18 ações para monitorar no início do pregão desta sexta-feira

As informações da economia e da política que são destaque no Brasil e no mundo

Lara Rizério

  1. SÃO PAULO – Os mercados mundiais registram um dia de forte tensão à espera da votação do projeto sobre saúde nos EUA, que será um termômetro decisivo para os próximos passos do governo Trump. Aqui, o mercado repercute a entrevista de Henrique Meirelles ao SBT, em que ele cravou alta de impostos, além do noticiário corporativo movimentado. Confira a que se atentar nesta sexta-feira (24):

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1.Ações para monitorar
Oi (OIBR4): De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, os credores da Oi vão rejeitar a nova proposta de reestruturação. A nova proposta, afirma a agência, vai enfrentar oposição dos seus credores. O plano favorece os acionistas da companhia e não foi negociado com credores, disseram as pessoas.  A alta de 22% no preço das ações nesta quinta-feira, depois do anúncio do plano feito na noite anterior, mostra quem ganha com o plano, disseram as pessoas. A Oi propôs trocar dívida externa por 25% das ações imediatamente, disse a companhia em comunicado ao mercado nesta quarta-feira. 
Petrobras (PETR3; PETR4): A Petrobras teve a recomendação elevada para compra pelo SocGen, com preço-alvo de R$ 11,50. Além disso, o jornal O Estado de S. Paulo informa que o multibilionário fundo soberano dos Emirados Árabes, o Abu Dhabi Investment Authority (ADIA), entrou com um processo contra a Petrobras na corte Sudeste de Nova York pedindo indenização pela desvalorização de ações e bônus da companhia de petróleo em função dos casos de corrupção apurados nos últimos anos.
Vale (VALE3; VALE5): De acordo com o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a Vale definirá o presidente na próxima semana. Em meio a rumores, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, negou que queira ou vá assumir a presidência da mineradora: “estou muito bem aqui”,
Usiminas (USIM5): O conselho de administração da Usiminas mudou nesta quinta-feira o comando da companhia pela segunda vez em cerca de um ano, ao destituir o presidente-executivo e promover Sérgio Leite, da diretoria comercial, para o comando da produtora de aço. Por maioria de votos, o conselho de 11 membros da Usiminas destituiu o executivo Rômel Erwin de Souza da presidência, em mais um capítulo da disputa pelo controle da companhia travada pelos grupos Techint e Nippon Steel desde 2014. Souza é defendido pelo grupo japonês enquanto Leite é apoiado pelo grupo italiano. A mudança na diretoria tem efeito imediato.
Cyrela (CYRE3): A Cyrela encerrou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 31 milhões, uma queda de 68,4% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a companhia registrou lucro de R$ 151 milhões, com redução de 66,2%. Segundo o Credit Suisse, a Cyrela entregou um trimestre dentro do esperado em que a empresa conseguiu mostrar um fluxo de caixa livre recorrente positivo de R$ 120 milhões, depois de quatro trimestres de FCF negativo. Do lado negativo, o nível de margem bruta ficou abaixo da expectativa e as provisões um pouco acima do esperado. 
Gafisa (GFSA3): O grupo Gafisa apresentou um prejuízo líquido consolidado de R$ 999,3 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o lucro líquido consolidado de R$ 826 mil registrado no mesmo período de 2015, de acordo com balanço publicado nesta quinta-feira, 23. Os números de Gafisa vieram fracos e foram impactados por impairments (R$ 160 milhões), destaca o Credit. Os analistas do banco revisaram o preço-alvo de R$ 36,40 para R$ 27,00 para excluir os direitos de subscrição do valor do papel.
Helbor (HBOR3): A Helbor reverteu o lucro líquido obtido em 2015 e teve prejuízo líquido de R$ 103,21 milhões no ano passado. No quarto trimestre, a companhia teve prejuízo de R$ 83 milhões, ante lucro de R$ 12,313 milhões no mesmo período do ano anterior. 
Tecnisa (TCSA3): A Tecnisa registrou prejuízo de R$ 251,536 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo assim o lucro de R$ 168,419 milhões anotado no mesmo período de 2015. No acumulado do ano de 2016, a Tecnisa reportou prejuízo de R$ 448,981 milhões, contra um lucro de R$ 237,551 milhões em 2015. De outubro a dezembro de ano passado, o Ebitda ajustado somou R$ 230,004 milhões, ante um Ebitda positivo de R$ 173,783 milhões no mesmo período de 2015.
Tecnisa (TCSA3): A Tecnisa registrou prejuízo de R$ 251,536 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo assim o lucro de R$ 168,419 milhões anotado no mesmo período de 2015. No acumulado do ano de 2016, a Tecnisa reportou prejuízo de R$ 448,981 milhões, contra um lucro de R$ 237,551 milhões em 2015. Segundo o Credit, os números de Tecnisa foram fracos e ficaram em R$ 34 milhões de contribuição negativa. A marcação a mercado de investimento em Tecnisa a R$ 2,35 por ação levaram a um impacto positivo de R$ 45 milhões no resultado mas que foi parcialmente ofuscado por pela contribuição negativa mencionada.  As ações da Tecnisa tiveram recomendação rebaixada para underperform pelo Bradesco BBI. 
CPFL (CPFE3): A CPFL Energia, maior elétrica privada do Brasil, teve lucro líquido de 137 milhões de reais no quarto trimestre, o que representa recuo de 62 por cento ante o mesmo período do ano anterior, informou a empresa em comunicado nesta quinta-feira. 
Light (LIGT3): No quarto trimestre de 2016, a Light registrou prejuízo de R$ 194 milhões, um aumento de 173% na comparação com o resultado também negativo de R$ 71 milhões no mesmo período de 2015. No acumulado do ano de 2016, a Light reportou prejuízo de R$ 313 milhões, contra um lucro de R$ 38 milhões em 2015. O resultado financeiro foi negativo em R$ 221,1 milhões no quarto trimestre de 2016, ante R$ 145,2 milhões negativos em 2015. A piora está relacionada à queda de R$ 81,7 milhões decorrentes da atualização da CVA e do impacto da variação cambial na dívida.
Randon (RAPT4): A Randon ampliou prejuízo a R$ 48,5 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 131% na comparação anual. A receita líquida consolidada caiu 24% ao ano para R$
622,4 milhões, diz empresa em comunicado ao mercado, ante estimativa de R$ 648 milhões. 
JSL (JSLG3): A JSL reverteu um lucro de R$ 6,9 milhões no quarto trimestre de 2015 e teve prejuízo líquido de R$ 150,4 milhões no quarto trimestre de 2016. A receita líquida foi de R$ 1,75 bilhão, alta de 11,9%. O Ebitda caiu 33,9% na comparação anual, para R$ 188,5 milhões, enquanto a margem Ebitda somou 13,9%, ante 21,9% no quarto trimestre de 2015, 
Brasil Pharma (BPHA3): A Brasil Pharma registrou prejuízo ajustado de R$ 143,5 milhões no quarto trimestre, revertendo um lucro de R$ 95,4 milhões registrados um ano antes. A receita líquida foi de R$ 234,2 milhões, enquanto o Ebitda total foi negativo em R$ 248,3 milhões. 
BRF (BRFS3): A BRF está quebrando ovos que eventualmente iriam gerar frangos para abate para reduzir sua produção futura, em meio aos problemas de mercado causados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, disse uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters. Com a quebra de ovos, a empresa reduz o volume de carne que chegará ao mercado nas próximas semanas. A BRF disse, por meio da assessoria de imprensa, que “a informação não procede”.
JBS (JBSS3): A JBS se tornou alvo de uma ação coletiva nos EUA por perdas com Carne Fraca, segundo informou a Bloomberg. Leonforte Holdings protocolou a ação em nome
de outros investidores da companhia na quarta-feira (22), de acordo com documentos da corte federal da Filadélfia. A ação acusa JBS, Wesley Batista e Gilberto Tomazoni de enganar os investidores ao não divulgar supostos subornos a reguladores e políticos para “subverter as inspeções de alimentos de suas fábricas e ignorar práticas não-sanitárias, como processamento de carne podre”. O juiz decidirá posteriormente se a Leonforte pode representar outros investidores. Além disso, a JBS afirmou que vai contestar “paralisação absurda” de unidade no Pará em decorrência da Operação Carne Fria, deflagrada na quarta-feira. A companhia informou que não comprou gado de fazendas embargadas, cumprindo totalmente o objetivo de desmatamento zero, disse Marcio Nappo, diretor de sustentabilidade da JBS, em entrevista para a Bloomberg. 
MMX Mineração (MMXM3): A MMX e sua controlada MMX Corumbá apresentaram seu plano de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Um dos destaques é a venda da UPI Corumbá, incluindo direitos de lavra. Há uma proposta de aquisição pela Vetorial Mineração, pelo valor total de R$ 14,5 milhões em quatro parcelas e ante a obrigação de a MMX Corumbá aderir ao Programa de Regularização Tributária para abater 76% da dívida e parcelar o restante. O endividamento referente à MMX Corumbá monta R$ 892,7 mil e US$ 193,1 mil, aproximadamente, com 13 credores, nenhum deles de garantia real. Já a dívida das recuperandas de MMX Sudeste é de R$ 348,9 milhões, mais US$ 42,7 milhões e 2,832 milhões de euros. O objetivo, segundo a proposta, é permitir que a MMX S.A e a MMX Corumbá superem sua crise econômico-financeira e o plano busca, entre outros pontos, relacionar os ativos das recuperandas, organizar os ativos maduros para que possam ser vendidos a interessados convertendo os recursos em benefício dos credores. Na justificativa para o pedido de recuperação judicial, a empresa diz que além de fatores de caráter macroeconômico e da crise no Grupo EBX, o BNDES suspendeu o enquadramento para concessão de financiamento requerido pela MMX Sudeste para ampliar a capacidade produtiva, de 6 milhões de toneladas anuais para 29 milhões. No projeto foi desembolsado cerca de R$ 4 bilhões, o que afetou o caixa da controladora.
BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3): A BM&FBovespa espera sinergia de R$ 100 milhões no 3º ano após a fusão com a Cetip. A Bolsa prevê captar gradualmente, como resultado da combinação de negócios com a Cetip, sinergias de despesas de cerca de R$ 100 milhões em bases recorrentes no terceiro ano após aprovação da combinação, segundo fato relevante. O orçamentos de despesas ajustadas e de investimentos para 2017, que se aplicavam exclusivamente à BM&FBovespa, estão sendo descontinuados, disse a empresa. Novas projeções, refletindo a empresa combinada, serão divulgadas ao mercado “oportunamente” por fato relevante.

  1. 2. Bolsas mundiais

     As bolsas mundiais oscilam entre leves perdas e ganhos enquanto aguardam votação do projeto sobre saúde nos EUA, que ficou para esta sexta e deve testar a força de Donald Trump para implementar suas políticas. Além disso, a agenda americana também pode afetar mercado, com fala de dirigentes do Fed e dados de bens duráveis.

Enquanto isso, na Europa, o mercado também digere os dados econômicos do continente. O PMI industrial da Alemanha subiu ao maior nível em 71 meses, a 58,3, enquanto o dos serviços foi a 55,6, no patamar mais elevado em 15 meses. O PMI da zona do euro, por sua vez, subiu a 56,7 em março, de 56 em fevereiro, atingindo o maior nível desde abril de 2011, segundo dados preliminares publicados hoje pela IHS Markit.

Na Ásia, os mercados acionários chineses avançaram diante dos fortes ganhos no setor de infraestrutura, que compensaram as preocupações com o aperto da liquidez no sistema bancário do país, o aumento da regulamentação e novas restrições ao investimento imobiliário.  Os investidores na China estão divididos entre dados que mostram uma economia resiliente e temores de que o aperto esperado da política monetária, embora gradual, acabará resultando em maiores custos de empréstimos e atraso nas atividades empresariais. No mercado de commodities, o minério de ferro cai na China dando continuidade a correção
da alta recente, enquanto o petróleo tem leve alta e interrompe queda de quatro dias com mercado atento a encontro da representantes da Opep este fim de semana. 

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Às 8h13, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,15%

*CAC-40 (França) -0,55%

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*DAX (Alemanha) -0,21%

*Xangai (China) +0,63% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,13% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,93% (fechado)

*Petróleo brent +0,44%, a US$ 50,78 o barril

*Petróleo WTI +0,55%, a US$ 47,96 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -1,50%, a US$ 85,06 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,51%, a 581 iuanes

3. Agenda
O destaque doméstico é a divulgação da nota do setor externo do BC, às 10h30, com dados de importações e exportações e o IDP (Investimento Direto no País). Nos Estados Unidos, as atenções se voltam para as falas dos presidentes regionais do Fed, Charles Evans, de Chicago, às 9h, e James Bullard, de Saint Louis, às 10h05. Entre os indicadores, atenção para as encomendas de bens duráveis de fevereiro, às 9h30, o PMI Industrial de março, às 10h45, e o indicador de perfuração de poços de março, às 14h. 

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Ainda nos Estados Unidos, os investidores digerem o adiamento da votação da reforma do sistema de saúde conhecido como Obamacare de ontem para hoje. Este é o primeiro grande teste do presidente Donald Trump no Congresso norte-americano. As bolsas mundiais já haviam registrado perdas em meio a preocupações de que o republicano não tenha apoio suficiente entre parlamentares para entregar também suas promessas na área econômica. 

4. Meirelles crava alta de imposto

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cravou na quinta-feira à noite, em entrevista ao SBT, que o governo elevará impostos para cumprir a meta fiscal deste ano. Ele também deixou a porta aberta para a fixação de uma meta de inflação menor ou de uma banda de tolerância também mais estreita caso haja a avaliação de que isso não forçará o Banco Central a ser mais duro em relação aos juros. O  ministro afirmou que uma parte do rombo de R$ 58,2 bilhões  para o cumprimento da meta de déficit primário deste ano será coberto com aumento de impostos já existentes. “Uma parte dessa diferença será cumprida com mais cortes de gastos e uma parte será aumento de impostos”, disse ele, citando, por exemplo, PIS/Cofins e a reoneração de algumas isenções fiscais que foram concedidas e que não tiveram efeito produtivo segundo ele, como desonerações a alguns setores.

De acordo com o jornal O Globo, o governo pode mudar cálculo de precatórios para reduzir rombo fiscal, em medida proposta pela equipe da ex-presidente Dilma Rousseff. A ideia geral é que recursos destinados ao pagamento de precatórios que estejam parados nos bancos há mais de quatro anos não sejam contabilizados como despesas primárias e ajudem na realização da meta, diz jornal.

Na agenda do dia, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tem reunião com Gabriel Srour, diretor da Gávea Investimentos, com Marcelo Mendes de Castro, diretor da BBM Investimentos, almoça com membros da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas e ministra aula inaugural do Curso de Economia da Escola de Pós- Graduação em Economia da FGV, tem reunião com Arlindo Vergaças, diretor-executivo da JGP Gestão de Recursos, e com
Daniel Geller, senior-vice-president da Morgan Stanley, todos os compromissos no Rio de Janeiro. Já Meirelles se reúne com o presidente da CNI, Robson Braga, 10h00, com deputado federal Mauro Pereira (PMDB-RS) e empresários do setor de viticultura e de metalurgia, 11h30 e 12h00, e com o piloto de Fórmula 1 Felipe Nasr, 15h00. Temer participa de cerimônia de entrega de unidades habitacionais em São José do Rio Preto, 10h30. 

5. Noticiário político

Novas revelações sobre o conteúdo do depoimento de Marcelo Odebrecht ao TSE repercutem em Brasília. Odebrecht afirmou que “inventou” a campanha de reeleição da presidente cassada Dilma Rousseff, em 2014. “A campanha presidencial de 2014, ela foi inventada primeiro por mim, tá?”, disse Marcelo ao ser questionado sobre sua relação com a reeleição de Dilma. “Os valores (de doações) foram definidos por mim”, completou. O empresário ainda afirmou que “não tem a menor dúvida” de que Dilma tinha conhecimento do pagamento de despesas de campanha com recursos de caixa 2, o que é negado pela ex-presidente. Confira a matéria completa clicando aqui. 

Apesar dessas revelações, segundo a Folha de S. Paulo, os adversários do PT não comemoram. Eles consideram que esses depoimentos contra Dilma e Lula apenas como petisco do que ainda virá, atingindo outras cabeças estreladas de Brasília.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.