Bancos seguem Copom e derrubam juros, Petrobras vence na Justiça; balanços e Vale também no radar

Confira os principais fatos envolvendo as empresas da bolsa brasileira ocorridos nesta noite

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As atenções dos investidores, na noite desta quarta-feira (22), se voltaram à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir a taxa básica de juros em 75 pontos-base, para 12,25%, mas o noticiário corporativo movimentado traz uma série de eventos importantes que merecem a atenção de quem não quer ser pego de surpresa na abertura da Bovespa amanhã. Confira os principais fatos envolvendo as empresas da bolsa brasileira ocorridos nesta noite:

Bancos

Após a decisão que culminou na redução da Selic, Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC3; BBDC4) anunciaram redução de juros em linhas de crédito. No caso da primeira instituição, as principais quedas, de até 0,12 ponto porcentual ao mês e que entrarão em vigor a partir de 1º de março, ocorrerão em linhas de crédito para capital de giro voltadas a micro e pequenas empresas, com destaque para operações de recebíveis. O segundo banco informou que repassará o corte integral da taxa básica para pessoas físicas e jurídias. Já a última instituição promoverá redução da taxa mínima para crédito pessoal de 1,89% para 1,83% e para a máxima de 7,72% para 7,66% mensais. Já para empresas, a menor taxa da linha de capital de giro sai de 3,49% para 3,43% ao mês, enquanto a máxima vai de 6,95% para 6,89%.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A estatal informou nesta quarta-feira que a Justiça atendeu recurso da petroleira e retirou a suspensão da venda da Petroquímica Suape e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), anunciada em dezembro pela empresa. A nova decisão é do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. “O projeto faz parte das cinco transações que podem ter seus contratos assinados de acordo com a decisão cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse a empresa.

Vale (VALE3; VALE5)
A Vale não está elegível a receber um pagamento “earn-out”, com a venda da brasileira Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para a Ternium, porque o preço de venda da empresa ficou abaixo de um patamar estipulado previamente para o pagamento, disse a alemã Thyssenkrupp à Reuters em nota nesta quarta-feira.

“Pelo acordo seria realizado o pagamento à Vale apenas se, em uma futura venda da CSA, fosse alcançado um determinado valor, o que não ocorreu”, afirmou. A siderúrgica Ternium informou na véspera que assinou acordo para comprar 100 por cento de participação da alemã Thyssenkrupp na CSA, numa operação avaliada em 1,5 bilhão de euros. A Vale tinha uma participação na CSA, vendida para a Thyssenkrupp.

Também no noticiário da mineradora destaque para o comunicado feito aos detentores de bônus sobre o o resgate de todos os bonds com vencimento em março de 2018, que totalizam 750 milhões de euros em valor de face. A companhia informou que o resgate será efetuado em 24 de março de 2017. “Este resgate é consistente com a nossa estratégia de geração de valor ao acionista, fortalecimento do balanço e redução do endividamento”, disse a Vale.

Ultrapar (UGPA3)
A companhia informou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 436 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 12 por cento ante mesma etapa de 2015, refletindo desempenho mais fraco nos braços industriais, diante da economia em recessão. O resultado operacional do grupo, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de 1,12 bilhão de reais no período, recuo de 5 por cento na comparação com mesmo intervalo de um ano antes. A receita líquida alcançou 19,085 bilhões de reais, declínio de 7 por cento no comparativo anual, refletindo principalmente o menor desempenho da sua principal divisão de combustíveis, a Ipiranga, com queda de 8 por cento na receita.

Além disso, a divisão química Oxiteno teve receita líquida de 832 milhões de reais, baixa de 23 por cento ano a ano, principalmente devido à redução de preços das commodities. Já a Ultragaz teve receita líquida 10 por cento maior na mesma comparação, para 1,379 bilhão de reais, com maior volume de vendas e repasse de preços maiores do GLP da Petrobras. A receita bruta da divisão de farmácias Extrafarma somou 460 milhões de reais, aumento de 28 por cento sobre um ano antes, refletindo sobretudo a ampliação do número de lojas.

A empresa anunciou em 2016 a aquisição da rede de postos de combustíveis Ale e da distribuidora de gás de cozinha Liquigás. O endividamento líquido do grupo no fim de 2016 era de 5,7 bilhões de reais, o equivalente a 1,36 vez o Ebitda, ante 4,9 bilhões de reais no fim do ano anterior (1,24 vez o Ebitda).

Natura (NATU3)
A fabricante de cosméticos divulgou nesta quarta-feira que teve lucro líquido consolidado de 201,8 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 38,8 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado subiu 2 por cento na mesma base de comparação, para 462,1 milhões de reais.

(com Agência Estado, Bloomberg e Reuters)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.