Vale dispara 6% e holding da mineradora sobe 19% após acordo de acionistas; Magazine Luiza salta após balanço

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta segunda-feira (20)

Lara Rizério

(Divulgação)

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Vale (VALE3, R$ 36,30, +6,40%;VALE5, R$ 34,00, +5,43%)

As ações da Vale abrem com ganhos  com duas notícias positivas para a companhia. Em primeiro lugar, o minério de ferro negociado em Qingdao avançou 2,18%, a US$ 92,34 a tonelada. 

Além disso, a companhia informou que  um novo acordo de acionistas foi celebrado pela Litel Participações, Litela Participações, Bradespar, Mitsui & Co. e BNDES Participações (BNDESpar), para vigorar a partir de 10 de maio de 2017.  

O acordo, além das regras comuns relativas a voto e direito de preferência na aquisição de ações dos acionistas, propõe viabilizar a listagem da Vale no segmento especial do Novo Mercado da BM&FBovespa e a transformá-la em uma sociedade sem controle definido, de acordo com fato relevante da mineradora. Entre as etapas contempladas na operação, está a incorporação da Valepar pela Vale.

Já os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 27,22, +19,30%, veículo de investimentos que possui quase todo capital aplicado em Vale, disparam cerca de 19%. A holding reflete a “corrida” para fechamento do desconto existente entre suas ações e as da mineradora logo após o novo contrato de acionistas da Vale, que extinguirá a Valepar.

Segundo análise do BTG Pactual, a Bradespar iria negociar a desconto de “holding x controlada” de 29% no cenário de conversão, mas com base no fechamento de sexta, a Bradespar era negociada na faixa dos 22% a 23%, segundo as contas do BTG. “Isso indica que, teoricamente há um espaço para BRAP ter uma performance acima da Vale em mais de 20 pontos percentuais para que ela volte a negociar a 10-15% de desconto).

Em meio a alta das commodities, os papéis das siderúrgicas também registram ganhos, caso de CSN (CSNA3, R$ 12,78, +2,16%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,98, +1,87%), Usiminas (USIM5, R$ 5,54, +1,65%) e Gerdau (GGBR4, R$ 13,51, +1,43%). 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 170,00, +3,94%) 

O Magazine Luiza vê suas ações dispararem, atingindo máxima de 4% e superando alta de 2.000% desde a mínima de R$ 7,78 atingida em 14 de dezembro de 2015, na esteira dos resultados positivos do quarto trimestre. A companhia encerrou o trimestre com lucro líquido ajustado de 47,7 milhões de reais, revertendo prejuízo de 43,2 milhões de reais no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado saltou 100,6 por cento, para 229,3 milhões de reais, com a margem subindo para 8,1 por cento ante 4,5 por cento nos mesmos meses de 2015. 

A receita líquida da companhia subiu 11,2 por cento, para 2,84 bilhões de reais. A receita bruta totalizou 3,4 bilhões de reais, alta de 14,3 por cento ante o último trimestre de 2015, com a margem bruta subindo para 29,6 por cento ante 28,9 por cento. As vendas em mesmas lojas subiram 13,6 por cento no quarto trimestre, revertendo a queda de 11,6 por cento apurada nos últimos três meses de 2015.

No caso das vendas mesmas lojas físicas houve elevação de 6 por cento, após declínio de 17,6 por cento um ano antes. As vendas na internet saltaram 41,4 por cento, após crescimento de 19,1 por cento no mesmo período do ano anterior. Em dezembro de 2016, a Magazine Luiza tinha 800 lojas ante 786 unidades no final de 2015.

De acordo com o BTG Pactual, os números da companhia foram melhores do que o esperado, com uma expressiva receita impulsionada pela performance positiva do e-commerce. Os analistas do banco mantêm recomendação de compra para a ação. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,41, +0,59%)

As ações da Hypermarcas registram leves ganhos após o  resultado do quarto trimestre, que foi considerado positivo pelo mercado. Os analistas do Itaú BBA apontaram uma sólida geração de caixa e um crescimento do Ebitda acima do esperado. O guidance, por sua vez, foi conservador, com uma projeção de R$ 1,2 bilhão para 2017 (os analistas do Itaú BBA seguem na expectativa por R$ 1,3 bilhão). 

A companhia apurou prejuízo líquido de R$ 212,5 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo um lucro de R$ 283 milhões apurado no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, entretanto, o lucro da fabricante de medicamentos foi de R$ 1,174 bilhão, mais que o dobro dos R$ 559,9 milhões apurados em 2015. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas da companhia somou R$ 262,4 milhões entre outubro e dezembro de 2016, o que representa um crescimento de 27,6% ante iguais meses de 2015. Em 2016, o Ebitda somou R$ 1,133 bilhão, expansão de 19,2% em relação ao ano anterior. O número não considera negócios vendidos e em processo de venda, os quais a empresa passou a reportar como operações descontinuadas.

A receita líquida da companhia, que também considera apenas as operações continuadas, foi de R$ 843,3 milhões no trimestre, expansão de 11,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em doze meses, a receita atingiu R$ 3,288 bilhões, aumento de 11,2% frente aos 12 meses anteriores.

Petrobras (PETR3, R$ 16,86, +0,84%;PETR4, R$ 15,78, +1,09%)

Seguindo os preços do petróleo, com o WTI em alta de 0,52% e o brent com ganhos de 0,61%, as ações da Petrobras registram ganhos de cerca de 1%. 

CCR (CCRO3, R$ 18,69, +0,75%)

Em meio ao cenário de queda de juros e expectativa de maiores investimentos em infraestrutura, as ações da CCR já avançam 20% em fevereiro e atingiram máxima histórica nesta segunda-feira, superando o patamar de 2014. Na máxima do dia, os papéis chegaram a avançar 1,78%, a R$ 18,88. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 17,25, +2,92%)

As ações da Lojas Americanas registram ganhos em meio ao anúncio de oferta de ações da companhia. O Conselho aprovou a realização da oferta pública de distribuição primária de 9.303.562 ações ordinárias e 142.925.334 papéis preferenciais, com esforços restritos, de acordo com ata da reunião realizada no domingo. O preço por ação PN será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento junto a investidores profissionais, que tem início em 22 de fevereiro e término previsto para 8 de março.

O preço por ação ON será fixado com base no preço do papel referencial fixado após a conclusão do procedimento de bookbuilding, aplicando-se um desconto de 20,55 por cento.

No documento, a varejista cita que, considerando a cotação de fechamento das ações PN em 17 de fevereiro, de 16,76 reais e, nessa mesma data, aplicado o desconto acima previsto, o preço por ação ordinária daria 13,31 reais. A varejista destaca que são valores meramente indicativos, podendo variar para mais ou para menos, conforme a conclusão do bookbuilding. Considerando esses números, o montante total da oferta restrita seria de 2,5 bilhões de reais. O preço por ação será divulgado também em 8 de março.

De acordo com a ata da reunião, os recursos líquidos oriundos da oferta serão destinados para expansão da rede de lojas da companhia, capitalização da controlada B2W (BTOW3, R$ 12,72, -0,63%)  e reforço de capital.

“Em relação à capitalização da B2W Digital, a companhia e a B2W Digital estudam a possibilidade de se realizar um aumento de capital por subscrição privada na B2W Digital no montante de, aproximadamente, 1,2 bilhão de reais, pretendendo a companhia investir até esse valor”, diz o documento.

Randon (RAPT4, R$ 4,77, +2,58%)

As ações da Randon registram ganhos após a companhia divulgar sua prévia operacional. A empresa informou ter registrado receita líquida consolidada de janeiro R$ 158,1 milhões, queda de 31,8% na comparação anual. Já a receita bruta total de janeiro somou R$ 224,9 milhões, queda de 19% na base anual.

 Recomendações

As recomendações tem efeito limitado para as ações nesta sessão. A CVC (CVCB3, R$ 27,48, +0,77%) teve recomendação iniciada com compra pelo Santander, enquanto o Bradesco BBI rebaixou a recomendação da Aliansce (ALSC3, R$ 15,59, +0,78%) de outperform para neutra. Os analistas do Bradesco BBI atualizaram o modelo incluindo a recompra da Boulevard Corporate. “A maior alavancagem à frente (após a aquisição da torre) e um menor desconto nos levou ao rebaixamento da Aliansce para neutro”, afirmam os analistas. Já o Itaú BBA rebaixou a recomendação para a QGEP (QGEP3, R$ 6,31, +0,16% ) para marketperform. Segundo os analistas, a petroleira tem um potencial de valorização atrativo, mas ainda falta catalisadores de curto prazo e são necessários mais atrasos este ano. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.