Holding da Vale salta 5%, Braskem sobe 3% e small cap dispara 1.650% em 5 dias com rumor

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou próximo à máxima do dia nesta terça-feira, em meio à alta das ações da Vale, Petrobras e bancos. O mercado ganhou força nesta tarde, após o julgamento do pedido de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, vitoriosa na eleição presidencial de 2014, ter sido suspenso. Com a postergação da decisão, a sensação de risco no mercado brasileiro diminuiu, dando alívio à Bolsa, que fechou em alta de 0,74%, a 65.691 pontos, enquanto o dólar comercial fechou em baixa de 0,48%, a R$ 3,1000 na venda. O dólar futuro registrava queda de 0,61%, a R$ 3,115. 

O analista Rodrigo Cohen, da Rico Corretora, abriu nesta segunda uma venda no dólar futuro na perda da mínima deixada no pregão de ontem, nos R$ 3,129. Para ele, a moeda tem espaço para cair até os R$ 3,044, o que geraria um ganho de 85 pontos com o trade (veja aqui). 

Apesar da queda do dólar, que traz impacto negativo para exportadoras, as ações da Braskem subiram mais de 3% hoje, entre recomendação de compra pelo Santander e a notícia de que a petroquímica concluiu a venda de 100% das quotas representativas do capital social da quantiQ Distribuidora para a GTM do Brasil Comércio de Produtos Químicos. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Do lado negativo, as ações da Cemig intensificaram perdas na reta final do pregão, após o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, comentar que o governo tem a intenção  de relicitar as usinas da Cemig e Celesc em setembro. Ontem, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, já havia dito que o governo poderá relicitar as hidrelétricas que pertencem à estatal mineira, mesmo com questionamentos da companhia na Justiça. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,43, +0,72%; PETR4, R$ 14,85, +1,23%)
As ações da Petrobras subiram nesta terça-feira, puxadas pelos preços do petróleo. Lá fora, os contratos futuros do petróleo Brent avançavam 1,90%, a US$ 54,13 o barril, enquanto os do WTI subiam 1,63%, a US$ 51,06 o barril. 

Continua depois da publicidade

No radar, de acordo com informações da coluna de Ancelmo Gois do jornal O Globo, a norueguesa Statoil, que já detém fatia de 66% em Carcará do campo na Bacia de Santos, comprada da Petrobras em 2016, quer elevar a participação. O colunista também informa que, desde 16 de março, a plataforma P-66 está parada à espera de licença de operação do Ibama no campo de Lula, o maior do país, no pré-sal da Bacia de Santos. O prejuízo gira em torno de US$ 1,5 milhão por dia. As ações da estatal devem refletir também o avanço registrado no barril de petróleo nos mercados internacionais.

Vale (VALE3, R$ 30,65, +3,86%; VALE5, R$ 28,97, +3,54%)
As ações da Vale figuraram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, apesar do dia praticamente estável para o preço do minério de ferro. A commodity negociada com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao fechou em leve alta de 0,11%, a US$ 79,45 a tonelada. 

Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 22,19, +4,67%) – holding que detém participação da Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,90, +1,49%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,88, +1,24%) e CSN (CSNA3, R$ 9,29, +3,57%). A exceção foi a Usiminas (USIM5, R$ 4,31, -1,37%), que virou para queda nesta tarde. 

No radar, a Vale informou que uma carga de 260 mil toneladas de finos de minério de ferro, que estava em um cargueiro que afundou na costa do Uruguai, na sexta-feira (31), pertencia à companhia. A empresa informou ainda que a carga estava sendo direcionada para um pátio de estocagem/blendagem na China. A Vale disse ainda em nota à Reuters que o produto tem cobertura de seguro.

Questionada sobre se haveria necessidade de declaração de força maior, a Vale informou que o produto ainda não havia sido comercializado, ou seja, ainda pertencia à mineradora brasileira.

Braskem (BRKM5, R$ 32,88, +3,04%)
As ações da Braskem figuraram entre os maiores ganhos do Ibovespa, entre recomendação de compra pelo Santander e a notícia de que a petroquímica concluiu a venda de 100% das quotas representativas do capital social da quantiQ Distribuidora para a GTM do Brasil Comércio de Produtos Químicos, disse a companhia. A  Braskem recebeu pagamento de R$ 450 milhões da GTM na segunda-feira e receberá R$ 100 milhões em até 12 meses, podendo sofrer ajustes. 

Hoje, o Santander soltou o relatório sobre a empresa, no qual recomenda a compra, em razão de “fortes” resultados operacionais no primeiro trimestre de 2017. “Provavelmente será o maior Ebitda da história da empresa em dólares”, comentaram os analistas do banco Christian Audi e Gustavo Allevato. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 183,79, +0,44%)
A Magazine Luiza amenizaram os ganhos de até 2,73%, a R$ 187,99, na máxima do dia, após a aquisição da startup de e-commerce Integra, de Itajubá (MG), especializada na integração e gestão do relacionamento entre lojistas e marketplaces. Segundo a companhia, com isso, lojistas que desejarem participar do marketplace do Magazine Luiza não precisarão recorrer à intermediação de plataformas de terceiros.

Para o BTG Pactual, embora pequeno, esse foi um passo para acelerar o projeto de marketplace na empresa. “Hoje há menos de 100 sellers no marketplace deles e essa aquisição pode ajudá-los a mais que dobrar este número. Ainda tem muito menos sellers que a B2W (quase 5000), mas tem boa margem e geram caixa com o negócio online”, comentaram os analistas, que disseram seguir animados com o case.

VEJA MAIS: Disparada ou ganhos marginais? O real efeito do “grande anúncio” do Magazine Luiza

Marcopolo (POMO4, R$ 2,64, -2,22%) 
A Marcopolo devolveu os ganhos de até 3% ontem, após 
a empresa ter exercido a opção de compra da participação remanescente, equivalente a 25%, de sua controlada australiana Pologren Australia Holdings, detentora da totalidade do capital social da empresa Volgren Australia. A aquisição foi realizada pelo valor de 8,5 milhões de dólares australianos.

Após a notícia, o BTG Pactual reiterou visão cautelosa com o case, lembrando que, em dezembro de 2011, a empresa adquiriu 75% da Volgren com o direito de compra da fatia restante.  

CVC (CVCB3, R$ 28,90, +0,56%)

A CVC teve no primeiro trimestre deste ano um volume de vendas medido em reservas confirmadas de R$ 2,3 bilhões, 12% superior na comparação a igual período de 2016. A companhia ainda teve em março o melhor desempenho de vendas da história da companhia, somando R$ 554 milhões e superando o recorde anterior de R$ 538 milhões, de outubro de 2016.

O Itaú BBA destacou em relatório que os números da companhia foram positivos, com a empresa conseguindo entregar aumento nas vendas  com a aceleração no segmento SSS (venda nas mesmas lojas) de 13,3% (ante 10,7% no quarto trimestre de 2016). 

Trio do “Comprar ou Vender”
Destaque hoje também para três ações que foram citadas no programa “Comprar ou Vender”, da InfoMoneyTV, nesta tarde: Alliar (AALR3, R$ 15,57, +0,78%), Valid (VLID3, R$ 23,35, +2,86%) e Queiroz Galvão (QGEP3, R$ 6,45, +1,57%).

Durante o programa, que é transmitido às 15h na InfoMoneyTV, o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, comentou que essas três ações têm grande potencial de valorização na Bolsa (veja aqui).

Renova (RNEW3, R$ 3,50, +61,29%; RNEW4, R$ 3,50, +64,32%; RNEW11, R$ 8,20, +29,75%)
As ações small caps da Renova seguiram entre os destaques da Bolsa nesta sessão. Nos últimos cinco pregões, as units da companhia (RNEW11), que possuem mais líquidas no mercado, acumularam ganhos de 111% em 6 pregões, enquanto as ações PNs sobem 1.650% em 5 pregões. Já os papéis ONs registram perdas de 33% nos últimos 5 dias. 

No radar, o mercado especula a entrada de um novo player no bloco de controle da empresa. A operação se daria com a venda do complexo eólico Alto Sertão II para a unidade brasileira da norte-americana AES por cerca de 700 milhões de reais (223 milhões de dólares). Segundo notícia da Reuters de ontem, essa venda deveria ser finalizada até segunda-feira. 

A conclusão da operação era importante já que seria uma condição para o plano da Brookfield de entrar no bloco controlador da Renova, em um acordo avaliado em cerca de R$ 1 bilhão, disseram fontes à Reuters, que pediram anonimato porque o assunto é sigiloso. 

Sob os termos do acordo, que pode ser anunciado nos próximos dias, a canadense Brookfield compraria a participação de 15,7% que a Light Energia possui na Renova e injetaria dinheiro novo na companhia, disseram as pessoas. Atualmente, a Light (LIGT3, R$ 18,67, -2,87%) integra o bloco controlador que possui cerca de 64% da Renova. Nas últimas 3 sessões, as ações da Light acumulam perdas de 7%. 

Os dois acordos, se concluídos com sucesso, ajudariam a Renova a superar uma grave crise de liquidez que provocou atrasos no plano de investimentos e cortes de gastos. Os problemas da Renova pioraram ainda mais desde que uma parceria planejada com a SunEdison Inc caiu semanas antes de a companhia norte-americana ter apresentado pedido de proteção contra falência. Ao injetar capital na Renova, a Brookfield daria à Light uma chance de deixar a companhia e ao mesmo tempo diluiria os outros dois membros do bloco controlador da Renova– Cemig e RR Participações.