Fibria e Suzano disparam 6% e Vale acelera perdas na reta final; Santander cai 10% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira 

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou para queda na reta final do pregão desta sexta-feira (31), com a Vale e os bancos intensificando as perdas, enquanto a Petrobras amenizou o movimento positivo. Apesar da queda hoje, o índice encerrou a semana em alta de 1,77%, a 64.984 pontos. No mês, contudo, o benchmark acumulou queda de 2,99%; e no 1° trimestre, alta de 7,9%. 

Na ponta positiva desta sessão, as ações do setor de papel e celulose ganharam a atenção dos investidores, após anúncio de “corte de oferta” pela APP.  As ações da Fibria e Suzano subiram 6%, enquanto Klabin avançou mais de 2%. 

Do lado negativo, o destaque ficou com os bancos: Santander, Itaú Unibanco, Itaúsa – holding que detém participação do Itaú – e Bradesco fecharam com queda acima de 1%. Na semana, Santander marcou a maior queda do Ibovespa (-10%), após a Qatar Holding anunciar que colocou à venda 80 milhões de units emitidas pelo banco em uma oferta pública de distribuição secundária com esforços restritos no Brasil e no exterior. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira:

Suzano (SUZB5, R$ 13,26, +5,83%) e Fibria (FIBR3, R$ 28,87, +5,71%)
As ações das empresas de papel e celulose – Fibria e Suzano – dispararam quase 6% nesta sessão, liderando os ganhos do Ibovespa, enquanto Klabin subiu mais de 2%, após a APP (Asia Pulp & Paper) informar a seus clientes que a nova fábrica – o projeto OKI – não venderá celulose de fibra curta neste ano. Segundo a notícia, a APP irá manter produção exclusivamente para consumo interno em 2017, até que qualidade da celulose seja ideal para terceiros. “Se confirmado, a notícia é bem positiva para celulose, mudando toda expectativa de oferta/demanda”, comentou o JPMorgan. 

Além disso, mais uma notícia positiva para o setor contribuiu para o movimento hoje. A RISI, agência de informações sobre a indústria global de produtos florestais, menciona que várias fábricas na Ásia serão submetidas à paralisação de manutenção, incluindo o complexo Hainan da APP e sua instalação de Perawang (redução esperada de 100 mil toneladas); a planta Rizhao da Asia Symbol (65 mil toneladas de redução esperada na produção); e a fábrica da Oji Holdings na China. 

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No radar da Klabin, ainda há a notícia de que o escolhido para substituir Fabio Schvartsman, que deixou a companhia para assumir a presidência da Vale, como CEO da empresa será Cristiano Cardoso Teixeira. A decisão ainda será submetida para deliberação do Conselho de Administração da Klabin. Para o BTG Pactual, ainda é necessário aguardar confirmações e detalhes da estratégia, mas a princípio o anúncio deve ter impacto neutro para o papel uma vez que sugere continuidade da gestão.

Vale (VALE3, R$ 29,79, -1,03%; VALE5, R$ 28,21, -1,12%)
As ações da Vale perderam força na reta final de pregão, mas ainda distantes da mínima do dia, quando caíram 3%. No radar, a empresa oscila em meio à uma notícia negativa e uma positiva: enquanto o minério de ferro caiu, um banco estrangeiro elevou a recomendação da mineradora.

Hoje, o minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao fechou hoje em queda de 1,70%, a US$ 80,39 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian recuou 2,82%, a 552 iuanes. 

Por outro lado, a Vale teve recomendação elevada de underperform para neutra pelo BMO, com o preço-alvo do ADR sendo elevado de US$ 7 para US$ 10, o que implica um potencial de valorização de 4,8% em relação ao fechamento de quinta-feira. 

As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,89, -0,50%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 10,89, +1,78%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,95, -0,60%), Usiminas (USIM5, R$ 4,44, +0,45%) e CSN (CSNA3, R$ 9,11, -0,98%) fecharam entre perdas e ganhos hoje. 

Oi (OIBR4, R$ 3,92, -2,49%)

A novela sobre a recuperação judicial da Oi segue sendo destaque. Segundo o Valor, a medida provisória em reta final de elaboração no governo para resolver a crise da companhia prevê a possibilidade de até 36 meses de intervenção na operadora. O interventor terá “plenos poderes” sobre as operações da empresa e a “prerrogativa exclusiva de convocar a assembleia geral nos casos em que julgar conveniente”. 

Já segundo a Folha de S. Paulo, a medida provisória deve ser último alerta para a Oi antes de intervenção.  Sem a MP, a Anatel (agência que regula o setor) nada pode fazer, embora tenha a prerrogativa legal de decretar a intervenção no serviço prestado sob concessão (telefonia fixa). A dificuldade surgiu porque a operadora fundiu todos os serviços prestados em um único caixa, impossibilitando a separação. A agência avalia a necessidade de intervenção também na telefonia móvel, TV e internet, mas a legislação proíbe que isso aconteça, porque são três serviços prestados em regime privado, aponta o jornal.

Por fim, de acordo com o Globo, a Anatel enviou nesta quinta-feira um ofício às empresas de telefonia (Vivo, Claro e TIM, entre outras) para obter mais detalhes sobre o uso da rede que alugam da Oi, Juarez Quadros, presidente da Anatel, explicou que a Superintendência de Controle de Obrigações quer saber qual é o plano B das companhias que alugam a rede da Oi no caso de uma eventual interrupção de serviços.

Petrobras (PETR3, R$ 15,15, +0,33%; PETR4, R$ 14,49, +0,28%)
As ações da Petrobras amenizaram a alta nos minutos finais de pregão, em dia misto para os preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, os contratos futuros do petróleo Brent recuavam 0,42%, a US$ 52,74 o barril, enquanto os futuros do WTI subiam 0,70%, a US$ 50,70 o barril. 

No radar, a diretoria executiva da Petrobras aprovou, ontem a nova carteira de desinvestimentos da empresa.Para a construção da nova carteira é necessário encerramento dos projetos que se encontravam em andamento, cujos contratos de compra e venda ainda não foram assinados, medida esta que também foi aprovada ontem.

Os desinvestimentos encerrados que serão avaliados: cessão dos direitos de um conjunto de campos terrestres, cessão dos diretos de concessões em águas rasas em Sergipe e Ceará, alienação de participação acionária da BR Distribuidora e Alienação de direitos de concessão nos campos de Baúna e Tartaruga Verde e de venda do Campo de Saint Malo no México. A nova carteira será divulgada em até duas semanas; a venda da Liquigás, 90% da NTS e PetroquímicaSuape e Citepe está mantida. As medidas não interferem no cumprimento de meta de parcerias e desinvestimentos estabelecida no Plano Estratégico de US$ 21 bilhões para o biênio 2017/2018, segundo comunicado.

Segundo o Santander, o interesse da Petrobras e do governo brasileiro em
refinarias cria oportunidade para empresa levantar novos montantes. Para os analistas, o montante levantado poderia ser de R$ 2 bilhões a R$ 20 bilhões, dependendo do tamanho da participação nos ativos envolvidos. 

Light (LIGT3, R$ 19,76, -1,15%)
A Light contratou Banco do Brasil, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA e Santander para uma nova oferta de ações (follow on) com esforços restritos – sem a necessidade de registro prévio na Comissão de Valores Mobiliários e direcionada a investidores qualificados, destaca a coluna do Broad, do Estadão. O plano é de que a oferta já aconteça em abril e a ideia é realizá-la no Brasil e também para investidores institucionais nos Estados Unidos. 

Raia Drogasil (RADL3, R$ 58,67, -1,08%) e Hypermarcas (HYPE3, R$ 29,00, -0,89%)
O governo federal autorizou reajuste de até 4,76% nos preços de medicamentos por parte dos fabricantes a partir desde sexta-feira, de acordo com medida publicada no Diário Oficial da União. O percentual iguala-se à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período compreendido entre março de 2016 e fevereiro de 2017, conforme a resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Em 2016, o governo autorizou reajuste de até 12,5 por cento para os medicamentos.

Segundo o BTG Pactual, isso deve levar a uma compressão de margem ebitda para a Raia Drogasil no primeiro semestre de 2017 de 40 pontos-base no primeiro trimestre de 2017 e de 130 pontos-base no segundo trimestre. “De qualquer forma, isso não muda a nossa visão para o case. Acreditamos que o forte poder de barganha da empresa, menores descontos e maturação de novas lojas podem minimizar o impacto”, apontam. Os analistas do banco ainda lembram que elevaram a recomendação para compra na segunda-feira já contemplando nos número (veja mais clicando aqui).

Para a Hypermarcas, eles esperam que 65% do portfólio deva ser impactado, levando a uma queda na margem Ebitda de 90 pontos-base na comparação anual este ano, também impactada pelo aumento em despesas gerais e administrativas. 

Braskem (BRKM5, R$ 31,75, +0,67%)
A Braskem responderá nos Estados Unidos a ação envolvendo a Petrobras, disse a Reuters. A petroquímica terá que responder a maior parte da ação movida por acionistas, disse a agência, citando a decisão do juiz Paul Engelmayer em Nova York. 

Os detentores de ADRs da Braskem podem seguir com as ações contra o ex-presidente Carlos Fadigas por fraude ao omitir que subornos permitiram que Braskem comprassem nafta da Petrobras a preços abaixo do mercado. Mark Gimbel, advogado da Braskem e Fadigas, disse que a companhia vai se defender “vigorosamente”, e que está satisfeita que o juiz arquivou várias outras acusações. 

Engelmayer rejeitou as ações contra a Odebrecht, dizendo que não há conexões suficientes com os EUA para ser processada lá. 

Em 26 de janeiro, a Braskem foi condenada a pagar US$ 632 milhões por caso de corrupção. 

Cemig (CMIG4, R$ 10,32, +0,58%)

A Cemig alterou a data de divulgação do balanço do quarto trimestre de 2016 para 7 de abril. Ontem, a elétrica mineira obteve autorização de seus acionistas em assembleia realizada nesta quinta-feira para ultrapassar metas de alavancagem neste ano, segundo ata do encontro divulgada pela companhia ao mercado. 

A estatal pediu aval aos acionistas para alcançar em 2017 uma dívida de até 4,44 vezes a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), ante uma meta aprovada de 4,12 vezes para o ano passado e uma meta estatutária de 2 vezes.

Tupy (TUPY3, R$ 14,75, -0,34%) e Metal Leve (LEVE3, R$ 21,63, -0,73%)

As ações da Tupy e Metal Leve tiveram a recomendação cortada para neutra pelo UBS. 

Paranapanema (PMAM3, R$ 1,36, +0,74%)
A Paranapanema registrou prejuízo líquido de R$ 37,1 milhões no quarto trimestre de 2016, 111% acima do prejuízo líquido de R$ 17,6 milhões no mesmo trimestre de 2015. Por outro lado, a companhia informou ainda que conseguiu renovar mais uma vez o acordo de standstill com os credores. A prorrogação é válida por 15 dias a partir de 24 de março.