Déjà-vu? Klabin “repete” Fibria e desaba após balanço; Holding da Vale dispara 4% sem referência do minério

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Acompanhando o movimento das bolsas americanas, o Ibovespa perdeu força no final da sessão desta quarta-feira (1), embora o driver mais importante desta sessão não tenha trazido grandes novidades – a decisão do Fomc (Federal Open Markett Committee), que saiu às 17h (horário de Brasília). O Federal Reserve manteve hoje inalterada a taxa básica de juros nos Estados Unidos. Após a decisão, o dólar futuro atingiu seu menor patamar do dia. O dólar comercial, cuja sessão encerrou no mesmo horário da decisão do Fomc, encerrou a sessão em leve queda de 0,03%, a R$ 3,1500 na venda.

Entre as maiores altas, figuraram as ações da Vale e Bradespar – holding que detém participação na Vale -, com ganhos entre 2% e 4%, em mais um dia sem referência dos mercados da China por conta da pausa para o Ano Novo Lunar. As negociações por lá serão retomadas na próxima sexta-feira, dia 3. 

Do outro lado, a maior queda ficou com mais uma empresa do setor de papel e celulose. Depois da Fibria afundar 7% na véspera em meio aos números fracos do 4° trimestre, desta vez a Klabin caiu 4% por conta do seu balanço. A empresa viu seu lucro líquido cair 79% no último trimestre de 2016, quando comparado com o mesmo período de 2015, indo para R$ 109 milhões. A companhia também anunciou Eduardo de Toledo como seu novo diretor financeiro. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 16,12, -0,43%; PETR4, R$ 15,02, 0,0%)
Descoladas do movimento do petróleo, as ações ONs da Petrobras viraram para queda, após alta de 3% na máxima do dia, enquanto as PNs encerraram estáveis, depois de ganhos de até 2,6%. Lá fora, o contrato do petróleo Brent avançava 1,91%, a US$ 56,64 o barril, enquanto o WTI subiu 2%, a US$ 53,88 o barril. 

No radar, em assembleia realizada na última terça-feira, a Petrobras aprovou a venda da Liquigás por R$ 2,67 bilhões.  Já a venda da Petroquímica Suape e da Citepe foi retirada de pauta nesta terça-feira, após uma liminar judicial suspender o negócio, disse a estatal. Segundo o comunicado da companhia, ela  avalia fechar a PetroquímicaSuape e o Complexo Industrial Químico-Têxtil (Citepe) caso o processo de venda das unidades não seja concretizado. A empresa afirmou que a geração de fluxo de caixa operacional do Complexo Citepe-Suape é negativa, o que demanda a realização de aportes de capital periódicos.

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Sobre esse mesmo assunto, segundo informa a Folha de S. Paulo, a venda de alguns ativos da Petrobras deve ser liberada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) hoje. No fim de 2016, o ministro José Múcio permitiu que a estatal fizesse a venda de cinco ativos, avaliados em US$ 3,3 bilhões, que englobam empresas sob o controle da estatal e campos de petróleo, que já estavam negociados. Mas outras negociações da estatal tiveram a venda bloqueada enquanto o órgão analisava se os procedimentos da empresa para fazer as negociações estavam adequados à lei. Assim, os técnicos do órgão e a diretoria chegaram a um acordo. Contudo, ainda que o TCU libere as vendas de ativos da Petrobras, o que mais atrapalha hoje algumas negociações é o bloqueio por causa de decisões judiciais, o que inclui Suape e Citepe. 

Vale destacar que ontem a  Justiça negou recurso da Petrobras e manteve a suspensão dos movimentos da petroleira para a venda de participação acionária de sua subsidiária de combustíveis, BR Distribuidora, que constitui uma parte relevante do plano bilionário de desinvestimentos da empresa para 2017 e 2018.

Por fim, importantes sindicatos de petroleiros assinaram nesta terça-feira com a Petrobras o Acordo Coletivo de Trabalho de 2016, informou a companhia. Os sindicatos de Amazonas, Ceará/Piauí, Bahia, Duque de Caxias, Espírito Santo, Minas Gerais, Norte Fluminense, Paraná/Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco/Paraíba, Rio Grande do Norte e Unificado de São Paulo assinaram o acordo, disse a Petrobras. A empresa aguarda a assinatura pelos demais sindicatos para a conclusão do acordo coletivo.

Vale (VALE3, R$ 32,89, +2,21%; VALE5, R$ 31,39, +2,75%)
As ações da Vale subiram em mais um dia sem referência dos preços do minério de ferro por conta do feriado de Ano Novo Lunar na China. Os mercados por lá retomam negociação na sexta-feira e analistas alertam para possibilidade de correção dos preços (confira aqui). 

Acompanharm o dia de alta as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,73, +4,47%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,42, +1,80%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,76, +2,49%) e CSN (CSNA3, R$ 11,66, +0,95%). A exceção foi a Usiminas (USIM5, R$ 5,25, +0,0%), que encerrou a sessão estável. 

Sabesp (SBSP3, R$ 31,46, +0,35%)
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Sabesp Jerson Kelman afirmou que a companhia vai propor novo modelo de estrutura tarifária.  A ideia é propor uma transição de oito anos para um novo modelo com custo mais barato de água para o setor produtivo e o setor público e com uma base maior de clientes residenciais com direito a tarifa social.  “Hoje, a repartição de custos é injusta e penaliza demais o setor industrial, comercial e público. Grandes hospitais e grandes escolas acabam pagando tarifas muito altas”, afirmou ao jornal.

BRF (BRFS3, R$ 43,80, -1,48%)
As ações da BRF viraram para queda, após alta de 0,99% na máxima do dia, a R$ 44,90, em reação à notícia de que a empresa assinou contrato sobre fornecimento de farelo de soja com a norte-americana Bunge no valor de cerca de R$ 1 bilhão, segundo comunicado da exportadora de carne de frango.

Para o JPMorgan, não há razões para euforia com o anúncio. “Vemos uma mais pernada de queda para as ações, em meio ao aumento do risco de que os custos mais baixos de grãos poderiam ser repassados para o consumidor para recuperar os volumes, continuidade da fraqueza econômica e competição mais acirrada”, comentaram os analistas Pedro Leduc, Ian Luketic e Mauricio Serna Vega, do banco.  

A companhia brasileira não informou o prazo do contrato ou os volumes envolvidos. Na mesma reunião, o conselho da BRF autorizou contrato para compra do medicamento Metionina junto à francesa Adisseo France, no valor de cerca de US$ 16,2 milhões. Um terceiro contrato foi autorizado também no encontro, no valor de R$ 64 milhões. O negócio acertado com a União Agrícola Agroindustrial envolve prestação de serviços industriais “referente ao abate de frango e matriz”. 

Klabin (KLBN11, R$ 15,60, -3,94%)
As ações do setor de papel e celulose viveram mais um dia de forte queda na Bolsa: após a Fibria afundar 7% por conta do balanço fraco do 4° trimestre, hoje foi o dia da Klabin desabar 4% e liderar as perdas do Ibovespa. As demais empresas do setor seguiram o desempenho nesta sessão: Fibria (FIBR3, R$ 28,57, -2,72%) e Suzano (SUZB5, R$ 13,03, -2,76%). 

A Klabin divulgou o balanço do quarto trimestre registrando um lucro líquido de R$ 109 milhões, alta de 246% na comparação com o terceiro trimestre, mas queda de 79% ante os R$ 521 milhões registrados no mesmo período de 2015. Em 2016, por sua vez, a companhia lucrou R$ 2,48 bilhões. A receita líquida de vendas totalizou R$ 1,964 bilhão no trimestre, aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado foi de R$ 653 milhões no quarto trimestre de R$ 2,287 bilhões no ano de 2016, aumento de 8% e 16% respectivamente em relação aos mesmos períodos de 2015. A companhia ainda informou que o seu Conselho aprovou dividendo complementar de R$ 130 milhões. 

Cemig (CMIG4, R$ 8,99, -1,64%)
Após subir 6,90% na véspera, a Companhia Energética de Minas Gerais afirmou nesta terça-feira que não tem conhecimento da existência de um processo de privatização em andamento, em resposta a uma reportagem da revista Época que disse que o governo federal exigiria a venda da estatal para socorrer o governo de Minas Gerais. O comunicado da Cemig diz também que tomou conhecimento da reportagem da Reuters publicada nesta terça-feira, segundo a qual uma fonte disse que o governo minero descarta venda de fatia na Cemig como condição para ajuda federal. A Cemig afirmou que irá divulgar qualquer fato que seja de interesse de seus acionistas.

Elétricas
Ainda no setor elétrico, o jornal O Globo informou que o governo resolveu abrir mão de rediscutir uma fatura de R$ 55 bilhões que se refere a indenizações prometidas a transmissoras de energia elétrica desde 2012. Essa conta corresponde a quase 3 pontos percentuais do aumento total de 8,55% que a conta da Light (LIGT3, R$ 19,85, +0,92%) poderá ter em breve por causa da revisão de seu contrato, mas o efeito será generalizado para todo o país a partir deste ano.

Ações de consumo
O Itaú BBA divulgou um relatório nesta manhã com prévia para as empresas de consumo. Para os analistas do banco, os melhores desempenhos entre as ações de consumo no 4° trimestre são esperados para Arezzo (ARZZ3, R$ 29,98, +3,02%), Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,95, 0,0%) e Magazine Luiza (MGLU3, R$ 127,00, -0,77%), enquanto Lojas Marisa (AMAR3, R$ 6,27, -1,10%), Cia Hering (HGTX3, R$ 15,49, -0,06%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 57,23, -1,23%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 9,25, +3,12%) devem figurar entre os piores. 

Ainda segundo eles, os resultados que podem surpreender tanto para o lado positivo quanto para o negativo são Natura (NATU3, R$ 25,63, +1,42%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,84, +0,66%).

Recomendações para fevereiro
O BTG Pactual atualizou nesta terça-feira sua carteira para fevereiro, destacando que segue com uma visão “bullish” (otimista) com Bolsa no geral, em meio à percepção de juros caindo rapidamente e melhores perspectivas econômicas. 

Para o mês, o banco realizou 4 alterações: 1) troca das ações da Cyrela (CYRE3, R$ 12,89, -0,46%) por Rumo (RUMO3, R$ 7,52, -0,27%), após forte performance da Cyrela e boa perspectiva para Rumo, em meio à queda da Selic, safra recorde e renovação da Malha Paulista; 2) troca de Equatorial (EQTL3, R$ 57,38, -1,24%) por Sanepar (SAPR4, R$ 13,80, +2,13%), em cima de revisão tarifária benéfica e uma ação de beta mais elevado; 3) troca de Itaú (ITUB4, R$ 37,62, +1,06%) por Bradesco (BBDC4, R$ 32,43, -0,83%), em cima do desconto maior e resultado normalizado de Bradesco; e 4) Minerva (BEEF3, R$ 12,04, +0,25%) por Cosan (CSAN3, R$ 40,62, +0,87%), com ciclo positivo para o açúcar. 

No caso de bancos, o BTG decidiu também elevar sua exposição, com peso passando de 10% para 15% em Bradesco. 

Os demais papéis da carteira são: Petrobras, BM&FBovespa, Gerdau, Light, BR Malls e Telefônica Brasil.