Após pânico, Ibovespa sobe 1% e encosta em 65 mil pontos; dólar cai para R$ 3,07

Índice chegou a cair puxado pelos papéis dos frigoríficos, mas virou para alta com o mercado passando a digerir os reais efeitos da operação da Polícia Federal

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após iniciar esta segunda-feira (20) em queda, o Ibovespa virou para ganhos ainda no fim da manhã, se mantendo no positivo até o fim do pregão. O destaque mais uma vez ficou para os papéis dos frigoríficos, em especial a JBS, que oscilou entre queda de 10% e alta de 2,5%, ainda em reflexo à Operação Carne Fraca. No fim do pregão, a Petrobras ganhou força e sustentou a alta do índice.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 1,05%, aos 64.884 pontos, com volume financeiro de R$ 12,196 bilhões. Já o dólar comercial recuou 0,94%, cotado a R$ 3,0717 na venda, enquanto o contrato futuro de dólar com vencimento em abril teve queda de 0,71%, a R$ 3,082. No câmbio, pressionou a perspectiva de ingresso de recursos no país após o leilão de aeroportos em meio à sinalização de que os juros não devem subir além do esperado nos EUA.

O início da sessão foi de cautela para os mercados, com o dólar em alta e a bolsa em baixa, em meio aos receios de efeitos da operação sobre exportações brasileiras. Contudo, a percepção é de que o governo busca limitar o efeito negativo junto a parceiros comerciais. Além disso, as ações de empresas que haviam caído na sexta “contaminadas” pela aversão ao risco com a operação Carne Fraca passaram a subir, caso de blue chips como Vale, Petrobras e bancos.

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A China e o Chile suspenderam temporariamente a importação de carne do Brasil, enquanto a Coreia do Sul barrou temporariamente produtos de frango da BRF. Já a União Europeia pediu que Brasil responda com urgência ao pedido de esclarecimentos feito ao país sobre a operação da PF.

Ontem, o governo Temer fez reuniões de emergência com ministros e frigoríficos, além de ter jantado com embaixadores em churrascaria neste domingo, tentando acalmar os temores sobre a qualidade da carne após a operação da PF. O Bradesco BBI vê um impacto de 15% no Ebitda da BRF em 2017, enquanto a Folha destacou o impacto da Carne Fraca para a oferta de ações. (veja mais detalhes clicando aqui). 

Além disso, contribuindo para o movimento negativo da manhã, estava a notícia sobre o desdobramento da reunião do G-20 no último final de semana, após a retirada do trecho sobre combate ao protecionismo da declaração do grupo das maiores potências econômicas mundiais, o que aumentou os temores de maiores barreiras ao comércio global.

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Já na pauta econômica, vale destacar a notícia do Estadão de que, por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo deverá ser obrigado a anunciar um “supercorte” inicial do Orçamento e calibrar o valor ao longo do ano de acordo com um cronograma de medidas de aumento de receita. Os números ainda preliminares apontam que a tesourada pode ficar numa faixa entre R$ 60 bilhões e R$ 65 bilhões, a depender das decisões que serão tomadas nos próximos dois dias.

Por fim, em entrevista ao Financial Times, o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn afirmou que a recuperação é impulsionada por política monetária flexível, reformas econômicas e micro-reformas. Ele destacou que o Brasil está voltando ao normal e o PIB começa a se recuperar no primeiro trimestre deste ano; o presidente do BC vê o PIB crescendo até 3% no quarto trimestre deste ano. 

Destaques da Bolsa

Além de JBS e BRF em destaque, chamaram atenção também as ações da Petrobras, que ganharam força nesta sessão, após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) suspender julgamento de ação que poderia causar prejuízo bilionário à estatal. Com isso, as ações da companhia “ignoraram” o dia de queda dos preços do petróleo. Lá fora, os contratos do petróleo Brent caíam 0,08%, a US$ 51,72 o barril, enquanto o WTI recuava 1,05%, a US$ 48,27 o barril.

Ainda no mercado de commodities, o cobre e níquel caem em Londres, enquanto o minério de ferro em Dalian tem leve queda de 0,42%, e o de Qingdao tem baixa de 0,92%, a 712 iuanes. A Vale registra leves ganhos, de menos de 1%.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 FIBRIA ON 28,90 +4,29 -9,38 50,01M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 13,32 +3,82 -6,20 57,37M
 PETR4 PETROBRAS PN 13,60 +3,34 -8,54 695,72M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,95 +3,01 +0,92 40,01M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 15,62 +2,76 -1,14 53,37M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CMIG4 CEMIG PN 10,92 -5,70 +41,63 102,13M
 MRFG3 MARFRIG ON 5,36 -4,29 -18,91 17,08M
 SMLE3 SMILES ON ED 55,81 -3,65 +33,88 36,12M
 SBSP3 SABESP ON 30,87 -3,11 +7,22 80,61M
 BRFS3 BRF SA ON 36,30 -2,16 -24,77 688,22M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 C?digo Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 13,60 +3,34 695,72M 594,74M 46.936 
 BRFS3 BRF SA ON 36,30 -2,16 688,22M 152,96M 52.411 
 VALE5 VALE PNA 30,20 +1,00 585,66M 863,87M 27.949 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 38,60 +1,10 452,38M 422,96M 28.140 
 BBDC4 BRADESCO PN 32,08 +1,78 356,82M 283,35M 25.876 
 JBSS3 JBS ON 10,80 +0,75 287,27M 76,92M 49.269 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 32,75 -0,18 259,49M 260,38M 21.189 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,64 +2,50 249,90M 208,37M 26.868 
 CTIP3 CETIP ON 48,00 +0,52 231,74M 59,36M 3.491 
 CIEL3 CIELO ON ED 27,04 -0,84 190,53M 179,08M 16.906 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.