8 ações para ficar de olho no início do pregão desta terça-feira

As informações mais importantes da política e da economia para este pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a euforia da véspera, as bolsas mundiais têm uma sessão mais tranquila nesta terça-feira. Já no Brasil, a Comissão deve votar reforma trabalhista, medindo força de Temer após baque do PSB, que fechou posição contrária. Confira as ações para ficar de olho no início do pregão e os destaques desta terça-feira (25): 

1. Ações para monitorar

Hypermarcas (HYPE3): A Hypermarcas negou, na tarde de segunda-feira, que esteja em tratativas para ser vendida para um player estrangeiro. Porém, segundo o jornal Valor Econômico, a companhia está olhando oportunidades de fusão no país, preferencialmente com outro laboratório de capital nacional. Segundo uma fonte ouvida pelo jornal, a companhia já contratou bancos que podem auxiliá-la em uma eventual operação, entre os quais o Bradesco. Outra fonte comentou que a ideia é buscar um parceiro nacional para a combinação dos negócios. Procurada, a empresa não comentou o assunto.
Oi (OIBR3; OIBR4): O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações, Gilberto Kassab, disse nesta segunda-feira que a Medida Provisória para eventual intervenção do governo na Oi deve ser publicada nos próximos dias, segundo informações do jornal Valor Econômico. Segundo ele, a MP prevê alternativas para a Oi solucionar sua dívida pública, citando como uma das opções a troca do pagamento das dívidas por investimentos, com a assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC). 
Kroton (KROT3): A Kroton teve alta de 10% na captação de alunos de graduação presencial no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, mas as rematrículas recuaram 4% na mesma comparação, informou o maior grupo de educação superior privada do país nesta terça-feira. No ensino a distância (EAD), a taxa de captação de alunos de graduação subiu 11% nos três primeiros meses do ano, enquanto as rematrículas recuaram 1% no mesmo período.
Helbor (HBOR3): A Helbor divulgou prévia operacional do primeiro trimestre de 2017, com os lançamentos atingindo alta de 117% na comparação anual. As vendas contratadas totais foram de R$ 261,5 milhões, queda de 1,2% na base anual, enquanto as vendas contratadas parte Helbor foram de R$ 203,4 milhões, queda de 1,6% na base anual. Segundo o Bradesco BBI,  os cancelamentos de vendas não proporcionaram alívio, como também visto em outras empresas do setor.  As baixas margens devem prevalecer até que os estoques diminuam para níveis mais sustentáveis e ainda “há um longo caminho até que a lucratividade melhore”. Já o BTG Pactual apontou que os lançamentos e vendas foram em linha com as estimativas, com uma leve queda nas vendas sendo ofuscada por menores cancelamentos. O banco possui recomendação neutra para os papéis.
Usiminas (USIM5): A Justiça negou nesta segunda-feira o pedido de liminar da Nippon Steel & Sumitomo metal, que buscava anular eleição na Usiminas, decidida em reunião do conselho de administração no dia 23 de março, segundo informações do Valor. A ação da siderúrgica japonesa tinha como objetivo também cancelar a destituição de Rômel de Souza, presidente anterior da companhia e nome de confiança da Nippon Steel, além da escolha de Sérgio Leite, preferido da sócia Ternium/Techint, para o cargo. Em 11 de abril, a Nippon Steel disse confiar na volta de Rômel de Souza à Usiminas.
Santander Brasil (SANB11): O Itaú BBA elevou a recomendação do banco de underperform para marketperform, de forma a incorporar novas premissas macroeconômicas e novo custo de capital. O preço-justo para a SANB11 ao final do ano é de R$ 27,00 por unit, de R$ 23,3 anterior. Segundo os analistas do banco, o Santander Brasil parece estar no caminho certo para reduzir gap de lucratividade com bancos privados brasileiros de grande capitalização.
Telefônica Brasil (VIVT4): A empresa foi iniciada com recomendação outperform pelo Safra.
Tim Participações (TIMP3): A companhia foi iniciada com recomendação neutra pelo Safra.

2. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais seguem a sessão de ânimo registrada na última segunda-feira com a redução do risco político na França. Contudo, o fôlego é bem menor do que o observado na véspera. Além disso, o mercado fica de olho nas tensões geopolíticas crescentes entre EUA e Coreia do Norte: Pyongyang conduziu um grande exercício de artilharia nesta terça-feira para marcar a fundação de seu Exército, enquanto um submarino dos Estados Unidos atracou na Coreia do Sul, em meio a crescentes preocupações sobre os programas nuclear e de míssil da Coreia do Norte. 

Já nos mercados asiáticos, os índices chineses se estabilizaram nesta terça-feira após vendas generalizadas na sessão anterior e com o maior ânimo internacional, também repercutindo as eleições na França. Atenção ainda para os dados econômicos vindos da China: a taxa de desemprego urbano registrado no país caiu abaixo de 4% pela primeira vez em anos, em um sinal de que o crescimento econômico mais lento não está criando o forte desemprego que Pequim teme que provoque instabilidade social. O Ministério de Seguridade Social informou nesta terça-feira que 3,34 milhões de novos empregos foram criados no primeiro trimestre. Além disso, o  Politburo da China, principal órgão de decisão do Partido Comunista, afirmou que o país vai manter a política fiscal proativa e a política monetária prudente, informou a agência de notícias oficial Xinhua.

No mercado de commodities, o petróleo tem leve alta após seis baixas seguidas, enquanto o minério de ferro tem nova queda em Dalian com aumento de oferta. 

Às 8h12, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,28%

*CAC-40 (França) +0,38%

*DAX (Alemanha) 0%

*Xangai (China) +0,19% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +1,31% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,08% (fechado)

*Petróleo brent +0,33%, a US$ 51,77 o barril

*Petróleo WTI +0,30%, a US$ 49,38 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -0,69%, a US$ 66,07 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,20%, a 498 iuanes

3. Agenda de indicadores

Em dia de agenda enxuta, os destaques ficam com a nota de setor externo de março, que o BC divulga às 10h30, com informações das importações e exportações e do IDP (Investimento Direto no País). Nos EUA, serão conhecidos os preços residenciais de fevereiro, às 10h, e as vendas de novas moradias de março e a confiança do consumidor de abril, às 11h. Por lá, apesar da agenda fraca, a expectativa dos investidores está voltada para o anúncio de um corte profundo nos impostos que o presidente Donald Trump deve anunciar nesta quarta-feira (26).

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

4. Agenda política

Na política, os investidores acompanham o início das discussões sobre o relatório da reforma da Previdência na comissão especial ao longo desta semana. O projeto deve ser votado na próxima terça-feira (2) e seguir para o plenário da Casa no dia 15. Vale destacar que a Executiva Nacional do PSB se reuniu na última segunda-feira (24) e aprovou posição contrária às reformas propostas pelo governo de Michel Temer. A Executiva nacional do partido aprovou por 20 votos a 7 posição contrária à reforma trabalhista e, por 21 a 2, posição contrária à reforma da Previdência. Em meio a esse cenário, em busca de apoio para conseguir aprovar as reformas na Câmara, principalmente a da Previdência, o governo deu início a uma ofensiva até sobre os partidos nanicos na Casa, informa o jornal O estado de S. Paulo. Na negociação, essas legendas pleiteiam cargos no terceiro escalão do Executivo e oferecem, em troca, a garantia de que a maioria de suas bancadas votará a favor das reformas.

Antes disso, é esperada a votação da reforma trabalhista. A expectativa em Brasília é que o tema seja apreciado na Comissão já nesta terça e, no plenário, na quarta (25). Já a pauta da recuperação fiscal dos Estados pode ter a apreciação dos destaques concluída nesta terça (24). Dois dos destaques que serão votados pretendem afrouxar as contrapartidas e retirar a possibilidade de privatização de estatais e proibições de realização de novas despesas com pessoal, como contratações, reajustes, auxílios e concessão de incentivos tributários.

Ainda no noticiário político, atenção para a repercussão do depoimento de cerca de duas horas na segunda-feira (24) do marqueteiro João Santana ao TSE, que afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia do esquema de caixa dois utilizado em 2014 em sua campanha à reeleição.  A afirmação também foi feita por sua sócia e mulher, Mônica Moura, também delatora da Lava Jato, que contou ter tratado pessoalmente com Dilma naquele ano, em uma reunião no Palácio do Planalto, do esquema ilegal de arrecadação de recursos para a disputa eleitoral. Confira a notícia completa clicando aqui. 

5. Agenda de Temer e Meirelles

Na agenda do presidente, Michel Temer reúne-se com Pedro Parente, presidente da Petrobras, 10h00, deputado Vinícius Gurgel (PR/AP), 12h00, Antônio Megale, presidente da Anfavea, 15h00, Robson Andrade, presidente da CNI, 16h00, José Felix, presidente do Grupo América Movil, 18h30. 

Já o ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reúne com ministro da Agricultura, Blairo Maggi, 10h00, se reúne por videoconferência com a diretora sênior da Fitch, Shelly Shetty, 11h00, com Temer, 12h00, e com o presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Kundapur Vaman Kamath, 17h00.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.