As 8 ações para ficar de olho no início do pregão

Confira os destaques desta segunda-feira (23) e da semana que você deve se atentar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Todos os olhos dos mercados mundiais se voltam para as primeiras medidas a serem adotadas por Donald Trump, que vem sinalizando a manutenção de suas promessas de maior protecionismo comercial, o que gera receio entre os investidores. Por aqui, o mercado fica de olho no futuro da Operação Lava Jato, com a expectativa pela definição de um novo relator no STF em breve após a trágica morte de Teori Zavascki na última quinta-feira, em um acidente aéreo. Confira também as sete ações monitorar nesta segunda (23):

1. Ações para monitorar
Vale (VALE3;VALE5): Os papéis devem reagir à queda de 3,03% nos contratos futuros do minério de ferro negociados na Bolsa de Dalian, na China. A cotação ficou em 608 iuanes. Além disso, no noticiário da companhia, segundo a agência de classificação de risco Moody’s, o acordo firmado com o MPF (Ministério Público Federal) é positivo para o crédito da Samarco, Vale e BHP Billiton porque estabelece o processo e o prazo para um acordo final, a ser concluído até 30 de junho de 2017 e que resolveria as duas ações civis públicas relacionadas ao rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015.
TIM Participações (TIMP3):O Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações da TIM de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado), com o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) sendo elevado de US$ 14,90 para US$ 16,40.
Raia Drogasil (RADL3): A Raia Drogasil, que anunciou que Antonio Carlos de Freitas deixa a função de Diretor de Varejo, após trabalhar na empresa por 18 anos, sendo treze na antiga Drogasil. Ele seguirá como consultor junto à gestão da empresa. Para seu lugar entrará Renato Raduan, que atualmente é diretor de Operações e passará a acumular as operações das bandeiras Raia e Drogasil e, também, Farmasil, ao passo que Eugênio De Zagottis, atual diretor de Planejamento Corporativo e de Relações com Investidores da Companhia, responderá também pelas Relações Institucionais da companhia.
Tecnisa (TCSA3): Vasco de Freitas Barcellos Neto renunciou aos cargos de Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Com isso, o conselho da empresa aprovou a eleição de Flavio Vidigal de Capua para substituí-lo. A companhia informou que Flávio Capua possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro em bancos nacionais e internacionais, tendo passado pelas áreas de investment banking, corporate banking, research, crédito e fusões e aquisições. Ele trabalhou no Banco Santander, Unibanco e Finasa.
BM&FBovespa (BVMF3): O conselheiro indicado pelo CME Group para o conselho de administração da BM&FBovespa, Charles Peter Carey, renunciou ao posto, informou a bolsa paulista em comunicado ao mercado nesta sexta-feira. A BM&FBovespa informou ainda que a CME manifestou não ter interesse, no momento, em nomear um novo candidato para o conselho da companhia. A bolsa não informou o motivo da renúncia de Carey.
EzTec (EZTC3): A incorporadora e construtora Eztec lançou um empreendimento imobiliário no quarto trimestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 61 milhões, na zona sul de São Paulo (Up Home Vila Mascote). No terceiro trimestre de 2016 e no quarto trimestre de 2015, não houve lançamentos. A companhia terminou 2016 com três lançamentos, somando VGV de R$ 205 milhões. Em relatório operacional, a Eztec explicou que a safra de lançamentos de 2016 foi especificamente direcionada para os segmentos de média-alta e alta renda, uma vez que eles mostram maior resiliência em um período em que a renda e o crédito imobiliário para o usuário final estiveram reduzidos. Segundo o BTG Pactual, os números foram fracos, mas em linha com o esperado pelo mercado, apontando ainda para uma recuperação após um preocupante terceiro trimestre de 2016. “Após um forte desempenho no acumulado do ano, com alta de 18%, nós mantivemos nossa recomendação de compra uma vez que acreditamos que a EzTec poderia ser uma das primeiras companhias para se beneficiar da potencial recuperação das vendas do setor imobiliário”, afirmam os analistas. 
BRF (BRFS3): A BRF se candidatou a assumir o controle indireto da maior produtora de aves e líder de mercado na Turquia, Banvit. Em 9 de janeiro, a BRF havia anunciado que iria assumir as operações da Banvit. Subsidiária integral da BRF fechou contrato com os acionistas controladores da Banvit Bandirma Vitaminli Yem Sanayii, que detêm 79,5% das ações da empresa, para aquisição destas ações. Além disso, foi realizado um acordo de joint venture entre a BRF e a Qatar Investment Authority (QIA), fundo soberano do Qatar, que irão constituir uma nova empresa, que vai adquirir as ações da Banvit. O acerto também regula questões de governança da nova companhia e de Banvit. Na joint venture, a BRF terá 60% e a QIA, 40% da participação societária, respectivamente.
Petrobras (PETR3;PETR4): As ações devem reagir à queda de mais de 1% na cotação do petróleo nos mercados internacionais. Além disso, no noticiário da companhia, as 13 refinarias da estatal no Brasil operaram a 77% da capacidade no ano passado, a menor taxa desde 2000, segundo a Bloomberg. O processamento de refinarias caiu 7,7% na comparação mensal em dezembro para 1,6 mi barris por dia e teve queda de 15% na base anual. As operações desaceleraram em meio à queda de demanda. Em novembro, as refinarias da Petrobras chegaram a menor nível de atividade em 5 anos.

2. Bolsas mundiais
A sessão é de queda para as principais bolsas europeias após o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterar a sua agenda protecionista, aguardando também por mais detalhes do novo governo americano, enquanto o dólar recua fortemente ante as principais moedas. 

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Vale destacar que o presidente dos Estados Unidos disse que planeja conversar em breve com os líderes do Canadá e do México para iniciar a renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). “Vamos iniciar negociações que temos a fazer com o Nafta”, disse Trump em cerimônia de posse de seus principais assessores na Casa Branca, no domingo. “Vamos começar a renegociar o Nafta, a imigração e a segurança na fronteira”.

Por outro lado, a maior parte dos metais avança após Trump reiterar promessa de investir em infraestrutura e retomar crescimento anual de 4%; minério de ferro cai na China, com mercado se preparando para início do feriado de ano novo lunar chinês, na sexta-feira. O petróleo, por sua vez, recua após dois dias de alta, em meio às preocupações com o aumento da produção nos EUA. 

Às 7h56, este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) -0,50%

* CAC-40 (França) -0,25%

*DAX (Alemanha) -0,31%

* Xangai (China) +0,43% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,06% (fechado)

* Nikkei (Japão) -1,29% (fechado)

*Petróleo brent -0,25%, a US$ 55,35 o barril

*Minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian, na China, -3,03%, a 608 iuanes

3. Agenda na semana
O destaque da semana é o feriado do aniversário da cidade de São Paulo na quarta-feira (25), dia em que a Bovespa permanecerá fechada. Entre os indicadores mais importantes estão as notas do BC: do setor externo, na terça-feira (24), de mercado aberto, na quarta-feira, e de política monetária e operações de crédito, na quinta-feira (26), sempre às 10h30. Na quinta, às 11h30, o Tesouro Nacional realiza leilão tradicional de LTN e LFT. Ainda sem data definida, serão conhecidos também os números da dívida pública e da arrecadação federal de impostos. O mercado deve se atentar também à reunião do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, sobre a renegociação da dívida do Estado do Rio de Janeiro.

No exterior, a semana terá diversos indicadores na Europa. Na terça-feira entre 6h30 e 7h serão divulgados PMIs da indústria e serviços na Alemanha e na zona do euro. Já na quinta-feira, às 7h30, será a vez do PIB do Reino Unido. Por fim, na sexta-feira (27), às 11h30, sai o PIB dos EUA, com a expectativa do mercado de uma alta de 2,1% da economia norte-americana no quarto trimestre, ante resultado de 3,5% entre julho e setembro de 2016.

4. Trump na Casa Branca
Após ser empossado presidente dos Estados Unidos na última sexta-feira (20), o mercado acompanha os primeiros atos de Donald Trump na Casa Branca e as sinalizações que o republicano dará sobre seu mandato. Em seu primeiro discurso, o republicano usou um tom patriota e reforçou o mote de campanha de que fará a “América grande novamente”. Segundo a Infinity Asset, o novo presidente não trouxe novidades. “O mercado ainda não entendeu o impacto da política dele e entrou em modo de espera, para evitar surpresas”, comentaram os analistas.

Já neste fim de semana, a Casa Branca prometeu que combaterá “com unhas e dentes” os ataques da imprensa que considera injustos contra o presidente norte-americano, Donald Trump, estabelecendo um novo nível de rancor em um relacionamento já tradicionalmente conturbado. Um dia depois do presidente republicano utilizar sua primeira visita às dependências da agência de espionagem dos EUA (CIA) no sábado para acusar a mídia de subestimar o público presente no dia de posse, o chefe de gabinete da Casa Branca Reince Priebus mostrou indignação com as reportagens, referindo-se a elas como “ataques”.

5. De olho na Lava Jato e agenda política
No Brasil, os investidores monitoram os reflexos da morte do ministro Teori Zavascki sobre o andamento dos processos da Operação Lava Jato no STF. Neste sentido, devem ser acompanhadas de perto as tratativas do presidente Michel Temer para a indicação de um substituto para a Corte e a situação da delação premiada da Odebrecht, que seria homologada em fevereiro. Temer afirmou que aguardará o nome do relator da Lava Jato para indicar o substituto de Teori.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu que a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, considere assumir, de imediato, o processo de homologação das delações premiadas de executivos da Odebrecht. Contudo, segundo o jornal O Globo, ministros do Supremo criticaram essa possibilidade, alegando que a homologação antes da conclusão do trabalho dos juízes auxiliares deixaria o processo vulnerável a questionamentos legais, e o caminho mais seguro é ela fazer a redistribuição imediatamente, ainda no recesso, sorteando um novo relator definitivo. 

Chama a atenção ainda a disputa para a presidência da Câmara dos Deputados, com a votação ocorrendo em 2 de fevereiro. Segundo a consultoria de risco político Eurasia, apesar da decisão liminar de um juiz de Brasília, que suspendeu Rodrigo Maia da disputa pela presidência da Câmara, “lançar mais incerteza no processo, não somente Maia ainda vai disputar independentemente da liminar, mas ele também continua sendo o favorito para ganhar”.

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.