Bovespa-Cetip anunciam nova marca; 3 notícias de Petrobras e prejuízo de R$ 5,3 bi da PDG estão no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com resultados e recomendações. O grande destaque, contudo, fica para o anúncio da nova marca da BM&FBovespa-Cetip após a fusão, além de três notícias sobre a Petrobras. Veja no que se atentar nesta quinta-feira (30):

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip

Após a fusão, a BM&FBovespa-Cetip anunciaram a nova marca, B3-Brasil, Bolsa, Balcão. A “B3 chega para potencializar oportunidades de negócios em um ambiente de mercado dinâmico, desafiador e
competitivo em escala global”, segundo comunicado publicado nos principais jornais e no website da companhia. “Uma empresa maior do que a soma as partes e uma companhia de infraestrutura de mercado de classe mundial e quinta maior do mundo em valor de mercado”, destacou a empresa. 

Às 9h, em São Paulo, a Cetip e a BM&FBovespa realizam coletiva de imprensa para fornecer mais informações sobre a fusão. Em comunicado enviado à CVM, BM&FBovespa convoca AGO e AGE
para 28 de abril, às 11h. Entre os assuntos a serem tratados na AGE está deliberar sobre a alteração da denominação social da companhia para “B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão”. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não pretende prosseguir com o processo de venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde, confirmando o que publicou a Reuters mais cedo nesta quarta-feira.

Já segundo a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo,  alguns acionistas da Petrobras estão reclamando do descumprimento de regras da Lei das SAs. Diz a lei que o não pagamento de dividendos por três anos dá direito a voto no conselho para quem possui ações preferenciais. Consultada, a CVM explica que este assunto foi abordado pela autarquia em 2015, em consequência de dois pedidos de interrupção de assembleias. Ambos foram negados com base na Lei do Petróleo. A conversão permitiria diluição do controle da União, o que a lei não permite.

Por fim, a coluna do Broad destaca que a Petrobras deu o “start” nas tratativas de uma nova captação de bônus no exterior, que deverá se desenrolar na semana que vem. Bancos e assessores já foram contratados. Volume e prazo de vencimento dos papéis, contudo, ainda são desconhecidos. Mas da última vez que acessou esse mercado, a empresa deixou de lado o plano de emitir bônus de 30 anos. Em janeiro, a Petrobrás captou US$ 4 bilhões ao prazo de cinco e dez anos.

 

WEG (WEGE3)

A Weg fechou contrato para construir complexo solar de R$ 450 milhões. A empresa concluiu a assinatura de um contrato com o fundo dinamarquês Nordic Power Partners para a construção de um complexo solar de 90 MW no Brasil, disse João Paulo Gualberto da Silva, diretor de novas energias da Weg.

O complexo solar exige investimentos de aproximadamente R$ 450 milhões, segundo Rafael Brandão, sócio da Rio Alto, que detém participação minoritária no projeto. “Esse é um passo importante para a Weg pois é a entrada da empresa no mercado regulado de energia solar”, disse Silva. “Não somos mais somente uma fornecedora de produtos, mas vamos fornecer as linhas de transmissão, as subestações, os inversores e vamos construir o parque completo.”

Oi (OIBR4)

Destaque para duas notícias sobre Oi. O jornal O Estado de S. Paulo informou que o Conselho da Anatel pretende abrir processo para cassar a concessão de telefonia fixa da Oi. Contudo, na tarde desta quinta, a agência negou por meio de nota de que está prestes a abriu um processo para a cassação da concessão da companhia. 

Já o jornal Folha de S. Paulo informa que a intervenção do governo na Oi  poderá ocorrer já na próxima semana. O alto escalão da Caixa, do Banco do Brasil, da Casa Civil e do Ministério das Comunicações manifestou desagrado em relação ao pouco engajamento dos principais acionistas da operadora para resolver o impasse na empresa. A avaliação é que, apesar de consequências negativas de uma intervenção, ela seria melhor do que pegar uma companhia ainda mais devastada adiante.

PDG (PDGR3)

A PDG Realty, incorporadora que está em recuperação judicial, anunciou prejuízo líquido de R$ 2,440 bilhões no quarto trimestre de 2016, número 23,9% pior que o valor de R$ 1,969 bilhão no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2016, o prejuízo aumentou em 92%, para R$ 5,307 bilhões, de R$ 2,764 bilhões em 2015.

A receita líquida da companhia foi de R$ 72 milhões no período, queda de 44,7% sobre o quarto trimestre de 2015. No ano, a queda foi de 86%, para R$ 247,229 milhões, ante receita de R$ 1,824 bilhão em 2015. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ficou negativo em R$ 2,251 bilhões, 51% menor que o de R$ 1,491 bilhão também negativo no quarto trimestre de 2015.

Em 2016, a empresa teve Ebitda negativo de R$ 4,422 bilhões, 165% maior que o de R$ 1,664 bilhão também negativo em 2015. A margem Ebitda não foi divulgada em nenhum dos períodos (trimestre ou anual). No quarto trimestre, as despesas financeiras líquidas foram de R$ 287 milhões, 7% acima do mesmo intervalo do ano anterior, ao passo que em 2016 as despesas financeiras totalizaram R$ 932 milhões, redução de 3% sobre 2015.

JHSF (JHSF3)

A JHSF reverteu o lucro líquido de R$ 88,6 milhões do quarto trimestre de 2015 e divulgou prejuízo de R$ 204,9 milhões no mesmo período de 2016. No total do ano passado, o prejuízo foi de R$ 250,6 milhões, ante lucro de R$ 109,7 milhões em 2015. Segundo informou a empresa em informe de resultados, os três últimos meses do ano passado foram impactados por eventos não recorrentes derivados de venda de ativos (internacionais e shopping centers), além de impactos decorrentes de distratos e provisionamento para empreendimento embargado.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 200 milhões, ante um valor positivo de R$ 230,2 milhões em igual intervalo de 2015. No acumulado do ano, foi negativo em R$ 1,8 milhões, contra um número positivo de R$ 447,4 milhões em 2015. A JHSF também divulga o Ebitda ajustado, que foi positivo em R$ 37,6 milhões no quarto trimestre de 2016 e em R$ 249,9 milhões no total do ano.

A receita líquida caiu 44% do quarto trimestre de 2015 para 2016, para R$ 80,9 milhões, enquanto no total do ano o recuo foi de 39%, para R$ 384,6 milhões. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 75,8 milhões de outubro a dezembro do ano passado e em R$ 286,3 milhões em 12 meses.

CCR (CCRO3)

A CCR informou que não há qualquer proposta ou contrato vinculante com Invepar. O esclarecimento ocorre em decorrência de uma matéria da véspera do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, que afirmou que o grupo teria preparado uma oferta para comprar a Invepar. 

Klabin (KLBN11)

A  Klabin teve a recomendação elevada de neutra para outperform pelo Itaú BBA, com preço justo de R$ 20,00 por ação. De acordo com os analistas do banco, os múltiplos atuais oferecem uma relação risco-retorno atrativa. Além disso, a empresa está exposta positivamente ao cenário de recuperação do Brasil. 

Prumo (PRML3)

A controladora EIG manifestou intenção em prosseguir com a OPA para a aquisição de ações em circulação,
para cancelamento de registro da Categoria A da Prumo, bem como saída do segmento especial de listagem do Novo Mercado, segundo comunicado. O preço por ação na oferta foi elevado de R$ 10,51 para R$ 10,53 “em razão de determinadas revisões ao Laudo de Avaliação feitas pelo avaliador de acordo com solicitações
feitas pela BM&FBovespa”.

Paranapanema (PMAM3)

A Paranapanema adiou a divulgação de Demonstrações Financeiras 2016. O adiamento “excepcional” ocorre “em função de novas evoluções no processo de reperfilamento da dívida da companhia e readequação de sua estrutura de capital, as quais a administração acredita que poderiam impactar, positivamente, o parecer dos auditores independentes”, segundo comunicado. A Paranapanema disse ainda que mantém em 28 de abril a data prevista para realização de AGO e AGE. A companhiavai tratar, entre outros assuntos, da postergação
do pagamento dos dividendos declarados na AGO de 29 de abril de 2016, no montante de R$ 24,2 milhões, “tendo em vista que tal pagamento permanece incompatível com a situação financeira atual da companhia”

 

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV anunciou que o pagamento dos dividendos de R$ 0,34 por ação serão disponibilizados nesta quinta-feira (30). O total da remuneração ficou em R$ 150.075.042,56 baseado na posição acionária do dia 03 de março.

Banrisul (BRSR6)
O Banrisul propôs o pagamento de R$ 16.677.064,42 em dividendos, com o tema sendo debatido em assembleia no dia 28 de abril, data que também servirá de base para o pagamento. O banco também convocou Assembleia para a data para deliberar o aumento de capital de R$ 250 milhões mediante o aproveitamento das reservas de expansão e estatutárias.

Eletropaulo (ELPL4)
A Eletropaulo informou que vendeu todas as 7.947 ações preferenciais ofertadas em leilão realizado na BM&FBovespa no dia 14 de março. Em relação às ações ordinárias, a companhia disse que continuará realizando quantos leilões forem necessários para vender a totalidade ofertada, de 14.238 papéis.

A operação acontece no âmbito da cisão parcial da AES Elpa e incorporação do acervo cindido pela Eletropaulo aprovada em 23 de dezembro. A cisão e a incorporação fazem parte da reestruturação das duas empresas e da Brasiliana Participações. Com a mudança, a Eletropaulo passa a ser controlada diretamente pela AES Brasil e pelo BNDES.

BR Malls (BRML3)
O Conselho de Administração da BR Malls deliberou, por unanimidade, dar início à sucessão do atual diretor-presidente da companhia, com a indicação de Ruy Kameyama para o cargo. Segundo a companhia, o processo será concluído até 02 de maio.

Viver (VIVR3)
A Viver, primeira incorporadora listada na bolsa em processo de recuperação judicial, encerrou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo líquido de R$ 102,2 milhões, montante 11,5% maior do que o prejuízo de R$ 91,7 milhões registrado no mesmo trimestre de 2015. Em 2016, o prejuízo totalizou R$ 347,1 milhões, uma piora de 33,1% frente a 2015.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi negativo em R$ 96,1 milhões no quarto trimestre de 2016, piora de 128,3% na comparação anual. Em 2016, o Ebitda ajustado também ficou negativo, em R$ 201,7 milhões, deterioração de 130,6%.

A receita líquida no quarto trimestre foi negativa em R$ 4,2 milhões, uma reversão frente ao faturamento de R$ 10,5 milhões um ano antes. Em 2016, a receita líquida também ficou negativa, totalizando R$ 17,9 milhões, enquanto em 2015 teve faturamento de R$ 112 milhões.

A receita líquida negativa é explicada pelos cancelamentos de vendas de imóveis ocorridos durante o ano, que totalizaram R$ 140,7 milhões. Esse foi o principal motivo para o prejuízo da companhia.

O prejuízo da Viver também reflete a baixa atividade de lançamento e venda de imóveis, que impede a diluição de custos fixos. A incorporadora também sofreu com os cortes no projeto Residencial Belvedere. Outro impacto negativo veio das reduções de valores de terrenos cujos lançamentos foram postergados e imóveis negociados com descontos. Por fim, foram feitas novas provisões para demandas judiciais.

A Viver não lançou nenhum novo empreendimento imobiliário em 2016, em linha com sua estratégia de preservação de caixa, e direcionar os esforços no seu processo de reestruturação, na monetização dos recebíveis e do estoque vigente.

As vendas contratadas brutas de imóveis no quarto trimestre de 2016 foram de R$ 17,9 milhões. Como o volume de distratos foi de R$ 9,2 milhões, as vendas líquidas chegaram a R$ 8,7 milhões. Já no acumulado de 2016, a empresa teve mais devoluções do que vendas de imóveis. No ano, as vendas contratadas brutas foram de R$ 93,1 milhões e as vendas contratadas líquidas foram negativas R$ 47,6 milhões.

Ao final de 2016, a Viver possuía R$ 1,17 bilhão de dívida total e R$ 33,1 milhões em disponibilidade de caixa.

(Com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.