Ibovespa sobe quase 1% com ajuda de disparada de 5% da Petrobras; Previdência segue no radar

Índice ganhou força mais cedo com investidores vendo maior chance de aprovação da reforma da Previdência, mas voltou a ficar volátil no fim do pregão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após uma queda de 3% na véspera, o Ibovespa passou por uma recuperação nesta quarta-feira (22), em uma sessão bastante volátil, entre perdas de 0,77% e máxima de 1,22%. Enquanto os investidores começam a assimilar os efeitos da mudança da reforma da Previdência anunciada ontem e o cenário político em geral, os papéis da Petrobras, Vale e bancos subiram e sustentaram os ganhos do índice.

O benchmark da bolsa brasileira fechou o pregão com ganhos de 0,86%, aos 63.521 pontos, em dia com volume financeiro de R$ 9,131 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial teve forte volatilidade, encerrando com alta de 0,18%, cotado a R$ 3,0951 na compra e R$ 3,0957 na venda, ao passo que o contrato futuro do dólar com vencimento em abril avançou 0,18%, a R$ 3,104.

O mercado fica de olho nos efeitos do primeiro grande recuo do governo na reforma da Previdência, ao excluir servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência. De acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), retirar servidores facilitará a aprovação da reforma, mas o anúncio teria irritado o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, que é fiador da reforma, informou o Estadão.

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A LCA Consultores segue com  o cenário de que a reforma será aprovada, mas em versão desidratada e aponta a seguinte a questão: “o que mais o governo terá de ceder a fim de garantir a aprovação da reforma?” (veja mais clicando aqui). 

Além disso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá fazer um anúncio de corte no Orçamento e um eventual aumento de impostos em coletiva marcada para 17h30. Nesta tarde, o governo cortou as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de 1% para 0,5%, enquanto a expectativa para a inflação passou de 4,7% para 4,3%.

No exterior, os EUA teve movimento misto após os índices registrarem, na véspera, a maior queda desde a eleição em meio às incerteza sobre as políticas econômicas do presidente Donald Trump, antes de seu primeiro grande teste no Congresso. Ele advertiu os parlamentares republicanos de que os eleitores poderiam puni-los se não aprovarem um projeto de lei para desfazer o Obamacare, em uma nova pressão na primeira grande disputa legislativa de sua Presidência.

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“As preocupações de que os republicanos não têm votos suficientes para aprovar a legislação de saúde (estão) afetando as ações e direcionando as apostas no mercado já que isso provavelmente provocará atrasos na legislação tributária também”, disse Stephane Ekolo, estrategista-chefe do Market Securities. 

Voltando ao Brasil, por outro lado, o IPCA-15 de março veio praticamente em linha com o esperado pelo mercado. Na base anual, a taxa ficou em 4,73% ante estimativa de 4,72%. Esta é a primeira vez que o IPCA-15 fica abaixo de 5% desde setembro de 2010.

Destaques da Bolsa

As ações da Petrobras lideraram os ganhos da Bolsa hoje com o resultado positivo divulgado ontem à noite ofuscando a queda do preço do petróleo. A estatal encerrou o quarto trimestre  com lucro líquido de R$ 2,510 bilhões. 

De acordo com o Santander, a desalavancagem da companhia continua a ser um destaque chave, com a dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 3,6 vezes no final de 2016 ante 5,3 vezes no quarto trimestre de  2015”, segundo relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. A expectativa do Santander era de queda para 3,9 vezes. Já o BTG Pactual aponta que a área de exploração e produção foi destaque com preço maior; despesa menor com dívida ruim foi outro destaque. Confira mais análises clicando aqui.  

Os papéis do Pão de Açúcar também registraram ganhos, após a companhia ter a sua cobertura reiniciada pelo JPMorgan com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado). Já a Cemig é destaque de queda após o STF revogar liminar que permitia à companhia estatal manter a hidrelétrica Jaguara.

As ações da Kroton, por sua vez, tiveram queda após a divulgação do balanço. A companhia registrou lucro líquido 19,3% maior no quarto trimestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, atingindo R$ 487,5 milhões. No acumulado do ano, o lucro é de R$ 2,008 bilhões, aumento de 12,5% na comparação com 2015.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 60,89 +5,31 +11,21 131,53M
 PETR4 PETROBRAS PN 13,66 +5,08 -8,14 835,16M
 GOAU4 GERDAU MET PN 5,41 +3,64 +12,71 113,97M
 QUAL3 QUALICORP ON 19,25 +3,49 0,00 31,66M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 33,05 +3,38 +18,00 292,36M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 13,11 -2,38 -7,68 46,62M
 WEGE3 WEG ON 16,40 -2,38 +6,20 39,42M
 CMIG4 CEMIG PN 9,83 -2,09 +27,50 220,88M
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 28,50 -2,06 +11,37 121,89M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 14,40 -1,97 -17,98 51,53M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 27,98 +1,23 890,22M 875,52M 58.041 
 PETR4 PETROBRAS PN 13,66 +5,08 835,16M 602,23M 75.728 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 18,94 +3,10 470,75M 171,58M 53.873 
 CTIP3 CETIP ON EJ 48,30 +1,23 434,01M 67,45M 14.450 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 38,08 +0,82 325,82M 393,58M 29.133 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 33,05 +3,38 292,36M 238,69M 25.447 
 BBDC4 BRADESCO PN 31,25 +0,39 247,21M 288,31M 24.251 
 CMIG4 CEMIG PN 9,83 -2,09 220,88M 91,36M 43.063 
 VALE3 VALE ON 29,40 +1,24 205,91M 221,92M 25.436 
 PETR3 PETROBRAS ON 14,15 +3,28 201,63M 154,99M 33.919 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.