Gafisa tem prejuízo de R$ 1 bi e mais 8 balanços; JBS contesta paralisação de unidade, Petrobras e mais 8 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (24)

Lara Rizério

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Usiminas (USIM5)
O conselho de administração da Usiminas mudou nesta quinta-feira o comando da companhia pela segunda vez em cerca de um ano, ao destituir o presidente-executivo e promover Sérgio Leite, da diretoria comercial, para o comando da produtora de aço.

Por maioria de votos, o conselho de 11 membros da Usiminas destituiu o executivo Rômel Erwin de Souza da presidência, em mais um capítulo da disputa pelo controle da companhia travada pelos grupos Techint e Nippon Steel desde 2014. Souza é defendido pelo grupo japonês enquanto Leite é apoiado pelo grupo italiano.

A votação desta quinta-feira teve apoio, além dos três conselheiros indicados pela Techint, do conselheiro representante de minoritários, dos dois conselheiros aprovados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e por representante dos funcionários, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto. A mudança na diretoria tem efeito imediato, acrescentou.

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A votação marcou uma repetição de resultado semelhante ocorrido em maio do ano passado, quando o conselho elegeu Leite para o lugar de Souza, em uma decisão que acabou sendo revertida na Justiça em outubro, após processo aberto pela Nippon Steel.

Desta vez, o conselho da Usiminas afastou o executivo sob acusação de que ele fez um acordo que teria violado o estatuto social e regras de conformidade da Usiminas, afirmou outra fonte com conhecimento do assunto. Não foi possível contatar Souza para comentar. A Usiminas não se manifestou de imediato.

O acordo refere-se a um memorando de entendimentos não vinculante assinado por Souza em 2016 sobre o uso de recursos em excesso do caixa da Mineração Usiminas (Musa), uma subsidiária do grupo siderúrgico que tem como sócia a também japonesa Sumitomo Corporation. Nippon Steel e Sumitomo Corp são entidades independentes.

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Cyrela (CYRE3)
A Cyrela encerrou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 31 milhões, uma queda de 68,4% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a companhia registrou lucro de R$ 151 milhões, com redução de 66,2%.

A receita líquida, por sua vez, recuou 10,8%, entre outubro e dezembro, na comparação anual, para R$ 919 milhões. Já em 2016, a companhia teve queda de 26,4% na receita líquida, para R$ 3,195 bilhões.

A margem bruta caiu de 33,9% no quarto trimestre de 2015 para 28,8% nos últimos três meses do ano passado. No acumulado de 2016, a Cyrela teve margem bruta de 34,6%, ante 33,3% em 2015.

Segundo o Credit Suisse, a Cyrela entregou um trimestre dentro do esperado em que a empresa conseguiu mostrar um fluxo de caixa livre recorrente positivo de R$ 120 milhões, depois de quatro trimestres de FCF negativo. Do lado negativo, o nível de margem bruta ficou abaixo da expectativa e as provisões um pouco acima do esperado. 

Gafisa (GFSA3)

O grupo Gafisa apresentou um prejuízo líquido consolidado de R$ 999,3 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o lucro líquido consolidado de R$ 826 mil registrado no mesmo período de 2015, de acordo com balanço publicado nesta quinta-feira, 23. As operações da Gafisa responderam por um prejuízo líquido de R$ 1,019 bilhão, incluindo a participação na loteadora Alphaville Urbanismo, que gerou resultado negativo de R$ 21,892 milhões na equivalência patrimonial. Já as operações da Tenda contribuíram com lucro líquido de R$ 20,19 milhões.

O resultado do grupo no trimestre mostrou uma oscilação grande porque foi já contabilizada a separação (spin-off) da Tenda, o que gerou uma baixa R$ 680,3 milhões. O processo de cisão ainda não foi concluído, mas já está avançado, o que motivou a administração a apurar os efeitos contábeis.

A cisão gerou efeito de R$ 610,5 milhões de impairment da operação descontinuada e R$ 90,3 milhões de reversão do imposto ativo diferido registrado anteriormente, em função do prejuízo fiscal gerado pela transação. No fim da separação, a Gafisa estima receber aproximadamente R$ 319,5 milhões, o que ainda não foi contabilizado.

Além dos efeitos relativos à cisão de Tenda, o balanço perdeu R$ 159,9 milhões com ajustes na precificação de imóveis comerciais no estoque. Com a crise no mercado, essas unidades estão sendo vendidas abaixo de seu custo contábil. Além disso, foram feitos ajustes no valor de mercado de determinados terrenos cujos lançamentos foram postergados. Ao se desconsiderar os efeitos da separação de Tenda e dos ajustes na precificação do estoque, a companhia teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 156,0 milhões no quarto trimestre de 2016.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no quarto trimestre de 2016 foi negativo em R$ 160,195 milhões, revertendo um Ebitda positivo de R$ 49,858 milhões no mesmo período de 2015.

A receita operacional líquida somou R$ 263,817 milhões, queda de 25% na comparação entre os mesmos períodos. O faturamento foi impactado pelo mix de vendas líquidas do período, com maior concentração de vendas de lançamentos e, consequentemente, menor capacidade de contabilização da receita. No setor da construção civil, a receita é contabilizada de acordo com o volume de vendas e evolução das obras (método POC).

Os números de Gafisa vieram fracos e foram impactados por impairments (R$ 160 milhões), destaca o Credit. Os analistas do banco revisaram o preço-alvo de R$ 36,40 para R$ 27,00 para  excluir os direitos de subscrição do valor do papel. 

Helbor (HBOR3)

A Helbor reverteu o lucro líquido obtido em 2015 e teve prejuízo líquido de R$ 103,21 milhões no ano passado. No quarto trimestre, a companhia teve prejuízo de R$ 83 milhões, ante lucro de R$ 12,313 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida teve queda de 40,4%, no trimestre, para R$ 199,02 milhões. No ano, o resultado foi 31% menor, para R$ 901,95 milhões.

Tecnisa (TCSA3)

A Tecnisa registrou prejuízo de R$ 251,536 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo assim o lucro de R$ 168,419 milhões anotado no mesmo período de 2015. No acumulado do ano de 2016, a Tecnisa reportou prejuízo de R$ 448,981 milhões, contra um lucro de R$ 237,551 milhões em 2015.

De outubro a dezembro de ano passado, o Ebitda ajustado somou R$ 230,004 milhões, ante um Ebitda positivo de R$ 173,783 milhões no mesmo período de 2015. No acumulado do ano, o Ebitda totalizou um montante negativo de R$ 379,067 milhões, ante um valor positivo de R$ 425,922 milhões em 2015.

A receita operacional líquida caiu 41,4% no período, para R$ 65,394 milhões. No total do ano passado, a receita recuou 73,5%, para R$ 328,675 milhões.

No quarto trimestre de 2016, a Tecnisa apresentou um resultado financeiro líquido negativo de R$ 2 milhões, que se compara a R$ 3 milhões no trimestre exatamente anterior. Em 2016, o resultado financeiro líquido foi de R$ 15 milhões.

Segundo o Credit, os números de Tecnisa foram fracos e ficaram em R$ 34 milhões de contribuição negativa. A marcação a mercado de investimento em Tecnisa a R$ 2,35 por ação levaram a um impacto positivo de R$ 45 milhões no resultado mas que foi parcialmente ofuscado por pela contribuição negativa mencionada.  As ações da Tecnisa tiveram recomendação rebaixada para underperform pelo Bradesco BBI. 

Light (LIGT3)

No quarto trimestre de 2016, a Light registrou prejuízo de R$ 194 milhões, um aumento de 173% na comparação com o resultado também negativo de R$ 71 milhões no mesmo período de 2015. No acumulado do ano de 2016, a Light reportou prejuízo de R$ 313 milhões, contra um lucro de R$ 38 milhões em 2015.

De outubro a dezembro de 2016, o Ebitda ajustado somou R$ 494 milhões, alta de 29,8% contra igual intervalo de 2015. A margem Ebitda ajustada passou de 15,2% para 22,2%. No acumulado do ano, o Ebitda ajustado totalizou R$ 1,427 bilhão, queda de 11,6% ante 2015, e a margem Ebitda foi de 16,2% para 16,3%.

A receita líquida caiu 11% no quarto trimestre de 2016, para R$ 2,222 bilhões. No total do ano passado, a receita recuou 12,2% ante 2015, para R$ 8,756 bilhões.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 221,1 milhões no quarto trimestre de 2016, ante R$ 145,2 milhões negativos em 2015. A piora está relacionada à queda de R$ 81,7 milhões decorrentes da atualização da CVA e do impacto da variação cambial na dívida.

Randon (RAPT4)

A Randon ampliou prejuízo a R$ 48,5 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 131% na comparação anual. A receita líquida consolidada caiu 24% ao ano para R$
622,4 milhões, diz empresa em comunicado ao mercado, ante estimativa de R$ 648 milhões. O Ebitda ajustado caiu 33% na comparação anual para R$ 29,5 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustado foi de 4,7% ante 5,4% no mesmo periodo do ano anterior. 

JSL (JSLG3)

A JSL reverteu um lucro de R$ 6,9 milhões no quarto trimestre de 2015 e teve prejuízo líquido de R$ 150,4 milhões no quarto trimestre de 2016. A receita líquida foi de R$ 1,75 bilhão, alta de 11,9%. O Ebitda caiu 33,9% na comparação anual, para R$ 188,5 milhões, enquanto a margem Ebitda somou 13,9%, ante 21,9% no quarto trimestre de 2015, 

Brasil Pharma  (BPHA3)

A Brasil Pharma registrou prejuízo ajustado de R$ 143,5 milhões no quarto trimestre, revertendo um lucro de R$ 95,4 milhões registrados um ano antes. A receita líquida foi de R$ 234,2 milhões, enquanto o Ebitda total foi negativo em R$ 248,3 milhões. 

CPFL (CPFE3)

A CPFL Energia, maior elétrica privada do Brasil, teve lucro líquido de 137 milhões de reais no quarto trimestre, o que representa recuo de 62 por cento ante o mesmo período do ano anterior, informou a empresa em comunicado nesta quinta-feira.

Com negócios em geração, distribuição e comercialização de eletricidade e controlada pela chinesa State Grid, a CPFL teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1 bilhão de reais no último trimestre do ano passado, baixa de 12,6 por cento na comparação anual.

Elétricas

Os analistas do Credit revisaram o setor de elétricas e, com exceção de Cesp (CESP6), que está bem mais descontada e tem perspectiva de valorização de privatização, possuem visão bem negativa para o setor no curto e médio prazo. Os analistas rebaixaram a recomendação de AES Tietê (TIET11) e Engie (ENGI11) para underperform. 

Sanepar (SAPR4)

Esta sexta-feira marca o dia D para as ações da Sanepar, com a audiência pública para a revisão tarifária marcada para às 19h (horário de Brasília). 

BRF (BRFS3)
A BRF está quebrando ovos que eventualmente iriam gerar frangos para abate para reduzir sua produção futura, em meio aos problemas de mercado causados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, disse uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters.

Os ovos férteis são produzidos por matrizes em granjas próprias da empresa, chocados e os pintos com um dia de vida são entregues para granjas parceiras, onde são criados até o momento do abate, cerca de 40 dias depois. Com a quebra de ovos, a empresa reduz o volume de carne que chegará ao mercado nas próximas semanas.

“O único jeito de reduzir produção é quebrar os ovos, reduzindo alojamento (de pintos), aí reduz abate e reduz produção”, disse a fonte, sob condição de anonimato. A fonte não informou o volume de ovos que está sendo descartado. A BRF disse, por meio da assessoria de imprensa, que “a informação não procede”.

JBS (JBSS3)
A JBS se tornou alvo de uma ação coletiva nos EUA por perdas com Carne Fraca, segundo informou a Bloomberg. Leonforte Holdings protocolou a ação em nome
de outros investidores da companhia na quarta-feira (22), de acordo com documentos da corte federal da Filadélfia.

A ação acusa JBS, Wesley Batista e Gilberto Tomazoni de enganar os investidores ao não divulgar supostos subornos a reguladores e políticos para “subverter as inspeções de alimentos de suas fábricas e ignorar práticas não-sanitárias, como processamento de carne podre”. O juiz decidirá posteriormente se a Leonforte pode representar outros investidores.

Além disso, a JBS afirmou que vai contestar “paralisação absurda” de unidade no Pará em decorrência da Operação Carne Fria, deflagrada na quarta-feira. A companhia informou que não comprou gado de fazendas embargadas, cumprindo totalmente o objetivo de desmatamento zero, disse Marcio Nappo,
diretor de sustentabilidade da JBS, em entrevista para a Bloomberg. 

A companhia só compra gado de fazendas autorizadas pelo IBAMA e os bovinos suspeitos podem ter nascido e sido previamente criados em fazendas diferentes, em condições irregulares, afirmou Nappo. “Nenhum frigorífico é capaz de verificar se
o animal nasceu ou foi criado em uma fazenda diferente. Nós monitoramos fazendas, não animais”, completou. As empresas não têm acesso a documentos que comprovam origem animal, afirmou. 

“Estamos perplexos sobre esta operação, porque envolve algo que não faz parte do acordo assinado pelos frigoríficos”, disse ele. 

MMX Mineração (MMXM3)

A MMX e sua controlada MMX Corumbá apresentaram seu plano de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Um dos destaques é a venda da UPI Corumbá, incluindo direitos de lavra. Há uma proposta de aquisição pela Vetorial Mineração, pelo valor total de R$ 14,5 milhões em quatro parcelas e ante a obrigação de a MMX Corumbá aderir ao Programa de Regularização Tributária para abater 76% da dívida e parcelar o restante.

O documento destaca os ativos da MMX Corumbá, que tem capacidade de processar até 2 milhões de toneladas de minério de ferro granulado e sinter feed por ano, e cita também os ativos da MMX S.A. Entre eles, estão participação societária (de 1,55%) no Porto do Sudeste, royalties na SPE Mineração Morro do Ipê, fatia na Santa Duna Empreendimentos e Participações, também no âmbito da recuperação judicial da MMX Sudeste, entre outros.

Os títulos de remuneração variável da Mineração Morro do Ipê serão, conforme a proposta, distribuídos aos credores, que também poderão receber as cotas da participação no Porto Sudeste ou ainda, uma terceira opçãO, recebimento à vista, de R$ 10 mil. O administrador judicial é Marcello Macedo Advogados.

O endividamento referente à MMX Corumbá monta R$ 892,7 mil e US$ 193,1 mil, aproximadamente, com 13 credores, nenhum deles de garantia real. Já a dívida das recuperandas de MMX Sudeste é de R$ 348,9 milhões, mais US$ 42,7 milhões e 2,832 milhões de euros. O objetivo, segundo a proposta, é permitir que a MMX S.A e a MMX Corumbá superem sua crise econômico-financeira e o plano busca, entre outros pontos, relacionar os ativos das recuperandas, organizar os ativos maduros para que possam ser vendidos a interessados convertendo os recursos em benefício dos credores.

Na justificativa para o pedido de recuperação judicial, a empresa diz que além de fatores de caráter macroeconômico e da crise no Grupo EBX, o BNDES suspendeu o enquadramento para concessão de financiamento requerido pela MMX Sudeste para ampliar a capacidade produtiva, de 6 milhões de toneladas anuais para 29 milhões. No projeto foi desembolsado cerca de R$ 4 bilhões, o que afetou o caixa da controladora.

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)
A BM&FBovespa espera sinergia de R$ 100 milhões no 3º ano após a fusão com a Cetip. A Bolsa prevê captar gradualmente, como resultado da combinação de negócios com a Cetip, sinergias de despesas de cerca de R$ 100 milhões em bases recorrentes no terceiro ano após aprovação da combinação, segundo fato relevante.

O orçamentos de despesas ajustadas e de investimentos para 2017, que se aplicavam exclusivamente à BM&FBovespa, estão sendo descontinuados, disse a empresa. Novas projeções, refletindo a empresa combinada, serão divulgadas ao mercado “oportunamente” por fato relevante.

Energisa (ENGI11)

A Energisa  que controla 13 distribuidoras de energia no Brasil, prevê investir um total de 1,428 bilhão de reais em 2017, informou a empresa em fato relevante.

Os investimentos estimados têm como foco o atendimento de novas cargas e a expansão das redes elétricas, a manutenção e substituição de ativos, a melhoria da qualidade na prestação de serviços de distribuição, o combate ao furto de energia, o aperfeiçoamento de processos internos e o programa de universalização de energia elétrica, disse a companhia em comunicado ao mercado.

Do total projetado, as unidades que devem receber o maior volume de recursos são as de Mato Grosso (474,6 milhões de reais), Mato Grosso do Sul (221,1 milhões de reais), Tocantins (219,4 milhões de reais) e Paraíba (140,3 milhões de reais), informou a Energisa.

 (Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.