Coreia do Sul volta atrás e suspende proibição a importação de frango da BRF

O país asiático, no entanto, decidiu intensificar a fiscalização do produto brasileiro; ministério da Agricultura suspendeu exportação de 21 frigoríficos investigados na Carne Fraca

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Coreia do Sul removeu a suspensão temporária das importações de frango da BRF, segundo comunicado do Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais.

O ministério da Coreia do Sul verificou e confirmou com o governo brasileiro que o país nunca comprou frangos podres do Brasil, informou. O país asiático, no entanto, decidiu intensificar a fiscalização do produto brasileiro.  O Egito, um dos principais compradores da carne bovina brasileira, decidiu no final de semana manter seus portos abertos ao produto. A decisão foi motivada também porque o Egito já pede que a carne tenha um certificado islâmico, obtido pelas empresas exportadoras após inspeções adicionais.

Até o momento, a União Europeia, a China e o Chile oficializaram a suspensão das importações do produto brasileiro.  Os países aguardam esclarecimentos do governo brasileiro sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada sexta-feira (17) pela Polícia Federal.

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“[A restrição seria] um desastre. Com toda certeza, um desastre, porque a China é um grande importador nosso. A Comunidade Europeia, além de ser o nosso segundo ponto de importação, é também o nosso cartão de visitas”, ressaltou o ministro da Agricultura Blairo Maggi, em entrevista à imprensa.

Segundo a denúncia da Polícia Federal, o esquema criminoso envolve empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo.

“Quem vende para Europa vende para muitos países que, muitas vezes, nem pedem fiscalização nossa, pois sabem que temos um sistema bom. Eu torço, eu rezo, eu penso, eu trabalho para que isso não venha a acontecer”, disse Maggi.

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O ministro anunciou a suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação, mas afirmou que continuará a permitir a venda dos produtos no mercado interno. Maggi destacou que as medidas dentro do país são mais brandas porque há controle rígido dos procedimentos, com base na legislação, que protege o consumidor brasileiro. “No mercado interno, temos mais controle.”

Segundo o ministro, a preocupação com o mercado externo se deve à dificuldade de reabertura caso haja alguma medida mais rígida. “Uma vez que haja o fechamento de um mercado desses, para reabrir, serão muitos anos de trabalho. A nossa preocupação neste momento é não deixar sem resposta todos os pedidos de informação que o mercado internacional está nos pedindo”, disse Maggi. O ministro lembrou ainda que o mal da vaca louca provocou o fechamento do mercado durante três anos.

(Com Agência Brasil) 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.