Investidores fecham posições e Ibovespa abre em correção pré-Carnaval; dólar sobe

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Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um fechamento em forte queda na véspera, o Ibovespa iniciou a sexta-feira (24) sinalizando continuidade ao movimento de correção. Às 10h06 (horário de Brasília) do último pregão antes do feriado de Carnaval, que manterá a Bovespa fechada na segunda, terça e parte de quarta-feira, o benchmark da bolsa brasileira caía 1,50%, a 66.452 pontos.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 subiam 1 ponto-base, a R$ 10,34, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 avançavam 6 pontos-base, a 10,10%. Já os contratos de dólar futuro subiam 0,78%, sinalizando cotação de R$ 3,087.

Confira ao que se atentar neste pregão:

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Destaques da Bolsa

Do lado das empresas, chama atenção o noticiário da Vale (VALE3; VALE5). A mineradora informou nesta manhã que Murilo Ferreira não renovará seu contrato como diretor-presidente da companhia, com seu contrato encerrando no próximo dia 26 de maio. Ele está no cargo desde maio de 2011.

Em comunicado, a mineradora destacou que Ferreira “liderou a Vale durante um período de muita turbulência na indústria da mineração mundial e enfrentou alguns dos momentos mais difíceis da história da empresa”. “Em sua gestão, a Vale se tornou uma empresa mais enxuta e mais ágil, aumentando significativamente sua competitividade operacional e mantendo um nível de endividamento saudável”, diz a nota.

Pesam para as ações ainda o desempenho do minério de ferro, com os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dailian caindo pelo terceiro dia seguido, com perdas de 2,37%, a 699 iuanes. Já o minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao recuou 0,92%, para US$ 90,50.

Do lado da temporada de balanços, a BRF (BRFS3) teve prejuízo no quarto trimestre, refletindo cenário de custos ainda elevados, combinado com prática de preços menores para defender participação de mercado em regiões chave. A companhia anunciou que teve prejuízo líquido de R$ 460 milhões no período, ante lucro líquido de R$ 1,415 bilhão no mesmo período de 2015.

A companhia afirmou que o resultado refletiu principalmente o impacto do desempenho operacional mais fraco. A receita líquida da BRF no período caiu 4,1% ano a ano, para R$ 8,59 bilhões. O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) teve uma queda de 70,4%, para R$ 559 milhões.

A companhia explicou que os custos de matérias-primas como grãos seguiram elevados. Pelo lado da demanda, além da recessão no Brasil, a companhia citou que o crescimento de produção de frango em alguns países relevantes pressionou a competição com o produto brasileiro exportado. Ademais, o resultado financeiro da BRF ficou negativo em R$ 600 milhões, ante número também negativo de R$ 381 milhões em igual etapa do ano anterior.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF SA ON 39,05 -3,82 -19,07 22,62M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 56,28 -3,13 +2,79 4,40M
 USIM5 USIMINAS PNA 4,88 -2,98 +19,02 14,14M
 RUMO3 RUMO LOG ON 8,28 -2,93 +34,85 1,87M
 RENT3 LOCALIZA ON 38,39 -2,81 +12,19 2,48M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 FIBRIA ON 27,11 +0,86 -14,99 2,41M
 ELET3 ELETROBRAS ON 21,57 +0,84 -5,44 1,05M
 MRFG3 MARFRIG ON 6,15 +0,65 -6,96 3,31M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 13,43 +0,45 -5,42 2,18M
 WEGE3 WEG ON 16,81 +0,36 +8,45 932,27K
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o)

 

Desemprego

O número de desempregados alcançou a marca de 12,9 milhões de pessoas em janeiro, 3,302 milhões a mais na comparação anual, revelou a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta sexta. Com isso, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,6% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, muito acima dos 9,5% registrados em igual período em 2016. Foi a maior taxa registrada na série histórica do indicador, iniciado em 2012.

Agenda

Além dos dados de emprego, também merecem destaque os dados do resultado primário do setor público consolidado de janeiro, às 10h30. Em dezembro, as contas públicas ficaram negativas em R$ 70,7 bilhões, mas podem surpreender. Na véspera, o governo central, formado por governo federal, Banco Central e Previdência Social que integram as contas o setor público consolidado, reportou superávit de R$ 18,9 bilhões em janeiro, bem acima da projeção de analistas, de R$ 7,9 bilhões, segundo a Reuters. No exterior, os únicos dados de relevo são as vendas de novas moradias e a confiança do consumidor de Michigan, ambos às 12h.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Noticiário político
Em destaque na política, o advogado e amigo de Michel Temer, José Yunes, afirmou a interlocutores que foi um “mula” para o presidente e que recebeu dinheiro a pedido de Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil. Yunes deixou o cargo de assessor especial de Temer após o vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo, que afirma que ele teria recebido, em 2014, R$ 1 milhão oriundo da empreiteira em dinheiro vivo em seu escritório, em São Paulo.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Padilha queria que Yunes recebesse em seu escritório alguns “documentos”, que depois seriam retirados de lá por um emissário e que teriam como destino campanhas ligadas ao grupo do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. A notícia pode trazer nova tensão no governo Temer e caso ganhe força e seja comprovada a informação, poderá colocar pressão em mais um ministro do atual governo.

Enquanto isso, a edição da revista Veja desta semana traz uma notícia de que o empresário Fernando Cavendish, que comandava a empreiteira Delta, estaria negociando um acordo de delação premiada. Segundo a publicação, as revelações podem afetar governadores, prefeitos e parlamentares, sendo que uma das informações a serem apresentadas pelo empresário seria sobe um possível repasse de dinheiro ao deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, atual presidente da Câmara dos Deputados.  

Entrevista: Selic abaixo de 9% é possível!

Em entrevista ao InfoMoney, o economista da XP Investimentos, Guilherme Attuy, explica por que um cenário de Selic abaixo de 9% é possível ainda em 2017 e coloca um eventual afastamento de Michel Temer como principal fator de risco para a trajetória de conversão da inflação para o centro da meta. Clique aqui para ver a entrevista.

Bolsas mundiais

Em dia sem indicadores relevantes no exterior, a maior parte das bolsas cai, com os investidores de olho no noticiário corporativo. Os mercados da China ficaram praticamente estáveis, revertendo as perdas vistas mais cedo no início da sessão, conforme as expectativas de reforma sustentaram o mercado e com os principais índices subindo pela terceira semana consecutiva diante da melhora do apetite por risco. O minério de ferro, por sua vez, tem nova queda com mercado questionando recente rali diante das previsões de aumento da oferta, estoques recordes na China e manifestações de cautela de alguns grandes produtores

Na Europa o dia é negativo guiado pela temporada de resultados, com o maior grupo químico do mundo, a BASF, registrando recuo em suas vendas, o que acabou reduzindo seu lucro e levando as ações para quedas de mais de 3%. Empresas como a francesa Vivendi e o banco britânico RBS também recuam e puxam os índices para o campo negativo.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.