DIs caem após ata do Copom; Ibovespa Futuro segue exterior e abre em queda

Contratos futuros do índice sinalizam sessão de cautela em dia movimentado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um dia de leve alta em sessão volátil, marcada pelo vencimento de opções sobre ações e bolsas fechadas nos Estados Unidos por conta de feriado, o Ibovespa Futuro iniciou a terça-feira (17) em queda. Às 9h12 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em fevereiro operavam com variação negativa de 0,53%, a 64.100 pontos. O pregão promete ser bastante movimentado, com a fala de presidentes regionais do Federal Reserve e o aguardado discurso da premiê britânica Theresa May, que dará mais detalhes sobre o “Brexit”, chamando atenção dos investidores. Já na agenda doméstica, chamam atenção a Ata do Copom e o noticiário corporativo. [Clique aqui para ver mais cotações do mercado futuro].

No mesmo horário, os contratos de juros futuros operavam em queda, em resposta à Ata do Copom. Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 recuavam 3 pontos-base, a 10,99%, ao passo que os papéis com vencimento em janeiro de 2021 caíam 5 pontos-base, a 10,70%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro deste ano caíam 1,27%, sinalizando cotação de R$ 3,217. Vale destacar que, nesta sessão, o Banco Central retoma rolagem de swap cambial com oferta de 12 mil contratos de 1 de fevereiro. O leilão acontece das 11h30 às 11h40, com resultado a partir das 11h50.

Confira os destaques do dia:

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BC sinaliza próximos passos
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) justifica que a convergência das expectativas inflacionárias para o centro da meta é compatível com a intensificação dos cortes da taxa básica de juros. O ritmo de corte saltou de 25 pontos-base em outubro e dezembro para 75 pontos-base em janeiro. “O Comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização”, diz o texto.

O documento diz ainda que a atividade econômica tem “operado em ritmo mais fraco do que se esperava” e, portanto, a redução da Selic na magnitude atual “permite contribuir para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que se desvie dos objetivos de levar a inflação para a meta de 4,5% em 2017 e 2018”.

Bolsas mundiais
Os mercados mundiais têm uma sessão de queda, com os olhos voltados para o discurso da primeira-ministra do Reino Unido Theresa May, que fala sobre sua visão da relação da região com a União Europeia após o Brexit. A expectativa é que ela fale que se buscará uma relação completamente nova com o bloco; May não tem interesse que o país seja membro parcial ou associado da UE, nada que “nos mantenha metade dentro, metade fora”, segundo extrato divulgado pelo gabinete da premiê.

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Contudo, ao contrário da véspera, quando expectativa com May levou dólar a se valorizar, hoje a divisa americana cai contra maioria dos pares; os rendimentos dos treasuries e títulos europeus também cedem. O mercado também fica atento a falas de presidentes regionais do Federal Reserve (veja mais no tópico 3). Em destaque entre as ações, os papéis da Rolls-Royce avançavam mais de 6% nesta terça-feira, após a fabricante de motores aeroespaciais britânica fechar acordo com governos de Grã-Bretanha, Estados Unidos e Brasil em uma longa investigação de suborno e corrupção e afirmar que o lucro de 2016 vai superar as expectativas.

Entre as commodities, o petróleo brent se mantém perto de US$ 56 após Arábia Saudita prever que cortes de produção vão equilibrar mercado até junho. Já o níquel lidera baixa de metais industriais, enquanto o minério de ferro em Dalian e Cingapura cai do maior nível em mais de dois anos com sinais de estoques amplos e ceticismo sobre sustentação do avanço dos preços.

Este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,37%

* CAC-40 (França) -0,65%

*DAX (Alemanha) -0,94%

* Xangai (China) +0,17% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,54% (fechado)

* Nikkei (Japão) -1,48% (fechado)

*Petróleo brent +1,22%, a US$ 56,54 o barril

*Petróleo WTI +1,39%, a US$ 53,10 o barril

Bolsas americanas voltam a operar
Os mercados dos Estados Unidos voltam a operar nesta terça, após permanecerem fechados na segunda em virtude do feriado do Dia de Martin Luther Kinj Jr. Os destaques do dia ficam com a publicação do balanço do Morgan Stanley e dos discursos dos presidentes dos Feds regionais William Dudley, de Nova York, às 11h45, e John Williams, de São Francisco, às 21h. Os mercados norte-americanos se preparam ainda para a divulgação nesta quarta-feira (18) da inflação ao consumidor medida pelo CPI, o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, às 21h, e do Livro Bege, documento com as condições da economia norte-americana que embasa as decisões de política monetária do banco central norte-americano.

Fórum Econômico Mundial e noticiário político
Lá fora, os olhos se voltam para Davos, na Suíça, onde tem início o Fórum Econômico Mundial. Entre os destaques, estão a fala do presidente da China, Xi Jinping. Segundo informa a Reuters, Jinping defenderá em seu discurso a globalização diante da crescente hostilidade pública no Ocidente. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reunirá com o ministro das Finanças da Suíça, Ueli Maurer. Também está previsto um encontro com o ministro das Finanças da Arábia Saudita, em horário ainda não definido.

Já o presidente do BC Ilan Goldfajn participa de almoço com investidores promovido pelo Itaú, se reúne com executivos do Citibank e do S&P Global e com o economista Kenneth Rogoff.

Além disso, destaque para a entrevista do presidente Michel Temer à agência Reuters. Ele admitiu preocupação com a instabilidade que uma eventual nova mudança de governo poderia trazer ao país caso o Tribunal Superior Eleitoral decida pela cassação do seu mandato. Questionado se o país teria condições de passar por uma nova troca de presidente, Temer foi cauteloso ao responder, ressalvando que uma manifestação poderia parecer que estaria falando em causa própria, mas disse que a decisão traria impacto para o país. 

Noticiário corporativo
O noticiário corporativo é movimentado. De acordo com o jornal Valor Econômico, a agência de classificação de risco Moody’s deve melhorar a nota da Petrobras ainda este ano. Além disso, grande destaque para as recomendações: a Cielo foi rebaixada de outperform para neutra pelo Credit Suisse, enquanto a Porto Seguro foi rebaixada de neutra para underweight pelo JPMorgan. O Bradesco BBI, por sua vez, elevou o preço-alvo da JBS em 50%, de R$ 12 para R$ 18, mantendo recomendação outperform. Entre as prévias operacionais do quarto trimestre de 2016, a MRV mostrou queda das vendas contratadas em 6,2%, enquanto a Even viu suas vendas líquidas caírem 49%.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.