Petrobras tem vitória de US$ 5,19 bi na Justiça; 2 companhias triplicam lucro e mais 8 destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta sexta-feira (10)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimento nesta sexta-feira (10) com três resultados, incluindo a small cap CSU CardSystem, que viu seu lucro subir 83% no ano passado, enquanto Fleury e Alupar triplicaram seu lucro. Enquanto isso, a BRF viu sua perspectiva de rating ser cortada para negativa pela S&P, ao passo que a Petrobras conquistou uma vitória na Justiça. Destaque ainda para disputa pela Via Varejo, que está acirrada. Confira os destaques:

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou que foi suspensa nesta quinta-feira, pelo Tribunal Regional Federal da 5ª região, a liminar que determinava a paralisação da alienação de 90% da participação acionária detida pela companhia na Nova Transportadora do Sudeste (NTS).

Com a decisão favorável da Justiça, a companhia poderá prosseguir com a operação de venda da fatia na transportadora de gás para um consórcio liderado pela Brookfield, em negócio de US$ 5,19 bilhões. A transação faz parte do programa de parcerias e desinvestimentos da Petrobras, que totalizou US$ 13,6 bilhões no biênio 2015-2016.

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BRF (BRFS3)
O vice-presidente de finanças da BRF, José Carneiro Borges, renunciou, segundo comunicado enviado ao mercado pela gigante brasileira de alimentos na noite de quinta-feira.

O executivo será substituído interinamente pelo administrador de empresas Elcio Mitsuhiro Ito, informou a companhia.

A BRF informou ainda que até o final do mês deverá divulgar ao mercado a “evolução do modelo de gestão” da companhia.

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Também nesta quinta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu para negativa a perspectiva para a nota de crédito da BRF, citando desafios às margens da empresa diante de volatilidade do câmbio e preços de grãos e consumo retraído no Brasil.

No fim de fevereiro, o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, afirmou a analistas do setor que a companhia vai corrigir erros e lidar com dificuldades que pressionaram os resultados da companhia no quatro trimestre e em 2016. A BRF teve prejuízo líquido de 460 milhões de reais no quarto trimestre, ante lucro de 1,415 bilhão de reais no mesmo período de 2015.

No comunicado desta quinta-feira, a BRF informou também que o vice-presidente de inovação, marketing e qualidade, Rodrigo Reghini Vieira, renunciou. A companhia não informou os motivos das renúncias.

Além disso, a Standard & Poor’s cortou nesta quinta, de estável para negativa, a perspectiva de rating de crédito da gigante brasileira de alimentos BRF, citando desafios às margens da companhia diante de volatilidade do câmbio e preços de grãos e consumo retraído no Brasil. A agência de classificação de risco, porém, manteve em “BBB” a nota de crédito da BRF.

“As margens e fluxos de caixa da produtora brasileira de alimentos BRF caíram em razão de alta nos custos do insumo, diminuição nos resultados de exportação e fraca demanda doméstica, o que somado a aquisições e pagamentos de dividendos, desviou significativamente as métricas de alavancagem da empresa de nossas expectativas”, afirmou a S&P em comunicado à imprensa.

Multiplan (MULT3)
A gestora de shopping centers de alto padrão Multiplan teve lucro líquido de R$ 85,16 milhões no quarto trimestre, uma queda de cerca de 38% sobre o resultado positivo de um ano antes.

A companhia apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 239,8 milhões, alta de 5,5% sobre o quarto trimestre de 2015. Na mesma base de comparação, a receita líquida da administradora cresceu 3,8%, passando de R$ 227,3 milhões para R$ 311 milhões.

A redução dos ganhos ocorreu, principalmente, por conta de um aumento de R$ 37,6 milhões em imposto de renda e contribuição social, decorrente de uma menor distribuição de juros sobre capital próprio no trimestre.

O Itaú BBA espera reação neutra a resultados em linha; a companhia teve sólido crescimento de receita sustentado por recentes aquisições de participações, enquanto os custos operacionais mais elevados foram compensados por menores
gastos relacionados ao programa de opções de ações. 

Copasa (CSMG3)

A Copasa encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 131,75 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 40,77 milhões do mesmo período de 2015. No mesmo período, a receita líquida de água e esgoto da companhia passou de R$ 863,96 milhões para R$ 948,51 milhões, um aumento de 12,3%, enquanto o Ebitda ajustado avançou 29,3%, para R$ 395,09 milhões.

No acumulado de 2016, por sua vez, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 11,59 milhões do ano anterior para um lucro líquido de R$ 434,16 milhões. Já a receita líquida avançou 15,9%, fechando o ano em R$ 3,643 bilhões, ao passo que o Ebitda ajustado ficou em R$ 1,396 bilhão, uma alta de 35,2% em um ano. Enquanto isso, a dívida líquida da empresa recuou 7,5%, para R$ 2,900 bilhões em 2016.

Na última quinta-feira, as ações da Copasa afundaram 12%, para R$ 46,26, na Bovespa, na esteira das péssimas notícias que afetaram a Companhia de Saneamento do Paraná, a Sanepar (SAPR4), que desabou 17% após o anúncio de sua revisão tarifária (para saber mais, clique aqui). Ainda sobre a Sanepar, a agência reguladora abre audiência pública sobre revisão de tarifa da companhia às 9h (horário de Brasília). 

Espera-se que a Copasa implemente sua revisão tarifária em julho de 2017. Os analistas do BTG Pactual assumem uma RAB (Base Regulatória de Ativos) de R$ 12,7 bilhões, o que deve levar a uma alta de tarifa de 9,2%. “Apesar da Copasa estar em um estado diferente, com um governo diferente e sujeito a uma diferente agência, nós acreditamos que o ceticismo no processo regulatório aumentou levando em conta o que aconteceu com a Sanepar nesta semana”, afirmam. Sobre o balanço, os analistas do BTG apontaram que ele foi abaixo do esperado, impactado pelos volumes baixos. 

Ainda sobre empresas de saneamento, estudo do BTG aponta que a privatização de pelo menos 13 das empresas do setor de 17 Estados pode render aos caixas dos governos estaduais de R$ 20,56 bilhões a R$ 35,67 bilhões. Apenas a estatal do Rio de Janeiro, Cedae, poderia valer de R$ 5,09 bilhões a R$ 10,2 bilhões. A venda da estatal pernambucana Compesa pode render de R$ 4,26 bilhões a R$ 6,62 bilhões. Para a baiana Embasa, os valores vão de R$ 3,8 bilhões a R$ 6,1 bilhões.

 

Alupar (ALUP11)

A Alupar registrou lucro de R$ 139,1 milhões no quarto trimestre, alta de 231%, ou mais de 3 vezes em relação ao mesmo período do ano passado, quando a companhia lucrou R$ 42 milhões. A receita líquida totalizou R$ 364,4 milhões, alta de 6,8%, enquanto o Ebitda subiu 29% na comparação anual, a R$ 359,8 milhões. A margem Ebitda avançou de 81,6% para 98,7%. A companhia ainda propôs pagar dividendos  no valor total de R$ 150,2 milhões. 

Fleury (FLRY3)

A Fleury teve lucro líquido de R$ 74,9 milhões no quarto trimestre, quase triplicando os R$ 25,9 milhões registrados em igual período de 2015. A receita líquida cresceu 10,6%, totalizando R$ 523,2 milhões. Já o Ebitda foi de R$ 100,7 milhões no quarto trimestre, alta de 18,4%. 

De acordo com o Santander, os resultados mais suaves que o esperado “podem
levar a alguma correção na ação levando em conta seus múltiplos ricos”; “pressões de custos e despesas (especialmente as últimas) que afetaram o trimestre parecem ter uma natureza não recorrente, em nossa opinião”; “reiteramos nossa visão positiva sobre a empresa”. Já o Itaú BBA espera reação neutra a “resultados em linha”, “dado que os números positivos eram amplamente esperados pelo mercado”.

CSU CardSystem (CARD3)
A small cap CSU CardSystem registrou lucro líquido de R$ 11,00 milhões no quarto trimestre de 2016, uma alta de 48,1% ante o mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 7,43 milhões. A receita líquida, por sua vez, caiu 4,1%, passando de R$ 116,63 milhões para R$ 111,81 milhões em um ano. Já o Ebitda fechou o período em R$ 21,76 milhões, uma alta de 10%.

No acumulado do ano passado, o lucro líquido da companhia saltou 83,6%, passando R$ 19,01 milhões para R$ 34,91 milhões. Já a receita, teve leve alta de 0,5%, fechando 2016 em R$ 465,83 milhões, ao passo que o Ebitda avançou 30,2%, de R$ 69,84 milhões para R$ 90,90 milhões em um ano.

Via Varejo (VVAR11)

Segundo o jornal O Globo, pelo menos 8 fundos e empresas disputam a Via Varejo. Carlyle e Advent estão entre os fundos de private equity interessados na dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia, segundo o jornal, citando fontes. 
Controlador da Lojas Americanas, a 3G Capital, também estaria na disputa.

Carlyle, Advent e 3G não se manifestaram, segundo O Globo. Entre as empresas interessadas aparecem a chinesa Alibaba, a alemã Steinhoff e uma americana, que poderia ser a Best Buy, diz a reportagem, acrescentando que a chilena Falabella
chegou a olhar a Via Varejo, mas desistiu. As ofertas pela Via Varejo devem ser feitas até esta sexta-feira e não são vinculantes. Após esta fase, interessados terão cerca de 40 dias para analisar as informações da Via Varejo e, aqueles que mantiverem interesse devem confirmar sua oferta, em etapa que deve acontecer até a Páscoa, segundo o jornal, que diz que a conclusão do negócio só deve ocorrer até o fim do 1º semestre. A família Klein, que detém 27,3% da Via Varejo, também estaria interessada em vender sua participação, segundo o jornal. O valor total da Via Varejo é estimado em R$ 4 bilhões, enquanto a fatia dos Klein é calculada em pouco mais de R$ 1 bilhão, diz O Globo.

CCR (CCRO3)

A CCR informou nesta quinta-feira que o valor da compra da totalidade da participação do grupo Odebrecht na concessionária ViaRio foi reduzido em cerca de 75 por cento, para 61,5 milhões de reais.

A CCR havia anunciado a aquisição da concessionária responsável pela Ligação Transolímpica, via expressa de 13 quilômetros que liga os bairros cariocas de Deodoro à Barra da Tijuca, no fim de junho passado por 107,7 milhões de reais.

Suzano (SUZB5)

A Suzano vai usar recurso de emissão para pagar dívida curto prazo. A companhia prevê pagar cerca de US$ 250 milhões em dívidas bancárias com vencimento em até dois anos com recurso de emissão de títulos no exterior, afirma Marcelo Bacci, diretor executivo de relações com investidores da companhia, em entrevista à Bloomberg. 

A emissão aumenta prazo médio da dívida da Suzano de 3,5 anos para cinco anos, enquanto o custo médio da dívida aumenta 0,23 ponto percentual, para 4,86% ao ano. “Para ter balanço robusto, a gente avaliava que o prazo médio de vencimento da dívida da Suzano deveria ser um pouco mais longo do que era antes da emissão”, afirmou Bacci. A melhoria do perfil de endividamento pode ser mais um passo
para cia. obter grau de investimento nos próximos meses. 

Ainda sobre o setor, o Bradesco BBI afirmou que “ainda não é hora de comprar” ações de papel e celulose, “a menos que você esteja procurando hedge”. As ações brasileiras do setor acumulam perda de 14% em 2017, desempenho 21% inferior ao do Ibovespa, segundo relatório assinado por Thiago Lofiego e Arthur Suelotto.

A Fibria lidera o movimento, com queda de 18%, seguida por Suzano e Klabin, com -13%. “Apesar do baixo desempenho, ainda achamos que é cedo para
se tornar positivo: a combinação de um real mais forte e preços mais baixos da
celulose à frente “deve pesar sobre as ações, enquanto os múltiplos ainda não parecem particularmente atrativos”. 

Analistas agora preveem a cotação do dólar em R$ 3,26 versus estimativa anterior de R$ 3,53 e veem os preços da celulose caindo a US$ 80 a tonelada  no segundo semestre e outros US$ 50-70 em 2018. “Reconhecemos, no entanto, que a Fibria (Underperform) e a Suzano (Neutral) podem superar em um ambiente de ‘risk off’
(não é o nosso cenário-base)”, afirmam os analistas o banco.

No setor, a “Klabin continua sendo nossa ação preferencial relativa no setor, devido à menor exposição à celulose e ao real, ao mesmo tempo em que se beneficia da recuperação esperada do mercado doméstico nos próximos dois anos”, diz o banco. 

Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3)

Kroton-Estácio apresentaram resposta ao Cade com argumentos “convincentes”, como o aumento da concorrência no segmento de ensino à distância, diz o Bradesco BBI. O próximo passo inclui reuniões para negociar a solução com a relatora do caso no Cade, Cristiane Alkmin, cuja opinião provavelmente terá forte influência sobre outros membros do Cade. A decisão final deve sair até 27 de julho.

O Bradesco BBI mantém 75% de chance de aprovação do negócio, enquanto os preços das ações implicam chance de aprovação de 18%. O banco vê um perfil de risco/recompensa atrativo para a Estácio, “com upside de 42% se o negócio for aprovado e de 1% se não for”. Os prováveis ?remédios incluem alienação dos ativos de ensino à distância da Estácio e alguns de seus campi. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.