13 ações e um setor para ficar de olho no início do pregão desta quarta

Confira o que ficar de olho no noticiário desta quarta-feira (29)

Lara Rizério

Bolsa registra leve baixa em meio a indefinições políticas (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – Os olhos do mercado brasileiro se voltam para o anúncio das medidas do governo para equilibrar o Orçamento, enquanto o noticiário corporativo também é movimentado, com recomendações e balanços no radar. No exterior, o mercado fica de olho no início do Brexit e fala de dirigentes do Federal Reserve. Confira os destaques desta quarta-feira (29): 

1. Ações para monitorar
BRF 
(BRFS3): A companhia de alimentos BRF contratou o executivo Alexandre Almeida, ex-presidente da empresa de laticínios Itambé, para comandar seus negócios no mercado brasileiro. Além de dirigir os negócios da companhia no Brasil, Almeida será responsável por “conduzir o processo de integração e dar sequência às iniciativas prioritárias já em curso”. Almeida substituirá Rafael Ivanisk que, segundo a BRF, decidiu sair da empresa por razões pessoais. Ivanisk atuava em conjunto com Leonardo Byrro, que agora passará à vice-presidência de rede de suprimentos. 
CCR (CCRO3): Segundo a coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o grupo CCR, que administra, entre outros negócios, a Dutra, prepara uma oferta para comprar a Invepar. Ela, que administra, por exemplo, o Aeroporto de Guarulhos e a Linha Amarela, pertence a um grupo de fundos de pensão e aos credores da OAS, diz o colunista.
Cemig (CMIG4): O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell revogou uma liminar concedida no início do mês que autorizava a elétrica mineira Cemig a seguir como operadora da hiderelétrica de São Simão nos termos originais do contrato de concessão da usina, que venceu em 2015. De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, a decisão permite que a concessão da hidrelétrica seja retomada pela União, que pretende relicitar o empreendimento para arrecadar recursos para o Tesouro por meio da cobrança de bônus de outorga na licitação.
Cesp (CESP6): Segundo o Valor, o governo de São Paulo, controlador da Cesp, está negociando com a União a utilização de um dispositivo da Lei 9.074/95 (Lei das Privatizações) para antecipar a renovação da concessão da usina de Porto Primavera – que vence em 2028. Segundo o BTG, a notícia é positiva por 2 aspectos: confirma o interesse do Governo em vender a Cesp e a maturidade da discussão sobre a extensão. 
Shopping centers: O BTG Pactual destacou otimismo com o setor de shopping center e elevou recomendação de Iguatemi (IGTA3) para compra, mantendo Multiplan (MULT3) como top pick. A recomendação é de compra para BR Malls (BRML3) e neutra para Aliansce (ALSC3). 
Copel (CPLE6): A estatal paranaense de energia Copel registrou prejuízo líquido de 109,8 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de 402,1 milhões de reais no mesmo período de 2015 devido principalmente a baixas contábeis em ativos de geração. 
Tupy (TUPY3): A Tupy registrou prejuízo líquido de R$ 179 milhões no quarto trimestre, impactado pelo impairment de ativos imobilizados e intangíveis – sem efeito caixa, diz a companhia. O resultado do ano passado era de lucro de R$ 37,8 milhões. No ano de 2016, o prejuízo foi de R$ 181,5 milhões. O Itaú BBA aponta que os resultados foram “fracos, mas foco do mercado será o anúncio de R$ 200 milhões em dividendos, que se traduz em 3,4% de dividend yield”. 
Triunfo (TPIS3): A Triunfo Participações e Investimentos registrou prejuízo líquido de R$ 194,1 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o lucro de R$ 59,6 milhões contabilizado no mesmo período de 2015. No critério pró-forma, que desconsidera o resultado dos ativos de energia Rio Verde e Rio Canoas, o lucro líquido da Triunfo nos três últimos meses de 2015 foi de R$ 58,4 milhões.
Embraer (EMBR3): Segundo o jornal Valor Econômico, a Tempo Capital apresentou chapa alternativa para o conselho de administração da Embraer e alega que a companhia não incluiu a candidatura no “proxy” de votação dos titulares de American Depositary Receipts (ADRs) – representantes de 53% do capital social. O proxy é a plataforma pela qual os donos de ADRs conseguem votar nas assembleias. O fundo de investimento apresentou uma reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que solicita “condições mínimas” para que as duas chapas possam disputar os interesses dos acionistas com a “mesma transparência, divulgação e tratamento que foram conferidos à proposta da administração”.
Light (LIGT3): A elétrica Light considera a possibilidade de realizar uma oferta pública primária de ações no Brasil, com esforços restritos de distribuição, e no exterior, para investidores nos Estados Unidos. Segundo a Light, a oferta “poderá ter ainda uma parcela secundária com a eventual participação de acionistas da companhia”.
PetroRio (PRIO3): Depois de concluir a compra de 100% da Brasoil, este mês, a PetroRio pretende voltar ao mercado e está otimista em fechar mais uma ou duas novas aquisições ao longo deste ano, informa o Valor. “A Petrobras tem ativos muito interessante, mas não queremos, como estratégia de negócio, depender só da Petrobras para crescer. Estamos olhando outras empresas que estão recalibrando seus portfólios”, disse o diretor Financeiro, de Novos Negócios e de Relações com Investidores, Blener Mayhew, ao Valor.
Gerdau (GGBR4): A Gerdau assinou contrato de joint venture com Putney Capital Management a partir da venda de 50% de sua participação na Gerdau Diaco. Os ativos da nova empresa são unidades industriais de aços longos da Gerdau na Colômbia, com capacidade anual instalada de aço de 674 mil toneladas. A transação atribuiu à joint venture valor econômico de US$ 165 milhões; a conclusão da transação ainda depende do cumprimento pelas partes de algumas condições contratuais precedentes. Segundo a Gerdau, a transação está alinhada ao processo de otimização de ativos da companhia, com foco em rentabilidade e redução de alavancagem financeira.
BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3): A BM&FBovespa nomeou Roberto Belchior para o conselho da bolsa da Colômbia. Em relação à fusão da BM&FBovespa com a Cetip, o futuro presidente da nova companhia, Gilson Finkelsztain já deve assumir a partir desta quarta-feira o cargo de diretor-executivo de integração, enquanto Edemir Pinto permanece no cargo de presidente da bolsa até o fim de abril. As empresas comunicaram ainda que “os acionistas da Cetip no encerramento do pregão de 29 de março receberão, para cada ação ordinária de Cetip de sua propriedade, uma ação ordinária e três ações preferenciais resgatáveis de emissão da Companhia São José Holding”.

 

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  1. 2. Bolsas mundiais
    Em um dia histórico para o Brexit, em que o Reino Unido inicia o processo de separação da União Europeia, a sessão é mista para as bolsas do continente europeu. Os mercados por lá também ficam de olho nos EUA, monitorando as ações do presidente Donald Trump, que tenta retomar agenda de reforma tributária. Além disso, os investidores ficam de olho na fala de dirigentes do Federal Reserve. 

Na Ásia, os mercados acionários da China recuaram  pelo terceiro dia consecutivo, em meio a preocupações com a liquidez e políticas mais rígidas e com o mercado monetário registrando saída de fluxo pelo quarto dia consecutivo, após o banco central não ter realizado operações no mercado aberto. O banco central não realizou operações no mercado aberto pelo quarto dia consecutivo, dizendo que os níveis de liquidez permanecem “apropriados”.  Já o restante da região apresento ganhos, com os investidores deixando de lado a decepção com o revés sofrido pelo projeto de lei sobre o sistema de saúde de Trump. Agora eles passaram a se concentrar nas perspectivas melhores de crescimento global.

Por fim, no mercado de commodities, o petróleo sobe com paralisação de oleoduto líbio; cobre sobe e níquel recua; já o minério de ferro em Dalian sobe após bater no menor nível em 11 semanas acompanhando alta do aço. 

Às 8h12, este era o desempenho dos principais índices:

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*FTSE 100 (Reino Unido) -0,16%

*CAC-40 (França) +0,12%

*DAX (Alemanha) +0,36%

*Xangai (China) -0,36% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,19% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,08% (fechado)

*Petróleo brent +0,60%, a US$ 51,64 o barril

*Petróleo WTI +0,50%, a US$ 48,61 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +0,29%, a US$ 82,25 iuanes

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +3,44%, a 571 iuanes

3. Agenda

O destaque doméstico fica com a nota de política monetária e operações de crédito de fevereiro, que o BC divulga às 10h30. Mais cedo, às 9h, sai a Pesquisa Mensal de Serviços de janeiro e, às 12h30, o fluxo cambial semanal. Chama a atenção ainda a fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que deve ter impacto na curva de juros: ele concedeu uma entrevista ao The Nikkei, onde deu uma forte indicação de que cortes maiores de juros pode ser uma opção diante de uma inflação que cai mais rápido que o esperado. Segundo o economista, o BC está analisando fatores como “expectativas de inflação e atividade econômica, estamos abertos a tomar qualquer decisão” (veja mais clicando aqui). 

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Nos Estados Unidos, foco nas vendas pendentes de moradias referentes a fevereiro, às 11h, e os estoques de petróleo, às 11h30. Além disso, investidores monitoram as falas dos presidentes regionais do Fed Charles Evans, de Chicago, às 10h20, Eric Rosengren, de Boston, às 12h30, e John Williams, de São Francisco, às 14h15.

4. Adiamentos: corte no Orçamento, impostos e reforma da Previdência

O mercado deve acompanhar de perto o anúncio a ser feito pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, a respeito do corte do Orçamento e de uma possível elevação de impostos para cobrir o rombo de R$ 58 bilhões das contas públicas em 2017. Esperado para a semana passada, o comunicado foi adiado para esta terça-feira (28) e novamente postergado. Segundo o ministério da Fazenda, a equipe econômica concederá uma entrevista coletiva nesta quarta-feira sobre o assunto.

Segundo o jornal Valor Econômico, para cobrir o rombo, haverá compensação em torno de R$ 8,6 bilhões de precatórios não sacados; mais entre R$ 8,5 bilhões e R$ 10 bilhões em dinheiro novo da devolução de três hidrelétricas da Cemig para a União e entre R$ 5 bilhões a R$ 8 bilhões a título de reoneração da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento das empresas, além do fim da isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cooperativas de crédito, o que deve agregar mais R$ 1 bilhão à conta. Veja mais clicando aqui. 

5. Reforma da Previdência e TSE

Além disso, destaque para o cronograma da reforma da Previdência. Nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que espera votar a pauta no plenário da casa no início de maio – e não mais em abril, como era previsto anteriormente. Chama a atenção ainda a notícia da Folha de S. Paulo que aponta as 4 condições que o PSDB impôs para apoiar a reforma da previdência (veja mais clicando aqui). 

Por fim, atenção ao julgamento da ação da chapa Dilma-Temer. O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, anunciou na terça que a chapa Dilma-Temer começará a ser julgada na manhã da próxima terça-feira (4). 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.