Embraer, BB e Petrobras afundam mais de 4%; Vale e mais 8 ações se salvam do dia de “sell off”

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quinta-feira

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa mergulhou na tarde desta quinta-feira (13), após informação de que os Estados Unidos usaram a “maior bomba não-nuclear” da história em um ataque no Afeganistão. O índice fechou em queda de 1,21%, a 63.119 pontos. 

Com o movimento, apenas 10 das 58 ações do Ibovespa registraram alta, com as ações ONs e PNs da Vale figurando entre as poucas altas do dia. Os papéis da mineradora subiram após queda de até 6% ontem, em meio à derrocada de 8% do minério na última quarta-feira. 

Do outro lado, as ações da Embraer, Banco do Brasil e Cemig apareceram como as maiores quedas. A fabricante de aeronaves Embraer recuou 5% após divulgar números de entregas no 1° trimestre, enquanto a Cemig caiu 4,42%, a R$ 9,08, em meio à informação de que não quer participação majoritária da Light. A elétrica carioca desabou 4%. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 14,52, -4,08%; PETR4, R$ 14,08, -3,62%)
As ações da Petrobras acentuaram as perdas nesta tarde, em meio à aversão ao risco que se instalava nos mercados mundiais nesta tarde. Lá fora, os preços do petróleo Brent recuavam 0,38%, a US$ 55,65 o barril, enquanto o WTI caía 0,19%, a US$ 53,01 o barril. 

 No radar, a Petrobras prevê a geração de R$ 31 bilhões em receitas para a União com a produção da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, entre 2020 e 2025, caso consiga iniciar a operação comercial da área na data planejada, segundo apresentação da companhia.

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Para cumprir o prazo, a petroleira conta com a permissão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para ser liberada das regras de conteúdo local previstas em contrato. Segundo a companhia, eventuais atrasos na produção podem gerar uma redução das receitas à União de R$ 6 bilhões por ano.

Representantes da Petrobras, operadora da área, e suas sócias no consórcio –Shell, Total, CNPC e CNOOC– têm defendido que as atuais exigências de conteúdo local de Libra, considerado o prospecto mais promissor do Brasil, levam a prazos e preços excessivos.

O consórcio já deu entrada na ANP no pedido do chamado “waiver”, para ter a exigência de conteúdo local da plataforma flexibilizada e aguarda uma decisão da autarquia. Uma audiência pública sobre o tema está marcada para a próxima terça-feira. A Petrobras tem sustentado ainda que uma negativa da agência reguladora poderia colocar em risco o projeto.

Isso porque, segundo a empresa, caso não seja liberada de cumprir as cláusulas de conteúdo local na implantação da primeira plataforma comercial de Libra, e o projeto ainda assim seja implantado, a multa contratual poderia atingir 630 milhões de dólares. 

O Projeto de Desenvolvimento da Produção de Libra 1 prevê investimentos de cerca de US$ 5,5 bilhões, sendo US$ 2 bilhões para perfuração, avaliação e completação de poços, US$ 1,5 bilhões com sistema de coleta de produção e US$ 2 bilhões com a plataforma.

Embraer (EMBR3, R$ 15,78, -5,28%)

As ações da Embraer lideraram as perdas do Ibovespa, após a empresa ter divulgado números de entregas no 1° trimestre. A companhia entregou no período 18 jatos comerciais e 15 executivos para o mercado de aviação comercial dos Estados Unidos, Europa e China, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.

No segmento executivo, foram entregues 11 jatos leves e 4 grandes. No comercial, a fabricante brasileira de aviões entregou 16 unidades da frota E175 e duas da E195.

Em 31 de março, a carteira de pedidos firmes a entregar da Embraer somava 19,2 bilhões de dólares, mostrou o documento.

Cemig (CMIG4, R$ 9,08, -4,42%) e Light (LIGT3, R$ 19,98, -3,94%)
As ações da Cemig e Light afundaram nesta sessão. A Light chegou a cair 6,7%, para R$ 19,40,
maior queda desde 1º de dezembro, depois que a Cemig disse não querer se tornar acionista majoritária da distribuidora de energia e transformá-la em uma empresa estatal.

Os sócios da Cemig na Light têm uma opção de venda que forçaria a Cemig a comprar a participação, mas o diretor financeiro Adezio de Almeida Lima disse em uma teleconferência em 12 de abril que está estudando diferentes opções e não quer aumentar sua participação direta acima de 50%. 

Vale (VALE3, R$ 27,39, +0,36%; VALE5, R$ 26,40, +1,31%)
As ações da Vale se seguraram no campo positivo, em dia de “sell off” na bolsa, na esteira da alta do minério de ferro neste pregão. A commodity negociada com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao fechou em alta de 0,94%, a US$ 68,68 a tonelada. Acompanharam o movimento positivo as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 19,10, +1,00%) – holding que detém participação na Vale -, enquanto as siderúrgicas operavam entre perdas e ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,45, -0,42%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,12, -0,72%), CSN (CSNA3, R$ 7,41, -3,26%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,69, -2,64%). 

No noticiário da Vale, a Bloomberg informa que a volta da Samarco depende de acordo com prefeito de Santa Bárbara. O prefeito da cidade, Leris Braga, vem adiando a permissão para que a Samarco use da água do rio e atrasando a contratação de milhares de trabalhadores para a mineradora da Vale e da BHP voltar a gerar caixa.

 “A prefeitura de Santa Bárbara não vai receber nenhum centavo”, disse Braga em entrevista. “Eu não estou fazendo uma troca para eles obterem o documento de que eles precisam”, disse o prefeito. Braga está tentando fazer que a Samarco financie medidas para proteger a qualidade da água.  Especialistas em saneamento urbano delinearam um plano que custaria cerca de R$ 70 milhões. As partes devem se reunir em 18 de abril em audiência na Justiça, já que Samarco contesta as exigências de Braga. A Samarco disse que entregou um estudo de autodepuração para o município de Santa Barbára que “comprova que não há impactos significativos da captação de água pela Samarco”. A Vale e BHP não quiseram comentar.

Ambev (ABEV3, R$ 17,75, +0,45%)

Segundo informações da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a Ambev comunicou nesta quarta-feira ao governador Luiz Fernando Pezão sua decisão de não construir uma fábrica de latas em Santa Cruz, orçada em US$ 500 milhões. O motivo da desistência seria o questionamento da oposição a Pezão sobre abrir mão de cerca de R$ 650 milhões em ICMS.

BRF  (BRFS3, R$ 39,60, +0,46%)

O acordo para que BRF e Qatar Investment Authority, fundo soberano do Qatar, comprem a Banvit Bandirma Vitaminli Yem Sanayii AS, maior produtora de frango da Turquia, é adiado porque documentos e algumas condições prévias para o
negócio não estarão prontos a tempo para a assembléia geral anual da Banvit nesta quinta-feira. As companhias estão trabalhando para concluir o processo o mais rápido possível e uma nova data de fechamento para o negócio será anunciada nesta sexta-feira, segundo comunicado da companhia turca na noite desta quarta-feira. 

A ação da Banvit chegou a subir 8,7% em Istambul, a maior alta desde 10 de janeiro. As ações tinham caído 11% nas três sessões até quarta-feira com receios de que o negócio poderia não ser fechado. 

Cielo  (CIEL3, R$ 24,07, -0,95%)

Acionistas da Cielo aprovaram nesta quinta-feira o aumento de capital social da empresa em R$ 1,2 bilhão, dos atuais R$ 3,5 bilhões para R$ 4,7 bilhões, mediante capitalização de parte dos recursos disponíveis na reserva de lucros, segundo informa a companhia. O processo se dará por meio da emissão de 452,8 milhões de novas ações ordinárias, sem valor nominal, a título de bonificação.

A razão estabelecida é de 20%, ou seja, os investidores “ganharão” 1 nova ação ON para cada 5 papéis que tinham em carteira nesta quarta-feira. Os papéis ficam “ex-bonificação” nesta quinta (13).  Os ADRs (American Depositary Receipts) negociados no mercado de balcão dos EUA serão bonificados na mesma proporção.

Sanepar (SAPR4, R$ 10,90, +0,93%)
Depois de desabarem 6,09% ontem, com a decisão final da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) sobre a revisão tarifária da companhia, as ações da Sanepar tiveram alta nesta quinta-feira (veja mais aqui). 

Os conselheiros da Agepar optaram por um reajuste de 25,63% com a aplicação do percentual de 8,53% para 2017 (contra 5,7% anteriormente), com o diferimento em mais 7 anos, aplicando-se assim, de forma linear 2,11% corrigidos pela Selic, a ser aplicado concomitantemente ao reajuste anual. A decisão confirmou o “tão temido” diferimento de oito anos para a empresa, que foi um dos motivos para a queda da ação no último mês, em meio ao anúncio da revisão preliminar da agência em 9 de março. 

Segundo o BTG Pactual, a melhora nos termos da revisão foram marginais e abaixo da expectativa do mercado, que esperava um diferimento em 4 anos ou no mínimo um aumento maior em 2017. Se o diferimento for respeitado, o preço-alvo do banco para a ação de R$19 não deve mudar. No entanto, ao assumir que somente os dois primeiros reajustes serão mantidos, o preço-alvo cairia para R$ 15,00. “O mercado não vai precificar o diferimento todo (dado o aumento real de quase 3% que teria que ser dado todo ano), mas acho que pelo menos os dois primeiros anos deveriam entrar nas expectativas. Como é difícil prever o que esperar das próximas duas eleições, definimos nosso preço-alvo como uma média ponderada entre os dois cenários em R$17”, disseram os analistas do banco. 

BR Malls (BRML3, R$ 14,13, +0,21%)

A BR Malls teve a recomendação elevada para outperform pelo Bradesco BBI. Os analistas citam a nova gestão da companhia, a estratégia da empresa e o valuation. O preço-alvo é de R$ 20,00.

Estácio (ESTC3, R$ 15,85, -3,88%)
A Estácio Participações afirmou nesta quarta-feira que uma investigação interna apontou que não há evidências de que o presidente da companhia tenha trabalhado para tentar inviabilizar a fusão com a rival Kroton. A investigação foi aberta para apurar denúncias de que o executivo teria discutido com advogados alternativas para inviabilizar a combinação de negócios entre Kroton e Estácio.

“A investigação conduzida pela companhia não encontrou qualquer evidência (…) de que o diretor-presidente tenha tomado qualquer medida que pudesse, sob qualquer forma, impedir, retardar ou dificultar o processo de combinação de negócios entre a Kroton e a Estácio”, diz trecho do comunicado.

No mês passado, o conselho da Estácio afastou o presidente da empresa, Pedro Thompson, dos assuntos relacionados ao processo de fusão com a Kroton no Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), após denúncia anônima de que o executivo teria articulando contra a transação.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quinta-feira que teve alta anual de 9,5 por cento na receita líquida total da divisão alimentar no primeiro trimestre, ajustada pelo efeito calendário, para 10,55 bilhões de reais. As vendas no quesito mesmas lojas subiram 5,6 por cento no segmento alimentar.

Renova (RNEW3, R$ 2,84, +8,81%; RNEW4, R$ 2,39, +12,74%; RNEW11, R$ 7,70, +9,22%) e AES Tietê (TIET11, R$ 13,48, +0,52%)

As units da Renova – que possuem maior liquidez na bolsa – subiram forte nesta sessão, com possível venda de ativos. Segundo o jornal Valor Econômico, a AES Tietê deve assinar nos próximos dias o contrato para compra do complexo eólico Alto Sertão II, da Renova, segundo o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda. As duas companhias anunciaram em janeiro um acordo de negociação exclusiva sobre o ativo, avaliado em R$ 650 milhões.

A compra é um passo importante na estratégia da companhia de ter, até 2020, metade do seu Ebitda a partir de fontes não hídricas, com contratos de longo prazo no mercado regulado. Segundo Nebreda e o presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas, diante da nova prioridade da empresa pela expansão por meio de eólicas e solares, novas aquisições podem acontecer ainda neste ano.