Vale e Ambev lideram as perdas do Ibovespa na semana; BB e Cemig sobem 5%

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa engatou uma sessão de alta nesta sexta-feira (3), com ganhos acima de 1% após a fala da chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen. Na semana, 9 das 59 ações que fazem parte do índice tiveram alta de mais de 3%, enquanto outros 7 papéis recuaram mais de 2%.

Entre as maiores quedas ficaram os papéis da Vale e siderúrgicas, que tiveram perdas de quase 4%, seguidos pela Ambev (ABEV3, R$ 17,39, -2,52%) que caiu forte após apresentar um fraco resultado na quinta-feira e acabou ficando na ponta negativa da semana.

Já na ponta positiva, destaque para os papéis da Cemig (CMIG4, R$ 11,21, +4,86%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,88, +5,46%), ambos puxados pela disparada desta sexta. Confira as maiores altas e baixas da semana clicando aqui.

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Confira os principais destaques da sessão desta sexta-feira:

Cielo (CIEL3, R$ 28,35, +3,66%) 

As ações da Cielo registraram alta após a companhia ter a recomendação elevada de neutra para compra pelo HSBC, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 32,00 para R$ 33,00. 

” A recente volatilidade devido ao ruído regulatório trouxe os preços de ações para níveis atraentes quando comparados aos seus pares”, avaliam os analistas do HSBC, apontando que os ventos contrários sobre possíveis mudanças já estão mais do que precificados, uma vez que o impacto potencial nos ganhos é inferior a 5%. 

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,88, +4,87%)

As ações do Banco do Brasil foram destaque de alta em um dia de ganhos para os papéis do setor financeiro, com a visão positiva dos analistas de mercado após reunião da estatal com o sell side. Após a reunião, o Itaú BBA elevou o preço-justo das ações de R$ 31,50 para R$ 36,50, em meio ao menor custo de capital,  e reiterou a recomendação outperform apesar do potencial de valorização baixo. 

O BTG Pactual também destacou visão positiva, apontando: “os 6 pilares dessa gestão são: rentabilidade, capital, qualidade do ativo, serviço ao cliente e plataforma digital. Claramente o bom trabalho que está sendo feito tem apoio do governo o que sem dúvida é notícia positiva. Acreditamos que da forma como o banco vem sendo conduzido, há chance de vermos o intervalo de ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) fechando com os bancos privados. Quando se falou em despesas, claramente estão desconfortáveis com o guidance vigente (aumento de 3%) e ele confirmou que está sendo revisto”, afirmam os analistas.

Também há um discurso de potencial muito grande para aumentar vendas no digital, beneficiando BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,60, +2,28%), que também subiu nesta sessão. Os analistas do BTG seguem com recomendação neutra para os ativos BBAS3, mas têm viés positivo para o papel. Além do BB, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 40,26, +1,82%) e Bradesco (BBDC4, R$ 33,78, +2,36%) registraram expressivos ganhos. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,95, +0,63%;PETR4, R$ 15,32, +1,39%)

As ações da Petrobras tiveram um dia volátil, mas intensificam ganhos acompanhando o movimento do petróleo. O WTI registrou alta de 1,10%, a US$ 53,19 o barril, enquanto o brent subiu 0,98%, a US$ 55,63, em uma sessão de recuperação após duas baixas com a alta do estoque de petróleo nos EUA. 

Vale (VALE3, R$ 31,82, +1,14%;VALE5, R$ 30,33, 0,00%)

Após a queda de quase 5% na véspera, os papéis da Vale tiveram leve recuperação. Isso apesar da queda dos preços do minério nesta sessão, com Qingdao em baixa de 1,13%, a US$ 91,32 a tonelada métrica, em meio a receios sobre nível de estoques na China. As ações da holding da mineradora, a Bradespar (BRAP4, R$ 22,87, +0,62%), também subiram. 

Segundo informações da Reuters, o  salto dos preços do minério de ferro pode levar os produtores chineses a reabrir minas fechadas há anos durante um período de baixa do setor, restringindo potencialmente o mercado do maior importador de minério de ferro do mundo para fornecedores marginais estrangeiros. 

Um renascimento poderia ajudar as siderúrgicas chinesas a cortar os custos de importação de matérias-primas, aumentando as margens em meio ao aumento dos preços do aço. Se for produzido mais minério domesticamente, as usinas poderiam utilizar isso como moeda de barganha para conseguir contratos de importação em melhores condições de fornecedores como a Vale, Rio Tinto e BHP Billiton, dizem operadores.

Renova (RNEW11, R$ 6,32, +5,16%)

As ações da Renova seguiram a disparada após saltarem 21% na véspera, acumulando ganhos de cerca de 30% em 2 pregões. Os fortes ganhos ocorrem após a notícia da Reuters de que o fundo canadense Brookfield Asset Management está próximo de um acordo para comprar uma fatia de 30% na empresa de energias renováveis, que incluiria injeção de R$ 800 milhões na companhia.

CSU Cardsystem (CARD3, R$ 13,24, +10,61%)

Outra ação que segue disparada é a CSU Cardsystem, que já salta 170% no ano. O balanço da companhia será divulgado no próximo dia 9 de março, depois do fechamento do pregão. 

Em 21 de fevereiro, quando as ações já registravam fortes ganhos, a companhia informou à CVM desconhecer o motivo para alta tão expressiva. “Todavia, com o intuito de auxiliarmos, informamos que a Sul América, acionista que detinha 17,2% de participação sobre o capital social da CSU em março de 2016, alienou sua participação acionária para menos de 5% de participação, conforme último ‘comunicado ao mercado’ enviado à CVM em 14 de fevereiro de 2017.

A relevante redução de participação da Sul América sobre o Capital Social da CSU ampliou consideravelmente a liquidez das ações de emissão da Companhia em Bolsa de Valores. Não é do conhecimento da companhia qualquer outro fato que possa ter gerado a oscilação no número de negociações”, apontou na época. Atualmente, a companhia está em período de silêncio. 

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,67, +5,95%)

As ações da PDG subiram forte, atingindo uma variação máxima de 11,11% na sessão, após a a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital de São Paulo deferir o pedido de recuperação judicial das 512 sociedades que integram o grupo.

A justiça também nomeou a PricewaterhouseCoopers para atuar como administradora do processo de recuperação judicial da companhia, segundo o comunicado, e suspendeu todas as ações e execuções em curso contra a PDG por 180 dias. Por fim, a justiça também definiu um prazo de 60 dias úteis para apresentação do plano de recuperação judicial da PDG. A companhia protocolou na justiça seu pedido de recuperação judicial na semana passada. A dívida líquida e os custos a incorrer somavam R$ 6 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2016. 

Cemig (CMIG4, R$ 11,21, +4,96%)

A estatal mineira de energia Cemig foi designada pelo Ministério de Minas e Energia para operar a hidrelétrica Volta Grande até que seja realizada uma licitação para a definição de um novo responsável pela usina, segundo portaria no Diário Oficial da União desta sexta-feira. O ministério definiu que a elétrica receberá um valor de 30,355 milhões de reais anuais a título de reembolso pelo custo de gestão dos ativos (GAG) enquanto operar a usina.

O contrato de concessão da hidrelétrica Volta Grande, empreendimento de 380 megawatts que começou a operar em 1974, vence em 2017, e o governo federal já anunciou que pretende relicitar a usina para arrecadar recursos com a cobrança de um bônus de outorga junto ao vencedor do leilão. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que o governo espera obter cerca de 11 bilhões de reais com a licitação de Volta Grande e outras duas usinas da Cemig em 2017.

A Cemig, por outro lado, tem tentado negociar com o governo uma saída para continuar com Volta Grande e as outras usinas cujos contratos de concessão venceram, como as de São Simão, Miranda e Jaguara.

Eletrobras (ELET3, R$ 21,07, +3,03%)

O governo autorizou a inclusão no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) de recursos necessários ao pagamento de prestações mensais devidas pela estatal Eletrobras à Petrobras pelo fornecimento de combustíveis para termelétricas na região Norte do país.

Após acumular uma dívida bilionária junto à Petrobras, a Eletrobras negociou um parcelamento com a petroleira e contava com recursos do fundo setorial CDE, abastecido com um encargo cobrado nas tarifas de eletricidade, para pagar as parcelas nos próximos anos.

Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não havia autorizado o repasse do custo aos consumidores em 2017, diferentemente do que aconteceu em 2016. A CDE cobre o custo de diversos subsídios embutidos nas tarifas de energia.

No balanço do terceiro trimestre de 2016, a Petrobras declarou ter 15,8 bilhões de reais a receber da Eletrobras, dos quais 8,6 bilhões foram negociados para pagamento parcelado.

Copel (CPLE6, R$ 34,41, +3,09%)

As ações da Copel subiram forte após o JPMorgan afirmar que a companhia se beneficiará dos preços spot mais altos. Com o declínio dos volumes de chuvas no Brasil, há uma crescente preocupação de que a produção termoelétrica disparará bruscamente para lidar com o aumento do consumo, levando a maiores preços spot, escreveram os analistas do JPMorgan liderados por Fernando Abdalla em relatório.

O único vencedor dos preços de spot mais elevados do que o previsto é a Copel, com sua capacidade não contratada, afirma o banco. Várias outras empresas de geração como AES Tiête, Cesp e Light sofreriam por serem compradores líquidos no mercado de spot este ano. O banco recomenda posição comprada em Copel e vendida em AES Tiête nos próximos 3 meses, permanece neutro em ambas as ações nos próximos 12 meses.

(Com Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.