendeu a baixa nesta terça-feira em Dalian, fechando com queda de 0,20%, a 497 iuanes,com receios sobre aumento da oferta. Por outro lado, o minério spot negociado em Qingdao teve leve alta, de 0,83%, a US$ 66,62 a tonelada. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 20,20, -2,04%) – holding que detém participação na Vale.

Por outro lado, as siderúrgicas figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, com CSN (CSNA3, R$ 7,94, +4,20%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,27, +5,43%). A exceção foi a Gerdau (GGBR4, R$ 9,81, -0,30%), que encerrou em leve queda.

Cemig (CMIG4, R$ 8,90, -5,02%)
As ações da Cemig lideraram as perdas do Ibovespa, após um corte de recomendação pelo JPMorgan de overweight (exposição acima da média) para neutra, citando a perda das concessões de três usinas e a leitura de que a venda de ativos demore mais do que o previsto. O preço-alvo por ação também foi reduzido de R$ 14,00 para R$ 12,00. 

“Mapeamos 7 venda de ativos da Cemig até 2018, mas estamos céticos sobre se alguns conseguirão ser concluídos dentro do prazo previsto, tais como Belo Monte e Gasmig”, comentou a equipe de análise do banco, liderada por Fernando Abdalla, em relatório divulgado nesta quarta. 

Santander (SANB11, R$ 26,57, +1,41%)

O Santander Brasil, maior banco estrangeiro em operação no país, chegou a subir 2%, mas amenizou os ganhos na esteira do resultado do primeiro trimestre. A companhia teve lucro líquido gerencial de 2,28 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 37,3 por cento ante no mesmo período de 2016. O lucro societário, que referencia a distribuição de remuneração aos acionistas, foi de 1,824 bilhão de reais no período, aumento de 50,4 por cento contra mesma etapa do ano passado. Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura é de um resultado bastante forte, que bateu as estimativas do mercado e aumentando a percepção de que o Santander Brasil está conseguindo diminuir a sua distância de lucratividade em relação a seus pares brasileiros. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 28,76, -2,18%)
A Lojas Renner registra queda após a divulgação do balanço. A varejista registrou lucro líquido de R$ 67 milhões no 1° trimestre deste ano, alta de 2,2% ante mesma etapa de 2016. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam lucro de R$ 66,1 milhões. O desempenho mostra uma forte recuperação em relação ao avanço de 1,3 por cento nos primeiros três meses de 2016 e acontece após dois trimestres seguidos de resultado negativo dado o difícil quadro econômico no país.

Segundo o Safra, os “resultados foram bons em termos gerais, principalmente devido à forte recuperação nas vendas mesmas lojas”.  Por outro lado, o Brasil Plural aponta que o balanço mostrou uma erosão da margem bruta maior do que a esperada, considerado principal destaque do trimestre. “Nossa expectativa é de que a contração de 120 pontos-base na comparação anual superará o crescimento forte de SSS (vendas nas mesmas lojas) e os bons resultados dos serviços financeiros”, avaliam os analistas. 

Fibria (FIBR3, R$ 28,83, -0,41%)
A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, amenizou queda de até 3%, após informar na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 329 milhões de reais no primeiro trimestre, queda ante lucro de 978 milhões em igual etapa de 2016.

O Bradesco BBI destacou que os resultados foram “decepcionantes”; “momentum positivo dos preços da celulose provavelmente desaparecerá no segundo semestre, enquanto o real permanece em níveis valorizados, pesando ainda mais sobre as margens”. 

WEG (WEGE3, R$ 17,85, +3,48%)
A WEG teve forte alta apesar do resultado ter sido visto como “ligeiramente negativo” pelo Santander. A empresa registrou lucro líquido de R$ 257,7 milhões no primeiro trimestre, queda de 8,7% sobre o resultado obtido um ano antes, pressionada por queda na receita com vendas no mercado brasileiro e no exterior.

Segundo o Santander, o resultado foi ligeiramente negativo, em meio ao real valorizado e os volumes ainda fracos nas operações domésticas e internacionais. “Olhando para frente, nós ainda esperamos que o real valorizado irá impactar negativamente as operações da companhia”, destacam os analistas. 

Engie Brasil (EGIE3, R$ 34,58, -0,49%)
A geradora de energia elétrica Engie Brasil Energia fechou o 1° trimestre com lucro líquido de R$ 450,7 milhões, alta de 29,8% ante mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira. A elétrica, controlada pela francesa Engie , apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 885,5 milhões no período. 

Os analistas do Santander apontaram que o resultado foi em linha com o esperado, sendo positivamente afetado pelos menores custos de energia. 

Marfrig (MRFG3, R$ 6,89, +0,88%)

Em relatório, os analistas do Bradesco BBI destacaram a visão positiva da aquisição da AdvancePierre pela Tyson (anunciada ontem) para o potencial IPO da Keystone (Marfrig), trazendo mais momentum para o setor. De acordo com o Bradesco BBI, o IPO deve vir ainda em 2017 versus a expectativa do mercado para 2018 . Vale destacar que, na sexta-feira, os papéis subiram 6%, alta similar à registrada ontem, quando subiu 6,55%. Em quatro pregões, a alta acumulada é de quase 14%. 

A AvancePierre é o principal par da Keystone, sendo adquirida por 14 vezes o EV/EBITDA (valor da empresa sobre o Ebitda), ou seja, retorno de 100% apenas 9 meses após seu IPO (listadas em US negociando por volta de 12 vezes). Para a Marfrig, destacam os analistas, se o IPO da Keystone for a 10 vezes EV/EBITDA, Marfrig Beef estaria negociando a 2.2 vezes , o que levaria a um preço-alvo de R$ 11,00. Atualmente o preço-alvo do Bradesco BBI para a Marfrig é de R$ 8,00.  

Copasa (CSMG3, R$ 34,50, -1,71%)

As ações da Copasa seguiram em queda, registrando o seu quarto pregão seguido de baixa e acumulando desvalorização de mais de 25% no período. Na quinta-feira, os papéis despencaram quase 21% após a divulgação da revisão tarifária preliminar pela Arsae, que decepcionou e muito o mercado (veja mais clicando aqui). Vale destacar que, após a forte queda, o Scotia Bank elevou a recomendação para os papéis com  preço-alvo sendo reduzido de R$ 45,00 para R$ 43,00.