Em dia tenso entre morte de Teori e posse de Trump, Ibovespa Futuro abre em tom de cautela

Contratos futuros do índice operam em leve alta

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Os desdobramentos da morte do ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Lava Jato na Corte, Teori Zavascki, e a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, roubam a cena para os investidores nesta sexta-feira (20). Em meio ao quadro de incertezas, do lado da Bolsa, o dia começou alta modesta para o Ibovespa Futuro, com os contratos com vencimento em fevereiro operando com variação positiva de 0,22%, a 64.860 às 9h03 (horário de Brasília). [Clique aqui para ver mais cotações do mercado futuro].

No mesmo horário, os contratos de juros futuros operavam em leve queda, com os DIs com vencimento em janeiro de 2018 recuando 2 pontos-base, a 10,96%, ao passo que os papéis com vencimento em janeiro de 2021 caíam 3 pontos-base, a 10,65%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro apresentavam leves ganhos de 0,08%, sinalizando cotação de R$ 3,209.

Confira os destaques do pregão:

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Bolsas mundiais
Os mercados mundiais têm um novo dia de forte cautela com todos os olhos voltados para a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O rali das bolsas e dólar com expectativas de que governo de Trump adotará medidas pró-crescimento tem esfriado esta semana. Além disso, o mercado repercute a fala da chairwoman do Federal Reserve Janet Yellen, que disse ser prudente que o Fed ajuste gradualmente sua política ao longo do tempo e fez o dólar recuperar parte das perdas registradas mais cedo ante a maioria das moedas. 

Já os mercados chineses fecharam uma semana volátil em alta nesta sexta-feira, com os principais índices subindo depois de dados mostrarem um crescimento econômico mais rápido do que o esperado, com o avanço das empresas menores revertendo a maior parte das perdas no início da semana. Porém, mesmo com os dados da China e com a chair do Federal Reserve, banco central norte americano, Janet Yellen, aliviando sua postura “hawkish”, a cautela prevalece nos mercados financeiros nesta sexta-feira, antes da posse de Trump.

No mercado de commodities, o petróleo sustenta alta com queda com queda dos estoques em Cushing, Oklahoma; já o minério de ferro tem maior queda em um mês em Dalian, na China, com recuo dos preços do aço.

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Morte de Teori Zavascki
A morte do ministro do STF Teori Zavascki ainda repercute no noticiário em meio às preocupações do impacto sobre o andamento dos processos da Operação Lava Jato na Corte. Juristas apontam que há três alternativas para a substituição do magistrado:  o futuro ministro indicado pelo presidente Michel Temer herdaria os processos de Teori; a presidente da Corte, Cármen Lúcia, redistribuiria a relatoria para um dos outros nove ministros ou o ministro revisor dos processos da Operação Lava Jato assumiria a condução do caso no STF.

A ministra Cármen Lúcia disse ainda não saber o que vai ser feito com os processo da Lava Jato. Ainda de acordo com o jornal, a Odebrecht teme que o acidente atrase a homologação das delações de 77 de seus executivos. O MPF (MInistério Público Federal) e a PF (Polícia Federal) vão investigar as causas do acidente. Os corpos de Teori, do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e de uma mulher ainda não identificada foram retirados dos destroços do avião na madrugada desta sexta-feira (20) e levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Angra dos Reis (RJ).

Posse de Donald Trump
Donald Trump, o candidato do Partido Republicano que ganhou uma das eleições mais surpreendentes da história norte-americana, será a partir de hoje (20) o 45º presidente dos Estados Unidos. Quase 1 milhão de pessoas são esperadas para assistir à cerimônia no Capitólio, sede do Congresso americano. O juramento de posse ocorrerá às 12h em Washington, 15h em Brasília. Em seguida, Trump fará seu primeiro pronunciamento como presidente.

InfoMoney traz uma entrevista especial com o diretor brasileiro do Banco Mundial Otaviano Canuto, que destaca as perspectivas para a economia mundial com o republicano no poder. De acordo com o economista, o cenário “maligno”, com o maior protecionismo comercial, tende a preponderar sobre o “benigno”, que ocorreria com a expansão de estímulo fiscal e medidas de desregulamentação. 

Agenda de indicadores
O destaque do dia é o PIB (Produto Interno Bruto) da China, que avançou 6,8% no quarto trimestre de 2016, ligeiramente acima da estimativa de 6,7%, segundo a Bloomberg. Esta foi a primeira vez em dois anos que a segunda maior economia do mundo mostrou aceleração do crescimento econômico. Nos Estados Unidos, as atenções dos investidores se voltam para os discursos dos presidentes dos Feds regionais Patrick Harker, da Filadélfia, às 12h, e John Williams, de São Francisco, às 16h. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o destaque fica com o painel sobre a OMC (Organização Mundial do Comércio), às 11h30, com participação do diretor-geral da instituição, o brasileiro Roberto Azevedo. 

Noticiário corporativo
Em destaque no noticiário corporativo, a BRF disse estar explorando alternativas para capitalizar a OneFoods. Segundo a companhia, no entanto, não há decisão no momento sobre a forma de obtenção de recursos para a capitalização da empresa. Já o presidente do Conselho de Administração da JHSF, José Auriemo Neto, fechou um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Acrônimo. Já a Gafisa lançou R$ 299,4 milhões em projetos no 4º trimestre de 2016, uma queda de 21% na comparação com o ano anterior. Segundo prévia operacional, no entanto, as vendas líquidas avançaram 45% na base anual para R$ 355,8 milhões, enquanto os cancelamentos ficaram em R$ 99,9 milhões. Por fim, o grupo siderúrgico Ternium informou que vai se reunir com a rival Nippon Steel no início de fevereiro para discutir propostas para solução da disputa que travam desde 2014 pelo comando da Usiminas

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Reuters)

Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.