BRF anuncia mudanças de gestão após Carne Fraca; recomendações, 3 balanços e mais notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (29)

Lara Rizério

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CORREÇÃO: NÃO HOUVE MUDANÇAS DE RECOMENDAÇÃO PARA CESP, QGEP E MDIAS BRANCO PELO ITAÚ BBA, AO CONTRÁRIO DO QUE INFORMAMOS MAIS CEDO. 

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para resultados e recomendações. Mudanças na BRF também estão no radar. Confira os destaques desta quarta-feira (29):

Braskem (BRKM5)

 A petroquímica Braskem informou na noite de terça-feira que ainda não conseguiu terminar o balanço financeiro auditado de 2016, diante da complexidade da avaliação de seus processos e controles internos após acordos de leniência com autoridades globais, em meio à operação Lava Jato.

Em fevereiro, a Braskem divulgou resultado não auditado que apontava para prejuízo líquido de 2,637 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado. Na ocasião, a empresa tinha adiado para 29 de março a publicação do balanço auditado.

“A Braskem (…) reitera que não espera alterações relevantes em relação aos resultados não auditados divulgados anteriormente”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.

BRF (BRFS3)

A companhia de alimentos BRF contratou o executivo Alexandre Almeida, ex-presidente da empresa de laticínios Itambé, para comandar seus negócios no mercado brasileiro, informou a maior exportadora de carne de frango do mundo na terça-feira. 

Segundo a BRF, além de dirigir os negócios da companhia no Brasil, Almeida será responsável por “conduzir o processo de integração e dar sequência às iniciativas prioritárias já em curso”. 

Almeida substituirá Rafael Ivanisk que, segundo a BRF, decidiu sair da empresa por razões pessoais. Ivanisk atuava em conjunto com Leonardo Byrro, que agora passará à vice-presidência de rede de suprimentos. “Essa nova configuração permite um foco adicional na gestão agroindustrial”, afirmou a BRF no comunicado.

A BRF afirmou ainda que a área de “Qualidade Global” passará a ser reportar diretamente ao presidente-executivo, Pedro Faria. “A agenda estratégica global de marketing e inovação fica sob a liderança de Pedro Navio, ex-presidente da RedBull para América Latina, recém-chegado à companhia”, disse a BRF.

Conforme o comunicado, foram criadas a Gestão de Resposta e a Gestão do Negócio. A primeira, multidisciplinar, será comandada pelo executivo Simon Cheng e terá a função de assessorar o Comitê Especial de Resposta. “Dessa forma, Pedro Faria volta seu foco para a gestão dos negócios da BRF e suas funções como CEO”. A companhia esclarece que essa estrutura é provisória, “mas poderá permanecer ativa pelo tempo que a companhia julgar necessário”. 

De acordo com a BRF, a mudança ocorre para “fortalecer as operações nacionais e globais da companhia para melhor servir seus clientes e sustentar seu crescimento” e, ainda, “permitir que a companhia continue dando respostas ágeis e transparentes aos desafios que vem enfrentando desde a deflagração da Operação Carne Fraca e aos consequentes impactos gerados por ela no agronegócio brasileiro”.

CCR (CCRO3)

Segundo a coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o grupo CCR, que administra, entre outros negócios, a Dutra, prepara uma oferta para comprar a Invepar. Ela, que administra, por exemplo, o Aeroporto de Guarulhos e a Linha Amarela, pertence a um grupo de fundos de pensão e aos credores da OAS, diz o colunista.

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)

A BM&FBovespa nomeou Roberto Belchior para o conselho da bolsa da
Colômbia. “Agora temos a oportunidade de participar das decisões da Bolsa de Valores da Colômbia. Precisamos trabalhar para identificar sinergias, oportunidades de negócios e troca de experiências entre os centros financeiros da região,
promovendo o crescimento e o desenvolvimento de mercados, produtos e serviços”, disse Belchior no comunicado. 

Em relação à fusão da BM&FBovespa com a Cetip, o futuro presidente da nova companhia, Gilson Finkelsztain já deve assumir a partir desta quarta-feira o cargo de diretor-executivo de integração, enquanto Edemir Pinto permanece no cargo de presidente da bolsa até o fim de abril. As empresas comunicaram ainda que “os acionistas da Cetip no encerramento do pregão de 29 de março receberão, para cada ação ordinária de Cetip de sua propriedade, uma ação ordinária e três ações preferenciais resgatáveis de emissão da Companhia São José Holding”.

Cemig (CMIG4)

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell revogou uma liminar concedida no início do mês que autorizava a elétrica mineira Cemig a seguir como operadora da hiderelétrica de São Simão nos termos originais do contrato de concessão da usina, que venceu em 2015.

De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, a decisão permite que a concessão da hidrelétrica seja retomada pela União, que pretende relicitar o empreendimento para arrecadar recursos para o Tesouro por meio da cobrança de bônus de outorga na licitação.

 Cesp (CESP6)

Segundo o Valor, o governo de São Paulo, controlador da Cesp, está negociando com a União a utilização de um dispositivo da Lei 9.074/95 (Lei das Privatizações) para antecipar a renovação da concessão da usina de Porto Primavera – que vence em 2028. O objetivo é aumentar o valor da estatal no processo de privatização, garantindo que a quarta tentativa de venda seja bem-sucedida. A decisão final depende de uma avaliação financeira do modelo do negócio. Se a companhia julgar que este modelo, que prevê o pagamento de outorga, não compensa a renovação da concessão, vai desistir da ideia.

Segundo o BTG, a notícia é positiva por 2 aspectos: confirma o interesse do Governo em vender a Cesp e a maturidade da discussão sobre a extensão.

CORREÇÃO: Recomendações

A Bloomberg corrigiu a informação e destacou que o Itaú BBA não fez mudanças de recomendação para M.Dias Branco (MDIA3), QGEP (QGEP3) e CESP, como constava na matéria até às 9h48. 

Já o BTG Pactual destacou otimismo com o setor de shopping center e elevou recomendação de Iguatemi para compra, mantendo Multiplan como top pick. A recomendação é de compra para BR Malls e neutra para Aliansce. 

Copel (CPLE6)

A estatal paranaense de energia Copel registrou prejuízo líquido de 109,8 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de 402,1 milhões de reais no mesmo período de 2015 devido principalmente a baixas contábeis em ativos de geração. A companhia, com negócios em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de telecomunicações e gás natural, fez provisões totais de 603,7 milhões de reais, sendo 567,1 milhões de reais em provisões para perdas com usinas.

Segundo a Copel, os ativos que mais contabilizaram baixas foram o complexo eólico Cutia, a hidrelétrica Baixo Iguaçu e as termelétricas Araucária e Figueira. A elétrica também atribuiu o pior desempenho em parte a uma queda no mercado de sua unidade Copel Distribuição, que teve retração de 2 por cento no trimestre e no ano, se considerado o consumo de clientes da distribuidora e de consumidores livres em sua área de concessão.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 254,3 milhões de reais no quatro trimestre, com recuo de 78,4 por cento ante os 1,176 bilhão de reais do mesmo período do ano anterior.

A receita operacional líquida da companhia caiu 3,6 por cento no trimestre ante 2015, a 3,4 bilhões de reais. No ano, a Copel teve lucro líquido de 947,8 milhões de reais, um resultado 25 por cento inferior ao registrado em 2015.

Tupy (TUPY3)

A Tupy registrou prejuízo líquido de R$ 179 milhões no quarto trimestre, impactado pelo impairment de ativos imobilizados e intangíveis – sem efeito caixa, diz a companhia. O resultado do ano passado era de lucro de R$ 37,8 milhões. No ano de 2016, o prejuízo foi de R$ 181,5 milhões. Já as receitas caíram 10,3%, a R$ 781,7 milhões, ante estimativa de R$ 789 milhões. 

O Itaú BBA aponta que os resultados foram “fracos, mas foco do mercado será
o anúncio de R$ 200 milhões em dividendos, que se traduz em 3,4% de dividend yield”. 

Triunfo (TPIS3)

A Triunfo Participações e Investimentos registrou prejuízo líquido de R$ 194,1 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o lucro de R$ 59,6 milhões contabilizado no mesmo período de 2015. No critério pró-forma, que desconsidera o resultado dos ativos de energia Rio Verde e Rio Canoas, o lucro líquido da Triunfo nos três últimos meses de 2015 foi de R$ 58,4 milhões.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia recuou 46,4% entre outubro e dezembro de 2016 ante o mesmo intervalo de 2015, somando R$ 222,724 milhões – os ajustes levam em conta as provisões para manutenção, despesas não recorrentes, participação dos acionistas não controladores e equivalência patrimonial. Na comparação com o Ebitda ajustado pró-forma do quarto trimestre de 2015, a queda foi de 44%.

A receita líquida ajustada, por sua vez, totalizou R$ 392,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma alta de 3,9% ante o resultado dos três últimos meses do ano anterior e um avanço de 13,7% na comparação com a receita líquida ajustada pró-forma do quarto trimestre de 2015.

O resultado financeiro no trimestre ficou negativo em R$ 216 milhões, montante 7,9% menor que os R$ 234,6 milhões negativos contabilizados há um ano – na comparação com o resultado financeiro pró-forma entre outubro e dezembro de 2015, a diminuição foi de 2,4%.

 A Triunfo ainda contratou assessores legais e financeiros para vender sua participação em alguns ativos. A companhia pretende vender sua fatia na Aeroportos Brasil, na Terminais Portuários de Navegantes (Portonave), na Tijoá Participações e Investimentos e no Centro de Soluções Estratégicas (CSE).

Oo objetivo é reduzir o seu grau de endividamento. Nas demonstrações financeiras de 2016, a companhia já classificou os investimentos realizados nas controladas que pretende vender na rubrica “Participações a comercializar”.  

Embraer (EMBR3)

Segundo o jornal Valor Econômico, a Tempo Capital apresentou chapa alternativa para o conselho de administração da Embraer e alega que a companhia não incluiu a candidatura no “proxy” de votação dos titulares de American Depositary Receipts (ADRs) – representantes de 53% do capital social. O proxy é a plataforma pela qual os donos de ADRs conseguem votar nas assembleias. O fundo de investimento apresentou uma reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que solicita “condições mínimas” para que as duas chapas possam disputar os interesses dos acionistas com a “mesma transparência, divulgação e tratamento que foram conferidos à proposta da administração”.

Oi (OIBR4)

A Oi apresentou na terça-feira o novo plano de recuperação judicial à 7ª Vara Empresarial da Comarca do Estado do Rio de Janeiro, onde tramita o processo da operadora e suas controladas, segundo comunicado divulgado na véspera.

Em 22 de janeiro, a empresa divulgou ao mercado ajustes ao plano de recuperação inicialmente apresentado em setembro.

Light (LIGT3)

A elétrica Light considera a possibilidade de realizar uma oferta pública primária de ações no Brasil, com esforços restritos de distribuição, e no exterior, para investidores nos Estados Unidos.

Segundo a Light, a oferta “poderá ter ainda uma parcela secundária com a eventual participação de acionistas da companhia”.

A companhia ressaltou, no entanto, que a operação “está sujeita às condições do mercado de capitais brasileiro e internacional, às aprovações regulatórias aplicáveis e às aprovações societárias da companhia e de acionistas vendedores”.

A Light é controlada pela mineira Cemig, que tem passado por uma reestruturação com o objetivo de reduzir dívidas. A Reuters publicou na semana passada que a Cemig pretende reduzir sua fatia na Light com a venda de ações da companhia no mercado.

 PetroRio (PRIO3)

Depois de concluir a compra de 100% da Brasoil, este mês, a PetroRio pretende voltar ao mercado e está otimista em fechar mais uma ou duas novas aquisições ao longo deste ano, informa o Valor. “A Petrobras tem ativos muito interessante, mas não queremos, como estratégia de negócio, depender só da Petrobras para crescer. Estamos olhando outras empresas que estão recalibrando seus portfólios”, disse o diretor Financeiro, de Novos Negócios e de Relações com Investidores, Blener Mayhew, ao Valor.

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau assinou contrato de joint venture com Putney Capital Management a partir da venda de 50% de sua participação na Gerdau Diaco. Os ativos da nova empresa são unidades industriais de aços longos da Gerdau na Colômbia, com capacidade anual instalada de aço de 674 mil toneladas. A transação atribuiu à joint venture valor econômico de US$ 165 milhões; a conclusão da transação ainda depende do cumprimento pelas partes de algumas condições contratuais precedentes. 

Segundo a Gerdau, a transação está alinhada ao processo de otimização de ativos da companhia, com foco em rentabilidade e redução de alavancagem financeira.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.