Feriado na bolsa? Confira os 5 assuntos que você deve ficar atento nesta sexta

Os destaques da economia e da política que agitam os mercados neste feriado de Tiradentes

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A bolsa brasileira ficará fechada nesta sexta-feira, mas o noticiário segue movimentado tanto no cenário nacional como no exterior. Lá fora, o dia é de ânimo para os mercados com a fala  do secretário do Tesouro dos EUA, mas fica de olho nas eleições na França. Enquanto isso, no Brasil, atenção para os desdobramentos da reforma da previdência e da Operação Lava Jato. O dia é de alta para as commodities – o que deve impactar positivamente os ADRs das blue chips Petrobras e Vale na NYSE. Veja os destaques desta sexta-feira: 

1. Bolsas mundiais

Em um dia em que a bolsa brasileira fica fechada por conta do feriado de Tiradentes, vale ficar de olho nos mercados mundiais e também nos ADRs de companhias brasileiras. A sessão é de alta para a maior parte do mercado europeu e índice futuro dos EUA, em meio aos dados corporativos e após a fala do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que apontou que o plano de reforma tributária do governo Donald Trump progrediu, aliviando os temores de fraqueza na agenda fiscal do presidente americano.

  1. Na Europa, o mercado também fica de olho no primeiro turno das eleições presidenciais na França. O país informou que suas forças de segurança estão totalmente preparadas para a eleição presidencial no fim de semana, após a morte de um policial por um militante islâmico criar uma sombra sobre o último dia de uma campanha imprevisível.  Com o primeiro turno da eleição de duas etapas marcado para acontecer no domingo, o centrista Emmanuel Macron ainda mantém sua posição como favorito na acirrada corrida.

     

  2. Já na Ásia, a maior parte dos índices fechou em alta, com destaque para o Nikkei, em meio aos comentários do presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, que disse que a autoridade monetária vai manter a política monetária acomodativa. Por outro lado, o índice de Xangai registrou a sua pior semana em 2017, com preocupações sobre as perspectivas econômicas mais amplas, reduzindo o apetite de risco dos investidores. No mercado de commodities, o petróleo registra leve alta, enquanto o minério de ferro tem mais um dia de alta após as quedas expressivas no início da semana – o que deve impactar positivamente os ADRs da Vale.
  3. Às 9h53, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido)+0,06%

*CAC-40 (França) -0,17%

*DAX (Alemanha) +0,45%

*Xangai (China) +0,03% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,06% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,03% (fechado)

*Petróleo brent +0,26%, a US$ 53,13 o barril

*Petróleo WTI +0,16%, a US$ 50,79 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +4,38%, a US$ 68,22 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +0,80%, a 506 iuanes

2. Agenda

Nesta sexta-feira (21), a B3 fica fechada devido ao feriado de Dia de Tiradentes, celebrado no Brasil. As praças internacionais operam normalmente. Entre os indicadores, destaque para os PMIs Industrial, de Serviços e Composto da Alemanha às 5h30, da zona do euro, às 6h, e dos EUA, às 10h45.

De acordo com o PMI, a economia da zona do euro iniciou o segundo trimestre com um crescimento forte e sustentável, o que mostrou que as empresas aumentaram a atividade para a taxa mais rápida em seis anos, conforme as novas encomendas permaneceram robustas. O PMI, visto como um bom guia para o crescimento, subiu para 56,7 em relação a 56,4 de março, a maior leitura desde abril de 2011. Uma leitura acima de 50 indica crescimento.

Voltando aos EUA, o investidores também monitoram o discurso do presidente regional do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, às 10h30 e as vendas de moradias usadas, às 11h.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

3. Reforma da previdência
Mesmo com o feriado, o noticiário sobre reforma da Previdência segue no radar. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, apesar da pressão do governo, partidos da base aliada resistem em fechar questão a favor da Reforma da Previdência. Por enquanto, apenas lideranças do PMDB e PP afirmaram que devem adotar a medida para garantir os votos necessários para aprovar a proposta na Câmara. O jornal ouviu líderes e dirigentes de 15 partidos da base, que somam quase 400 deputados. 

Até mesmo aliados de primeira ordem, como o PSDB e o DEM, declararam não estar dispostos a obrigar suas bancadas a votar fechada com a proposta. Essa também é a posição do PSD, PR, PTB e PV. Já integrantes do PRB, PPS, PTN e PSC disseram que ainda iriam discutir o assunto, em reuniões que devem acontecer nas próximas semanas, mas a sinalização inicial é de que não devem impor um posicionamento às bancadas. 

Desta forma, a Folha de S. Paulo destacou em reportagem que, diante da resistência de parlamentares aliados, o governo passou a admitir que pode adiar a votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara, inicialmente prevista para a segunda semana de maio. Líderes e articuladores da base de Michel Temer no Congresso reconhecem que precisarão de mais tempo para convencer a população e os deputados a apoiar o novo texto do projeto, apresentado na última quarta-feira (19) na comissão especial da reforma.

4. Operação Lava Jato

Atenção ainda para os desdobramentos da Operação Lava Jato. Na última quinta-feira, o ministro Antônio Palocci foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro e fez uma oferta ao magistrado:  entregar informações “que vão ser certamente do interesse da Lava Jato” (veja mais clicando aqui).  Segundo a Folha, com a fala ao juiz, Palocci enviou um recado. Ao dizer que está à disposição para falar com o magistrado, no dia em que ele quiser, sinalizou que enfrenta problemas para fechar o acordo de colaboração com os investigadores e busca por uma intervenção de Moro na negociação. Isso mudou a interrogação que paira no mercado financeiro de “será que Palocci vai falar?” para “quanto ele vai contar?”, aponta a publicação. 

Já o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, disse em depoimento a Moro também na quinta que foi orientado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a destruir provas que pudessem ajudar nas investigações da Operação Lava Jato. 

Também no depoimento, o empresário afirmou que o tríplex do Condomínio do Edifício Solaris, em Guarujá (SP), “era de Lula”. “O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop já foi me dito que era do presidente Lula e sua família e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente”, afirmou. Quando questionado pela defesa do petista sobre a chave do imóvel, ele respondeu: “Não existia a chave, porque não existia o andar feito”.

5. Noticiário corporativo

Destaque para o noticiário corporativo da quinta-feira. A Petrobras decidiu aumentar o preço do diesel nas refinarias em 4,3% e o da gasolina em 2,2%, em média, a partir de sexta-feira. “A decisão é explicada principalmente pela elevação dos preços dos derivados nos mercados internacionais desde a última decisão de preço, que mais que compensou a valorização do real frente ao dólar…”, disse a estatal em nota. Câmbio e preços internacionais do petróleo e derivados estão entre as principais variáveis avaliadas pela Petrobras para decidir sobre o tema. 

Já a  Vale aprovou o pagamento de R$ 4,67 bilhões em dividendos, correspondentes a R$ 0,905571689 por ação ON e PN em circulação no mercado. São elegíveis a receber a remuneração detentores de ações da mineradora no Brasil em 20 de abril; e detentores de ADRs (American Depositary Receipts) na Nyse e na Euronext Paris em 26 de abril. O pagamento será realizado a partir de 28 de abril. 

Além disso, as vendas líquidas da Eztec caíram 66,7% no primeiro trimestre deste ano, na comparação anual, indo para R$ 9 milhões, segundo prévia operacional divulgada após o fechamento deste pregão. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a retração foi de 78,1%. A empresa fechou o período com vendas brutas de R$ 114 milhões e distratos de R$ 105 milhões. 

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.