As 8 ações para ficar de olho no início do pregão desta quarta-feira

Os destaques da economia e da política no Brasil e no mundo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário é movimentado nesta quarta-feira, com a intensificação da temporada de resultados, a possível votação no Plenário da Câmara da reforma trabalhista, aprovada com folga ontem em comissão, além dos dados da arrecadação de março. Os mercados também ficam atentos aos EUA com o plano fiscal de Trump e os estoques de petróleo. Confira os destaques desta quarta-feira (26):

  1. 1. Ações para monitorar

    Santander Brasil (SANB11): O Santander Brasil, maior banco estrangeiro em operação no país, divulgou nesta quarta-feira que teve lucro líquido gerencial de 2,28 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 37,3 por cento ante no mesmo período de 2016. O lucro societário, que referencia a distribuição de remuneração aos acionistas, foi de 1,824 bilhão de reais no período, aumento de 50,4 por cento contra mesma etapa do ano passado. Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura é de um resultado bastante forte, que bateu as estimativas do mercado e aumentando a percepção de que o Santander Brasil está conseguindo diminuir a sua distância de lucratividade em relação a seus pares brasileiros. 
    Lojas Renner (LREN3): A Lojas Renner registrou lucro líquido de R$ 67 milhões no 1° trimestre deste ano, alta de 2,2% ante mesma etapa de 2016. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam lucro de R$ 66,1 milhões. O desempenho mostra uma forte recuperação em relação ao avanço de 1,3 por cento nos primeiros três meses de 2016 e acontece após dois trimestres seguidos de resultado negativo dado o difícil quadro econômico no país. Segundo o Safra, os “resultados foram bons em termos gerais, principalmente devido à forte recuperação nas vendas mesmas lojas”. 
    Fibria (FIBR3): A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, informou na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 329 milhões de reais no primeiro trimestre, queda ante lucro de 978 milhões em igual etapa de 2016. O Bradesco BBI espera reação negativa a resultados “decepcionantes”; “momentum positivo dos preços da celulose provavelmente desaparecerá no segundo semestre, enquanto o real permanece em níveis valorizados, pesando ainda mais sobre as margens”. 
    WEG (WEGE3): A WEG teve lucro líquido de 257,7 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 8,7 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, pressionada por queda na receita com vendas no mercado brasileiro e no exterior.
    Engie Brasil (EGIE3): A geradora de energia elétrica Engie Brasil Energia fechou o 1° trimestre com lucro líquido de R$ 450,7 milhões, alta de 29,8% ante mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira. A elétrica, controlada pela francesa Engie , apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 885,5 milhões no período.
    JBS (JBSS3): Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) implica oito ex-diretores do BNDES, entre eles o ex-presidente da instituição, Luciano Coutinho, por suposto favorecimento à JBS S/A, dona da marca Friboi, na compra do frigorífico americano Swift Foods, em 2007. Conforme relatório técnico da corte, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, os executivos teriam cometido irregularidades na aprovação de um aporte de US$ 750 milhões (R$ 2,3 bilhões, em valores atuais) para a aquisição da empresa estrangeira. Os auditores propõem aos ministros da Corte a abertura de uma tomada de contas especial para aprofundar a investigação sobre essas perdas e cobrar eventual ressarcimento. Além dos oito ex-diretores, 11 servidores do BNDES, que participaram do negócio, são apontados como responsáveis. Confira mais detalhes clicando aqui.
    Natura (NATU3): A Natura confirmou, em esclarecimento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia eventual compra da rede The Body Shop. A empresa disse, contudo, que não pode assegurar que tal processo resulte na consumação de uma transação de qualquer natureza e que, no momento, não existe compromisso vinculante envolvendo a tal operação. A CVM questionou a empresa após reportagem da Bloomberg apontar que a L’Oréal havia escolhido a Natura como uma das finalistas da próxima rodada de ofertas pela The Body Shop. Na segunda-feira, as ações da empresa subiram 3,28%, enquanto hoje avançaram 0,51%.
    B3 (BVMF3): A empresa teve a cobertura reiniciada pelo Itaú BBA com recomendação outperform e preço-justo de R$ 21,50.
    Qualicorp (QUAL3): O Itaú BBA elevou a Qualicorp de market perform para outperform, com preço-justo de R$ 17,60.  

2. Bolsas mundiais

As bolsas europeias operam próximas à estabilidade com o rali eleitoral da França se enfraquecendo e com o mercado de olho no plano fiscal de Donald Trump, que pode ser anunciado nesta quarta-feira e enviado ao Congresso. O plano  prevê corte do imposto das empresas para 15%, medida que poderia durar pouco por aumentar o déficit público, dizem economistas. De olho nessas medidas, o dólar avança contra maioria dos pares. Além disso, as decisões de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) amanhã também está no radar.

Por outro lado, na Ásia, os mercados acionários da China subiram dando continuidade à recuperação após recentes quedas em meio ao otimismo renovado sobre a economia dos Estados Unidos e com o alívio das preocupações em torno do aperto regulatório no país melhorando a confiança nos mercados acionários globais. O apetite por risco melhorou nos mercados asiáticos, que chegaram ao quinto dia seguido de ganhos, após os mercados norte-americanos fecharem com forte alta na véspera.  A recuperação dos mercados também foi ajudada pela percepção de alguns que os temores da campanha de desalavancagem de Pequim, que derrubou os preços das ações para as mínimas de três meses, foram exagerados. O restante da região asiática foi marcada pelo otimismo renovado sobre a maior economia do mundo que melhorou as perspectivas para os ativos de risco. 

No mercado de commodities, o petróleo WTI se mantém abaixo de US$ 50 em meio a sinais conflitantes sobre estoques, enquanto o minério de ferro estende baixa em Dalian com receios sobre aumento da oferta. Por outro lado, o minério spot negociado em Qingdao tem leve alta. 

Às 8h03, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,15%

*CAC-40 (França) -0,01%

*DAX (Alemanha) -0,14%

*Xangai (China) +0,20% (fechado) 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,50% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,10% (fechado)

*Petróleo brent -0,50%, a US$ 51,84 o barril

*Petróleo WTI -0,44%, a US$ 49,34 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +0,83%, a US$ 66,62 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,20%, a 497 iuanes

3. Agenda de indicadores

O destaque doméstico fica para os dados de arrecadação federal de março às 9h30, que deve mostrar avanço para R$ 100,2 bilhões, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, acima dos R$ 92,4 bilhões da medição anterior e dos R$ 95,8 bilhões de março de 2016. Além disso, será divulgada a nota de política monetária e operações de crédito do BC, às 10h30, com dados das taxas de juros, volume de crédito concedido e inadimplência. Às 12h30, será conhecido o fluxo cambial semanal

No exterior, atenção aos estoques norte-americanos de petróleo e ao anúncio de uma reforma fiscal, que deve trazer um significativo corte de impostos nos EUA, segundo promessa do presidente Donald Trump. Uma coletiva de imprensa conjunta com integrantes do Tesouro está prevista para as 14h30 (horário de Brasília).

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

4. Noticiário político

No campo político, as atenções dos investidores se voltam para a votação da reforma trabalhista no plenário da Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado na véspera na comissão especial por 27 votos a 10, um placar folgado para o governo e que mostrou maior coesão da base aliada após temores com o anúncio do PSB de que iria votar contra as reformas e depois afirmar que liberaria as bancadas. Contudo, informa o Estadão,  a rejeição de reforma pela cúpula do PSB, que gerou receios ontem no mercado, parece sob controle; após ameaça do governo, metade do partido já se realinha ao Planalto. 

Por outro lado, na noite da véspera, o governo sofreu uma derrota na votação dos destaques do projeto de recuperação fiscal dos estados. A votação foi suspensa na noite de ontem  após a retirada do texto da contrapartida que trata da elevação da alíquota de contribuição de servidores de 11% para 14%, o mesmo do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Eram necessários 257 votos para manter o texto que exigia a elevação da alíquota, mas 241 deputados votaram favoravelmente, 185 votaram contra o texto e houve três abstenções. Entre as exigências que foram mantidas, esteve a de privatização, além de contrapartidas como congelamento de salários de servidores e redução de incentivos tributários para os estados em situação de calamidade fiscal. 

5. Entrevista exclusiva e InfoMoney TV

O InfoMoney traz nesta quarta-feira uma entrevista exclusiva com Luiz Parreiras, gestor do fundo Verde Scena XP FIC FIM, lançado em 19 de abril pela Verde Asset e distribuído com exclusividade aos clientes da XP Investimentos. Parreiras comenta a situação da reforma da Previdência e a percepção do mercado sobre o tema.

Na InfoMoney TV, a partir das 14h, o Visão Macro, recebe o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini. Ele abordará o atual momento econômico e político do País e as perspectivas para a nota de crédito do País nos próximos meses e anos.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.