BB cai 4%, Petrobras afunda 3%, Vale apaga alta de 3% e banco Pan desaba até 7% com operação da PF

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa acentuou a queda na tarde desta quarta-feira (19), com o mercado dividido entre a evolução da proposta da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e a derrocada do petróleo no exterior, que pressionou as ações da Petrobras. A commodity ampliou queda nesta tarde, após dados de estoques dos Estados Unidos decepcionarem as projeções do mercado. Contribuiu também para o movimento negativo do índice as ações de peso banco, com destaque para o Banco do Brasil, que afundou 4%.

Com a aumento da aversão ao risco, as ações da Vale, que ensaiaram durante boa parte do pregão uma recuperação, zeraram os ganhos no final do dia. Na máxima desta sessão, as ações da mineradora subiram 3%, acompanhando o movimento do minério de ferro. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa desta quarta-feira:

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Vale (VALE3, R$ 26,67, +0,23%; VALE5, R$ 25,37, -0,12%)
Depois de tentarem uma recuperação das quedas recentes, as ações da Vale zeraram os ganhos de até 3% na reta final de pregão, em meio ao mau humor do mercado. Ontem, as ações caíram 4% penalizadas pela derrocada de 5% do minério de ferro. Hoje, a commodity também teve um alívio nas quedas recentes: o minério de ferro spot, negociado em Qingdao, fechou em alta de 2,21%, a US$ 64,60 a tonelada. Por outro lado, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian caíram 0,41%, a 480 iuanes. 

Nesta tarde, um incêndio atingiu o prédio da Valia, a Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social, no Rio de Janeiro. O edifício já foi sede da Vale e fica localizado na região central da capital fluminense. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o local está desocupado devido a uma reforma. Ninguém ficou ferido e o fogo foi controlado (veja vídeo).

Perderam força também as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 18,57, -1,17%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,30, -0,75%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,11, +0,24%), CSN (CSNA3, R$ 7,10, -2,87%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,96, 0,0%). 

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Vale menção que a Usiminas antecipou nesta sessão que teve lucro líquido de R$ 108 milhões no primeiro trimestre, o primeiro resultado positivo após 10 trimestres seguidos de perdas. A companhia divulgou o dado durante o pregão, respondendo pedido de esclarecimentos feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mais cedo, o jornal Valor Econômico publicou que a companhia teve lucro líquido próximo de 110 milhões de reais de janeiro a março. A divulgação oficial do balanço está prevista para a próxima quinta-feira, antes da abertura do pregão.

Na segunda-feira, as ações da siderúrgica dispararam 8%, após dados do 1° bimestre vazarem na imprensa. Os números foram confirmados naquele mesmo pregão pela siderúrgica, embora ressaltasse que não eram definitivos, já que estão sujeitos à revisão dos auditores externos. Por meio de comunicado enviado ao mercado, a Usiminas confirmou que alcançou um lucro líquido de R$ 121 milhões no 1° bimestre de 2017, indicando que a empresa sairá do prejuízo trimestral após dez períodos no vermelho, e obteve um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 366 milhões no bimestre, conforme informava a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo.

Vale menção que apesar da euforia em torno da Usiminas, no Comprar ou Vender da última terça-feira, o analista Pedro Galdi, da Upside Investor, recomendou cautela com o papel (veja aqui). 

Petrobras (PETR3, R$ 13,60, -3,55%; PETR4, R$ 14,05, -2,84%)
Os preços do petróleo desabaram no mercado internacional e puxaram para baixo as ações da Petrobras nesta sessão. A commodity cai após decepção com os dados dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, que caíram em 1,034 milhão de barris na última semana, para 532,3 milhões de barris, segundo informações divulgadas nesta manhã da EIA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês). A mediada das estimativas da Bloomberg indicava queda de 1,4 milhão de barris na semana. Já os estoques de gasolina cresceram em 1,5 milhão no mesmo período, contra projeção de queda de 2 milhões de barris. 

Em reação, os contratos do petróleo Brent caíam 3,70%, a US$ 52,86 o barril, enquanto os do WTI recuavam 3,76%, testando o patamar importante dos US$ 50,00 o barril.

No radar, a Petrobras demonstrou forte oposição a um programa liderado pelo governo para aumentar o uso de biocombustíveis, um movimento que acompanha sua recente decisão de retirar-se completamente do setor. Em um documento produzido pela estatal como contribuição a uma consulta sobre o programa RenovaBio, a Petrobras demonstrou preocupação sobre o impacto da maior produção de biocombustíveis sobre a proteção de florestas e produção de alimentos, e disse que usinas de cana não estão em posição financeira adequada para aumentar a produção de etanol.

A empresa também disse que o Brasil não precisa aumentar o uso de biocombustíveis para ajudar a cumprir suas metas sob o acordo climático de Paris, acrescentando que outras formas de contribuição teriam menor impacto econômico.  

Cemig (CMIG4, R$ 9,34, -1,06%)
Senadores e parlamentares do estado de Minas Gerais uniram forças para ajudar a Cemig a conseguir a renovação de quatro hidrelétricas cujos direitos de licenciamento expiraram recentemente, disseram duas pessoas com conhecimento à Reuters. Entre os nomes estão os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, que vão levantar esforços para renegociar a renovação dos contratos de São Simão, Miranda, Jaquara e Volta Grande, comentaram as fontes. 

Do dia 17 de março para cá, as ações da Cemig caíram 18% após o 

Santander (SANB11, R$ 25,17, -0,04%)
As units do Santander perderam força e viraram para queda, após subirem 2% nesta sessão, em sequência à alta de ontem, quando avançaram mais de 3% após revisão do Credit Suisse. Os demais grandes bancos tiveram queda mais acentuada hoje, com Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,30, -0,88%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,15, -3,65%) e Bradesco (BBDC3, R$ 31,36, -1,57%; BBDC4, R$ 31,69, -1,00%).

Ontem, o Credit Suisse elevou a recomendação do Santander para outperform (desempenho acima da média) e revisou o preço-alvo para R$ 30 por ação (de R$32), implicando em um potencial de valorização de 23%. A revisão ocorreu depois de uma queda de 22% das units nos últimos 30 dias e a percepção de que as estimativas para o banco foram praticamente mantidas.

Além disso, no radar dos bancos, o Bradesco informou que o Banco Central autorizou seu aumento de capital no valor de R$ 8 bilhões, que levará seu capital de R$ 51,1 bilhões para R$ 59,1 bilhões, usando as reservas de lucro do banco. A operação, anunciada em fevereiro de 2016, ocorrerá por meio da bonificação de 10% em ações, na proporção de 1 papel novo para cada 10 da mesma espécie. Serão beneficiados os acionistas que detiverem os papéis em 28 de abril de 2017.

Considerando as ações bonificadas a serem incorporadas à posição dos acionistas, o Bradesco informa que haverá um incremento de 10% sobre os montantes pagos mensalmente referentes aos juros sobre o capital próprio declarados a partir de junho de 2017. O banco informa que é de R$ 14,405066098 o custo unitário atribuído às ações bonificadas.

Qualicorp (QUAL3, R$ 21,34, +2,55%)

As ações da Qualicorp saltaram 9% em dois pregões, após o Credit Suisse ter elevado ontem a recomendação da companhia para outperform, com preço-alvo de R$ 26 por ação. O novo preço-alvo está refletindo: (1) novas estimativas macroeconômicas; (2) resultado de 2016; e (3) mudança na dinâmica do negócio da empresa. “Estruturalmente preferiríamos ver um crescimento sólido de top line com a combinação de crescimento orgânico e aumento de preços mais modestos, mas enquanto a economia nao recupera, esperamos que aumento de preço de dois dígitos seja o principal fator do crescimento de receita. Os analistas acreditam que nossas estimativas estão conservadoras e esperamos uma compressão de margem de 30 ponto-base no curto prazo, refletindo um aumento de provisões”. 

Fibria (FIBR3, R$ 27,71, -0,11%)
Após alta de mais de 2% ontem, as ações da Fibria fecharam perto da estabilidade nesta sessão. A companhia anunciou ontem aumento de preço a partir de 1° de maio de 2017 para os mercados da Europa, América do Norte e Ásia. Os demais papéis do setor de papel e celulose – Suzano (SUZB5, R$ 12,75, -0,39%) e Klabin (KLBN11, R$ 14,87, -0,20%) -, que subiram ontem, também fecharam em leves perdas. 

Segundo o comunicado da Fibria enviado à imprensa ontem, o aumento na Europa será de US$ 40, passando US$ 820 a tonelada. Na América do Norte, o aumento também será de US$ 40, passando a US$ 1000 a tonelada. E na Ásia, o aumento será de US$ 20, com o preço passando a US$ 670 a tonelada.

Oi (OIBR3, R$ 4,65, +5,92%; OIBR4, R$ 3,75, +1,35%)
O grupo Oi informou nesta quarta-feira que a Corte de Apelação da Holanda decretou a falência de duas subsidiárias da companhia brasileira. A decisão é passível de recurso. Apesar da decisão, as ações ONs da Oi encerraram em alta de 6%.

“Esta decisão está restrita à jurisdição e lei holandesas, não é definitiva e está sujeita a recurso perante a Suprema Corte Holandesa. A Oi reitera que Oi Brasil Holdings e Portugal Telecom International Finance continuam em recuperação judicial no Brasil”, afirmou a companhia em comunicado à imprensa. 

A Oi comentou ainda que a decisão de converter em falência os procedimentos de suspensão de pagamentos das duas subsidiárias “não tem impacto sobre o dia a dia da companhia e suas atividades operacionais”. 

A Oi afirmou ainda que continua com sua operação saudável e “forte atuação comercial, mantendo suas vendas, instalações, manutenção e investimentos”.

Biosev (BSEV3, R$ 5,20, +3,79%)
A BioSev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, previu nesta terça-feira uma moagem de 31,5 milhões a 33,5 milhões de toneladas na safra 2017/18, ante um total realizado de 31,5 milhões de toneladas na safra passada.

A moagem tem 2016/17 foi a maior das últimas seis safras, crescendo 1,9% ante 2015/16, com melhorias na gestão dos canaviais e um aumento da produtividade, segundo a Biosev.

A empresa registrou açúcar total recuperável (ATR) de 129 kg por tonelada na safra 2016/17 e projeta o ATR da nova safra entre 129 kg/t e 131 kg/t. A safra 17/18 começou oficialmente no início deste mês.

Banco Panamericano (BPAN4, R$ 1,90, -4,04%)
As ações do Banco Pan (ex-Panamericano) amenizam a queda de até 7,07%, a R$ 1,84, vista na abertura deste pregão, após prestar esclarecimento ao mercado sobre a Operação Conclave da Polícia Federal (veja aqui). As units do BTG Pactual (BBTG11, R$ 17,45,-4,12%), que divide o controle do banco Pan com a Caixa Econômica Federal, caem forte.

O Banco Pan informou que atendeu nesta quarta-feira em sua sede à Polícia Federal, que cumpriu mandado de busca e apreensão relativo à aquisição de ações do Banco Panamericano S.A. pela Caixa Participações S.A, ocorrida em 2009, mas que tal fato não tem relação com a gestão atual. “A companhia esclarece que está colaborando com as investigações e que tal fato não tem nenhuma relação com a gestão atual ou com suas operações”, afirmou em comunicado ao mercado.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Conclave, com o objetivo de investigar a aquisição possivelmente fraudulenta de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (CAIXAPAR). De acordo com a PF, a transação tem “potencialmente causado expressivos prejuízos ao erário federal”. O inquérito investiga a se houve gestão fraudulenta e prejuízo a correntistas e clientes.

Foram cumpridos ao todo 46 mandados de busca e apreensão e a operação ocorre em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná, em Pernambuco e no Distrito Federal. Na capital federal, há buscas na sede da Caixa e no Banco Central.

A decisão ainda determinou a indisponibilidade e bloqueio de valores de contas bancárias de alvos das medidas cautelares, alcançando o valor total de R$ 1,5 bilhão.

AES Tietê (TIET11, R$ 13,35, -0,22%) e Renova (RNEW3, R$ 2,70, +1,89%; RNEW4, R$ 2,41, +16,43%; RNEW11, R$ 6,99, +3,56%) 
A AES Tietê, da norte-americana AES, celebrou nesta terça-feira contrato para a compra do complexo eólico Alto Sertão II junto à Renova Energia, controlada pela Cemig, segundo fato relevante divulgado pela companhia. Além do valor acordado para a compra, de R$ 600 milhões, a companhia assumirá a dívida do projeto Alto Sertão II no valor de R$ 1,15 bilhão.

As units da Renova, que possuem maior liquidez na bolsa, atingiram valorização de 18,52% nesta sessão, enquanto as ações ONs e PNs subiram até 28,30% e 37,68%, respectivamente. Hoje, contudo, o maior volume financeiro foi visto nas ações PNs, que giraram R$ 9,9 milhões, contra média diária de R$ 3,9 milhões. O volume financeiro visto nas units foi de R$ 9,4 milhões, contra média de R$ 6,6 milhões. 

A AES Tietê disse ainda que o valor do negócio poderá sofrer acréscimo de até 100 milhões de reais, se o desempenho da usina após cinco anos de operação exceder as expectativas mínimas da empresa (“earn out”).

Em 2 de janeiro, a Reuters antecipou que a Renova e a AES Tietê haviam fechado acordo sobre a venda do complexo de Alto Sertão II por um valor entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. Do dia 27 de março para cá, as units da Renova subiram 98%, enquanto os papéis PNs, que mostraram a reação mais eufórica, subiram 1.110% no mesmo período. 

No fato relevante nesta terça-feira, a companhia esclareceu ainda que um valor de aquisição de R$ 650 milhões, anunciado em fato relevante no dia 13 de janeiro, incluía um “earn out” projetado de R$ 50 milhões. O complexo eólico, localizado no Estado da Bahia, possui capacidade instalada total de 386,1 MW e energia contratada por 20 anos.

A AES Tietê disse ainda que a “aquisição está alinhada com sua estratégia de, até 2020, compor 50% de seu Ebitda com fontes não hidráulicas, com contratos regulados de compra de energia de longo prazo.

O negócio ajuda a Cemig, que tem buscado parceiros ou formas de capitalizar a Renova desde o fracasso em 2015 de uma transação que previa a entrada da norte-americana SunEdison no capital da companhia, cancelada após dificuldades financeiras da empresa nos EUA.