Ibovespa cai 1,1% puxado por queda de 4% do petróleo e adiamento da Previdência; dólar dispara

SÃO PAULO – Após iniciar o dia no campo positivo, o Ibovespa ampliou perdas na tarde desta quarta-feira (19), com os investidores observando com atenção a evolução da proposta de reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, com o adiamento da votação, enquanto o petróleo afundou no exterior e puxou as ações da Petrobras, levando junto o índice.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com perdas de 1,17%, aos 63.406 pontos, em dia de volume financeiro de R$ 6,990 bilhões. O humor do mercado piorou com as ofensivas da oposição contra o avanço da pauta na comissão especial dedicada à reforma na casa legislativa. Um acordo foi firmado entre governistas e opositores para que o texto fosse discutido até 27 de abril e votado em 2 de maio na comissão.

Integrantes da oposição, os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Jandira Feghali (PC do B-RJ) criticaram o fato de o parecer final do relator Arthur Maia ainda não ter sido distribuído até o momento, quando a leitura estava marcada para começar às 9 horas. Eles pediram ao relator que, após a leitura desta quarta, o relatório seja discutido na próxima semana e só seja votado na semana seguinte no colegiado.

Governistas, porém, querem que a discussão e a votação do parecer ocorram já na próxima semana, para que a proposta possa ser votada no plenário da Casa a partir de 8 de maio. A leitura do relatório foi interrompida pela ordem do dia no plenário da casa, que prevê a votação dos destaques ao projeto de socorro, com contrapartidas, aos Estados endividados.

Enquanto isso, no exterior, o petróleo teve sua maior queda em um mês após os dados de estoque nos Estados Unidos. O país viu uma queda de 1,034 milhão de barris na semana, para 532,3 milhões barris, segundo dados da EIA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês). A mediada das estimativas da Bloomberg indicava queda de 1,4 milhão de barris na semana.

Já os estoques de gasolina cresceram em 1,5 milhão no mesmo período, contra projeção de queda de 2 milhões de barris. Com isso, o barril do petróleo WTI registrou queda de 3,74%, cotado a US$ 50,45, enquanto o barril da commodity tipo Brent teve perdas de 3,59%, para US$ 52,92.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 fecharam em leve alta de 3 pontos-base, a 9,56%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 avançaram 8 pontos-base, a 9,95%, após ambos registrarem fortes quedas na véspera com a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O dólar comercial, por sua vez, subiu 1,09%, para R$ 3,1472 na venda, ao passo que os contratos de dólar futuro com vencimento em maio apresentaram variação positiva de 1,32%, sinalizando cotação de R$ 3,156.

Destaques da Bolsa

Do lado acionário, os papéis da Vale (VALE3; VALE5) conseguiram subir após forte queda na véspera, quando foram penalizadas pela derrocada de 5% do minério de ferro. Hoje, a commodity também teve um alívio nas quedas recentes: o minério de ferro spot, negociado em Qingdao, fechou em alta de 2,21%, a US$ 64,60 a tonelada.