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SÃO PAULO – Mesmo com duas quedas seguidas, o Ibovespa não apagou o otimismo dos investidores e conseguiu encerrar a semana com ganhos de mais de 2%, com alta acumulada de cerca de 5% em fevereiro. Analistas apontam que o mercado continua com tendência de alta, mas que realizações devem ocorrer no meio do caminho, criando até oportunidades para compradores, e a agenda carregada de eventos da próxima semana pode trazer este cenário.
Uma das novidades que deve alterar o mercado brasileiro é o fim do horário de verão por aqui. Com isso, a bolsa americana passará a abrir às 11h30 no horário de Brasília, dando uma hora a mais de maior volume de negócios com os estrangeiros na Bovespa. Por outro lado, este efeito só começará a ser sentido na terça-feira (21), já que Wall Street ficará fechado na segunda por conta do feriado de Dia dos Presidentes.
A agenda mais carregada ficará no Brasil, com destaque para a divulgação do IPCA-15 e dos dados de emprego da PNAD Contínua e Caged. As atenções, porém, ficarão com a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que na quarta-feira (22) decide sobre a taxa básica de juros. A expectativa maior do mercado é que o Banco Central mantenha o ritmo e corte a Selic em 75 pontos-base.
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Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, não há dúvidas de que a tendência é de alta da Bolsa e queda do dólar, principalmente diante da falta de novidades não só no Brasil mas também nos EUA, com o presidente Donald Trump. Segundo ele, diante da forte alta do mercado e da forma rápida como ocorreu, é comum os investidores “procurarem” um motivo para realizar os ganhos, como foi visto na quinta e na sexta-feira desta semana.
O cenário político também promete agitar o mercado, com o andamento de diversos projetos no Congresso, além da sabatina do ministro afastado Alexandre de Moraes para o cargo no STF. Caso ele seja aprovado, deve levar o presidente Michel Temer a anunciar seu escolhido para o ministério da Justiça. Por fim, importante ficar atento aos depoimentos dos donos de gráficas investigadas na chapa Dilma-Temer, que ocorre na segunda-feira.
No exterior, destaque para a ata da última reunião do Fomc, sendo que qualquer comentário mais direto sobre um possível corte de juros no encontro marcado para março poderá afetar diretamente o dólar. Na Europa, a semana terá a divulgação de diversos PMIs, além do PIB do Reino Unido e da Alemanha.
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Na agenda, Vieira afirma que o mercado deve focar em três eventos: o IPCA-15 e o Copom no Brasil, e na ata do Fomc nos EUA. “O mercado segue na mesma linha, nada mudou, mas é preciso ficar atento ao noticiário, que ajudará a guiar os investidores”, afirma. Ele lembra ainda que, na falta de Wall Street na segunda-feira, o mercado deve ficar mais atento ao cenário na Ásia e Europa e até ao movimento do dólar para ser o “driver” na sessão.
Confira os principais destaques da próxima semana:
Feriado nos EUA
Na segunda-feira, as bolsas americanas ficarão fechadas por conta do feriado de Dia dos Presidentes. Diante disso, Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, reforça que os investidores devem ficar de olho na abertura do dólar e nos mercados da Ásia e Europa, sendo que em um cenário sem novidades, a tendência do mercado segue de alta para a Bolsa e queda do dólar.
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IPCA-15
Na quarta-feira (22), às 9h, será divulgado o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), que segue a mesma metodologia de coleta do IPCA, que é o indicador oficial de inflação do país, mas com a coleta ocorrendo entre os dias 15 de cada mês. A equipe de análise da Rosenberg Associados espera uma alta de 0,41%, ficando acima dos 0,31% registrado no mês anterior. Com isso, no acumulado de 12 meses, o IPCA deve continuar desacelerando, passando de 5,9% para 4,9%, segundo eles.
Copom
Ainda na quarta, logo após o fechamento da Bolsa, será divulgada a decisão da reunião do Copom, com grande parte do mercado esperando por mais um corte de 75 pontos-base da Selic, que passaria para 12,25% ao ano caso isso se confirme. Segundo Vieira, o mercado já precificou este cenário, e o efeito da decisão não deve ser tão grande, salvo a ocorrência de uma surpresa por parte do Banco Central.
Ata do Fomc
Também no dia 22, às 16h (horário de Brasília), será apresentada a ata da última reunião do Fomc, que manteve os juros nos EUA no início deste ano. Mesmo assim, o mercado olha com atenção qualquer comentário da autoridade americana sobre como ela vê o cenário econômico no país e como isto irá guiar sua decisão de juros. Nesta semana, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçou a ideia de que não está descartada uma possível alta das taxas no encontro de março.
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Dados na Europa
A semana contará ainda com diversos dados na Europa. Na terça-feira serão apresentados diversos PMIs da indústria e serviços, com destaque para a Alemanha e a Zona do Euro. No dia seguinte, saem os números de inflação do grupo europeu e o PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Já na quinta-feira é a vez da Alemanha divulgar o quanto cresceu sua economia no quarto trimestre do ano passado.