Oi quer ficar 10 anos sem pagar dividendos, 3 balanços, 2 ratings elevados e 4 recomendações no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (13)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado nesta segunda-feira (13), com três balanços (e expectativa pelo balanço da JBS após o fechamento do mercado), duas elevações de rating e duas recomendações, além de notícias sobre venda de ativos da Cemig e um possível não pagamento de dividendos por dez anos da Oi. Confira os destaques desta segunda-feira (13):

Petrobras (PETR3.PETR4)

De acordo com informações da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, TCU pode atrasar em 18 meses a venda da BR Distribuidora.  Dependendo do modelo de venda de ativos a ser recomendado pelo TCU à Petrobras, a privatização da BR
Distribuidora pode atrasar em um ano e meio.

O Processo que trata dos desinvestimentos de ativos e empresas do Sistema Petrobras não estava incluído na pauta da sessão de 8 de março do TCU.  Não há nova data definida para a inclusão do assunto na pauta.

Cemig (CMIG4)

A Cemig planeja vender uma participação majoritária em duas unidades e listá-las em São Paulo e Nova York nos próximos meses, uma medida que poderia ajudar a terceira maior concessionária de energia do Brasil a reduzir a dívida e diminuir o peso das decisões governamentais na empresa, disse uma pessoa com conhecimento direto do plano neste domingo para a agência Reuters.

O Estado de Minas Gerais, que detém 17 por cento do capital da concessionária e controla sua administração, anunciará o plano no próximo mês, uma vez cumpridos alguns requisitos legais e operacionais, disse a pessoa que pediu anonimato para falar livremente sobre o plano. As subsidiárias, a empresa de geração e transmissão de energia elétrica Cemig GT e a empresa de distribuição de energia Cemig D são de propriedade total da Cemig, como a empresa é comumente conhecida.

As negociações com parceiros potenciais, que incluem um banco de investimento brasileiro não divulgado, uma empresa de investimento da América do Norte e uma empresa de energia elétrica da Ásia, estão em estágio avançado, disse a fonte. Uma vez que o Estado de Minas Gerais defina a entrada dos sócios para participação na Cemig GT e a Cemig D, ambas as empresas serão capitalizadas e, em seguida, sua oferta pública inicial será lançada, segundo a fonte.

A Cemig está considerando contratar dois bancos de investimento nacionais e um estrangeiro para subscrever a IPO, da qual a empresa espera arrecadar cerca de 4 bilhões de reais (1,3 bilhão de dólares), disse a pessoa. Os recursos da IPO serão usados para reduzir a dívida de 13,7 bilhões de reais da Cemig, de acordo com a fonte. A dívida da concessionária triplicou nos últimos cinco anos, após uma onda de aquisições e uma decisão do governo Dilma Rousseff de renegociar os contratos de energia com as concessionárias, em 2012. A assessoria de imprensa da Cemig, com sede na cidade de Belo Horizonte, não quis comentar. O gabinete do governador de Minas Gerais, Fernando Pimental, também se recusou a comentar.

O jornal Valor Econômico, por sua vez, informa que a Cemig pretende levantar R$ 6 bilhões com a venda do controle majoritário de quatro hidrelétricas para investidores privados.

Cosan (CSAN3)

A Cosan teve a cobertura iniciada pelo Bradesco BBI com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado). Segundo os analistas do banco, a recomendação é baseada “no ganho de participação de mercado em distribuição de combustíveis por meio de estratégia comercial melhor adaptada (prevemos expansão de 150 pontos-base na participação de mercado para 2017-19), forte FCF por pelo menos dois anos (rendimento do FCF de 9% para 2017-18) e potencial negativo limitado aos preços do açúcar e aos resultados da Comgás”, segundo relatório de analistas.

“Nós vemos potencial positivo baseado no ganho de mercado da Raízen Combustíveis, forte FCF da Raízen Energia por pelo menos 2 anos, e CF de Comgás razoavelmente estável (apesar do ruído de curto prazo)”.

“A Comgás também oferece à Cosan ROIC estável no longo prazo e robusta geração de caixa, apesar de algum ruído de curto prazo sobre sua revisão tarifária’’. De acordo com o Bradesco BBI, os múltiplos de Cosan “parecem atrativos” em 5,7 vezes o EV/Ebitda 2017 X combinado Ultrapar, Sabesp, São Martinho em 6,9 vezes – esperamos que essa diferença diminua’’, afirmam os analistas. O preço-alvo por ação é de R$ 47.00. O banco também iniciou cobertura de Cosan Limited com
recomendação outperform e preço-alvo por ação de US$ 10.

WEG (WEGE3)

Após o corte para neutra na semana passada pelo Itaú BBA, a WEG teve a recomendação cortada de neutra para venda pelo Goldman Sachs, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 17,00 para R$ 16,00. 

OdontoPrev (ODPV3)

A OdontoPrev teve a recomendação elevada para neutra pelo Safra. 

Gol (GOLL4)

A Fitch Ratings elevou o rating de moeda estrangeira e local da Gol de CC para CCC como reflexo da desalavancagem executada pela companhia aérea no segundo semestre de 2016. A agência incorporou seu novo desempenho operacional e a redução da alavancagem. A melhora no rating também corresponde às expectativas da agência de que a companhia se beneficiará de melhores fundamentos na indústria aérea brasileira em 2017. Por outro lado, a companhia mantém alta alavancagem, diversificação geográfica limitada e baixa geração de fluxo de caixa em decorrência do pagamento de dívidas. 

Usiminas (USIM5)

A Moody’s, por sua vez, elevou a nota de crédito da siderúrgica Usiminas, de “Caa2” para “Caa1” em escala global, com perspectiva estável. A evolução se deve à reestruturação financeira realizada, em meio a alongamento das dívidas, aumento de capital e acesso ao caixa da mineração.

Oi (OIBR4)

De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, Marco Schroeder, presidente da Oi, deve apresentar o plano de recuperação judicial ao Conselho da empresa nesta semana. Entre as medidas, está o não pagamento de dividendos para os acionistas nos próximos dez anos.

Bradesco (BBDC3; BBDC4)
O Conselho de Administração do Bradesco aprovou um aumento de capital do banco no valor de R$ 8 bilhões, elevando o capital da companhia para R$ 59,1 bilhões, mediante capitalização de parte do saldo da conta “Reservas de Lucros – Reserva Estatutária”.

Além disso, haverá uma bonificação de 10% em ações, atribuindo aos acionistas 1 nova ação para cada 10 ações que eles possuírem. A data da bonificação será comunicada no futuro. Além disso, o Conselho aprovou alterar parcialmente o Estatuto Social em pontos que tratam do Comitê de Auditoria.

Cielo (CIEL3)
A Cielo informou que José Maurício Pereira Coelho, presidente do Conselho de Administração da companhia, renunciou ao cargo. Para seu lugar, foi eleito Alberto Monteiro de Queiroz Netto. tomando posse já nesta sexta-feira, ficando no cargo até a próxima Assembleia Geral da companhia.

Alpargatas (ALPA4)
A Alpargatas fechou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 102,6 milhões, resultado 106,4% acima do registrado um ano antes. A receita líquida total, por sua vez, apresentou queda de 4,1% no mesmo período, para R$ 1,066 bilhão.

O desempenho, de acordo com a companhia, foi favorecido pelo crescimento nas vendas e no lucro bruto da operação no Brasil e por um gasto extraordinário no quarto trimestre de 2015 de R$ 21,4 milhões com provisões para mudança de controle. Excluindo o efeito de gastos com a mudança do controle, o aumento do lucro teria sido de 44,3%.

Os analistas do Itaú BBA reiniciaram sua cobertura para as ações da Alpargatas com recomendação outperform e preço-justo de R$ 15,50, destacando que os objetivos da gestão implicam em uma transformação de suas operações internacionais, o que pode destravar receitas e promover crescimento do Ebitda nos próximos anos. 

Valid (VLID3)
A Valid encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 27,9 milhões, uma alta de 18,7% ante o fim de 2015. A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 417 milhões, queda de 6,6% na comparação anual, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) recuou 14,1%, para R$ 57,9 milhões. 

No acumulado de 2016, o lucro da Valid caiu 33,7%, para R$ 88,3 milhões, impactado pela desaceleração da economia brasileira e também pelo aumento de R$ 42 milhões na linha de outras despesas operacionais devido a gastos com restruturação e corte de custos realizados ao longo de 2016 e à amortização do ágio na aquisição da Valid AS (R$ 16,7 milhões).

Taesa (TAEE11)

O lucro líquido da Taesa teve queda de 5,2% em 2016, para R$ 862 milhões. Já a receita da empresa foi 9,8% menor, para R$ 1,39 bilhão, enquanto o Ebitda teve queda de 10,7%, para R$ 1,37 bilhão. No quarto trimestre, a receita líquida caiu 35,1% na base anual, a R$ 298,1 milhões, enquanto o lucro líquido teve baixa de 40,4%, a R$ 183,6 milhões. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras afirma que sua subsidiária Eletronuclear, que responde pela usina de Angra 3, não recebeu qualquer recurso financeiro proveniente de “suposta cobrança indevida”.

A empresa também esclarece que o Contrato de Energia de Reserva celebrado entre a Eletronuclear e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) só admite o ingresso de quaisquer recursos após a entrada em operação comercial da usina, cujas obras ainda não foram concluídas. 

O posicionamento vem após notícia publicada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, na última sexta-feira, dia 10, de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teria reconhecido que houve cobrança indevida nas tarifas de energia elétrica relativa a custos de encargos operacionais de Angra 3.

De acordo com a reportagem, um erro cometido nos cálculos da conta de luz resultou na cobrança de R$ 1,8 bilhão a mais aos consumidores no ano passado, falha percebida após uma ação popular de autoria do presidente do Conselho de Administração do Instituto de Defesa da Cidadania de Formosa (GO), Geraldo Lobo. “O valor estimado foi repassado às tarifas das distribuidoras em 2016, mas os consumidores não sofrerão nenhum prejuízo, pois serão ressarcidos em 2017 com a devida remuneração (Selic) a cada reajuste ou revisão”, diz nota oficial da Aneel.

Telefonia

Segundo informa a coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, sem alarde,  a Anatel elaborou mais uma medida para aliviar multas cobradas de operadoras de telefonia. Um projeto pronto para entrar na pauta pode reduzir drasticamente o valor devido pelas empresas ao definir novos critérios de cobrança para multas antigas. O desconto pode chegar a quase 100%. Apenas em um caso, uma operadora multada em R$ 60 milhões pagaria R$ 1 milhão. As firmas foram punidas porque descumpriram regras de concessão, como cobrar tarifa indevida de consumidores e não devolver o dinheiro. 

Debêntures

A CPFL Renováveis emite R$ 100 milhões em debêntures a 129,5% do
CDI, enquanto o Instituto Hermes Pardini emitirá R$ 210 milhões em debêntures.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.