Petrobras afunda 4%, small cap cai até 8% com processo e “nova compra” de Barsi dispara 30% em 2 dias

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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Vale (VALE3, R$ 30,37, -2,06%; VALE5, R$ 28,80, -1,77%) 
As ações da Vale operam no negativo após alta de mais de 4% ontem, na esteira do minério de ferro. Hoje, contudo, a commodity negociada no porto de Qingdao, na China, fechou em leve queda de 0,14%, a US$ 88,14 a tonelada, o que contribuiu para o movimento de realização dos papéis. Seguem a queda as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 22,12, -2,34%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,30, -1,05%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,94, -0,67%), Usiminas (USIM5, R$ 4,63, -1,91%) e CSN (CSNA3, R$ 10,94, -1,00%). 

VEJA MAIS: Vale afunda 15% em 12 pregões e deixa analistas confusos: oportunidade ou cilada na Bolsa?

Petrobras (PETR3, R$ 14,27, -4,42%; PETR4, R$ 13,78, -4,11%)
As ações da Petrobras aceleram perdas em meio à reviravolta nos preços do petróleo. Com a derrocada, os papéis PNs da estatal atingem o menor patamar desde 14 de novembro de 2016. Neste momento, os contratos do petróleo Brent registravam queda de 1,19%, a US$ 50,74 o barril, enquanto o WTI caía 1,67%, a US$ 47,59 o barril. 

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A commodity virou para forte queda no mercado internacional, após a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prever que a oferta fora do grupo pode crescer em 400 mil barris de petróleo por dia este ano, o que representaria uma revisão para cima em 160 mil barris de petróleo por dia em relação à expectativa anterior. 

Além disso, a estatal reagia a mais uma má notícia no radar: o TCU (Tribunal de Contas da União) poderá obrigar a Petrobras a recomeçar do zero projetos de venda de ativos para corrigir procedimentos considerados irregularidades, segundo informou a Agência Estado. 

Pela notícia, a proposta deve ser apresentada em plenário pelo relator do processo que avalia os desinvestimentos da estatal, José Múcio Monteiro, em julgamento previsto para esta quarta-feira (15). Um novo voto, com esse entendimento, estava sendo preparado nesta segunda-feira pela equipe do ministro, após discussões com outros integrantes da corte. Em entrevista ao jornal O Globo, Pedro Parente, presidente da estatal, destacou que o programa de venda de ativos da Petrobras “não é uma alternativa, não é uma escolha, é uma necessidade”.  

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JBS (JBSS3, R$ 11,83, +1,81%)
A JBS informou a celebração na última segunda-feira (13), por meio de sua controlada JBS USA, da aquisição da Plumrose nos Estados Unidos. Segundo a companhia, o valor da aquisição foi de US$ 230 milhões e dá continuidade à estratégia da empresa de expandir o seu portfólio de produtos e fortalece a sua base de clientes e distribuição geográfica nos Estados Unidos.

A companhia também apresentou seu resultado, reportando um lucro líquido de R$ 693,9 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o prejuízo de R$ 275,1 milhões de um ano antes. No acumulado de 2016, a JBS apresentou queda de 91,9% no lucro, passando de R$ 4,64 bilhões para R$ 376 milhões. De acordo com o Bradesco BBI, o balanço apresentado foi forte, com o Ebitda em linha com a expectativa do mercado. Por outro lado, o Itaú BBA cortou o preço-alvo para baixo, de R$ 17,00 para R$ 16,00, levando em conta as estimativas macroeconômicas, com o que inclui um dólar a R$ 3,22 (ante R$ 3,27).

Cemig (CMIG4, R$ 11,36, -1,05%)
Após subir 5% ontem com rumor de venda de uma participação majoritária de duas unidades (Cemig GT e Cemig D), as ações da Cemig têm sessão de realização. O motivo? Em resposta aos questionamentos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)  divulgada ao mercado ontem à noite, a Cemig não confirmou e nem negou a notícia. 

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A empresa informou que tem estudado alternativas de financiamento nos mercados de capitais, seja doméstico ou internacional, com o objetivo específico de otimizar o perfil de sua dívida. Até a presente data, entretanto, o conselho de administração da Cemig não aprovou captações. Sobre eventual privatização, a companhia informou em comunicado que, até o momento, não tem conhecimento da existência de um processo em andamento. Em outro comunicado, Cemig diz que estuda possíveis ações para redução da dívida, aumento de produtividade e revisão do portfólio de participações, com foco no core business e priorizando empresas onde se detém o controle acionário.

Em relatório, os analistas do BTG Pactual comentaram que, naturalmente, uma privatização destravaria mais valor do que as outras alternativas, lembrando que as ações PNs da estatal mineira não possuem direito de “tag-along”, portanto, quanto melhor o acordo de acionistas e capacidade do novo parceiro de execução, maior o potencial para destravar valor aos seus acionistas. 

CCR (CCRO3, R$ 17,94, -0,22%)
Em entrevista para a Bloomberg, Leonardo Vianna, diretor de Novos Negócios da CCR, explicou os motivos para a companhia não participar do leilão de quatro aeroportos que ocorre na quinta-feira (16). “Os projetos não se enquadram dentro de perfil de resultados que nossos acionistas estipulam e da nossa disciplina de capital”, afirmou. Ele explicou que o principal motivo para a empresa ter ficado de fora do leilão foi “o problema da demanda”. “Na hora que a gente simula a demanda (de passageiros) projetada com os estudos apresentados pelo governo a defasagem é muito grande”, disse Vianna, acrescentando que no caso de Salvador a diferença chegava a cerca de 20%.

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Segundo ele, os três principais elementos que inviabilizaram uma proposta do grupo foram: (i) comparação entre cálculos feitos pelo governo do tráfego dos aeroportos que estão sendo leiloados e cálculos da empresa apontaram defasagem de até 25%; (ii) estimativa de Capex da CCR também foi superior à prevista nos editais; e (iii) condições de financiamento do BNDES diminuíram enquanto o custo de mercado está muito alto. Quatro grupos entregaram documentação para o leilão na segunda-feira (13), um número menor de interessados que o sinalizado no final da semana passada por fontes do governo federal.

Eternit (ETER3, R$ 1,35, -4,93%) 
As ações da Eternit caíram até 8,45% nesta manhã, a R$ 1,30, após a empresa informar que foi notificada na tarde de sexta-feira (10) de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho contra a companhia. Por conta da notícia, o volume financeiro movimentado com a ação já se aproxima nessa primeira hora de pregão de sua média diária dos últimos 21 pregões: R$ 529 mil x R$ 906 mil. 

O processo se encontra em curso na 1ª. Vara do Trabalho de Colombo, Estado do Paraná. Na ação, o MPT acusa a Eternit de expor os empregados da sua fábrica em Colombo ao amianto e pede que a companhia substitua o produto por fibras alternativas em até 90 dias, sob pena de multa diária de R$ 500 mil. Solicita ainda a condenação da empresa a pagar uma indenização de R$ 85 milhões por dano moral coletivo. Atualmente, a companhia tem valor de mercado de R$ 254 milhões, ou seja, a multa pedida no processo representa 33,5% do que a empresa vale. Além disso, segundo o site Fundamentos, a Eternit tem um ativo hoje de R$ 871,7 milhões, com disponibilidade de R$ 8,87 milhões. Ou seja, a companhia não tem hoje capital suficiente para pagar esta multa se for condenada. A Eternit disse que “cumpre as normas e procedimentos de segurança estabelecidos pela lei […] Oportunamente a empresa apresentará sua defesa e espera que sejam consideradas as evidências técnicas e científicas no julgamento desta ação”.

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AES Tietê PN (TIET4, R$ 3,80, +12,09%)
As ações PNs da AES Tietê voltam a chamar atenção na Bovespa: em 2 pregões, esses papéis acumulam alta de 30%. A euforia vem na esteira de uma carta divulgada pela Suno Research na última segunda-feira, que apontava essa ação como a nova aposta do megainvestidor Luiz Barsi na Bolsa (veja aqui). Com isso, esses papéis subiram 16% ontem. Além da valorização, ganha destaque também o volume financeiro movimentado com essas ações, que atinge neste momento R$ 2,5 milhões, contra média diária de R$ 668 mil nos últimos 21 pregões. 

Vale menção que a classe de ativos que possui mais liquidez da AES Tietê na BM&FBovespa é a unit TIET11, mas ela não seguiu o mesmo movimento que TIET4, assim como a ação ON da empresa, a TIET3. Hoje, a TIET11 sobe 0,81%, a R$ 14,94, enquanto a TIET3 cai 1,29%, a R$ 3,06.

Rumo (RAIL3, R$ 8,65, -1,03%) 
Após alta de 4% ontem, as ações da Rumo têm pregão de realização. Segundo o Valor, a Rumo, vai avaliar propostas de investidores para fazer uma injeção de capital na América Latina Logística Malha Sul. Uma de suas empresas, na qual detém 100% das ações, a ALL Malha Sul tem operações nos estados da região Sul do país. Conforme apurou o Valor, o plano de capitalização em estudo prevê um montante de R$ 2 bilhões.

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Vale lembrar que, ontem, as ações ONs da companhia (RUMO3) foram substituídas por ações de emissão da Rumo S.A. na relação de 1 por 1, diante da conclusão da operação de incorporação da primeira companhia pela segunda. Desse modo, conforme comunicado ao mercado, os papéis passaram a ser negociados sob o código RAIL3 e nome de pregão RUMO S.A.. A incorporação da Rumo Logística pela Rumo S.A. foi aprovada na assembleia geral extraordinária de 19 de dezembro 2016.

Ainda ontem o Itaú BBA incluiu as ações da Rumo e Iguatemi na sua “Brazil buy list”, em substituição dos papéis da Fleury e Randon.