JBS dispara 4% e tem 1ª alta em 10 dias; Braskem tem reviravolta na bolsa e Vale “ignora” minério e sobe

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira 

Paula Barra

(Divulgação JBS Friboi)

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SÃO PAULO – O Ibovespa apagou os ganhos nesta tarde, após o governo revisar a meta fiscal de 2018, mas ainda assim conseguiu fechar em alta nesta sexta-feira (7), sustentado pelas ações da Petrobras e Vale, que se descolou da derrocada do minério de ferro e fechou no positivo. Na mínima do dia, os papéis da mineradora caíram 3%. 

Lideraram os ganhos do índice as ações da JBS, que marcaram sua primeira alta após 9 pregões seguidos de perdas, quando acumularam desvalorização de 13%. A empresa informou nesta tarde que retomou as atividades em Campo Grande após vazamento de amônia. 

Destaque hoje também para as ações da Braskem que, depois de despencarem 8% na mínima desta sessão, tiveram uma forte recuperação e fecharam no positivo. Nesta manhã, investidores reagiram à notícia do Valor Econômico que apontava que a empresa e a sua controladora Odebrecht admitiram o pagamento de propina no México. A empresa, contudo, negou por meio de fato relevante qualquer ato ilícito no país. Na semana, a ação da Braskem encerra como a maior alta do Ibovespa (+4,9%). 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa nesta sexta-feira:

Braskem (BRKM5, R$ 33,30, +1,71%)
As ações da Braskem tiveram uma virada impressionante na Bolsa nesta sexta-feira: depois de caírem 8% nesta manhã, os papéis da petroquímica se recuperaram durante esta tarde e fecharam em alta de quase 2%. 

Os papéis foram penalizados mais cedo pela notícia de que a empresa e sua controladora Odebrecht pagaram propina no México. A Braskem, no entanto, negou a informação nesta manhã, dizendo que não há atos ilícitos no México. Segundo reportagem do Valor Econômico, o México investiga atos ilícitos entre a Pemex, petroleira estatal de Petróleos Mexicanos, e a Odebrecht, controladora da petroquímica brasileira (veja mais aqui). 

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Em meio à agitação em torno da empresa, o volume financeiro movimentado com a ação atingiu nesta sessão R$ 217 milhões, ou 3,5 vezes acima da diária de R$ 59,3 milhões dos últimos 21 pregões. 

Vale (VALE3, R$ 29,15, +0,83%; VALE5, R$ 27,57, +0,99%)
As ações Vale “ignoraram” a derrocada do minério de ferro e fecharam em alta nesta sessão. Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 3%. Também seguiram o movimento positivo as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,55, +0,76%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,52, +0,22%), Usiminas (USIM5, R$ 4,02, +2,03%) e CSN (CSNA3, R$ 8,74, +0,92%), , enquanto as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 20,67, -0,43%) – holding que detém participação na Vale – encerraram em leves perdas. 

Hoje, o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em forte queda de 6,76%, a US$ 75,45 a tonelada, enquanto o contrato futuro de minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian fechou em baixa de 6,90%, a 526 iuanes. Esse movimento de forte queda ocorre após ser divulgado um relatório do governo da Austrália prever que o preço da commodity pode terminar o ano a US$ 65 a tonelada. Posteriormente, espera-se uma queda para US$ 51, agravado pelo impactado combinado do crescimento da oferta e da demanda mais suave. Com isso, os ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora brasileira, negociados no pré-market da Nyse (New York Stock Exchange), tem um forte movimento de queda, com baixa de 2,29%, a US$ 8,95.

No radar das siderúrgicas, o pedido de liminar da Nippon Steel para reconduzir Rômel de Souza à presidência da Usiminas pode ser julgado hoje pela Justiça de Minas Gerais, na primeira instância, segundo apurou a Coluna do Broad. Se a Justiça acatar o pedido de antecipação de tutela, Rômel pode voltar ao cargo. Sérgio Leite, nome de confiança da Ternium e que assumiu após a destituição de Rômel, está há apenas duas semanas na presidência. Nippon e Ternium são sócias controladoras da siderúrgica mineira e vivem em pé de guerra há mais dois anos. Procuradas, as empresas não comentaram.

JBS (JBSS3, R$ 9,90, +4,21%)

As ações da JBS fecharam como a maior alta do Ibovespa, após a empresa informar nesta tarde que retomou suas atividades em Campo Grande após vazamento de amônia. Essa é a primeira alta da ação depois de nove quedas seguidas. 

Ontem, um vazamento de amônia na unidade 2 da JBS de Campo Grande (MS) levou à interrupção das atividades. Segundo a empresa, a unidade foi imediatamente evacuada e o problema controlado. A empresa tem duas fábricas na cidade. “Alguns colaboradores foram encaminhados aos postos de saúde locais e todos estão fora de risco”, afirmou a companhia, em nota. A empresa disse ainda que as causas do acidente estão sendo apuradas.

Petrobras (PETR3, R$ 15,37, +0,59%; PETR4, R$ 14,70, +1,17%)
As ações da Petrobras subiram hoje, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos do petróleo Brent subiram 0,56%, a US$ 55,20 o barril, enquanto os do WTI avançaram 1,04%, a US$ 52,24 o barril. 

Além disso, três notícias aparecem no radar da empresa: Em primeiro lugar, a Petrobras informou que a maior gestora do mundo, a BlackRock, adquiriu ações preferenciais da companhia, sendo que, no dia 4 de abril, passou a ter cerca de 5,00% das ações PN de emissão da estatal. As participações societárias detidas pela BlackRock alcançaram, de forma agregada, 233.062.868 ações preferenciais e 23.607.381 ADRs (American Depositary Receipts), representativos de ações preferenciais, totalizando 280.277.630 ações preferenciais, ou 5% do total de ações.

Além disso, a estatal informou que o objetivo das participações da BlackRock é estritamente de investimento, “não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da Petrobras”.

Em segundo lugar, a Petrobras resgatou, até agora, cerca de R$ 660 milhões desviados no esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. A expectativa é resgatar R$ 5,5 bilhões desviados, afirmou o presidente da estatal Pedro Parente, em entrevista à Rádio Gaúcha. “Do ponto de vista do patrimônio da empresa, ainda temos muito mais a recolher. Temos ações que têm potencial de gerar mais R$ 5,5 bilhões. Hoje, li nos jornais que a Justiça suíça bloqueou mais US$ 1 bilhão (desviados). Se juntarmos esse dinheiro, estamos nos aproximando do número (estimado de perda). Queremos trabalhar para recuperar tudo”, disse o presidente da Petrobras.

Por fim, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Petrobras terá de pagar o IPTU por ter arrendado uma área portuária em Santos, município do interior paulista e estendeu esse entendimento para todas as demais instâncias do Judiciário para situações em que uma estatal arrende um bem público. A empresa petrolífera perdeu um recurso que apresentara ao STF contra decisão do Tribunal de Justiça paulista para ter direito à imunidade tributária, benefício concedido a entes públicos. A Petrobras arrenda um imóvel da União no Porto de Santos, de responsabilidade da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Contudo, o voto vencedor foi do ministro Marco Aurélio Mello, relator do recurso. Ele entendeu que a Constituição estabelece que sociedades de economia mista e empresas públicas, como é o caso da Petrobras, ficam sujeitas a pagar obrigações inerentes às próprias empresas privadas.

Em sua decisão, o STF determinou que a imunidade recíproca –modalidade em que, por exemplo, um ente público federal não cobra imposto de um municipal– “não se estende a empresa arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos”. “Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo município˜”, destacou a Corte. Procurada pela Reuters para saber qual impacto a decisão do Supremo terá para a Petrobras e se há outros locais que a empresa arrenda de forma idêntica, a estatal não respondeu de imediato.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 19,37, -0,67%) e Brasil Pharma (BPHA3, R$ 6,90, +23,43%)
As ações da Brasil Pharma dispararam nesta sessão, atingindo na máxima do dia alta de 40,25%, a R$ 7,84, após notícia de que a BTGI Prop Feeder, subsidiária do BTG Pactual, acertou a venda da sua participação indireta na rede Brasil Pharma pelo valor de R$ 1.000. O volume financeiro movimentado com as ações da Brasil Pharma hoje atingiu R$ 9,14 milhões, contra média diária de R$ 248,9 mil nos últimos 21 pregões.  

Foram 106.855.091 ações ON da Stigma Cayman, empresa que controla a rede de farmácias, que representam 94,49% do capital da Brasil Pharma, vendidas para a gestora de fundos norte-americana Lyon Capital. O valor foi considerado como um aumento de capital, e assim, a Lyondel LLC, fundo da Lyon Capital, passa a deter 99,99% das ações da Stigma.

Cemig (CMIG4, R$ 9,82, +1,13) 

A Cemig adiou novamente a divulgação do balanço de 2016 para 11 de abril. A companhia adiou a divulgação do balanço previsto para 7 de abril em função da não conclusão das demonstrações financeiras relativas ao exercício, segundo fato relevante. A data de Assembleia Geral Ordinária (AGO) também foi alterada para 12 de maio. A elétrica já havia alterado a data de divulgação, em 30/março para 7 de abril. 

JBS (JBSS3, R$ 9,39, -1,16%)

Um vazamento de amônia na unidade 2 da JBS de Campo Grande (MS) levou à interrupção das atividades ontem. Segundo a empresa, a unidade foi imediatamente evacuada e o problema controlado. A empresa tem duas fábricas na cidade e afirmou que a unidade 1 segue operando normalmente. “Alguns colaboradores foram encaminhados aos postos de saúde locais e todos estão fora de risco”, afirmou a companhia, em nota. A empresa disse ainda que as causas do acidente estão sendo apuradas.

Eletrobras (ELET3, R$ 15,76, -1,31%; ELET6, R$ 20,32, -1,60%)

A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou suspensão da licença de operação da usina hidrelétrica de Belo Monte, informa Ministério Público
Federal, em nota divulgada em seu website. A Corte acatou recurso do MPF, suspendendo licença por 9 votos a 5. O funcionamento da usina havia sido suspenso por liminar
concedida por Justiça Federal no Pará até que fosse integralmente realizado saneamento básico da cidade de Altamira. O projeto de saneamento deveria ter sido implementado em
julho de 2014. 

B3 (BVMF3, R$ 19,46, +1,62%)

A B3, companhia resultante da fusão BM&FBovespa-Cetip, informou que o segmento Bovespa movimentou R$ 189,03 bilhões em março, ante R$ 165,23 bilhões registrados em
fevereiro. A média diária foi de R$ 8,21 bilhões, ante R$ 9,17 bilhões no mês anterior. O balanço da negociação dos investidores estrangeiros na BM&FBovespa foi negativo em R$ 3,34 bilhões. O mercados do segmento BM&F totalizaram 91.727.182 contratos negociados e volume financeiro de R$ 6,04 trilhões em março, ante 72.545.518 contratos e giro de R$ 4,70 trilhões em fevereiro.

Oi (OIBR3, R$ 3,65, -2,14%;OIBR4, R$ 3,43, -0,87%)

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da Marco Schroeder afirmou que a empresa decidiu iniciar conversas sobre uma capitalização que possa trazer dinheiro novo para a companhia já dentro do processo de recuperação judicial. “Consideramos que essa é uma conversa possível, desde que o dinheiro seja para a empresa e não para os credores”, afirmou. 

Para ele, esse objetivo tem potencial para unir os envolvidos em uma solução – detentores de bônus (“bondholders”) e bancos credores inclusive. “Não há hipótese de que credores e acionistas não consigam chegar a um acordo. Vamos viabilizar o diálogo em busca de uma equação possível que destrave o processo.” 

Rumo (RAIL3, R$ 8,75, +1,74%)

A Rumo, braço de logística do Grupo Cosan e que é dono da ALL, informou ontem, por meio de comunicado, que obteve no dia 17 de março autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para outorga de prestação de garantia corporativa da Rumo Malha Norte aos títulos de dívidas emitidos pela Rumo Luxembourg. O valor total soma US$ 750 milhões e tem vencimento em 2024. A operação consiste numa captação externa da subsidiária da Rumo, disse a companhia. 

Movida (MOVI3, R$ 8,29, +0,24%)

A Movida teve cobertura iniciada pelo Safra com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado).