Tenho ações de uma das empresas que deixará a Bolsa em março, o que eu faço?

Existem três cenários para as 15 empresas citadas pela Bovespa para terem a listagem cancelada, sendo que alguns casos podem até ser revertidos

Rodrigo Tolotti

Young businessman looking at his declining share. Bad business, economy in recession!

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SÃO PAULO – No fim de janeiro, a BM&FBovespa anunciou as 15 companhias que terão suas listagens canceladas no próximo dia 6 de março. Mas a situação é um pouco confusa e não ficou tão claro para os investidores quais serão os procedimentos para que estas empresas deixem a Bolsa. Em alguns casos, estas empresas serão obrigadas a realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) até o final do ano, mas isto não é válido para todas elas.

InfoMoney conversou com a diretora de Regulação de Emissores da BM&FBovespa, Flavia Mouta, para tentar entender o que irá acontecer, já que existem três situações diferentes para estas 15 companhias. Em primeiro lugar, ela ressaltou que se alguma destas empresas sanarem suas pendências até dia 6, ela não terá sua listagem cancelada. 

Mouta também afirmou que “as companhias foram notificadas diversas vezes, tendo assegurado o direito de defesa” e que, ao todo, “esse processo envolveu 82 companhias, sendo que remanesceram 15 com pendências até o momento”. Entre os motivos para o cancelamento estão: papéis abaixo de R$ 1,00 (penny stocks), informações periódicas em atraso, falta da prestação de serviços de escrituração e falta de pagamento de anuidades.

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Confira os três diferentes cenários e quais empresas estão inseridas em cada um deles:

 1) Negociação por leilão sem realização de OPA
Estão incluídas neste cenário: Cobrasma, Companhia Industrial Schlösser, Fiação e Tecelagem São José, IGB Eletrônica (Gradiente), Maori, Tecblu Tecelagem Blumenau e YPF.

No caso delas, entre 30 de janeiro e 1 de março, haverá negociação de forma não contínua, ou seja, apenas por meio de leilões, sendo esta a única forma dos acionistas conseguirem vender suas ações. “Os investidores interessados poderão colocar suas ofertas de compra e de venda, as quais só serão fechadas, se houver encontro de ordens, ao final do pregão”, explicou Mouta.

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Encerrado este período, no dia 6 de março, ocorrerá a transferência da custódia da BM&FBovespa para o escriturador das ações ou para o livro da companhia, ou seja, a negociação dos papéis deixa de ocorrer no ambiente da Bolsa. Neste cenário, haverá alguma chance de ocorrer acordo entre a empresa e os acionistas, mas, basicamente, quem não conseguir vencer seus papéis não irá reaver o valor investido.

No comunicado em que anunciou o cancelamento, a Bolsa informou ainda que “não se responsabiliza por quaisquer prejuízos eventualmente sofridos por investidores ou quaisquer terceiros em virtude ou em decorrência do cancelamento de listagem”.

2) Negociação por leilão com realização de OPA
Nesta situação estão apenas duas companhias: Sultepa e RJ Capital Partners. As duas deverão fazer uma OPA até o dia 1 de dezembro.

Na Oferta Pública de Aquisição, a empresa marca uma data e estipula um preço em que irá comprar as ações que restam no mercado, cabendo ao investidor aceitar ou não a proposta. Lembrando que neste caso, se não aceitar vender, o acionista não terá outra oportunidade. A Sultepa ainda terá negociação por meio de leilões, enquanto a RJ Capital já está com seus negócios suspensos na Bolsa.

3) Sem negociação e sem OPA
As empresas nesta situação são: Agrenco, Companhia Agropecuária do Jahu, Companhia Docas de Imbituba, DHB, Firmeza Agroindustrial e Laep.

Elas já estão com os negócios suspensos e terão a listagem cancelada no dia 6 de março sem obrigação de fazerem OPA. Ou seja, quem ainda possui ações destas empresas, provavelmente não irá reaver o dinheiro.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.