Holding da Vale salta 5%, elétrica dispara 8% com rumor de privatização e JBS cai 3% com operação da PF

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa cai sexta-feira (13), após fortes ganhos ontem em reação ao corte de juros anunciado na noite de quarta-feira pelo Copom (Comitê de Política Monetária). O índice caía 0,74%, a 63.481 pontos, segundo cotação das 16h33 (horário de Brasília), pressionado pelas ações de peso da Petrobras e bancos, enquanto a Vale se descola do minério de ferro e registra fortes ganhos nesta sessão.

Na ponta negativa do índice apareciam as ações da BB Seguridade, com queda de 3%, após corte de recomendação pelo Bradesco BBI. Destaque também para os papéis da JBS, que afundavam após a J&F Investimentos – holding que controla a JBS – ter sido citada no despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a deflagração da Operação Cui Bono pela Polícia Federal. O fundador da Marfrig, Marcos Molina, foi um dos alvos da operação. O papel da companhia, no entanto, não sente os efeitos da notícia e operam em leves ganhos. 

Fora do Ibovespa, a construtora Direcional disparou até 8% nesta sessão: embora os efeitos dos juros ainda sejam sentidos neste pregão, neste caso, os papéis ganham força hoje por conta da divulgação da prévia do 4° trimestre, que veio mais forte do que o estimado pelo mercado. Sem dúvida esses números foram uma surpresa positiva”, comentaram os analistas do BTG Pactual.  

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira:

Vale (VALE3, R$ 31,01, +3,13%; VALE5, R$ 27,98, +1,82%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 18,76, +5,45%) – holding que detém participação na Vale – viraram para alta nesta tarde se descolando da queda dos preços do minério de ferro nesta sessão. A commodity negociada no porto de Qingdao, na China, recuou 0,56%, indo a US$ 80,54 a tonelada.

Acompanham o movimento as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,98, +1,41%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,65, +1,25%), Usiminas (USIM5, ) e CSN (CSNA3, R$ 12,29, -0,73%), que também viram para alta após perdas registradas mais cedo.  

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No radar, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Vale assinou na quinta, junto ao governo do Malawi, um acordo que assegura o financiamento para o Corredor Logístico Nacala, em Moçambique, em um negócio que pode chegar a US$ 2,5 bilhões. As informações são do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. As conversas para este acordo se estendem já faz anos, e em setembro do ano passado, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, havia dito que o projeto para conseguir o financiamento já estava bastante adiantado.

Na ocasião, a companhia estava tendo dificuldade para destravar o project finance que completaria a operação e que, segundo projeções da época, apontava para uma entrada de US$ 2,7 bilhões no caixa da Vale – valor que, segundo O Globo acabou sendo um pouco menor.

Além disso, a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, informou ontem que entregou o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad) da Barragem de Fundão. O documento foi protocolado na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). Ele prevê a estabilização definitiva das encostas, das estruturas e dos rejeitos remanescentes, seguida do plantio de vegetação.

Petrobras (PETR3, R$ 18,11, -1,31%; PETR4, R$ 15,64, -1,57%)
As ações da Petrobras recuam, acompanhando o movimento negativo dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato do petróleo Brent caía 0,50%, a US$ 55,73 o barril, enquanto o WTI registrava perdas de 0,70%, a US$ 52,64 o barril. 

JBS (JBSS3, R$ 11,72, -2,66%)
As ações da JBS apareceram entre as maiores perdas do Ibovespa, após a J&F Investimentos – holding que controla a JBS – ter sido citada no despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a deflagração da Operação Cui Bono pela Polícia Federal. A operação investiga um esquema que teria fraudado a liberação de créditos pela Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. 

A J&F informou que atua de “forma profissional” com os bancos públicos e privados. Em nota divulgada à imprensa, a holding também diz ter o “máximo interesse” no esclarecimento dos fatos investigados. 

Agentes da PF realizaram nesta manhã buscas e apreensões em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, Bahia, Paraná e São Paulo. 

Entre os envolvidos estão o então deputado Eduardo Cunha, o ex-ministro de Michel Temer Geddel Vieira Lima, que era o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa no período investigado pela PF, além de Marcos Molina, fundador da Marfrig, o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Cleto, o lobista Lúcio Funaro, o servidor da Caixa José Henrique Marques da Cruz, e o ex-vice-presidente de Gestão de Ativos da Caixa Marcos Roberto Vasconcelos.

Marfrig (MRFG3, R$ 6,15, +0,33%)
As ações da Marfrig, no entanto, não sentem o efeito da operação da PF e operam em leves ganhos. O fundador da Marfrig, Marcos Molina, foi um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (13), que investiga um esquema de fraudes na liberação de créditos pela Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. 

Relatórios reunidos pela Polícia Federal de mensagens trocadas entre Geddel e Cunha citam a Marfrig, segundo informações do blog de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. A conversa por SMS são do dia 30 de julho de 2012. Na ocasião, o então vice da Caixa disse ao então deputado que o “voto sai hj” (veja mais aqui).  

BB Seguridade (BBSE3, R$ 27,48, -3,24%)
O Bradesco BBI cortou a recomendação de uma das ações consideradas “queridinhas” da Bolsa: a BB Seguridade. A recomendação passou de compra para neutra, com o preço-alvo de R$ 35,00. Os analistas destacam que o valuation barato pode prosseguir por mais tempo dado a perspectiva pior, apesar de ainda gostar de seu plano de planos de pensão e perspectivas de longo prazo.A SulAmérica segue a preferida do setor, enquanto os analistas seguem cautelosos com Porto Seguro, que tem recomendação underperform e preço-alvo de R$ 29.

Santander (SANB11, R$ 31,22, -0,48%)
Após o Banco do Brasil e o Bradesco, o Santander Brasil anunciou na quinta-feira um corte de 5 a 10 por cento das taxas de juros das suas principais linhas de crédito de varejo.

O crédito pessoal terá a taxa mínima reduzida de 2,09 para 1,99 por cento ao mês, e a máxima, de 8,49 para 7,99 por cento ao mês. Já a taxa mínima do empréstimo para compra de veículos, passa de 1,39 para 1,25 por cento ao mês, enquanto a máxima vai de 2,99 para 2,79 por cento mensais. As mudanças valem a partir desta sexta-feira (13).

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,50, -2,40%)
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Banco do Brasil cobra do governo do Rio de Janeiro R$ 3,2 bilhões para o pagamento de resgates de depósitos judiciais. O banco público avisou ao governo fluminense que esse valor é o necessário para reabastecer o fundo de reserva que garante o pagamento dos depósitos judiciais depois das decisões da Justiça.

A Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro não deu detalhes sobre a questão, mas confirmou que “o governo do Estado e o Banco do Brasil estão conversando sobre o tema”. Já o BB não se manifestou, alegando sigilo comercial.

Embraer (EMBR3, R$ 16,77, +1,70%)
As ações da Embraer sobem entre alta do dólar frente ao real e dados operacionais. Neste momento, o dólar comercial registra valorização de 0,70%, a R$ 3,1980 na venda. 

A empresa informou nesta sexta-feira que entregou 108 jatos comerciais e 117 executivos em 2016, sendo 73 leves e 44 grandes. Dessa forma, a empresa cumpriu as metas informadas para o ano, de 105 a 110 jatos comerciais, de 70 a 80 executivos leves e de 35 a 45 executivos grandes. As 225 aeronaves totalizaram o maior volume de entregas em seis anos. No quarto trimestre, foram entregues 32 jatos para o mercado de aviação comercial e 43 para o de aviação executiva, sendo 25 jatos leves e 18 grandes. A Embraer comunicou ainda que até 31 de dezembro de 2016, seu “backlog” (carteira de pedidos firmes a entregar) totalizava US$ 19,6 bilhões.

Direcional Engenharia (DIRR3, R$ 5,32, +7,69%)
A construtora Direcional disparou até 8,30%, a R$ 5,35, nesta sessão: embora os efeitos do corte de juros ainda sejam sentidos neste pregão, neste caso, os papéis ganham força hoje por conta da divulgação da prévia do 4° trimestre, que veio mais forte do que o estimado pelo mercado. 

construtora informou que lançou sete projetos no 4º trimestre de 2016, registrando um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 316 milhões. Todos os empreendimentos lançados no trimestre são destinados às famílias que se enquadram nos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida 2 e 3. “Finalmente o MCMV Nível 2 deslanchou”, comentam os analistas do BTG.

Do lado de vendas, o número também foi forte (R$ 179 milhões, crescimento de 72% na comparação com um ano antes), em uma combinação de vendas fortes tanto no MCMV como no classe média/alta e menores cancelamentos. comentou o BTG. “Sem dúvida esses números foram uma surpresa positiva”. O banco reiterou a recomendação de compra da ação. 

Pão de Açúcar (PCAR4) e Via Varejo (VVAR11)
As ações do Pão de Açúcar e Via Varejo após prévias operacionais do 4° trimestre. Essa é a oitava queda das units da Via Varejo em 9 pregões, acumulando perdas de 15% no período. Por sua vez, a varejista Magazine Luiza tem sua quarta alta consecutiva, registrando no período ganhos de 11%. Nos mesmos 9 pregões, ela sobe 3%. Em 2016, a ação VVAR11 saltou 229%, enquanto MGLU3 disparou 501%. 

No radar, o Grupo Pão de Açúcar informou que sua receita líquida totalizou R$ 11,7 bilhões no quarto trimestre de 2016, avanço de 12,1% ante igual período de 2015. Em 2016, o faturamento da empresa somou R$ 41,5 bilhões, alta de 11,4% em relação a 2015. No ano passado, o Assaí, atacado de autosserviço da companhia, registrou crescimento de 18,6% ”mesmas lojas”, segundo o comunicado. A Via Varejo (VVAR11) apresentou queda de 1,7% nas vendas físicas e 10,4% na receita total de vendas online no quarto trimestre de 2016 ante igual período de 2015. O comunicado pondera que o ritmo de queda é menor que a média do comércio e que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Light (LIGT3, R$ 18,29, -1,45%)
Após
subir 35% da metade de dezembro até ontem, os analistas do Credit Suisse resolveram revisar o case de investimentos da ação para entender se ainda existia potencial de valorização no papel. Para eles, a perspectiva para a empresa parece muito mais promissor do que alguns meses atrás, principalmente em função de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ter aceitado a grande maioria dos pedidos da Light relacionados ao estabelecimento de novas tarifas. Com isso, eles decidiram elevar o preço-alvo de R$ 12,00 para R$ 19,00, mas que fica praticamente em linha com a cotação atual da ação. A recomendação foi mantida em neutra. 

Segundo os analistas, os principais riscos para uma visão mais cautelosa parecem ser uma queda rápida nas perdas e inadimplência, melhora gradativa nas condicões financeiras (menor taxa de juros e spreads), incorporação de maiores perdas técnicas sem compensar o impacto nas perdas nao técnicas, potencial venda da empresa inteira para um comprador com melhor pefil de crédito.

Cesp (CESP6, R$ 14,98, +7,54%)
As ações da Cesp dispararam 8,54% na máxima do dia, a R$ 15,12, com forte volume financeiro, atingindo R$ 46,5 milhões, contra média diária de R$ 15,6 milhões nos últimos 21 pregões. O movimento ocorre em meio a especulações sobre avanços no plano de privatização da empresa, disse o analista Ari Santos, da H.Commcor, à Bloomberg. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 105,60, +1,54%) x Natura (NATU3, R$ 24,33, -0,49%)
Investores deveriam assumir posições 
compradas em Magazine Luiza e vendidas em Natura e para aproveitarem a dinâmica mista das ações de consumo de Brasil, segundo relatório assinado pelos analistas do Santander João Mamede, Jéssica Bessa, Reinaldo Santana e Mauricio Rabelo.

Segundo os analistas, a Magazine Luiza deve registrar forte trimestre em termos de crescimento de receita e expansão decente de margem Ebitda, enquanto a Natura terá vendas e Ebitda “fracos”. Eles estimam que as varejistas brasileiras devem ter crescimento médio de Ebitda ao redor de 5% na comparação anual. Entre outras varejistas brasileiras: Raia Drogasil (RADL3, R$ 62,05, -1,07%) e Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,21, -1,69%) deverão registrar alta de dois dígitos no Ebitda, enquanto B2W (BTOW3, R$ 11,81, -0,42%) e Arezzo (ARZZ3, R$ 27,83, +0,14%) devem ver crescimento de receita

Cemig (CMIG4, R$ 8,40, -2,89%)
As ações da Cemig corrigem a euforia de ontem, quando subiram 12% após corte da Selic, e lideram as perdas do Ibovespa nesta sessão. Na mínima do dia, a ação atingiu queda de 3,24%, a R$ 8,36.   

Apesar do dia negativo, uma notícia que pode animar investidores volta ao radar da estatal mineira: possível privatização. Segundo coluna do jornal O Estado de S. Paulo, o governo de Minas Gerais, que passa por severos problemas financeiros, pode ter que negociar ajuda nos moldes feitos pelo Rio de Janeiro, que inclui a venda da Cedae, e optar por uma alienação de ativos estatais. Em Minas, a empresa atingida deve ser a tradicional Cemig, aponta a coluna. 

Gol (GOLL4, R$ 5,91, +3,14%) 
As ações seguem em alta hoje, acumulando ganhos de 11% em dois pregões, em meio à notícia de ontem de que o presidente Michel Temer deve assinar, ainda neste mês, uma nova medida provisória aumentando para 100% o limite de capital estrangeiros nas companhias.

Hoje, no entanto, dados operacionais fracos entram no radar da companhia e amenizam a euforia vista no pregão de ontem, quando os papéis dispararam 8%. A Gol anunciou que o total de assentos vendidos caiu 18,8% em dezembro de 2016 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A empresa viu uma queda de 3,7% na demanda total medida em passageiros-quilômetros transportados (RPK, na sigla em inglês), ante um ano antes. Já a oferta no mercado doméstico caiu 5,4% em dezembro comparado ao mesmo período de 2015, mesma queda registrada em 2016 frente a 2015. A demanda doméstica recuou 3,5% no mês, levando a taxa de ocupação para 79,5% ou 1,5 p.p. superior quando comparada ao mesmo período de 2015.

PetroRio (PRIO3)
A PetroRio tem a intenção de assumir ainda em janeiro 10% do negócio de gás natural do campo de Manati, após o processo de compra de 52% da participação na Brasoil para, posteriormente, aumentar sua participação no negócio, se surgirem oportunidades de negócio. Atualmente, a Petrobras detém 35% do projeto localizado na Bahia, a Queiroz Galvão Exploração e Produção, 45%, e a Geopark, 10%. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor de projetos da PetroRio, Nelson Tanure Filho, disse que o campo de Manati é um ativo interessante para a empresa porque está em fase de produção e, por isso, representa geração de caixa.