Boas e más notícias para frigoríficos, mais 2 anos de Parente na Petrobras; 8 recomendações e outros 8 destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo nesta segunda-feira (27)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para os frigoríficos, que tiveram reveses e boas notícias neste final de semana. A extensão do mandato de Pedro Parente no comando da Petrobras, recomendações e mais são destaques no noticiário desta segunda-feira (27):

Frigoríficos

O noticiário é movimentado para o setor. O Brasil reverteu restrições à carne em China, Chile e Egito, enquanto a Suíça expande restrição a carne brasileira de 4 plantas para 21. Em meio a esse cenário, tendo em vista os sinais de que o ápice da crise comercial provocada pela Operação Carne Fraca ficou para trás, as principais empresas de proteínas animais do país (JBS, BRF, Marfrig e Minerva) iniciam a semana focadas na retomada gradual do ritmo de exportações, mas ainda preocupadas em minimizar os estragos à imagem do segmento – e ao valor de suas ações – destaca o jornal Valor Econômico.

No radar de recomendações,  a JBS (JBSS3) foi rebaixada de overweight para neutra pelo JPMorgan, a Marfrig (MRFG3) foi elevada de underweight para neutra e a Minerva (BEEF3)  foi elevada de neutra para overweight. Ainda sobre a BRF, a companhia convocou para o dia 26 de abril uma assembleia geral ordinária e extraordinária para votar a eleição de uma chapa proposta pelo conselho de administração que mantém o empresário Abilio como presidente.  Ao lado de Abilio, o nome de Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis foi indicado para vice-presidência do conselho.  

A companhia ainda criou grupo para reatestar adesão a padrões internacionais. O grupo certificador de qualidade tem assessoramento de profissionais do setor e laboratório de testes de qualidade e segurança, segundo informou a companhia. A empresa também criou comitê especial de resposta, liderado pelo ex-ministro Luiz Fernando Furlan, que também é ex-presidente do conselho da Sadia. A apuração interna está a cargo do comitê de auditoria, disse a BRF, com mandato para conduzir uma investigaçào independente.

Por outro lado, vale destacar notícia da Folha de S. Paulo do último final de semana, que aponta que escritórios de advocacia americanos estão em busca de investidores de JBS e BRF nos EUA que se sentiram lesados pelas empresas após a Operação Carne Fraca para se juntarem a ações na Justiça.  Ao menos uma ação já foi protocolada em corte nos EUA contra a JBS, pela Leonforte Holdings —cliente do escritório Rosen Law—, em nome de outros investidores.

BR Malls (BRML3)

A BR Malls teve a recomendação rebaixada de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra pelo Credit Suisse, com preço-alvo de R$ 14,50 por ação. 

De acordo com o Credit, o setor de shopping centers passou por uma forte reclassificação nos últimos meses e teve uma performance de 65% desde o inicio de 2016, principalmente em função do fechamento da curva de juros. “O call agora não parece mais tao óbvio”, apontam os analistas. Eles voltaram a cobrir Multiplan (MULT3) com recomendação neutra e  Iguatemi (IGTA3) é o único outperform dentro da cobertura, em grande parte devido a um valuation interessante quando comparado a qualidade do portfólio, apontam os analistas.

Smiles (SMLE3) e Multiplus (MPLU3)

O Morgan Stanley elevou a recomendação de underweight para overweight para a Smiles com preço-alvo sendo elevado de R$ 40,60 para R$ 71,00. Já a Multiplus foi elevada de equalweight para overweight, enquanto o preço-alvo foi cortado de R$ 43,50 para  R$ 39,10. 

Vale (VALE3; VALE5)
A Vale anunciou que o Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York emitiu decisão julgando extinta a ação com relação à maior parte dos pedidos aduzidos contra ela e o Diretor-Presidente Murilo Ferreira.

“A pequena parte da ação que permanece é limitada a algumas declarações relativas à mitigação de risco que constaram nos Relatórios de Sustentabilidade da Vale em 2013 e 2014, e declarações isoladas a respeito da responsabilidade da Vale pelo rompimento da barragem de Fundão, feitas durante uma única conferência telefônica em novembro de 2015”, explicou a companhia em nota.

A companhia ainda deve receber na semana uma lista com possíveis nomes para assumir a presidência da empresa, segundo um membro do governo com conhecimento do assunto. Os nomes ainda não chegaram à mesa do presidente Michel Temer e é pouco provável que seja anunciado nesta semana, disse uma fonte à Bloomberg.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou ao mercado nesta segunda-feira a aprovação do conselho para a recondução de Pedro Parente para um novo mandato na presidência, agora de dois anos. Parente foi eleito em maio de 2016 para continuar a gestão de Aldemir Bendine.

Vale destacar que a companhia realiza Assembleia Geral Extraordinária, Rio de Janeiro,  às 15h. Entre outros assuntos, estão a alienação de 100% das ações detidas pela cia. na Petroquímica Suape e na Citepe para o grupo PetroTemex e Alpek por US$ 385 milhões. 

B2W (BTOW3)

A B2W aprovou em assembleia extraordinária de acionistas no sábado (25), um aumento de capital de R$ 1,21 bilhão, com emissão de 110 milhões de novas ações da companhia de comércio eletrônico. O preço por ação será de R$ 11, com desconto de 14,5% em relação à media ponderada do valor do papel entre 6 de fevereiro e 8 de março deste ano, de forma a “estimular a adesão dos acionistas da companhia ao aumento de capital”. Os acionistas terão o direito de  preferência na subscrição das novas ações emitidas, na proporção de suas participações no capital da B2W em 25 de março. 

CCR (CCRO3)
A CCR informou que seu acionista minoritário João Carlos de Magalhães indicou Mailson da Nóbrega para participar de uma eleição em separado – prevista para 11 de abril – ao cargo de membro efetivo do conselho de administração da empresa. Mailson foi, entre 1988 e 1990, ministro da Fazenda e já ocupou por duas vezes o cargo de secretário-geral da pasta.

Atualmente, ele é sócio e diretor da Tendências Consultoria Integrada, empresa de consultoria econômica e política, e é membro do conselho de administração de Grendene, Banco Pine, Rodobens Negócios Imobiliários, Cosan e Fertilizantes Heringer.

Cesp (CESP6)
A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) registrou um lucro líquido de R$ 25,562 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o prejuízo de R$ 360,67 milhões anotado em igual etapa de 2015. No ano, o ganho consolidado da geradora paulista foi de R$ 305,095 milhões, ante prejuízo de R$ 61,357 milhões reportado no ano anterior.

Segundo a companhia, o resultado se deve, entre outros motivos, à redução de despesas, principalmente com energia comprada e encargos setoriais, incluindo o uso do sistema de transmissão, a diminuição de despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e outras, a redução em provisões registradas na rubrica outras despesas líquidas (ante provisão ativo contingente de R$ 580,8 milhões das usinas Ilha Solteira e Jupiá, em 2015); e pela valorização do real perante o dólar americano no exercício.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 37,908 milhões entre outubro e dezembro, somando R$ 585,773 milhões no ano, em relação aos R$ 310,8 milhões negativos reportados nos últimos três meses de 2015 e aos R$ 909,88 milhões reportados no ano anterior. O Ebitda ajustado pela provisão para riscos legais e ativo contingente ficou em R$ 165,38 milhões no quarto trimestre, totalizando R$ 911,678 milhões no ano, o que corresponde a queda de 52,8% e 47,6% na comparação com o anotado nos respectivos períodos do exercício anterior. A margem Ebitda ajustado recuou 1,6 ponto porcentual no trimestre, para 47,9%, e 4,3 p.p. no ano, para 54,6%.

A receita operacional somou R$ 345,4 milhões entre outubro e dezembro, uma redução de 51,2% em relação aos R$ 707,9 milhões do mesmo período do exercício anterior. Em 12 meses, a receita alcançou R$ 1,668 bilhão, baixa de 43,5%.

Conforme destacou a companhia, a redução na receita é reflexo da menor garantia física da companhia em 2016, decorrente do término da concessão, em 7 de julho de 2015, das usinas Ilha Solteira e Jupiá, bem como o término, no segundo semestre de 2016, do período de “operação assistida” destas usinas, no regime de cotas.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 9,64 milhões no quarto trimestre de 2016, ante R$ 533 mil positivos um ano antes. No acumulado em 12 meses, 2016 gerou uma receita financeira líquida de R$ 135,3 milhões, ante R$ 358,7 milhões negativos de 2015. 

De acordo com o BTG Pactual, o balanço foi fraco, impactado principalmente pelo aumento nas provisões. Contudo, os analistas do banco seguem com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,00 em meio ao call de privatização. 

Sanepar

 A “novela mexicana” envolvendo a Sanepar (SAPR4) na Bovespa entrou em sua reta final na última sexta-feira (24), quando foi realizada a tão esperada audiência pública no Paraná para que população, acionistas, investidores, políticos e órgãos reguladores pudessem expor seus argumentos sobre qual deve ser o veredicto final sobre o reajuste tarifário a ser implementado para a companhia paranaense de saneamento para os próximos anos. E pelo que o InfoMoney ouviu dos participantes do evento, o resultado foi bem melhor do que o esperado.

“Achei que a audiência foi surpreendentemente positiva, a Sanepar recebeu pouquíssimas críticas, soube se posicionar muito bem principalmente ao usar argumentos técnicos e quase todas as associações presentes apoiaram a empresa”, disse um gestor de investimentos que participou da audiência. A audiência, prevista para acontecer das 19h às 21h, durou até quase 22h pelo excesso de participantes. “Tinham muitos investidores, tanto que nem deu tempo de todos falarem”, conta o gestor. 

O ponto negativo para o mercado ficou com o discurso do presidente da Agepar, Cezar Silvestri, que veio defender que o diferimento de 8 anos foi uma escolha mais subjetiva do que técnica, pois o Brasil está em crise. Segundo um dos investidores que participou da audiência, esse argumento não é sustentável pois, se você aliviar as contas agora, significa que lá na frente vai ter que cobrar muito mais. “O objetivo de um agente regulador é preocupar-se com o pagamento da população a todo momento. Então se você tá sendo bonzinho agora, no final a conta vai ter que ser mais alta para compensar”, argumenta.

Mas no geral, este gestor acredita que o saldo foi bastante positivo para quem aposta numa virada de jogo a favor da Sanepar: no lado da empresa, ele elogiou a apresentação de dados técnicos que mostram quantos reais você economiza com investimentos em saúde para cada um real aplicado em saneamento (algo na faixa de 4 reais economizados para cada 1 real investido), “o que deixa claro a ideia de que ‘não existe almoço grátis'”. Do lado das associações, 3 das 4 que falaram elogiaram a Sanepar, “o que foi uma surpresa positiva”. Do lado dos políticos, dois dos que falaram eram ligados ao ex-governo Roberto Requião (PMDB) e criticaram o reajuste, “o que já era esperado”, diz.  “Ainda não tem como fazer uma leitura mas eu estou animado que possa ter uma virada de jogo”, concluiu o gestor, que foi para Curitiba apenas para participar da audiência.

Outro participante da audiência, o estrategista-chefe da consultoria Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, disse que a audiência foi muito boa para a Sanepar e espera, no mínimo, uma redução no diferimento de 8 anos – o que já ajudaria a corrigir boa parte da queda dos papéis SAPR4 na Bolsa em março. “Acredito que a precificação atual da Sanepar está muito longe do seu fundamento, e uma alteração que pode vir do resultado da audiência tende a fazer o mercado aproximar muito mais o preço da ação do valor real”, afirma Netto. Confira a notícia completa clicando aqui. 

Eneva (ENEV3)

O presidente da elétrica Eneva, José Aurélio Drummond Jr., renunciou ao cargo, informou a companhia na sexta-feira, em fato relevante no qual afirmou que a movimentação faz parte de “um plano de sucessão previamente estabelecido”.

O executivo será substituído pelo atual diretor de Relações com Investidores da companhia, Pedro Zinner, que acumulará os dois cargos. A mudança será válida a partir de 27 de março.

Via Varejo (VVAR11)

Após a queda superior a 8% na sexta-feira em meio a rumores de suspensão de venda da companhia, a Via Varejo informou, em conjunto com o Pão de Açúcar, que o processo de venda continua e não tem prazo para conclusão. 

BTG Pactual (BBTG11)

Conforme informa o Valor, André Esteves, maior acionista e ex-controlador da instituição, manteve intacta sua fatia de 30%, contrariando expectativa de parte da equipe, que esperava que uma fração dos papéis retornasse à holding dos sócios para ser redistribuída segundo os preceitos meritocráticos que regem a sociedade. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, três integrantes do conselho de administração da Eletrobras, inclusive o seu presidente, estão deixando suas cadeiras. Nove meses depois de assumir a presidência do conselho, José Luiz Alquéres cede seu lugar à conselheira Elena Landau. Também estão de saída também Mozart Siqueira e a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi.

CPFL (CPFE3)

A CPFL realiza assembleia geral extraordinária para decidir sobre cancelamento de registro no Novo Mercado às 10h. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.