Gerdau depõe na Zelotes, o “colchão” da Vale para atingir meta e mais 8 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (10)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta segunda-feira é movimentado, com destaque para o depoimento de Jorge Gerdau na Operação Zelotes, além de notícias da BRF e JBS sobre a Carne Fraca. Além disso, chama a atenção o relatório do Bradesco BBI sobre a Vale. Confira os destaques desta segunda-feira (10):

Gerdau (GGBR4)

De acordo com informações do jornal Zero Hora, o  presidente do conselho consultivo da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, prestou depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (7), em Porto Alegre, no âmbito da Operação Zelotes. O empresário foi ouvido no âmbito de inquérito no STF que investiga a Medida Provisória 627, de 2013, que alterou regras da tributação de lucros de empresas brasileiras com negócios fora do país e resolveu pendências para o pagamento de dívidas com o Fisco.

Segundo o Estadão, um Relatório do Ministério Público Federal (MPF) afirma que o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, à época em que foi Secretário da Fazenda, participou de tratativas que resultaram em favorecimento à Gerdau na tramitação de uma medida provisória no Congresso. O documento sustenta que o ministro conversou com o empresário sobre regras tributárias de interesse da empresa. Para os investigadores, há indícios de que, graças a negociações com Dyogo e congressistas, o próprio Gerdau redigiu emendas que tramitaram na Câmara e no Senado. À época que o documento foi revelado, Dyogo Oliveira negou que tenha feito qualquer gestão para influenciar o Congresso a decidir em favor da Gerdau.

Em nota, a Gerdau confirmou o depoimento do presidente do conselho consultivo e afirma ‘que participou, de forma legítima e em conformidade com a legislação brasileira, de discussões sobre a bitributação de lucros provenientes do exterior, lideradas por entidades de classe e em conjunto com outras empresas de atuação internacional’. A empresa reiterou que está à ‘disposição das autoridades para prestar esclarecimentos’.

BRF (BRFS3)

A empresa de alimentos BRF informou neste sábado que recebeu autorização para reativar a fábrica de Mineiros (GO) e que pretende reiniciar nos próximos dias os trabalhos na unidade paralisada pelos desdobramentos da operação Carne Fraca.

“A BRF informa que foi autorizada a retomar as atividades em sua unidade de Mineiros. Os trabalhos devem ser reiniciados nos próximos dias”, afirmou a empresa, sem dar mais detalhes, em comunicado à imprensa.

CSN (CSNA3)

Segundo o jornal Valor Econômico, a CSN conseguiu uma liminar para não pagar, por meio da tarifa de energia, o que lhe seria cobrado nas indenizações bilionárias das transmissoras de energia referentes a ativos antigos ainda não amortizados. O jornal informa que a decisão da Justiça do Distrito Federal pode ser uma má notícia para as transmissoras e para a União, uma vez que já havia um processo movido por grandes consumidores questionando o pagamento de indenização via tarifa.

JBS (JBSS3)

A JBS informou que vai reapresentar fluxos de caixa de 2015 e 2016 no âmbito do protocolo do pedido de registro de IPO nos EUA da subsidiária JBS Foods International.

Ainda sobre a companhia, o juiz federal Marcos Josegrei, responsável pela Operação Carne Fraca, manteve, no sábado, a prisão preventiva do médico veterinário Flavio Evers Cassou, da Seara, pertencente à JBS. O funcionário, que segundo a PF é executivo da JBS, é investigado por ‘entregar dinheiro’ aos fiscais do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho e Maria do Rocio, apontados como líderes da organização criminosa que se instalou na pasta para defender os interesses de empresários do setor agropecuário em troca de propinas. 

Oi (OIBR4)

De acordo com informações da Bloomberg, credores da Oi foram encorajados por
comentários do presidente da companhia e acham que o plano de injeção de capital pode ajudar nas negociações segundo declarações de Erick Alberti, do grupo de credores assessorado por Moelis. A Oi vai negociar capitalização, disse o CEO Marco Schroeder ao Valor na sexta-feira.

Ainda sobre a Oi, o Valor informa que após a BDO Consultoria declinar de sua nomeação como administrador judicial da companhia telefônica, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da tele, convocou para hoje, às 15 horas, reunião com o Ministério Público e o escritório de advocacia Wald para definir um substituto.

 Lojas Americanas (LAME4)

O Conselho de Administração da Lojas Americanas aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures. A venda para investidores qualificados será feita em duas séries, segundo comunicado ao mercado.

A 1ª série com vencimento em 5 anos pagará 115,3% do CDI e a 2ª série com vencimento em 7 anos terá remuneração Tesouro IPCA+ 2023 mais 1,7%. O recurso será usado para alongar perfil de endividamento.

PDG Realty (PDGR3)

Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, a empresa deve apresentar à Justiça até maio seu plano de reestruturação para tentar se reerguer. O desafio maior será concluir os 30 empreendimentos em andamento, 17 dos quais estão paralisados. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, a tarefa não será nada fácil. Com uma dívida total de cerca de R$ 7,8 bilhões – dos quais R$ 6,2 bilhões no processo de recuperação judicial, aprovado pela Justiça em 2 de março, além de cerca de R$ 1,6 bilhão não incluído no processo –, a PDG não tem hoje dinheiro para comprar “um tijolo sequer.”

Para evitar falência, companhia vai tentar negociar captação de novos recursos com bancos credores para finalizar obras em andamento; cerca de 20 mil consumidores foram afetados pela crise empresa, cuja dívida total é de R$ 7,8 bilhões.

Vale (VALE3;VALE5)

Os títulos da Vale terão catalisadores limitados em 2017, escreve Gustavo Gregori , analista de renda fixa do Bradesco, em relatório. Por outro lado, a mineradora ainda tem colchão de US$ 10 a tonelada ante preços atuais do minério de ferro à vista para atingir seu alvo de alavancagem de US$ 15 bilhões a 17 bilhões.  até o final do ano. O analista vê alta de 96% do Ebitda da Vale no primeiro semestre de 2017 na comparação anual: o resultado reduzirá alavancagem líquida para 1,4 vez no segundo trimestre antes de se estabilizar em 1,1 vez no segundo semestre, de 2,1 vezes atualmente. A previsão de preço médio 2017 para minério de ferro é de US$ 70 a tonelada. 

Já a Samarco deve retomar suas operações no 2º semestre 2017. O analista mantém rating neutro para títulos.

Azul

A CVM revogou na sexta-feira a suspensão do IPO (Initial Public Offering) da Azul, que havia sido paralisada por até 30 dias. A empresa, após tomar as medidas recomendadas pela autarquia em relação às falhas apontadas, espera que sua oferta seja precificada nesta segunda-feira. 

Taesa (TAEE11)

A Taesa aprovou o nome de Marco Antonio Faria como presidente. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.