- SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com o mercado repercutindo os destaques dos balanços de Petrobras e Kroton, além de recomendações e o dia-D para a fusão entre Cetip e BM&FBovespa. Confira no que se atentar nesta sessão:
- Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras divulgou resultado na noite de ontem, encerrando o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 2,510 bilhões, resultado abaixo das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro de R$ 2,804 bilhões, e revertendo o prejuízo de R$ 36,9 bilhões de um ano antes. No acumulado do ano, por sua vez, a estatal registrou prejuízo de R$ 14,82 bilhões, uma melhora de 57% ante o prejuízo de R$ 34,84 bilhões do ano anterior. -
Segundo o analista Roberto Indech, da Rico Corretora, o resultado da estatal foi positivo, especialmente olhando para a geração de caixa operacional, que veio um pouco acima do esperado, e alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda, que reduziu na comparação com o 3° trimestre de 2016 e 4° trimestre de 2015. “O resultado foi satisfatório”, comentou (veja mais detalhes da análise clicando aqui).
De acordo com o Santander, a desalavancagem da companhia continua a ser um destaque chave, com a dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 3,6 vezes no final de 2016 ante 5,3 vezes no quarto trimestre de 2015”, segundo relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. A expectativa do Santander era de queda para 3,9 vezes. Os analistas citam sólidos resultados operacionais em upstream e downstream e queda no capex.
- Já o BTG Pactual aponta que a área de exploração e produção foi destaque com
preço maior; despesa menor com dívida ruim foi outro destaque. Confira mais análises clicando aqui. - Kroton (KROT3)
O lucro líquido da Kroton Educacional cresceu 19,3% no quarto trimestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, atingindo R$ 487,5 milhões. O número representa uma visão pro forma. No acumulado do ano, o lucro é de R$ 2,008 bilhões, aumento de 12,5% na comparação com 2015.
O número pro forma exclui o efeito de um impacto positivo pelo reconhecimento, no quarto trimestre, de receita de alunos do programa federal Fies que não havia sido reconhecida no terceiro trimestre de 2016. O lucro líquido ajustado do ano exclui ainda amortização de intangível, despesas não recorrentes e ganhos associados com a venda da Uniasselvi deduzido IR e Contribuição Social.
Na visão societária, ou seja, incluindo as receitas reconhecidas em atraso, o lucro do quarto trimestre é de R$ 870,8 milhões, aumento de 194,7% ante igual período de 2015. No ano, o resultado societário é de R$ 1,864 bilhão, alta de 33,5% sobre o resultado de 2015.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado pro forma no quarto trimestre ficou em R$ 460,7 milhões, estável na comparação anual. Excluindo-se despesas não recorrentes, o Ebitda ajustado chegou a R$ 528,7 milhões no trimestre, alta de 2%. Em doze meses, o Ebitda ajustado chegou a R$ 2,3 bilhões, expansão de 5,6%.
A receita líquida pro forma da Kroton somou R$ 1,742 bilhão no quarto trimestre, expansão de 3,1% ante o reportado nos mesmos meses de 2015. Já a receita incluindo o reconhecimento dos alunos Fies referentes ao trimestre anterior foi de R$ 1,878 bilhão entre outubro e dezembro, aumento de 41,1% ante o apurado no mesmo período de 2015.
No ano de 2016, a receita chega a R$ 5,244 bilhões, recuo de 0,4% na comparação anual.
- Tegma (TGMA3)
A Tegma registrou lucro líquido de R$ 13 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo prejuízo de R$ 4 milhões no ano anterior. Já a receita totalizou R$ 255 milhões, queda de 11%, em meio à redução de veículos transportados e da distância média, além da interrupção de operações. O Ebitda totalizou foi de R$ 32 milhões. Segundo a empresa, as “intenções e reformas do governo melhoraram as perspectivas, mas que as incertezas políticas precisam de desfecho o quanto antes para melhorar a visibilidade do futuro.”
- Cetip (CTIP3) e BM&FBovespa (BVMF3)
A fusão entre BM&FBovespa e Cetip está na pauta de julgamentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desta quarta-feira. A conselheira Cristiane Alkmin é a relatora do caso e a sessão está marcada para às 10h. A deliberação sobre o ato entre Bolsa e Cetip ocorrerá 270 dias depois de sua notificação ao Cade; segundo a Coluna do Broadcast, a expectativa é de aprovação, que deve vir com alguns remédios, como a abertura de serviços para terceiros, de forma que a operação não crie novas barreiras à chegada de concorrentes no Brasil.
- Movida (MOVI3)
Após três casas de análise (BTG, Morgan Stanley e Santander) iniciarem recomendação para as ações da Movida no início dessa semana, foi a vez do Bradesco BBI iniciar a cobertura com recomendação outperform para o papel, com preço-alvo de R$ 13,00 para os ativos, destacando que as ações estão negociadas a um valuation atrativo. A ação da Movida estreou na Bolsa em 8 de fevereiro deste ano.
- Direcional (DIRR3)
A Direcional foi elevada para outperform por BB Investimentos, com novo preço-alvo de R$ 7,30 para 2017. Apesar do resultado negativo do quarto trimestre de 2016, a expectativa é de resultados mais positivos e estáveis neste ano.
- Oi (OIBR4)
De acordo com o jornal Valor Econômico, o governo está ficando mais perto de uma intervenção na Oi. A demora dos acionistas da operadora em aprovar um plano de recuperação torna essa possibilidade, antes tida como remota, bem menos distante. Com apenas seis artigos, a medida provisória que abre caminho para isso tem uma versão pronta na Casa Civil, diz o jornal.
- Vale (VALE3;VALE5)
Segundo o Valor, o advogado Marcelo Gasparino, com atuação em diversos conselhos de administração de empresas de capital aberto no país, poderá tornar-se o primeiro representante dos acionistas minoritários eleito, em separado dos controladores, no conselho de administração da Vale.
- Eletrobras (ELET3;ELET6)
O jornal também informa que o governo pretende realizar em 2018 uma licitação internacional para atrair um sócio para a Eletrobras em Angra 3 e, assim, viabilizar a retomada das obras de construção da usina nuclear, suspensas desde 2015 por falta de pagamento a fornecedores e indícios de fraudes nos contratos de bens e serviços. A expectativa é que o empreendimento fique pronto entre 2023 e 2024.
- Usiminas (USIM5)
Por fim, o jornal destaca que reunião do conselho de administração da Usiminas marcada para amanhã pode resultar em mais uma troca do comando executivo da companhia. O Valor apurou que a maioria dos conselheiros avaliará a conduta do presidente, Rômel de Souza, ao assinar memorando de entendimento com a Mineração Usiminas, com vistas a um acordo de compensação de perdas da fornecedora de minério à siderúrgica.
- Frigoríficos
O mercado também deve ficar de olho na continuidade dos desdobramentos da Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira e que impacta fortemente o setor de frigoríficos. O México informou a suspensão de importação de carne brasileira, a Arábia Saudita intensificou a checagem e o Qatar solicitou amostras e análises de toda a carne brasileira. Já o Egito suspendeu temporariamente aval a novas importações, enquanto Omã não decidiu sobre importação de carne do Brasil.
- (Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)
Os destaques da Petrobras e mais 2 balanços; 2 recomendações e “dia D” para fusão entre BM&FBovespa-Cetip no radar
Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta quarta-feira (22)
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