Fibria afunda 13% e lidera perdas da semana; Vale cai 9% e construtoras sobem até 9%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

(Divulgação/Braskem)

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força durante a tarde após a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos e com o anúncio de novas sanções dos americanos contra o Irã, que acabou puxando o petróleo e, consequentemente, a Petrobras, ajudando o índice a subir nesta sexta-feira (3). Apesar disso, a Bolsa fechou a semana com perdas de 1,64%, com 9 das 59 ações caindo mais de 5%, enquanto 6 papéis avançaram mais de 4%.

Destaque positivo ficou para as companhias ligadas à construção, como imobiliárias e shopping centers. A MRV Engenharia (MRVE3) liderou os ganhos da semana, com alta de 8,9%, a R$ 13,58, seguida pela BR Malls (BRML3), que avançou 7,68%, para R$ 14,87. A Cyrela também chamou atenção com valorização de 4,70%, a R$ 13,36.

Na ponta negativa, a Fibria (FIBR3) liderou as perdas com facilidade, desabando 13,62%, para R$ 27,21, após queda forte durante esta semana por conta de seu resultado do quarto trimestre. Ainda entre as quedas semanais, chamou atenção a Vale, que viu seus papéis ordinários e preferenciais caírem 9,17% e 9,63%, respectivamente, para R$ 30,61 e R$ 29,01.

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Confira os destaques do pregão desta sexta-feira:

TIM (TIMP3, R$ 9,29, +4,38%)
As ações da TIM dispararam até 6,18% na máxima do dia e lideraram os ganhos do Ibovespa, após surpresa positiva com o balanço do 4° trimestre. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 364 milhões no 4º trimestre de 2016, queda de 21,8% ante igual período do ano anterior em razão de maiores investimentos em bens de capital e despesas financeiras. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,568 bilhão entre outubro e dezembro, montante 4,4% maior que a do quarto trimestre de 2015. No acumulado de 2016, a Tim apurou um lucro líquido de R$ 750 milhões de reais, 64% inferior ao de 2015. O Ebitda da companhia caiu 21,2% na comparação anual, para 5,209 bilhões de reais, enquanto a receita líquida total recuou 8,9 por cento, para 15,617 bilhões de reais.

Segundo o BTG Pactual, o resultado do quarto trimestre apresentou ganhos de eficiência acima do esperado, impulsionados por corte de custos. “Do nosso ponto de vista, a Tim foi capaz de antecipar parte das iniciativas de redução de despesas que originalmente se esperava que impactassem os resultados de maneira mais forte apenas em 2017. O fim dos gastos com consultoria, por exemplo, foram de grande importância para a redução de 36% na base anual vista nos gastos gerais e administrativos”, diz o relatório.

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Já segundo o Santander, os resultados foram “sólidos, confirmando o aumento da capacidade da empresa de monetizar sua base de clientes e de executar um controle de custos significativo”. Segundo o banco, a companhia “apresentou ambicioso plano industrial para 2017-19, o qual vemos como possível, mas vai exigir execução adicional para se totalmente precificado”.

O Itaú BBA, por sua vez, espera reação positiva a “expansão robusta da margem”. O Bradesco BBI elevou a recomendação para as ações da TIM de neutra para outperform, com preço-alvo de R$ 10,50.

Petrobras (PETR3, R$ 16,34, +2,77%; PETR4, R$ 15,34, +3,02%)
As ações da Petrobras viraram para alta, após abertura no negativo, em meio à alta dos preços do petróleo e informações sobre a 14ª rodada de licitações de blocos exploratórios da ANP ( Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

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Além disso, o Tesouro dos EUA anunciou medidas contra 13 pessoas e 12 companhias iranianas. As sanções ocorrem em resposta aos testes feitos pelo país em seu programa de mísseis. A alegação é que o Irã estaria contribuindo com a proliferação de armamento de destruição em massa. Com a notícia, os preços do petróleo dispararam no mercado internacional, com os barris da commodity tipos WTI e brent fecharam em respectivas altas de 0,49% e 0,35%, a US$ 53,80 e US$ 56,76. As expectativas são de que as sanções afetem a oferta da commodity no mercado.

Por aqui, informações do Valor Econômico apontam que o governo deverá fechar na próxima semana as regras de conteúdo local para a 14ª rodada de licitações de blocos exploratórios da ANP e os integrantes do comitê chegam divididos à reunião. De acordo com o jornal, há consenso em torno de uma flexibilização das regras atuais. Existem fortes divergências, no entanto, em relação ao grau de abertura a fazer.

Também segundo o jornal, União, Estados e municípios estão deixando de arrecadar R$ 36 bilhões em oito anos com atrasos na exploração de petróleo e gás por causa da política de conteúdo local. O cálculo foi feito pela Petrobras com base em supostas perdas na arrecadação com royalties, participações especiais e Imposto de Renda.

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Vale destacar que, ontem, em relatório divulgado no fim do pregão desta quinta-feira (2), a Fitch disse que “apesar do progresso, a Petrobras continua altamente alavancada e provavelmente dependerá de financiamento externo para refinanciar os vencimentos”. Após a divulgação do relatório, as ações do papel caíram na véspera. 

Braskem (BRKM5, R$ 30,81, -3,81%)
Uma das acionistas da Braskem, a Petrobras está contestando os termos do acordo de leniência que a empresa petroquímica fechou com o governo norte-americano a respeito das irregularidades investigadas na Operação Lava Jato. Segundo o jornal Valor Econômico, a estatal alega que seu prejuízo no contrato de fornecimento da matéria-prima nafta foi de US$ 1 bilhão e não de US$ 94 milhões, como reportou a Braskem ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Isso pode levar o órgão americano a rever o acordo firmado em dezembro. 

Vale (VALE3, R$ 30,61, -6,28%; VALE5, R$ 29,01, -5,41%)
As ações da Vale afundaram com o retorno das negociações dos mercados chineses após uma semana de pausa por conta do feriado de Ano Novo Lunar no país. Conforme alertavam especialistas nos últimos dias (veja aqui), o retorno da China pressiona as commodities: o minério de ferro cotado no Porto de Qingdao fechou em queda de 1,38%, a US$ 82,19 a tonelada, enquanto a commodity cotada na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 5,4%, a 611,50 iuanes por tonelada.  

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Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 19,95, -5,45%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 12,70, -0,24%), Usiminas (USIM5, R$ 5,19, -0,57%) e CSN (CSNA3, R$ 11,58, -4,53%). 

Educacionais
A Superintendência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu nesta sexta-feira (3) que, como foi submetido pelas empresas, o acordo de fusão entre Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3) não pode ser aprovado, segundo despacho publicado no site do órgão antitruste.

Apesar da decisão, a superintendência do Cade pediu que a fusão passe ao tribunal, que deverá se manifestar e determinar condições para aprovação, se for o caso. Mais cedo, o Departamento de Estudos Econômicos do órgão afirmou que a fusão traria riscos de concorrência no setor, podendo tirar um “importante player” do mercado.

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As ações das duas empresas já operavam em queda desde a primeira notícia, divulgada por volta das 15h, mas em apenas 10 minutos após a decisão, os papéis caíram 2%. A ação KROT3 fechou com queda de 2,76% em relação ao fechamento de ontem, a R$ 13,37, enquanto os papéis ESTC3 recuaram 3,13%, a R$ 15,49.