Ibovespa Futuro abre em queda após derrota do governo e à espera de anúncio de Trump; DIs disparam

Contratos futuros do índice sinalizam sessão se cautela após novo tropeço de Michel Temer no plenário da Câmara

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de euforia em meio às expectativas positivas dos investidores internacionais com o anúncio das reformas fiscais do governo Donald Trump — que levaram o índice composto de Nasdaq à sua máxima histórica — e a aprovação da reforma trabalhista em comissão especial da Câmara dos Deputados com folga, o Ibovespa Futuro iniciou a quarta-feira (26) sinalizando maior cautela. Às 9h06 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em junho recuavam 0,24%, a 65.780 pontos, também respondendo a uma nova derrota do governo no plenário da Câmara na noite dá véspera, quando a B3 já estava fechada.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 subiam 2 pontos-base, a 9,54%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 avançavam 6 pontos-base, a 10,10%. Os contratos de juros futuros com vencimento em maio deste ano, por sua vez, operavam em alta de 0,41%, sinalizando cotação de R$ 3,163.

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Bolsas mundiais

As bolsas europeias operam próximas à estabilidade com o rali eleitoral da França se enfraquecendo e com o mercado de olho no plano fiscal de Donald Trump, que pode ser anunciado nesta quarta-feira e enviado ao Congresso. O plano  prevê corte do imposto das empresas para 15%, medida que poderia durar pouco por aumentar o déficit público, dizem economistas. De olho nessas medidas, o dólar avança contra maioria dos pares. Além disso, a decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) amanhã também está no radar.

Por outro lado, na Ásia, os mercados acionários da China subiram dando continuidade à recuperação após recentes quedas em meio ao otimismo renovado sobre a economia dos Estados Unidos e com o alívio das preocupações em torno do aperto regulatório no país melhorando a confiança nos mercados acionários globais. O apetite por risco melhorou nos mercados asiáticos, que chegaram ao quinto dia seguido de ganhos, após os mercados norte-americanos fecharem com forte alta na véspera.  A recuperação dos mercados também foi ajudada pela percepção de alguns que os temores da campanha de desalavancagem de Pequim, que derrubou os preços das ações para as mínimas de três meses, foram exagerados. O restante da região asiática foi marcada pelo otimismo renovado sobre a maior economia do mundo que melhorou as perspectivas para os ativos de risco. 

No mercado de commodities, o petróleo WTI se mantém abaixo de US$ 50 em meio a sinais conflitantes sobre estoques, enquanto o minério de ferro estende baixa em Dalian com receios sobre aumento da oferta. Por outro lado, o minério spot negociado em Qingdao tem leve alta. 

Este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,08%

*CAC-40 (França) +0,01%

*DAX (Alemanha) -0,10%

*Xangai (China) +0,20% (fechado) 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,50% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,10% (fechado)

*Petróleo brent -0,81%, a US$ 51,68 o barril

*Petróleo WTI -0,75%, a US$ 49,19 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +0,83%, a US$ 66,62 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,20%, a 497 iuanes

Agenda de indicadores

O destaque doméstico fica para os dados de arrecadação federal de março às 9h30, que deve mostrar avanço para R$ 100,2 bilhões, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, acima dos R$ 92,4 bilhões da medição anterior e dos R$ 95,8 bilhões de março de 2016. Além disso, será divulgada a nota de política monetária e operações de crédito do BC, às 10h30, com dados das taxas de juros, volume de crédito concedido e inadimplência. Às 12h30, será conhecido o fluxo cambial semanal. 

No exterior, atenção aos estoques norte-americanos de petróleo e ao anúncio de uma reforma fiscal, que deve trazer um significativo corte de impostos nos EUA, segundo promessa do presidente Donald Trump. Uma coletiva de imprensa conjunta com integrantes do Tesouro está prevista para as 14h30 (horário de Brasília).

Noticiário político

No campo político, as atenções dos investidores se voltam para a votação da reforma trabalhista no plenário da Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado na véspera na comissão especial por 27 votos a 10, um placar folgado para o governo e que mostrou maior coesão da base aliada após temores com o anúncio do PSB de que iria votar contra as reformas e depois afirmar que liberaria as bancadas. Contudo, informa o Estadão, a rejeição de reforma pela cúpula do PSB, que gerou receios ontem no mercado, parece sob controle; após ameaça do governo, metade do partido já se realinha ao Planalto. 

Por outro lado, na noite da véspera, o governo sofreu uma derrota na votação dos destaques do projeto de recuperação fiscal dos estados. A votação foi suspensa na noite de ontem  após a retirada do texto da contrapartida que trata da elevação da alíquota de contribuição de servidores de 11% para 14%, o mesmo do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Eram necessários 257 votos para manter o texto que exigia a elevação da alíquota, mas 241 deputados votaram favoravelmente, 185 votaram contra o texto e houve três abstenções. Entre as exigências que foram mantidas, esteve a de privatização, além de contrapartidas como congelamento de salários de servidores e redução de incentivos tributários para os estados em situação de calamidade fiscal.

 Entrevista exclusiva e InfoMoney TV

O InfoMoney traz nesta quarta-feira uma entrevista exclusiva com Luiz Parreiras, gestor do fundo Verde Scena XP FIC FIM, lançado em 19 de abril pela Verde Asset e distribuído com exclusividade aos clientes da XP Investimentos. Parreiras comenta a situação da reforma da Previdência e a percepção do mercado sobre o tema.

Na InfoMoney TV, a partir das 14h, o Visão Macro, recebe o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini. Ele abordará o atual momento econômico e político do País e as perspectivas para a nota de crédito do País nos próximos meses e anos.

Noticiário corporativo

Com a temporada de resultados do primeiro trimestre ganhando mais intensidade, o noticiário fica mais movimentado. Em destaque, o Santander Brasil divulgou lucro líquido societário de R$ 1,82 bilhão, alta de 50,4% na comparação anual, enquanto a Lojas Renner lucrou R$ 67 milhões, 2,2% superior ao mesmo período de 2016. Já a Fibria registrou queda no lucro, que passou de R$ 978 milhões para R$ 329 milhões. Por fim, a Engie  fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 450,7 milhões, alta de 29,8%.

Além dos balanços, atenção para o noticiário sobre Oi.  A CVM condenou o ex-CEO Zeinal Bava por quebra de silêncio em oferta da companhia, enquanto a Folha de S. Paulo informa que, em carta, a Anatel ameaçou intervir na empresa caso o governo não edite MP. Já a BRF disse, por meio de comunicado enviado ao mercado, que vem adotando medidas preparatórias para buscar tanto uma colocação privada de ações, como uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de Londres para a One Foods. A Natura confirmou avaliar eventual compra da The Body Shop, enquanto a BR Properties comunicou a compra do Edifício Imbuia por R$ 49,4 milhões. Por fim, o Estadão informa que o Banco do Brasil e espanhola Mapfre rediscutem acordo bilionário em seguros. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.