As 11 ações para monitorar no início do pregão

As informações que você precisa saber para operar bem no mercado financeiro nesta quarta-feira (15)

Lara Rizério

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 SÃO PAULO – Os mercados mundiais têm um dia de leves ganhos, impulsionados pelas ações do setor bancário, enquanto fica de olho na nova fala da presidente do Federal Reserve, que já havia agitado os mercados na véspera. Por aqui, o noticiário também é movimentado, com a vitória de Michel Temer no STF com a manutenção da nomeação de Moreira Franco para o ministério, além da temporada de resultados. Confira as ações para monitorar e os destaques: 

1. Ações para monitorar
JBS
(JBSS3): Em entrevista à Folha de S. Paulo, Joesley Batista, presidente da J&F (dona da JBS), afirmou que não sairá do comando da companhia e que irá provar que não houve qualquer irregularidade na relação da J&F com a Caixa Econômica Federal e com os fundos de pensão estatais que investiram na Eldorado Celulose. Joesley nega ter interferido no trabalho de auditoria, que foi aprovado pelo conselho, disse ter certeza que ninguém de sua empresa cometeu irregularidades e nega ter relações ou negócios com o governo. Vale ressaltar que, em 6 de fevereiro, o  Ministério Público Federal pediu que a Justiça reconheça que Joesley e o diretor presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich Filho, descumpriram o termo de ciência e compromisso firmado em setembro do ano passado com o MPF. Na época, a J&F firmou acordo com o MPF no âmbito da Operação Greenfield, que apura suspeitas de crimes contra os principais fundos de pensão. O acordo prevê que J&F tinha até 21/outubro para depositar em juízo ou oferecer garantias no valor de R$ 1,5 bi, segundo comunicado do MP. Joesley disse ainda ao jornal que acontecimentos recentes não mudam os planos da cia, nem o IPO da JBS nos EUA.
Frigoríficos e alimentos: Ainda sobre o setor, o Itaú BBA rebaixou a recomendação para a Marfrig (MRFG3) de outperform para underperform, mantendo os ratings outperform para a JBS e a Minerva (BEEF3), mas com menor upside e dinamismo, além de manter recomendação market perform em BRF (BRF3), Ambev (ABEV4) e M.Dias Branco (MDIA3). “Atualizamos nossas estimativas para todas as empresas de alimentos e bebidas que cobrimos para incorporar nossas novas estimativas macroeconômicas. Estamos revisando todos os preços-alvo para baixa, porque a previsão de dólar mais fraco reduz a perspectiva para a maior parte do setor”, afirmam os analistas.
Vale (VALE3; VALE5)
A Vale retomou nos últimos dias procura por comprador de quatro plantas de fertilizantes em Cubatão depois da desistência da Yara International, segundo informa a Reuters. Ainda no noticiario da companhia, o Bradesco BBI destacou em relatório ver a cotação do minério de ferro insustentável no atual patamar, mas que o curto prazo é bom para a Vale. Os analistas veem como altamente improvável que os preços do minério de ferro permaneçam nos níveis atuais; porém, “enquanto o processo de normalização não ocorrer, ações da Vale devem permanecer bem sustentadas”. O banco mantém recomendação neutra para Vale; o preço alvo por ADR é de 
US$ 10, o que implica queda potencial de 12%, preço alvo por ação de R$ 33, ligeiramente acima da cotação atual do papel, na casa dos R$ 32.
MRV (MRVE3): A subsidiária de propriedades comerciais da empresa, a Log Commercial Properties, entrou com pedido de conversão de registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e realização de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) de suas ações na bolsa brasileira. No segundo semestre do ano passado, a companhia chegou a falar em lançar ações no mercado, mas não levou a ideia adiante. A oferta será coordenada por Bradesco, Bank of America Merrill Lynch, Itaú e Banco Brasil Plural. Parte dos recursos será utilizada para investimentos da Log, e 50% para redução da dívida da companhia, que no fim do ano passado era de R$ 842,143 milhões.
BTG Pactual (BBTG11): O lucro líquido do BTG Pactual no quarto trimestre do ano passado atingiu R$ 652 milhões, praticamente a metade do visto no mesmo período do ano anterior, quando ficou em R$ 1,229 bilhão. Ante o trimestre imediatamente anterior, o lucro registrou queda de 1%. Em 2016 o lucro do banco ficou em R$ 3,325 bilhões, recuo de 28% ante o visto em 2015. No fim de 2015 o banco encolheu seus ativos na esteira na prisão de seu ex-controlador André Esteves no contexto da Operação Lava Jato. Esteves já retornou ao dia a dia da instituição. Os Conselhos do Banco BTG Pactual e BTG Pactual Participations também aprovaram dois novos programas de units que poderão ser negociados na BM&FBovespa a partir de amanhã. Os titulares das atuais units, BBTG11, poderão escolher migrar parte ou todas units para as novas BPAC11 e BBTG12. O prazo abriu nesta terça-feira e vai até 28 de dezembro de 2017.
BR Properties (BRPR3): A BR Properties reverteu o prejuízo de R$ 769,64 milhões registrado em 2015 e fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 28,85 milhões. Enquanto isso, a receita líquida caiu 35%, para R$ 465,68 milhões no mesmo período. Segundo a companhia, a alta da vacância e a queda de aluguel de alguns contratos foram os responsáveis pela redução da receita. O Itaú BBA espera reação “ligeiramente positiva” das ações. Já o Santander espera que resultados permaneçam pressionados no curto prazo, ainda refletindo a dinâmica desafiadora do setor’’.
Ultrapar (UGPA3): O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública contra três das maiores empresas de combustíveis: Ipiranga – do grupo Ultrapar (UGPA3) -, Shell e BR Distribuidora. No processo, o órgão pede a cassação do registro destas empresas em todo o estado do Rio por adulteração de combustíveis.

2. Bolsas mundiais
A fala da chairwoman do Federal Reserve Janet Yellen na véspera segue reverberando nos mercados mundiais, que registram alta em sua maioria. Na tarde da véspera, os mercados mundiais levaram um “susto” após Yellen afirmar que o Fed provavelmente precisará elevar os juros em uma das próximas reuniões e que o atraso na decisão pode deixar o comitê do banco central atrás da curva, mas logo zeraram as perdas. A presidente do Fed voltar a falar nesta data.  As ações do setor bancário puxam a alta na Europa e Japão, em meio à expectativa de desregulamentação na área bancaria e de estímulos fiscais nos EUA, enquanto as ações japonesas subiram para perto do maior nível em 14 meses com Fed reforçando tendência de iene fraco.

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Já os mercados acionários da China reverteram ganhos iniciais e fecharam em baixa nesta quarta-feira, com as ações dos setores de tecnologia e recursos básicos dando uma pausa após recente alta.  A maioria dos setores recuou, liderados pelos de matérias-primas e industrial liderando as quedas.

No mercado de commodities, o minério de ferro recua em Dalian, na China, após maior produtor da África prever queda dos preços. Já o petróleo cai a menos de US$ 53 com dados preliminares de alta dos estoques nos EUA. 

Às 8h01, este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) +0,47%

* CAC-40 (França) +0,42%

* DAX (Alemanha) +0,41%

* Xangai (China) -0,16% (fechado)

* Hang Seng (Hong Kong) +1,23% (fechado)

* Nikkei (Japão) +1,03% (fechado)

*Petróleo brent -0,50%, a US$ 55,69, o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -1,27%, a 698 iuanes

* Minério de ferro com 62% de pureza negociado no porto chinês de Qingdao -0,72%, a US$ 91,05

3. Agenda de indicadores
Depois de mexer fortemente com os mercados na véspera, a presidente do Fed, Janet Yellen, volta a discursar nesta quarta-feira (15), às 13h, e deve reforçar a mensagem de que a política econômica de Donald Trump ainda é incerta e que esperar muito para elevar os juros pode ser imprudente e obrigar a ajustes mais acentuados no futuro. Outros membros do Fed que falam nesta quarta são: Eric Rosengren, do Fed de Boston, às 16h10; Patrick Harker, do Fed de Filadélfia, às 16h e William Dudley, do Fed de Nova York, fala em Nova York, às 22h15.

 Mais cedo, às 11h30, os investidores monitoram o CPI e o PPI dos Estados Unidos, com os dados de inflação aos consumidores e produtores. Às 13h30, serão conhecidos os números dos estoques de petróleo norte-americanos. A expectativa é de uma alta de 3,5 milhões nos estoques de petróleo e de 500 mil no de gasolina. 

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Entre os indicadores domésticos, atenção para o volume de serviços de dezembro. Segundo estimativa da LCA Consultores, no ano de 2016, o setor deve ter registrado declínio de 4,6%. Já o Banco Central  oferta até 6 mil contratos de swap cambial para rolagem entre 11h30 e 11h40, com resultado a partir das 11h50. Às 12h30, serão divulgados os números do fluxo cambial semanal.  Vale destacar ainda notícia da Bloomberg de que, segundo fontes,  o governo pode cortar meta de inflação em 2019 se expectativa para 2018 cair, até junho, para 4,2%. 

Veja a agenda completa dos balanços da semana clicando aqui

Em Brasília, o presidente do Senado Federal, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), recebe os governadores para tratar sobre ajuda financeira aos estados por parte da União. Também deve repercutir a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello de validar a nomeação de Moreira Franco para o cargo de ministro da Secretaria Geral do Governo. A indicação do presidente Michel Temer havia sido questionada por partidos da oposição. 

Na agenda do ministério da Fazenda, Henrique Meirelles se reúne com vice-presidente da ExxonMobil Exploration Company, Mark Albers,  às 10h, depois se reúne com gerente de relações institucionais da Sky, Felipe Herzog, às 11h00, com vice-presidente do banco Mundial para América latina e Caribe, Jorge Familiar, às 15h30, e com senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) às 16h30. Já Eduardo Guardia participa da reunião de conselho do BB, 10h00 e depois se reúne com presidente da Templeton Emerging Markets, Mark Mobius, às 17h. 

4. Noticiário político

O noticiário político é movimentado, em meio às repercussões sobre a decisão do ministro do STF Celso de Mello de manter Moreira Franco no ministério de Michel Temer, além da possível nomeação de Carlos Veloso para o Ministério da Justiça.

O ministro do STF Gilmar Mendes disse que a nomeação do ministro Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República deve ser apreciada pelo plenário da Corte, após Mello indeferir o pedido dos partidos Rede e PSOL para impedir a posse de Moreira Franco e manter a nomeação.   No ano passado, Gilmar Mendes havia julgado uma questão similar, a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Na ocasião, Mendes impediu a nomeação de Lula. A questão não foi levada ao plenário do STF após a decisão monocrática, segundo o ministro, porque Dilma foi afastada da Presidência da República em seguida. 

Já para o ministério da Justiça, o nome do ex-STF Carlos Veloso desponta entre as apostas, esteve reunido ontem com o presidente Temer no Palácio do Planalto. Em entrevista à Folha, ele defendeu a Operação Lava-Jato e elogiou o trabalho do juiz Sérgio Moro, segundo ele extremamente duro, mas competente e correto. E esta é uma posição que não entusiasma o mundo político. 

  

5. InfoMoney TV
Nesta quarta-feira, às 14h, o Visão Macro vai abordar o tema que está esquentando as discussões entre os economistas: os juros elevados, em vez de combater a inflação, acabam resultando em uma elevação mais forte dos preços no longo prazo? O debate foi sugerido pelo economista André Lara Resende em um artigo para o jornal Valor Econômico e questionado e defendido por outros especialistas em artigos na mídia brasileira. Para debater o assunto, a InfoMoney TV recebe os economistas Mauro Schneider, da MCM Consultores, e Leonardo Palhuca, do Terraço Econômico, parceiro do InfoMoney. Você pode acompanhar a programação ao vivo clicando aqui.

(Com Reuters, Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.