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SÃO PAULO – Após acumular uma semana negativa, o Ibovespa Futuro iniciou a segunda-feira (27) em queda expressiva, acompanhando o movimento de cautela dos mercados internacionais. Às 9h07 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em abril operavam com variação negativa de 1,23%, a 63.600 pontos. No radar dos investidores segue a incerteza com relação à política nos Estados Unidos após a derrota sofrida pelo governo Donald Trump em seu plano de alteração no sistema de saúde, além do monitoramento da recuperação gradual nas atividades do setor frigorífico com a reabertura de mercados importantes.
No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 acumulavam recuo de 1 ponto-base, a 9,86, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 caíam 2 pontos-base, a 9,86%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em abril subiam 0,18%, sinalizando cotação de R$ 3,120.
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Bolsas mundiais
A segunda-feira começa com aversão a risco nos mercados, com os investidores inseguros com a capacidade política do governo de Donald Trump de implementar sua agenda econômica. Os preços das ações e commodities recuaram de forma generalizada, o que favoreceu os bônus do Tesouro Americano, conforme destaca a LCA Consultores. Na avaliação da consultoria, agora o governo parte para a importante reforma tributária, que é um tema que conta com maior apoio no Partido Republicano. Entretanto, o revés na reforma da Saúde e a forte divisão dentro do partido governista aumentam as incertezas com a capacidade política de se chegar a um consenso. Já a Opep sinalizou que poderá estender o corte da produção, em função do fato de que a metade dos doze países membros do cartel pleiteia por mais tempo para reduzir os seus estoques de óleo. Esse pedido foi feito por Kuwait, Argélia e Venezuela. Rússia e Omã, que não pertencem ao cartel também apoiaram a medida. A proposta é conceder mais seis meses e uma decisão final será tomada na reunião da Opep no dia 25 de maio. Contudo, em meio a incertezas sobre o corte da produção, o dia é de queda para o petróleo. Na Ásia, os mercados acionários da China caíram nesta segunda-feira, com o otimismo sobre os dados mostrando aumento dos lucros nas indústrias ofuscados por novas restrições imobiliárias e sinais de que a política monetária pode ser apertada ainda mais. Este era o desempenho dos principais índices: *FTSE 100 (Reino Unido) -0,73% *CAC-40 (França) -0,34% *DAX (Alemanha) -0,75% *Xangai (China) -0,08% (fechado) *Hang Seng (Hong Kong) -0,68% (fechado) *Nikkei (Japão) -1,44% (fechado) *Petróleo brent -0,49%, a US$ 50,55 o barril *Petróleo WTI -0,77%, a US$ 47,60 o barril *Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -4,10%, a US$ 81,57 a tonelada *Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -5,17%, a 550 iuanes Relatório Focus
As expectativas dos economistas consultados pelo Banco Central sobre os principais indicadores brasileiros mostraram tom mais otimista conforme aponta o relatório Focus da última semana, divulgado na manhã desta segunda-feira. De acordo com o levantamento, a mediana das projeções para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) recuaram de 4,15% para 4,12% em 2017 e se mantiveram em 4,50% no ano seguinte. Para a taxa de câmbio também houve uma pequena mudança, com a mediana das projeções recuando de R$ 3,29 para R$ 3,28 neste ano, mas mantendo-se em R$ 3,40 para 2018. Já do lado da atividade econômica, as expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) apresentaram leve queda de 0,48% para 0,47% neste ano, ao passo que para o ano seguinte continuaram em 2,50%. Também houve alteração nas apostas dos economistas consultados pelo BC para a balança comercial, indo de US$ 48,10 bilhões para US$ 49,50 bilhões neste ano e de US$ 40 bilhões para US$ 41,20 bilhões no ano seguinte. A mediana das projeções para a taxa básica de juros — a Selic –, por sua vez, continuo em 9% em 2017 e em 8,50% no ano seguinte. Entre os cinco economistas que mais acertam em suas projeções — o chamado “top 5” — a mediana das estimativas para o IPCA seguiram em 3,90% para este ano e 4,50% para o seguinte, assim como a taxa de câmbio em R$ 3,35 e R$ 3,50, respectivamente. Já para a Selic, houve leve recuo de 9% para 8,88% neste ano, enquanto em 2018 seguiram em 8,50%. Agenda de indicadores
A agenda doméstica é dominada por indicadores do Banco Central. Na quinta-feira, sai o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), que, a partir desta edição, passa a ser divulgado às 8h. Na sexta-feira, às 8h30, será apresentado o IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central) de janeiro, considerado uma espécia de prévia do PIB brasileiro. A LCA Consultores estima uma queda de 0,2% na margem e na comparação interanual. Além disso, a autoridade monetária divulga também as notas de mercado aberto, na terça-feira, de política monetária e operação de crédito, na quarta-feira, e de política fiscal, na sexta-feira, todas às 10h30. Ainda no Brasil, o Tesouro divulga o Relatório Mensal da Dívida Pública, na terça, e o Resultado Primário do Governo Central, na quinta, ambos sem horário definido, além de realizar o leilão tradicional de LTN e NTN-F e o resgate antecipado de NTN-F, na quinta-feira, às 11h30. Na sexta-feira, sai a taxa de desemprego de março, medida pela Pnad Contínua. Ao longo da semana, mas sem data definida, são esperados os números da arrecadação federal de impostos. No exterior, destaque para o PIB dos Estados Unidos, na quinta-feira, às 9h30, e para os dados de inflação medida pelo PCE, na sexta-feira, no mesmo horário. Na terça-feira, às 13h50, os investidores acompanham a fala de Janet Yellen, às 13h50, e outros dez discursos de presidentes regionais do Fed ao longo da semana. Na Europa, a sexta-feira traz a taxa de desemprego da Alemanha, Às 4h55, o PIB do Reino Unido, às 5h30, e o CPI da zona do euro, às 6h. Na Ásia, foco nos PMIs Industrial e de Serviços da China, na quinta-feira, às 22h, e para o balanço em conta corrente de março, ainda sem data definida. Política em Brasília
Em Brasília, os destaques são o anúncio do corte de gastos do governo e um possível aumento de impostos que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia na terça-feira. A estimativa é de que algo entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões virá de ajuste de tributos, aumento do IOF e do PIS/Cofins, inclusive sobre combustíveis, e eliminação de parte da desoneração sobre a folha de pagamentos. Destaque ainda para as movimentações sobre a reforma da Previdência. Segundo informações do Broadcast, o presidente Michel Temer admitiu a possibilidade de incluir uma emenda na proposta de reforma da Previdência estabelecendo prazo de seis meses para que Estados e municípios promovam mudanças nos sistemas de aposentadoria dos servidores. Além disso, é esperado que o ministro relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, tome uma decisão sobre os 320 pedidos da Procuradoria-Geral baseados nas delações da Odebrecht. Destaque ainda para a repercussão das manifestações do último domingo em defesa da Operação Lava Jato e pelo fim do foro privilegiado, que tiveram adesão menor do que a esperada. Crise da Carne
O Brasil conseguiu reverter restrições da China, Chile e Egito, o que pode favorecer empresas do setor de carne, em especial JBS e BRF, que têm sido destaques negativos na bolsa desde que a PF deflagrou a operação Carne Fraca. Além disso, o Comissário da UE Vytenis Andriukaitis vem ao Brasil para discutir a questão da carne com o ministro da Agricultura, segundo o porta-voz da Comissão Europeia, Enrico Brivio. Vale destacar que o juiz federal Marcos Josegrei da Silva determinou a soltura de três presos na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A decisão do juiz, que é responsável pela operação, foi tomada no sábado (25). Ele determinou a soltura de Rafael Nojiri Gonçalves, Antônio Garcez da Luz e Brandízio Dario Júnior. Noticiário corporativo
As recomendações de mercado são destaque no noticiário corporativo desta segunda-feira. A JBS foi rebaixada de overweight para neutra pelo JPMorgan, a Marfrig foi elevada de underweight para neutra e a Minerva foi elevada de neutra para overweight. Ainda sobre a BRF, o Conselho propõe reeleição de Abilio Diniz para chairman e criou grupo para reatestar adesão a padrões internacionais. Ainda entre as recomendações, a BR Malls foi rebaixada de outperform para neutra pelo Credit Suisse. A Vale também pode estar nos holofotes. A empresa disse que ação coletiva nos EUA contra a mineradora foi extinta. A companhia ainda deve receber na semana uma lista com possíveis nomes para assumir a presidência da empresa, segundo um membro do governo com conhecimento do assunto. Os nomes ainda não chegaram à mesa do presidente Michel Temer e é pouco provável que seja anunciado nesta semana, disse uma fonte à Bloomberg. No radar de resultados, a Cesp registrou um lucro líquido de R$ 25,562 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o prejuízo de R$ 360,67 milhões anotado em igual etapa de 2015. No ano, o ganho consolidado da geradora paulista foi de R$ 305,095 milhões, ante prejuízo de R$ 61,357 milhões reportado no ano anterior. (Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)