De volta ao jogo? O que pode estar trás da disparada de até 7% das ações da Suzano e Fibria hoje

Apesar do dia sem graça para o dólar, as ações da Suzano lideraram os ganhos do Ibovespa, enquanto a Fibria estendia a alta surpreendente de ontem, quando as demais ações do setor caíram

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de serem praticamente eliminadas das carteiras dos gestores ano passado, em meio às projeções de dólar em queda e preocupações sobre a celulose, o que provocou uma queda dessas ações de até 40%, o setor de papel e celulose tenta “voltar ao jogo” na Bovespa – mesmo que para isso não conte com a ajuda do câmbio, que, embora tenha fechado em leve alta hoje, testou na mínima do dia a região dos R$ 3,10. 

No retrato desta sessão, o que se viu foi o seguinte: sem contribuição do câmbio, que fechou em leve alta de 0,14%, as ações da Suzano (SUZB5) lideraram nesta sessão os ganhos do Ibovespa, com alta de 6,76%, a R$ 13,10. Na sequência, apareceu a Fibria (FIBR3, R$ 28,30, +4,31%), que já ontem chamou atenção por ser a única do setor a se salvar após derrocada do dólar em reação ao Fomc (Federal Open Market Committee), enquanto a Klabin (KLBN11, R$ 15,00, 0,0) fechou no zero a zero, depois de subir 1,67% na máxima do dia. 

Mas se não foi dólar, o que provocou a alta?
No radar das empresas, 3 fatores podem ter ajudado a dar um impulso nesses papéis: 1) anúncio de reajuste de preços de mais uma empresa do setor; 2) relatório do UBS elevando os preços da celulose para este ano em 12%; 3) um relatório do começo da semana do Bank of America Merrill Lynch colocando a Fibria como sua “top pick”, vendo um potencial de alta de 50% das ações, e reiterando Suzano como compra. 

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Sobre o reajuste, a Eldorado Brasil comunicou hoje o aumento de US$ 30 na tonelada de celulose vendida na China a partir de 1º de abril, na mesma magnitude do divulgado pela rival Suzano no começo da semana. A Fibria, maior do setor, não comentou se irá acompanhar as rivais no reajuste, que representa o quarto este ano para o país asiático.

Em relação ao relatório do UBS, embora os analistas do banco ainda vejam um cenário desafiador para celulose nos próximos anos, eles decidiram elevar os preços de celulose neste ano. A projeção passou de US$ 492,00 a tonelada para US$ 551,00 a tonelada (alta de 12%). Para eles, a maior preocupação vai para 2018, quando decidiram revisar a expectativa de US$ 500 a tonelada para US$ 480 a tonelada. 

 Por fim, o relatório do BofA, que traz um cenário bem otimista para a Fibria: além de colocar a ação como sua “top pick”, o banco vê um potencial de valorização de quase 50% (preço-alvo em R$ 40,00). 

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Segundo os analistas, o setor – que teve o pior desempenho do Ibovespa no último ano – parece atrativo agora, citando que as ações da Fibria como “baratas” neste patamar de preços. Para eles, o mercado ainda não precifica o crescimento da empresa, tendo em vista a projeção de adição de 1,95 milhões de toneladas em produção por conta do projeto Fibria Horizonte II. De acordo com eles, somente isso deve adicionar R$ 8,50 por ação da empresa (ou 33% do seu valor de mercado). Além disso, eles elevaram também as projeções para os preços de papel e celulose para 2017 e 2018 em 5%, indo para US$ 550 a tonelada e US$ 500 a tonelada, respectivamente.