Vale passa a cair 2% com nova baixa do minério; Petrobras vira para queda e BB sobe mais de 1%

Confira os destaques da bolsa na sessão desta segunda-feira (17)

Lara Rizério

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas
  1. Vale (VALE3, R$ 26,96, -1,68%; VALE5, R$ 25,90, -1,48%)
    As ações da Vale abriram perto da estabilidade, mas logo passaram a registrar perdas mais fortes em meio ao novo dia de queda do minério de ferro. Já as ações da holding da mineradora, a Bradespar (BRAP4, R$ 18,72, -1,53%), caem cerca de 1,5% Os contratos futuros do aço e do minério de ferro negociados na China ampliaram perdas nesta segunda-feira, à medida que os especuladores deixavam posições altistas depois que dados revelaram que o maior produtor de aço do mundo produziu um volume recorde em março, elevando preocupações sobre um excedente. A produção de aço da China subiu 1,8 por cento em março para 72 milhões de toneladas.

    Os dados de produção na China foram divulgados em meio ao anúncio de que a segunda maior economia do mundo cresceu 6,9 por cento no primeiro trimestre, um pouco mais rápido do que as expectativas. No entanto, o aumento dos estoques de minério de ferro nos portos e as expectativas de que a demanda vai desacelerar com Pequim tentando esfriar a atividade do setor imobiliário têm afetado os preços.

  2. O minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 3,43 por cento para fechar a 493 iuanes (71,60 dólares) por tonelada. Mais cedo, a commodity atingiu 489,5 iuanes, o menor valor desde 10 de janeiro. Em Qingdao, a queda foi de 3,52%, a US$ 66.25 a tonelada. 

     

  3. Estatais

    As ações das empresas estatais buscavam, no início da sessão registrar  uma sessão de recuperação após despencarem na última quinta-feira, em meio às novas revelações da Odebrecht e as perspectivas de como isso poderia impactar as reformas em andamento, principalmente a reforma da previdência. Assim, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 14,39, -0,83%%, PETR4, R$ 14,04, -0,38%) abriram em alta, mas passaram a cair em meio à baixa do petróleo com a perspectiva de alta na produção dos EUA. Enquanto isso, o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,07, +1,54%) têm alta de cerca de 1% após despencar 5,20% na quinta-feira.

  4. Ainda no radar da Petrobras, a produção média de petróleo e gás natural cresceu cerca de 7% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,805 milhões de barris de óleo equivalente (boed), impulsionada principalmente pelos novos poços do pré-sal, de acordo com dados da estatal divulgados na quinta-feira. A Petrobras informou ainda que a produção total da empresa em março aumentou mais de 7% ante o mesmo período do ano passado, para 2,74 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás), sendo 2,61 milhões boed produzidos no Brasil e 130 mil boed no exterior. Além disso, destaque para a notícia da Folha de que o governo estuda permitir que a Petrobras desista de participar de consórcios do pré-sal depois da realização do leilão, caso considere que o lance oferecido por uma área esteja além de sua capacidade financeira. 
  5. Even (EVEN3, R$ 4,32, +0,70%)

    As ações da Even têm leve alta após a divulgação da prévia operacional do primeiro trimestre. Os lançamentos da Even somaram VGV de R$ 418 milhões no 1º trimestre; já as vendas líquidas contratadas somaram R$ 211 milhões (parte Even), dos quais R$ 87 milhões (41%) vendas de lançamentos e R$ 123 milhões (59%) de estoque. A velocidade de vendas (VSO) do trimestre foi 8%. Foram entregues 6 projetos que equivalem a R$ 586 milhões (VGV de lançamento parte Even) e 1.172 unidades.

  6. Dolarizadas em queda
    As maiores quedas do Ibovespa são de ações expostas ao dólar, caso de Fibria (FIBR3, R$ 28,11, -2,50%), Suzano (SUZB5, R$ 12,53, -0,87%), Braskem (BRKM5, R$ 31,29, -2,19% ) e Embraer (EMBR3, R$ 15,64, -1,01%). O contrato do dólar futuro com vencimento em maio registra queda de 1,19%, a R$ 3,117. Contribui para o movimento da moeda americana o programa de rolagem de swaps cambiais do Banco Central. A autoridade monetária inicia nesta segunda-feira a rolagem dos contratos de maio, com oferta de 16.000 papéis. No caso da Braskem, vale destacar também o cenário de maior aversão ao risco com a empresa em meio às delações da Odebrecht, que controla a petroqúimica.
  7. Usiminas (USIM5, R$ 3,83, +3,51%)

    Após cair forte na quinta-feira, as ações da Usiminas são destaque de ganhos nesta segunda-feira. A companhia divulgará os dados do primeiro trimestre na quinta-feira.

  8. Vale destacar que, de acordo com a coluna do Broad, a Usiminas alcançou um lucro líquido de R$ 121 milhões no primeiro bimestre deste ano, o que indica que a siderúrgica mineira sairá do prejuízo trimestral após dez períodos no vermelho. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de janeiro e fevereiro chegou em R$ 366 milhões. O melhor resultado foi puxado pelos efeitos de corte de custos e ainda pelo aumento de preços do aço, feito no início do ano. Apenas para as montadoras, o ajuste foi de 25%, apontou a coluna. 

     

  9. Smiles (SMLE3, R$ 64,68, +3,64%)

    As ações da Smiles registram uma das maiores altas do Ibovespa. Nesta segunda, o BTG Pactual soltou prévia de resultados, apontando que a Smiles deve apresentar outro trimestre com números fortes e crescimento de lucros. Os analistas apontam preferir Smiles a Multiplus dentro do setor de milhagens. 

     

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.