Vale e BB sobem mais de 6% na semana e Petrobras lidera perdas; Cielo dispara 12,5%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve leve queda nesta sexta-feira (27), após quatro pregões seguidos de altas, seguindo o exterior e pressionado pela queda de Petrobras e bancos, que tiveram pregão de correção. Mesmo assim, o índice fechou a semana com ganhos de 2,34%, com 9 ações subindo mais de 5%, enquanto apenas 10 papéis tiveram queda nos últimos cinco pregões.

Destaque negativo ficou para a Petrobras, que viu suas ações ordinárias caírem mais de 4% e liderarem as perdas da semana. Na ponta negativa, destaque ainda para a Lojas Americanas, BRF, Braskem e Fibria, que tiveram desvalorizações entre 1% e 3%.

Já na ponta positiva, chamaram atenção os papéis da Cielo, que foram os únicos com ganhos de mais de 10%, fechando a semana com valorização de 12,59%. Na sequência, o Banco do Brasil avançou mais de 7% após disparar na quinta-feira, seguido pela Usiminas e Vale, que seguem em um forte rali, com a primeira subindo 26% no mês, ao passo que a mineradora já tem ganhos de 35%. Confira o desempenho de todas as ações clicando aqui.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 33,70, +0,30%; VALE5, R$ 32,10, +0,69%)
As ações da Vale tiveram leve alta hoje, em dia sem referência das cotações do minério de ferro, dado que os mercados chineses estão fechados devido ao feriado do Ano Novo Lunar. Por sua vez, os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 21,55, -0,69%) – holding que detém participação da Vale – e as siderúrgicas ficaram entre perdas e ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,57, +0,64%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,75, +2,68%), Usiminas (USIM5, R$ 5,19, +2,98%) e CSN (CSNA3, R$ 12,10, -0,25%).  

No radar, a Samarco, que tem a Vale como uma de suas controladoras, está enfrentando mais um obstáculo para retomar as atividades em Minas Gerais. O prefeito de Santa Bárbara, com 30 mil habitantes, se negou a autorizar o uso da água de um dos rios que corta o município para realizar um estudo de impacto ambiental necessário para retomar suas atividades.

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Os 4 grandes bancos da Bolsa
Os bancos fecharam a sessão com leves perdas hoje, após disparada na véspera entre balanço do Santander (SANB11, R$ 31,61, -0,91%) no 4° trimestre e relatório otimista do Credit Suisse, que trouxe manutenção do Bradesco (BBDC4, R$ 32,94, +0,30%) como “top pick” e elevação da recomendação do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,39, -1,91%) de neutra para outperform (desempenho acima da média). Ontem, as ações do BB subiram 6%.

Hoje, mais um relatório destaca o BB: o Santander manteve hoje a ação do banco como sua “top pick” na América Latina. Em relatório, o Santander disse que acredita que o BB será o melhor banco para capturar a melhora dos fundamentos micro e macroeconômicos no Brasil, o que se traduz no maior potencial de ganho de nossas companhias bancárias cobertas”, segundo relatório de analistas do Santander. “Reiteramos nossa postura positiva sobre os bancos latino-americanos neste ano, especialmente no Brasil e no México. Para o Brasil, mantemos nossa opinião de que há margem para potenciais revisões de consenso (atribuíveis a menores provisões, margens líquidas estáveis e maior eficiência operacional), juntamente com a melhora no sentimento do mercado dada a esperada aprovação das reformas estruturais”, afirmam os analistas.

Para o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,05, -0,52%), o relatório menciona expectativa pelo guidance de 2017, a ser divulgado nas próximas semanas e que deve indicar menores provisões. “Acreditamos haver alguma possibilidade que lucro por ação cresça perto de 10% (nossa estimativa atual é para crescimento de 5% ao ano). No geral, mantemos nossa visão positiva sobre a ação”, apontam os analistas.

Além disso, o setor financeiro repercute às medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que aprovou ontem, a Resolução nº 4.549, que disciplina o financiamento do saldo devedor da fatura do cartão de crédito e dos demais instrumentos de pagamento pós-pagos.

A medida visa, conforme nota divulgada pelo Banco Central, tornar o uso do cartão de crédito mais eficiente e barato e, do lado das instituições reguladas, oferecer instrumentos para aprimorar o gerenciamento de risco de crédito. A resolução estabelece que “o saldo devedor não liquidado integralmente no vencimento da fatura somente poderá ser objeto de financiamento na modalidade de crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente. No vencimento, se ainda houver saldo devedor relativo ao montante objeto de crédito rotativo, este poderá ser financiado mediante linha de crédito parcelado, a ser oferecida pela instituição financeira, em condições mais vantajosas ou liquidado integralmente pelo cliente”.

A expectativa, conforme a nota do BC, é de que, “com a adequação do produto crédito rotativo, as instituições financeiras possam praticar taxas de juros nessa modalidade inferior às atualmente praticadas”. As instituições financeiras terão até o dia 3 de abril de 2017 para adotar os ajustes operacionais necessários e implementar a respectiva medida.

O Bradesco se pronunciou, afirmando que as medidas são avanço no uso do rotativo. “Para a sociedade, representa uma importante mudança no sentido de possibilitar a redução do comprometimento da renda das pessoas que vierem, eventualmente, acessar o rotativo dos cartões de crédito”, diz a nota do banco.

Oi (OIBR3, R$ 3,70, +10,45%; OIBR4, R$ 3,09, +17,05%)
As ações da Oi dispararam nesta sessão: enquanto os papéis preferenciais subiram até 18,21%, a R$ 3,96, os ordinários saltaram 21,97% na máxima do dia, a R$ 3,22. O volume financeiro movimentado com o ativo hoje também chamou atenção: as ações PNs – que têm maior liquidez na Bolsa – registram giro financeiro de R$ 90,55 milhões, contra média diária de R$ 12,2 milhões nos últimos 21 pregões. 

No radar, o conselho de administração da Oi deve avaliar em 1º de fevereiro, próxima quarta-feira, a segunda proposta do fundo norte-americano Elliot de injetar R$ 9,2 bilhões. Outro ponto a ser apreciado é o plano de recuperação judicial conduzido pela própria diretoria da telefônica, segundo o jornal Valor Econômico. Ainda no noticiário da companhia, a empresa informou em comunicado que a Corte Distrital de Amsterdã adiou sua decisão em relação às audiências sobre os pedidos de conversão dos procedimentos de suspension of payments relativos a cada um dos veículos financeiros da Oi na Holanda. De acordo com a Bloomberg, a Justiça holandesa informou que espera emitir decisão no dia 2 de fevereiro, próxima quinta-feira.

Construtoras

As ações do setor de construção civil voltaram a “brilhar” na Bolsa, com destaque para a Helbor (HBOR3, R$ 2,46, +13,36%), que saltou até 23,04% nesta sessão, a R$ 2,67. O volume financeiro movimentado com o papel atingia R$ 15,5 milhões, contra média diária de R$ 5,2 milhões nos últimos 21 pregões. No Ibovespa, as maiores altas do setor ficavam com Cyrela (CYRE3, R$ 12,76, +1,67%) e MRV Engenharia (MRVE3, R$ 12,47, +1,30%). 

Outra que registrou alta expressiva foi a ação da Mills (MILS3, R$ 4,12, +0,49%), empresa que presta serviços ao setor de construção civil, que na máxima do dia disparou 5,37%, embora no ano ela ainda tenha uma alta mais tímida (+9,46%) do que as construtoras, que em 2017 acumulam ganhos de até 190%, com a PDG Realty (PDGR3, R$ 3,26, -6,05%) liderando o movimento.  

Na esteira do movimento positivo dessas ações aparece uma matéria do Valor Econômico que diz que forma-se na equipe econômica e no Planalto “a convicção de que existe, de fato, a possibilidade de a inflação este ano ficar abaixo da meta de 4,5%”. E mais: a Selic poderia, já no início do 4° trimestre, estar no patamar de 9,25%, ante os atuais 13% ao ano.  

CCR (CCRO3, R$ 15,47, -2,21%)
O conselho de administração da CCR aprovou na quinta-feira realização de oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 221.228.522 ações ordinárias, com esforços restritos de colocação, de acordo com fato relevante da empresa de concessões de infraestrutura. No documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a CCR diz que, com base da cotação de fechamento das ações ordinárias da empresa na quinta-feira, de 15,82 reais, o montante total da oferta restrita seria de 4,02 bilhões de reais. A oferta pode ser elevada em 15 por cento (33.184.278 ações) no caso de elevada demanda dos investidores, diz o fato relevante. A empresa também disse que os atuais acionistas terão prioridade na oferta.

CLIQUE AQUI E VEJA: CCR explica por que uma oferta de ações costuma assustar os investidores na Bolsa?

Na semana passada, a Reuters noticiou que a CCR estava negociando com bancos sobre uma oferta para financiar potenciais aquisições. Fontes afirmaram à Reuters na quinta-feira que cerca de 4 bilhões de reais poderiam ser levantados, dependendo das condições de mercado. O processo de bookbuilding começa na segunda-feira, dia 30 de janeiro, e será encerrado em 9 de fevereiro, quando deve ser fixado o preço. O início de negociações das ações objeto da oferta restrita na Bovespa está previsto para 13 de fevereiro, segundo o cronograma estimado. Ainda de acordo com o fato relevante, os recursos com a oferta irão integralmente para os cofres da empresa e serão utilizados para reforçar e estabilizar o caixa da CCR e financiar a manutenção, expansão e diversificação da rede de concessões da companhia, “quer pelo investimento em suas atuais concessões, quer pelo investimento em novas concessões”. 

 As ofertas públicas com esforços restritos diferem das ofertas padrão de ações, uma vez que a empresa não precisa solicitar o registro do plano com a CVM, apenas investidores qualificados podem participar e os negócios não podem ser comercializados através de roadshows ou mídia. A CCR contratou para coordenar a oferta Bradesco BBI, o BB Investimentos, o BTG Pactual, o Santander Brasil, JPMorgan e Itaú BBA.

Embraer (EMBR3, R$ 18,28, -0,60%)
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) definiu na terça-feira que o advogado Alexandre Rene, do escritório americano Ropes&Gray, será o monitor externo da Embraer. Rene vai vigiar a fabricante de aviões pelos próximos três anos, fiscalizando as regras de compliance que serão implantadas na companhia. Sua função também é reportar qualquer novo indício de corrupção que encontre. 

Petrobras (PETR3, R$ 17,08, -1,78%; PETR4, R$ 15,62, -1,14%)
A Petrobras anunciou na noite de quinta-feira a redução do preço do diesel nas refinarias em 5,1%, em média, e da gasolina em 1,4%, em média. Os novos valores começam a ser aplicados a partir de hoje .

Para analistas do Itaú BBA e do Santander, os ajustes contínuos nos preços dos combustíveis reforçam o compromisso da Petrobras com sua nova política de preços. O Bradesco BBI considera que a política de preços da estatal é completamente funcional. Além disso, os papéis devem reagir à queda das cotações internacionais do petróleo nos mercados internacionais de cerca de 1%, às 9h30. 

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 18,37, +0,38%)
A BM&FBovespa confirmou nesta sexta-feira que o CME Group vendeu integralmente sua participação na empresa, mas afirmou que os acordos de cooperação estratégica para o desenvolvimento de produtos e tecnologia entre as companhias seguem em vigor. Na sexta-feira (20), o representante do CME Group no Conselho de Administração da BM&FBovespa, Charles Carey, havia apresentado sua renúncia ao cargo.

Na terça-feira (24), o InfoMoney antecipou que a queda de 3,72% registrada nas ações da operadora da Bolsa às 14h17 se deviam à venda direta da participação do CME Group na empresa.

Banrisul (BRSR6, R$ 15,85, +6,59%)
As ações do Banrisul teve seu segundo dia de forte alta, acumulando no período ganhos de 21%, em meio à pressão sobre privatização. As especulações sobre o assunto ganhou ainda mais força após o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ter comentado ontem à noite que a venda do banco estará na mesa de negociação do socorro financeiro do governo federal ao Estado.

Os comentários vieram na onda de uma notícia veiculada na manhã de ontem, pelo jornal Valor Econômico, de que o tamanho da operação de socorro do Rio Grande do Sul estaria diretamente associado à possibilidade de o governo gaúcho incluir a venda do Banrisul, banco no cardápio de contrapartidas. O governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), demonstra resistência à ideia, mas, segundo fontes do governo federal ouvidas pelo jornal, dificilmente o problema do Estado será resolvido sem a venda.

Segundo o BTG Pactual, o Banrisul poderia valer o dobro em uma privatização, dado os múltiplos das aquisições recentes de HSBC e Citi e a franquia forte do Banco no Sul. “Falando com vários clientes, a percepção é que o mercado vê ainda mto espaço para o papel andar. Cobrimos o short (venda) no papel ontem e dado o noticiário, ficaríamos comprados no papel”, comentaram os analistas do banco.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 123,93, -2,82%)
De acordo com informações do Valor Econômico, a 3ª Turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) manteve cobrança no valor de R$ 110 milhões – segundo fontes da Receita Federal – do Magazine Luiza. O processo discute o pagamento de PIS e Cofins referente ao período entre 2006 e 2009. Apesar da informação, o BTG Pactual reiterou recomendação de compra afirmando que a empresa vai discutir o tema na Justiça e deve levar anos até uma decisão final. “Não há provisão, porque os advogados entendem que a perda é possível, e não provável. No curto e médio prazos, papel não deveria sofrer por conta disso. Portanto, achamos que uma fraqueza hoje representaria um bom ponto de compra”, dizem os analistas.