Petrobras salta 5% após balanço, Vale tem correção e BM&FBovespa dispara até 7% com decisão sobre fusão

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

(Bloomberg)

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SÃO PAULO – O Ibovespa recupera parte das perdas de ontem, quando caiu 2,93%, no pior pregão do ano. Na contramão do visto na terça, o movimento de hoje é sustentado pelas ações de commodities: a Petrobras se descola do petróleo e salta 5% após balanço “satisfatório” do 4° trimestre, enquanto a Vale corrige parte da histeria de ontem, quando afundou 8,5%, e sobe, se afastando do minério de ferro, que teve mais uma sessão de fortes perdas hoje. 

Chamava atenção também a ação da BM&FBovespa, que disparou 7,08% na máxima do dia, após o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovar a fusão com a Cetip com restrição. Os papéis da Cetip subiram 2,66%, a R$ 48,98, após a decisão. 

Por outro lado, as ações da Cemig foram destaque de queda nesta manhã, quando caíram 10,26%, a R$ 9,01, em meio à liminar revogada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que até então mantinha a empresa como titular da concessão da Usinas de Jaraguá. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira:

Vale (VALE3, R$ 29,40, +1,24%; VALE5, R$ 27,98, +1,23%) 
Depois da histeria vista ontem, quando as ações caíram 8,5%, as ações da Vale têm sessão de recuperação hoje, mesmo que para isso se afaste dos preços do minério de ferro. A commodity negociada no porto chinês de Qingdao caiu 2,97%, indo a US$ 84,99 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -6,33%, a 577 iuanes. Apesar da alta agora, as ações da Vale chegaram a cair 3% na mínima do dia. 

A alta da Vale é acompanhada hoje também pelas ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,39, +2,54%) – holding que detém participação na mineradora -, enquanto as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 11,68, -0,51%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,41, +3,64%), CSN (CSNA3, R$ 9,99, +0,20%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,19, +1,21%) registram perdas e ganhos.   

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No radar, segundo o Valor, o advogado Marcelo Gasparino, com atuação em diversos conselhos de administração de empresas de capital aberto no país, poderá tornar-se o primeiro representante dos acionistas minoritários eleito, em separado dos controladores, no conselho de administração da Vale. 

Petrobras (PETR3, R$ 14,17, +3,43%; PETR4, R$ 13,67, +5,15%)
As ações da Petrobras se afastaram dos preços do petróleo hoje e dispararam após a divulgação do balanço do 4° trimestre, que, embora tenha visto dentro do esperado pelo mercado, trouxe alguns destaques positivos como a geração de caixa e redução da alavancagem. Na máxima do dia, as ações ONs da estatal subiram 4,09%, a R$ 14,26, enquanto as PNs avançaram 5,54%, a R$ 13,72. Enquanto isso, os contratos futuros do petróleo Brent registravam queda de 0,49%, a US$ 50,72 o barril, no mercado internacional. Os contratos do WTI caíam 0,21%, a US$ 48,14 o barril.  

Em relação ao balanço, o UBS reforçou nesta quarta-feira o call de compra na ação, citando que os desinvestimentos podem estar escondendo um valor mais alto do que está precificado, traçando um “paralelo” com um iceberg. Eles mantiveram o preço-alvo nas ações PNs da petroleira em R$ 22,50, o que representa um potencial de alta de 73% frente ao fechamento de terça-feira (veja a análise aqui). 

Já o Credit Suisse decidiu elevar hoje a recomendação de neutra para “outperform” (desempenho acima da média), ou equivalente à venda, mas manteve o preço-alvo em US$ 11,00 por ADR (American Depositary Receipts). O motivo da revisão, contudo, não foi o balanço em si – que, na visão dos analistas do banco veio em linha com o esperado, sem grandes surpresas -, mas sim a queda recente das ações, que abriu uma oportunidade de compra (veja aqui).

Por sua vez, o Santander destacou que a desalavancagem da companhia continua a ser um destaque chave, com a dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 3,6 vezes no final de 2016 ante 5,3 vezes no quarto trimestre de  2015”, segundo relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. A expectativa do Santander era de queda para 3,9 vezes. Os analistas citam sólidos resultados operacionais em upstream e downstream e queda no capex. 

Já o analista Roberto Indech, da Rico Corretora, comentou que o resultado da estatal foi positivo, especialmente olhando para a geração de caixa operacional, que veio um pouco acima do esperado, e alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda, que reduziu na comparação com o 3° trimestre de 2016 e 4° trimestre de 2015. “O resultado foi satisfatório”, disse.

VEJA MAIS: Petrobras “acorda” na Bolsa após cair mais de 20% em 5 meses: a oportunidade de compra chegou?

Ontem à noite, a Petrobras divulgou lucro líquido de R$ 2,510 bilhões no último trimestre de 2016, resultado abaixo das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro de R$ 2,804 bilhões, e revertendo o prejuízo de R$ 36,9 bilhões de um ano antes. No acumulado do ano, por sua vez, a estatal registrou prejuízo de R$ 14,82 bilhões, uma melhora de 57% ante o prejuízo de R$ 34,84 bilhões do ano anterior.

Cemig (CMIG4, R$ 9,47, -5,68%)
As ações da Cemig caíram até 10,26% na mínima desta sessão, em continuidade à forte queda recente. Nas últimas três sessões, as ações da estatal mineira caíram 15%. 

No radar, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta manhã liminar que ele mesmo havia concedido no final de 2015, permitindo na época que a elétrica mineira continuasse como operadora da hidrelétrica de Jaguara nas condições oficiais do contrato de concessão da usina, encerrado em 2013.

A mesma situação da hidrelétrica de Jaguara acontece em outras usinas da Cemig, como Miranda e Volta Grande, nas quais a empresa também tem travado disputas judiciais com a União para tentar manter as concessões.

Na segunda-feira, uma matéria do Valor Econômico apontava que a União não queria negociar com a estatal uma nova proposta da empresa para tentar resolver a disputa em torno do controle das três hidrelétricas no Estado. 

Cetip (CTIP3, R$ 48,77, +2,22%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 19,15, +4,25%)

As ações da BM&FBovespa dispararam até 7,08% na máxima do dia, a R$ 19,67, após Cade aprovar fusão com a Cetip com restrição. As ações da Cetip saltaram 2,60%, a R$ 48,95, após a decisão. 

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira a fusão entre BM&FBovespa e Cetip, aceitando as propostas das próprias companhias para conduta com eventuais concorrentes e política de preços.

O aval antitruste abre caminho para unificação das chamadas infraestruturas do mercado de capitais numa única empresa, negócio acertado em abril passado, quando a BM&FBovespa comprou a Cetip numa operação de cerca de 12 bilhões de reais.

Três dos quatro conselheiros do Cade consideraram que as medidas propostas pelas próprias companhias para remediar preocupações concorrenciais e com a política de preços a clientes eram satisfatórias. Com isso, saiu vencido o voto da relatora do caso, Cristiane Alkmin, que defendia medidas mais restritivas.

Entre os itens do acordo firmado com o Cade, as empresas se comprometeram a viabilizar o acesso de interessadas em prestar serviços de compensação e liquidação no mercado à vista de ações, assim como de depositário central.

Além disso, BM&FBovespa/Cetip se obrigaram a garantir tratamento isonômico a possíveis concorrentes na depositária, detalhando aumentos de custos operacionais ou transacionais ligadas à prestação de serviços.

As empresas ainda prometeram iniciar conversas com eventuais interessados em contratar serviços de depositário central em até 120 dias. Caso as negociações fracassem, a parte interessada poderá acionar arbitragem. Os compromissos assumidos serão acompanhados por um truste nomeado pelas companhias. O acordo terá validade por cinco anos.

Frigoríficos

As ações dos frigoríficos JBS (JBSS3, R$ 10,95, +1,77%), BRF (BRFS3, R$ 35,58, -0,75%), Minerva (MRFG3, R$ 9,35, -0,53%) e Marfrig (MRFG3, R$ 5,55, +2,40%) tiveram dia de perdas e ganhos, após derrocada recente. No radar, o mercado fica de olho na continuidade dos desdobramentos da Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira e que impacta fortemente o setor de frigoríficos. O México informou a suspensão de importação de carne brasileira, a Arábia Saudita intensificou a checagem e o Qatar solicitou amostras e análises de toda a carne brasileira. Já o Egito suspendeu temporariamente aval a novas importações, enquanto Omã não decidiu sobre importação de carne do Brasil.

VEJA MAIS: Após queda de 10% em 3 pregões, chegou a hora de virar a mão com JBS e BRF? Veja o que os gráficos dizem

Movida (MOVI3, R$ 8,72, -0,91%)
Após três casas de análise (BTG, Morgan Stanley e Santander) iniciarem recomendação para as ações da Movida no início dessa semana, foi a vez do Bradesco BBI iniciar a cobertura com recomendação outperform para o papel, com preço-alvo de R$ 13,00 para os ativos, destacando que as ações estão negociadas a um valuation atrativo. A ação da Movida estreou na Bolsa em 8 de fevereiro deste ano.

  • Kroton (KROT3, R$ 12,95, -1,82%)
    O lucro líquido da Kroton Educacional cresceu 19,3% no quarto trimestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, atingindo R$ 487,5 milhões. O número representa uma visão pro forma. No acumulado do ano, o lucro é de R$ 2,008 bilhões, aumento de 12,5% na comparação com 2015. No ano de 2016, a receita chega a R$ 5,244 bilhões, recuo de 0,4% na comparação anual.

Tegma (TGMA3, R$ 12,05, +3,79%)
A Tegma registrou lucro líquido de R$ 13 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo prejuízo de R$ 4 milhões no ano anterior. Já a receita totalizou R$ 255 milhões, queda de 11%, em meio à redução de veículos transportados e da distância média, além da interrupção de operações.