As 5 ações brasileiras do Morgan na América Latina, Bradesco BBI eleva preço-alvo de Vale e mais 12 destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (7)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para a temporada de resultados, com CCR e M. Dias Branco, além de recomendações. Enquanto isso, o presidente da Petrobras afirmou que a companhia pode retomar sua venda de ativos nas próximas semanas e a Justiça portuguesa reconheceu a recuperação judicial da Oi no Brasil. Confira os destaques:

CCR (CCRO3)
A CCR teve lucro líquido de R$ 169,5 milhões no quarto trimestre, queda de 30,8% ante o mesmo período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego. No período, a receita líquida somou R$ 1,69 bilhão, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2015, com o tráfego consolidado apresentando recuo de 7% no período.

De acordo com o gerente de Relações com Investidores da CCR, Marcus Macedo, a fraqueza da economia refletiu no comportamento do tráfego nas rodovias das concessionárias da empresa, mas o forte controle dos custos ajudou o Ebitda.

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O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado do grupo ficou em 988 milhões de reais, acréscimo de 0,4%. No fim de dezembro, a dívida líquida consolidada da CCR atingiu R$ 13,3 bilhões, com a relação dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses em 2,5 vezes, ante 3,2 vezes no final de 2015, quando o valor era de R$ 11,5 bilhões.

Os investimentos do grupo CCR no último trimestre do ano passado, incluindo o ativo financeiro e gastos de manutenção, totalizaram R$ 1,2 bilhão ante R$ 958 milhões um ano antes. As unidades de negócio que mais investiram no período foram CCR Metrô Bahia, BH Airport, CCR MSVia, CCR RodoNorte e CCR AutoBAn, informou a companhia. Para 2017, a companhia prevê investir R$ 3,3 bilhões, após ter realizado investimento líquido de R$ 3,5 bilhões em 2016. A previsão no final de 2015 era investir R$ 4,3 bilhões no ano passado.

O BTG Pactual considerou o resultado abaixo das estimativas, mas mantém recomendação de compra para as ações, de olho nas oportunidades de crescimento e queda da taxa de juros no Brasil. Já para o Itaú BBA, o balanço foi neutro, com destaque negativo para a deterioração do lucro. 

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M. Dias Branco (MDIA3)
A M. Dias Branco encerrou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 236,1 milhões, o que representa um avanço de 92,4% ante igual trimestre de 2015. Em 2016, o lucro foi de R$ 784,4 milhões, uma alta de 29,9% ante o ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 240,8 milhões entre outubro e dezembro de 2016, um avanço de 80,6% ante o mesmo intervalo de 2015. No ano de 2016, o Ebitda totalizou R$ 919,4 milhões, o que representa um crescimento de 33,9% ante 2015.

A receita líquida da empresa foi de R$ 1,400 bilhão no quarto trimestre do ano, com alta de 16,8% ante igual trimestre do ano anterior. Nos 12 meses encerrados em dezembro, a receita líquida somou R$ 5,328 bilhões, com crescimento de 15,3% ante 2015.

O resultado financeiro no quarto trimestre de 2016 ficou em R$ 15,6 milhões positivo, ante resultado também positivo de R$ 9,2 milhões do quarto trimestre de 2015.

De acordo com o Itaú BBA, o Ebitda veio 17% abaixo da estimativa do banco e 13% abaixo do consenso. Os analistas apontam que a compressão de margens começou, o que pode ser atribuída em parte aos descontos. Em meio a esse cenário, os analistas rebaixaram a recomendação para a ação de neutra para underperform (desempenho abaixo da média do mercado), mantendo o preço-alvo em R$ 130,00.

A companhia ainda informou que vai submeter a seus acionistas a proposta de desdobramento da totalidade de suas ações ordinárias na proporção de um para três. A proposta vai ser avaliada em uma Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, que será realizada em 13 de abril de 2017, às 9h, na sede da empresa.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras deve retomar a venda de ativos nas próximas semanas, segundo o presidente da companhia, Pedro Parente. Durante evento em Houston, ele disse que a estatal vê o TCU aprovando a metodologia de venda de ativos nas próximas semanas, abrindo caminho para que programa de desinvestimento seja retomado. A Petrobras já informou que pretende reduzir a relação dívida líquida/Ebitda para
2,5 vezes até fim de 2018.

Smiles (SMLE3)

A Smiles teve a recomendação cortada de overweight (desempenho acima da média do mercado) para neutra pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 65,00. Por outro lado, o BTG Pactual destacou sua preferência sobre a companhia em relação a ação de outra empresa de programa de fidelidade, a Multiplus (MPLU3). O preço-alvo para as ações SMLE3 foram elevados de R$ 65 para R$ 73. Já o preço-alvo da Multiplus foi reduzido de R$ 48,00 para R$ 42,00.

Vale destacar que, em 17 de fevereiro, o BTG Pactual também elevou a recomendação para as ações da Gol de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 13,00, apontando que a companhia deve se beneficiar fortemente da recente racionalização de capacidade no Brasil, o que já tem provocado efeitos positivos na receita, um real mais valorizado e medidas para fortalecer o balanço, assim como eficiência nos custos. (EMBORA O RELATÓRIO TENHA SIDO DIVULGADO HOJE, O RELATÓRIO É DE 17 DE FEVEREIRO). 

Vale (VALE3;VALE5)

O Bradesco BBI elevou o preço-alvo para os ADRs para US$ 11,50 por papel (R$ 38,00), em meio à revisão para cima dos preços do minério de ferro (de US$ 65 a tonelada para US$ 70 em 2017 e de US$ 55 para US$ 60 em 2018. Contudo, a recomendação para as ações segue neutra, uma vez que os analistas destacam que o preço de equilíbrio da commodity está dentro do intervalo de US$ 55 a 60 a tonelada, ante o spot de US$ 88.

Varejo, Gerdau (GGBR4) e Iochpe (MYPK3)

Em relatório, o Morgan Stanley destacou varejo, Gerdau e Iochpe na América Latina. O banco tem recomendação neutra para Brasil, com relação risco/recompensa vista como equilibrada. Segundo os analistas, a economia brasileira deve começar retomada em 2017 e ambiente de juros mais baixos deve ajudar na recuperação, apontando que as ações estão caras. CVC, Iguatemi, Americanas e Localiza são vistas como ações aptas a se beneficiar da aceleração da demanda doméstica no Brasil, enquanto Iochpe-Maxion e Gerdau no Brasil devem se beneficiar de dólar e economia americana fortes. Iguatemi, Americanas, Iochpe e Localiza foram adicionados à carteira recomendada de América Latina; Kroton e Linx foram removidas

Construtoras

Em prévia do quarto trimestre de 2016, o BTG Pactual destacou que as construtoras devem registrar melhores números operacionais, mas ainda apresentando dados fracos. De acordo com os analistas, a MRV (MRVE3) deve apresentar o melhor balanço entre as construtoras, com uma combinação de alta nos lucros e sólida geração de caixa. 

Oi (OIBR4)

A justiça portuguesa reconheceu o processo de recuperação judicial da Oi no Brasil, informou a operadora em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de segunda-feira. Conforme o documento, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa confirmou que os credores da companhia e da subsidiária Telemar Norte Leste estarão sujeitos às decisões proferidas pela justiça brasileira.

Em junho do ano passado, a Oi entrou com o maior pedido de recuperação judicial na história do país, a fim de reestruturar uma dívida de cerca de 65 bilhões de reais.

Pão de Açúcar (PCAR4) e Via Varejo (VVAR11)

Destaque para uma notícia que pode mexer com as ações do Pão de Açúcar e da Via Varejo. O Casino ainda não decidiu o que fará com os recursos provenientes da venda da Via Varejo no Brasil, disse nesta terça-feira o presidente da varejista francesa, Jean-Charles Naouri. Em coletiva de imprensa após a divulgação dos resultados de 2016, que fez as ações do grupo francês cair nesta sessão, o executivo afirmou que o capital obtido com a venda da Via Varejo pode ser usado para reduzir a despesa financeira ou acelerar a expansão das lojas Assaí no Brasil.

Naouri afirmou ainda que vê boa tendência comercial para o Grupo Pão de Açúcar, controlado pelo Casino, no Brasil em 2017, a exemplo do que se observou no quarto trimestre do ano passado. De acordo com ele, o Casino mira investimentos de pouco menos de 1 bilhão de euros neste ano.

Cemig (CMIG4)

Em comunicado, a Cemig informou que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liminar para manter a Cemig Geração e Transmissão na titularidade da concessão da Usina Hidrelétrica de São Simão, em Minas Gerais, nas bases iniciais do Contrato de Concessão n.º 007/97, até a conclusão do julgamento do mandado de segurança nº 21.465, no STJ, impetrado pela Companhia.

BRF (BRFS3)
Representantes de trabalhadores da BRF estão se mobilizando de olho nas negociações salariais previstas para começar este mês após a companhia de alimentos anunciar prejuízo de R$ 372 milhões em 2016. Diante da perda, a empresa comunicou a funcionários que não haverá distribuição de recursos relacionados à participação de lucros e resultados (PLR) do período nas unidades que têm esse benefício.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), Artur Bueno de Camargo, destacou que em todo o ano de 2016 a empresa sinalizou aos funcionários que eles estavam atingindo os patamares de produção e qualidade que compõem a PLR.

“Nossa grande preocupação é que este mês começam as negociações coletivas de trabalho e se empresa se posicionou assim sobre a PLR pode querer fazer o mesmo nas negociações coletivas”, afirmou à Reuters.

Em nota, a BRF afirmou que as regras de pagamento da PLR são transparentes e amplamente divulgadas para todos os colaboradores da companhia e que o não pagamento do benefício considera o resultado aferido no exercício de 2016, divulgado aos funcionários e ao mercado em 23 de fevereiro.

Segundo a BRF, a companhia sempre trabalha para obtenção de resultados que possibilitem o pagamento de PLR, resultados esses que não foram atingidos no ano passado. “O cenário brasileiro e os desafios de pressão de custos são de conhecimento amplo dos colaboradores e as razões fundamentais para o não pagamento do PLR”

A CNTA Afins realizará na quarta-feira em São Paulo encontro nacional com representantes de sindicatos e federações para discutir o assunto e apresentar uma pauta unificada. “Queremos fazer essa discussão na quarta-feira, obter um posicionamento e começar a mobilizar os trabalhadores para uma ação nacional”, disse Camargo, que não descarta a possibilidade de paralisações.

A BRF reiterou na nota que sempre esteve e está disposta a dialogar com os sindicatos e entidades representativas na busca do que seja melhor para seus colaboradores, dentro das regras existentes e das possibilidades econômicas.

Na teleconferência sobre os números de 2016, executivos da empresa afirmaram que a BRF está ajustando seu modelo de gestão a fim de corrigir erros e lidar com dificuldades que pressionaram os resultados da companhia.

 Cesp (CESP6

A equipe de analistas do Bradesco BBI elevou em 34,8% seu preço-alvo para as ações da Cesp diante da possibilidade da companhia ser privatizada. 

Com isso, a projeção da corretora passou para R$ 24,00 – ante preço-alvo anterior de R$ 17,80 -, o que representa um potencial de upside de 34% ante o fechamento desta segunda-feira (6), em R$ 17,91. Esta análise é o novo cenário-base do Bradesco, que ressalta ainda que no pior cenário, com a companhia se mantendo estatal, o preço-alvo para os papéis fica em R$ 14,00.

Já na análise mais otimista, onde além de ser privatizada, a empresa também renova sua concessão por 30 anos, o preço sobe para R$ 30,00 – um potencial de alta de 67,50% sobre o preço atual. 

 Hypermarcas (HYPE3)

A Hypermarcas informou a conclusão da venda de seu negócio de produtos descartáveis para à Ontex, pelo valor de R$ 1 bilhão. A operação foi concluída após a implementação de todas as condições precedentes estabelecidas no contrato de venda. De acordo com a empresa, essas condições não incluíam a aprovação de órgãos de defesa da concorrência.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.