Ibovespa Futuro acompanha baixa das commodities e abre em leve queda; dólar sobe mesmo com swaps

Contratos futuros do índice sinalizam dia de maior cautela por parte dos investidores

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão agitada e positiva para o principal índice do mercado acionário brasileiro na véspera, o Ibovespa Futuro iniciou a quarta-feira (18) sinalizando maior cautela por parte dos investidores, que operam de olho nos indicadores e falas de autoridades monetárias dos Estados Unidos e na proximidade da posse do presidente eleito Donald Trump. Às 9h03 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em fevereiro apresentavam variação negativa de 0,05%, a 64.830 pontos. [Clique aqui para ver mais cotações do mercado futuro].

No mesmo horário, os contratos de juros futuros operavam próximo à estabilidade, com os DIs com vencimento em janeiro de 2021 subindo 1 ponto-base, a 10,78%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro deste ano subiam 0,40%, sinalizando cotação de R$ 3,237. O movimento da moeda americana é de valorização contra a maioria das divisas globais. Vale destacar que nesta sessão o Banco Central prossegue com o processo de rolagem de swaps.

Confira os assuntos que agitarão o pregão:

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Bolsas mundiais
A quarta-feira é mais uma vez de indefinição para as bolsas mundiais, com o as atenções dos investidores divididas entre posse de Trump na próxima sexta-feira e as perspectivas sobre o Federal Reserve, em dia que contará com a fala da chairwoman da autoridade monetária Janet Yellen. O dolar retoma alta contra maioria das principais moedas após John Williams, presidente do Fed de San Francisco, dizer que economia dos EUA atingiu sua meta de máximo emprego; libra e rand também são destaques negativos entre principais moedas, enquanto a lira turca tem a maior queda entre os emergentes.

Na Ásia, os principais índices acionários subiram nesta quarta-feira, com grandes indústrias prevendo lucros acentuadamente mais altos em 2016, embora as empresas menores tenham ficado perto da mínima de 16 meses. Além disso, os investidores avaliaram as preocupações com um dólar mais forte do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, como benéficas para algumas bolsas da região.

Já no mercado de commodities, o petróleo reverte alta e se mantém acima de US$ 52, enquanto o cobre e níquel sobem ligeiramente em Londres e o minério de ferro mantém baixa em Dalian.

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Este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,13%

* CAC-40 (França) -0,43%

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*DAX (Alemanha) +0,10%

* Xangai (China) +0,14% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +1,13% (fechado)

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* Nikkei (Japão) +0,43% (fechado)

*Petróleo brent -1,50%, a US$ 54,64 o barril

*Petróleo WTI -1,64%, a US$ 51,62 o barril

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* Minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian – 1,24%, a 638 iuanes por tonelada

Agenda internacional
Sem indicadores domésticos relevantes, os destaques dos Estados Unidos são a inflação ao consumidor medida pelo CPI, que será conhecida às 11h30, o Livro Bege, documento com as condições da economia norte-americana que embasa as decisões de política monetária do Fed, às 17h, e o discurso de Janet Yellen, presidente do banco central norte-americano, às 18h. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Nashkari, também fala, às 14h. Mais cedo, John Williams, presidente do Fed de San Francisco, disse que a economia dos EUA atingiu sua meta de máximo emprego. Nesta manhã, também será conhecido o CPI da zona do euro, que deve refletir na decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), prevista para esta quinta-feira (19).

Meirelles e Ilan em Davos e agenda política
A agenda do ministro da Fazenda Henrique Meirelles no Fórum Econômico Mundial inclui uma reuniões com o presidente da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, Douglas Peterson; com o presidente Mundial do grupo ArcelorMittal, Lakshmi Mittal, às 7h30; com a Chief Operating Officer (COO) do Facebook, Sheryl Sandberg, às 8h; com o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, e o presidente do Banco Central argentino, Federico Sturzenegger, às 9h15; e com o presidente da New York Stock Exchange, Thomas Farley, às 14h, sempre no horário de Brasília. O titular da Fazenda participa ainda do evento Business Interaction Group on Brazil organizado pelo Fórum Econômico Mundial, às 14h30, e embarca de volta para o Brasil às 19, segundo sua agenda oficial. Antes disso, às 10h, ele concede entrevista coletiva com o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn. 

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Ilan Goldfajn também tem encontros marcados com executivos do UBS, Bridgewater Associates, Visa, Mastercard e Lazard, além do presidente do BC argentino.

Fora de Davos, o presidente Michel Temer participa do lançamento do Programa Empreender Mais Simples – Menos Burocracia – Mais Crédito, no auditório do Sebrae de Brasília às 11h00. Às 16h, ele participa de reunião com governadores de Rondônia, Acre, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará e Tocantins. Já Raul Jungmann, ministro da Defesa, detalha plano de emprego das Forças Armadas nos presídios brasileiros em coletiva de imprensa às 10h, em Brasília.

Entrevista exclusiva
Nesta quarta-feira, o InfoMoney traz uma entrevista exclusiva feita com o deputado André Figueiredo (PDT-CE), que oficializou candidatura à presidência da Câmara na véspera. Ex-ministro das Comunicações da gestão Dilma Rousseff, o pedetista tenta aglutinar as bancadas de oposição ao atual governo. Apesar disso, ele garante que o impeachment é página virada e diz que manterá “relação respeitosa” com o presidente Michel Temer, caso eleito. Crítico do modelo de reforma previdenciária apresentado pelo governo e da influência do sistema financeiro na agenda política do país, o parlamentar pede o aprofundamento dos debates na casa e se compromete a manter em discussão “pautas importantes para o Brasil não parar”. A entrevista é a primeira de uma série com os candidatos à presidência da Câmara a ser publicada neste portal. Para ler na íntegra, clique aqui.

Noticiário corporativo
O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a notícia sobre a Vale do jornal Valor Econômico, que informa que um novo acordo de acionistas, que está em negociação, deve unificar as ações preferenciais em ordinárias com direito a voto. As discussões sobre o acordo estão na reta final e os atuais controladores Previ, Funcef, Petros, Funcesp, Bradespar, BNDES e Mitsui avançam para renová-lo em moldes semelhantes ao atual, segundo o jornal (confira os potenciais impactos clicando aqui).  Além disso, a publicação diz que circula a possibilidade do próximo acordo ser mais curto, de apenas seis anos, contra os 20 anos do acordo atual (o acordo vigente é de 1997, ano da privatização da Vale). No noticiário de frigoríficos, o controlador da Marfrig, ampliou a participação na empresa para 40,2%, enquanto a Minerva cancelou o plano de aquisição da Frisa. Entre as prévias operacionais do quarto trimestre, Multiplan divulgou que as vendas em shoppings subiram 3% na comparação anual, para R$ 4,4 bilhões. A Cyrela, por sua vez, informou que as vendas líquidas subiram 29% na base anual, totalizando R$ 1,09 bilhão. No radar de recomendações, o BB Investimentos elevou a recomendação para Lojas Renner para outperform. 

 (Com Reuters e Bloomberg)

Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.