8 ações e 10 small caps para ficar de olho no início do pregão desta quarta-feira

As principais informações para você operar no pregão desta quarta (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quarta-feira (15) promete ser bastante movimentada. Em dia de vencimento de opções sobre Ibovespa, o mercado ainda se depara com a decisão sobre o Fomc (Federal Open Market Committee), as eleições na Holanda (que serão um termômetro sobre o sentimento anti-euro e sobre as eleições francesas), além da repercussão da lista de Rodrigo Janot, que conta com pelo menos cinco ministros de Michel Temer. Confira os destaques desta quarta: 

1. Ações para monitorar

Petrobras (PETR3; PETR4): A produção brasileira nos campos de petróleo e gás natural do pré-sal operados pela estatal atingiu, em fevereiro, 1,53 milhão de barris de óleo equivalente (boed). O valor representa aumento de 41% em relação a produção de fevereiro de 2016. Em comparação a janeiro deste ano, o volume registrou uma redução de 3%. Além disso, segundo o jornal o Estado de S.Paulo, a petroleira negocia com um consórcio de empresas chinesas, liderado pela estatal Sinopec, a venda da fábrica de fertilizantes nitrogenados que começou a construir no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Na negociação, o consórcio se comprometeu a assumir dívidas que somam R$ 38 milhões com fornecedores. A venda da fábrica, porém, pode esbarrar numa decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesta quarta-feira, 15, o órgão deve julgar se o plano de venda de ativos da estatal terá de voltar à estaca zero. Vale ressaltar também que os papéis da mineradora devem repercutir na bolsa a valorização de mais de 2% nas cotações do petróleo nos mercados internacionais.
Vale (VALE3; VALE5): As ações da mineradora devem reagir à alta do de mais de 5% nos contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian e à valorização de mais de 3% na tonelada à vista negociada no porto de Qingdao, também, na China, que retornou ao nível dos US$ 90.
BTG Pactual (BBTG11): O EFG International se prepara para uma batalha com o grupo brasileiro BTG Pactual em relação ao valor do BSI, com o banco suíço agora esperando reduzir o preço de compra em mais de 25%. Nesta quarta-feira, o EFG International comunicou ajustes pós-fechamento no valor de aquisição do BSI de cerca de 277,5 milhões de francos suíços (275,3 milhões de dólares). Em comunicado divulgado nesta manhã, contudo, o BTG refuta o montante e informa que, após levar em consideração as opiniões de seus assessores, o preço deveria ser ajustado em 95,7 milhões de francos para cima. “Se as partes não chegarem a um acordo durante a fase de negociações, as diferenças serão resolvidas oportunamente por um especialista independente, de acordo com os documentos da alienação do BSI”, esclareceu o BTG Pactual na nota.
Prumo (PRML3): A controladora EIG informou que o “lançamento da OPA da Prumo não depende da aprovação da OPA por Itaú e/ou Mubadala e a permanência destes como acionistas da companhia”, segundo comunicado. A oferta pública tem objetivo de comprar ações em circulação para cancelamento de registro da categoria A e saída do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa. Em janeiro, EIG havia condicionado OPA à permanência de Itaú e Mubadala. 
Eternit (ETER3): A empresa adiou a divulgação do balanço do quarto trimestre de 15 para 17 de março. A teleconferência sobre resultados do quarto trimestre também foi adiada de 16 para 20 de março, segundo comunicado da companhia. Vale ressaltar que na segunda-feira a companhia informou que foi notificada na tarde de sexta-feira (10) de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho contra a companhia. Entre os pedidos contidos na ação, está o pagamento de R$ 85 milhões a título de danos morais coletivos, o que representa 33% do valor de mercado da empresa, e a substituição da matéria prima dentro do prazo de noventa dias.
Guararapes (GUAR4): A Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou um lucro líquido de R$ 252,4 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 59,1% ante o mesmo intervalo de 2015. A receita líquida subiu 5,1% no quarto trimestre, para R$ 1,85 bilhão. O Ebitda, por sua vez, teve alta de 36,8%, a R$ 383,8 milhões. 
Anima (ANIM3): A Anima Educação teve prejuízo líquido de R$ 36,4 milhões nos últimos três meses de 2016, mais de seis vezes superior ao prejuízo líquido no quarto trimestre de 2015, de R$ 5,6 milhões. Já a receita foi de R$ 258,5 milhões, alta de 28,6% ante o mesmo trimestre de 2015. O Ebitda entrou em território negativo de R$ 11,7 milhões, ante resultado positivo de R$ 4,6 milhões no quarto trimestre de 2015.
Mills (MILS3): A Mills teve um prejuízo líquido de R$ 38,5 milhões no quarto trimestre de 2016, o  queda de 33,5% em relação ao resultado negativo de R$ 57,9 milhões no mesmo período de 2015. A receita da empresa caiu 41,3%, passando de R$ 127,9 milhões para R$ 75 milhões.
Small caps: Em relatório, o Bradesco BBI destacou uma lista com as dez small caps preferidas do banco, destacando que o índice de small caps deve se beneficiar da queda da taxa de juros pelo Copom e, consequentemente, pelas melhores perspectivas de crescimento do Brasil. De acordo com os estrategistas do banco, é hora de comprar small caps, que devem se beneficiar mais do cenário do que as large caps. A lista contém: CESP (CESP6), Copasa (CSMG3), Duratex (DTEX3), Energisa (ENGI11), Gol (GOLL4), Iguatemi (IGTA3), a Iochpe-Maxion (MYPK3), Magazine Luiza (MGLU3), Metalurgica Gerdau (GOAU4) e Sanepar (SAPR4). 

 

2. Bolsas mundiais

Os investidores globais seguem cautelosos à espera da decisão de juros do Fomc. às 15h. Na China, os mercados acionários tiveram pouca variação nesta quarta-feira. Uma coletiva de imprensa do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que não trouxe surpresas também contribuiu para manter a volatilidade baixa. Li deu garantias sobre a economia chinesa, dizendo que as previsões de um pouso forçado devem parar. Ele também enfatizou que Pequim não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos e pediu conversas entre os dois lados para alcançar um plano comum.

O bom-humor no continente favorece a alta do minério de ferro, em meio ao retorno do otimismo com a demanda. Os contratos futuros negociados na bolsa de Dailian registram avanço de 5,5% e ajudam a sustentar inclusive índices da Europa neste pregão. Por lá, as principais bolsas oscilam entre leves altas e baixas, com as atenções voltadas para as eleições na Holanda e para a perspectiva que a rainha Elizabeth II autorize o início formal do Brexit nesta quinta-feira (16).

Além do minério, o petróleo volta a subir após cair ontem abaixo de US$ 48 com uma surpreendente queda dos estoques nos EUA, de acordo com os dados do Instituto americano de energia, enquanto AIE diz que é preciso tempo para reduzir o excesso mundial de oferta. 

Às 8h09, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,12%

*CAC-40 (França) -0,10%

*DAX (Alemanha) -0,02%

*Xangai (China) +0,08% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,15% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,16% (fechado)

*Petróleo brent +1,87%, a US$ 51,87 o barril

*Petróleo WTI +2,16%, a US$ 48,75 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao +3,16%, a US$ 90,93 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian  +5,53%, a 725 iuanes a tonelada

 

3. Agenda

O destaque desta quarta-feira é a decisão de juros do Fomc, que será conhecida às 15h.  A aposta majoritária do mercado é de uma elevação dos juros nos Estados Unidos. Às 15h30, a presidente do Fed, Janet Yellen, discursa e os investidores buscarão sinalizações sobre o futuro do ciclo de aperto monetário nos EUA, especialmente se o número de altas para 2017 deve ficar nas três altas esperadas atualmente ou se pode comportar ainda um quarto aumento. Veja a análise clicando aqui. Mais cedo, às 9h30, será conhecida a inflação ao consumidor norte-americano medida pelo CPI de fevereiro. A estimativa mediana de economistas consultados pela Bloomberg é de uma taxa de 2,7% na comparação interanual. No mesmo horário, serão divulgadas as vendas no varejo dos Estados Unidos de fevereiro. Às 11h30, saem os estoques de petróleo dos EUA.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Mais cedo, às 7h, saiu a taxa de desemprego da zona do euro, mas o destaque do dia no continente europeu é a eleição na Holanda. Por lá, o favorito é o candidato de extrema direita Geert Wilders, de 53 anos, que tem sido chamado de “Donald Trump holandês” por basear sua campanha em uma agenda xenofóbica, anti-islâmica, protecionista e contra a União Europeia (UE). Os mercados monitoram de perto o pleito por marcarem o pontapé inicial do calendário eleitoral de um ano-chave para a Europa, onde os partidos tradicionais estão em declínio e emergem forças de ultra-direita que se opõem à União Europeia. O resultado da Holanda poderá ter forte impacto nas eleições na França, em abril, e na Alemanha, em setembro.

O único dado relevante no Brasil é o fluxo cambial semanal, que o Banco Central divulga às 12h30. O mercado de câmbio deve reagir também à aprovação no Senado da segunda rodada de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior. O projeto agora vai para sanção presidencial. O novo projeto prevê o pagamento de multa e imposto de renda de 35% para a regularização dos recursos. Parte do montante arrecadado será dividida entre o governo federal e os Estados e deve auxiliar no esforço do reequilíbrio das contas públicas.

4. Lista do Janot

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta terça-feira 83 pedidos de abertura de inquérito ao STF (Supremo Tribunal Federal) com base nas delações premiadas dos 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht. Segundo a Procuradoria-Geral da República, foram enviados 320 pedidos ao STF, sendo que 211 são “declínios de competência” para que os inquéritos corram em outras instâncias da Justiça por envolverem pessoas que não direito a foro privilegiado, além de sete arquivamentos e outros 19 pedidos. Segundo o MPF, Janot pediu a retirada do sigilo do conteúdo das delações. A decisão cabe ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato no STF. 

Contudo, os nomes de alguns citados na lista de Janot já foram divulgados pela imprensa, caso dos ministros Moreira Franco, Eliseu Padilha, Gilberto Kassab, Bruno Araújo e Aloysio Nunes. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, além dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e senadores Romero Jucá, Aécio Neves, José Serra e Renan Calheiros também estão na lista; já Michel Temer não é citado. De acordo com a consultoria de risco político Eurasia, a lista de Janot tem mais impacto em 2018 do que em
reformas, que poderiam ser adiadas, não minadas. Isso reforça a visão de campo aberto com forte demanda “anti-establishment” dos eleitores.

5. Reformas e pauta do STF

Falando de reformas, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que a Lista de Janot não deve afetar as votações no Congresso e ressaltou que o governo continua trabalhando com a aprovação da reforma em abril, após notícias de atraso no cronograma para maio. 

Na agenda do dia, Meirelles participa de reunião do Confaz, 9h30, recebe Corbat, do Citi, 10h30, encontra ministro Gilmar Mendes, 11h15, e viaja para Frankfurt para participar da Reunião de Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do G-20. Já o presidente Temer recebe presidente do TSE e ministro do STF, Gilmar Mendes, presidente do Senado, Eunício Oliveira, e presidente da Câmara, Rodrigo Maia, 10h00, participa do lançamento do Senhor Orientador e início do Empreender Mais Simples, 12h00, de cerimônia de autorização da licitação para captação de água do Lago Paranoá, 15h00, reúne-se com presidente da Brookfield Brasil, Luiz Ildefonso Simões Lopes, 16h00, e com CEO Global do Citigroup, Michael Corbat, 17h00.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar hoje às 14h o julgamento de caso que trata da incidência do ICMS na base de cálculos do PIS e da Cofins. 

(com Agência Brasil, Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.