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SÃO PAULO – Em um momento bastante tenso na Bolsa, que teve a maior queda em quatro meses na véspera e esboçou uma reação nesta quarta-feira (22), o próximo pregão pode voltar a ser negativo após o “não-anúncio” do governo. “Mercado pode ficar um pouco azedo, inquieto, com indefinição” disse José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, em entrevista para a Bloomberg.
Enquanto o mercado esperava o anúncio de um contingenciamento para esta tarde, o que ocorreu foi que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falou apenas que o governo vê uma deficiência de R$ 58,2 bilhões no orçamento de 2017. Citando diversos fatores, o ministro explicou que o número final de corte do orçamento está sendo definido – e deve ser menor que este de hoje – e só será anunciado na próxima semana.
Além disso, Meirelles não afastou a possibilidade de aumentos de tributos, se necessário. “É uma grande possibilidade [subir tributos]”, disse. A ideia do corte ou do aumento de impostos visa ajudar o governo a atingir a meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões. “Aparentemente, a chance é que teremos alta de imposto”, disse Gonçalves, da Fator, como mais um motivo de tensão para o mercado.
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Meirelles explicou que este “adiamento” do corte de orçamento ocorreu porque há ações judiciais no STF e STJ que podem impactar positivamente as receitas esperadas para este ano. Segundo ele, as decisões da Justiça podem chegar a R$ 18 bilhões.
(Com Bloomberg)
