Ibovespa sobe 2,4% e atinge maior patamar em 2 meses após surpresa com Copom; dólar vai a R$ 3,17

Enquanto o mercado externo teve dia negativo após a primeira coletiva de Donald Trump, no Brasil o dia foi de forte alta com a surpresa positiva do corte mais agressivo na Selic

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após o Copom (Comitê de Política Monetária) surpreender o mercado com um corte mais agressivo, de 75 pontos-base, na taxa básica de juros – agora fixada em 13% ao ano -, o Ibovespa registrou forte alta nesta quinta-feira (12), chegando a subir 3,04% na máxima do dia. O benchmark da bolsa brasileira, porém, perdeu um pouco de força no fim e fechou com ganhos de 2,41%, aos 63.953 pontos, no maior patamar desde a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos. O volume financeiro ficou em R$ 10.829 bilhões.

O corte mais acentuado da Selic fez com a bolsa brasileira se descolar do resto dos mercados. Nos Estados Unidos o dia foi de quedas após o mercado ficar desapontado com o discurso de Trump e a falta de detalhes sobre as medidas que irá tomar após assumir. “Os mercados estão desapontados pela falta de detalhes sobre o muito propalado plano de estímulos”, disse Michael McCarthy, estrategista da CMC Markets.

Com isso, a sessão foi de queda para o dólar contra a maioria das principais moedas do mundo. Por aqui, o dólar comercial fechou com queda de 0,50%, cotado a R$ 3,1749 na compra e R$ 3,1756 na venda, após chegar aos R$ 3,1561 na mínima do dia. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro deste ano tiveram queda de 0,56%, sinalizando cotação de R$ 3,202.

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No mercado de DI, os contratos de juros futuros despencaram. Os papéis com vencimento em janeiro de 2018 mergulharam 34 pontos-base, a 11,00%, enquanto os DIs com vencimento em janeiro de 2021 caíram 32 pontos, a 10,79%. Segundo analistas consultados pela Reuters, a curva a termo embutia um ciclo de 325 pontos-base de diminuição da Selic neste ano que, se confirmado, levará a taxa para 9,75%. Para o próximo encontro do Copom, em fevereiro, os DIs indicavam novo corte de 75 pontos-base.

Destaques da Bolsa
Do lado acionário, diferentes grupos de ações tradicionalmente reagem de maneira positiva ao corte da taxa básica de juros. Entre elas estão imobiliárias, varejistas, construtoras, concessionárias, administradoras de shopping centers, companhias endividadas e pagadoras de dividendos e o papel da própria BM&FBovespa (BVMF3).

As ações da Petrobras também subiram em meio à euforia do mercado doméstico após surpresa com Copom e alta dos preços do petróleo. No mercado internacional, o contrato do petróleo Brent registrou alta de 1,78%, a US$ 56,08 o barril, enquanto o WTI avançou 1,59%, a US$ 53,08 o barril.

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Os 4 grandes bancos brasileiros tiveram forte valorização forte na Bovespa, na esteira do comunicado do Copom. São eles: Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3; BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11). Ontem, após o corte “surpresa” de 75 pontos-base, os bancos públicos e privados anunciaram reduções de juros. Bradesco reduziu as taxas de juros de linhas de crédito para pessoas físicas e para empresas.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CMIG4 CEMIG PN 8,64 +12,06 +12,06 152,05M
 BRML3 BR MALLS PARON 13,90 +8,51 +16,32 262,39M
 ELET3 ELETROBRAS ON 23,20 +7,76 +1,71 69,71M
 LAME4 LOJAS AMERICPN EJ 17,66 +7,36 +4,03 207,80M
 RENT3 LOCALIZA ON 39,00 +7,17 +13,97 138,75M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CIEL3 CIELO ON EJ 25,77 -1,57 -7,24 223,34M
 EMBR3 EMBRAER ON 16,49 -1,55 +3,06 50,32M
 FIBR3 FIBRIA ON 31,30 -1,26 -1,85 84,12M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 13,13 -1,13 -7,54 89,17M
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 28,40 -1,08 +0,35 135,75M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,90 +1,53 795,93M 433,71M 43.333 
 VALE5 VALE PNA 27,48 +2,12 658,39M 420,07M 36.653 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 36,73 +2,54 526,67M 371,50M 30.028 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 31,32 +2,35 506,75M 228,59M 35.618 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 17,91 +2,64 399,34M 152,96M 34.347 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 16,93 +3,17 309,34M 169,05M 29.370 
 BBAS3 BRASIL ON 29,20 +2,53 276,53M 164,43M 19.679 
 BRML3 BR MALLS PARON 13,90 +8,51 262,39M 70,37M 53.672 
 KROT3 KROTON ON 13,73 +4,17 230,29M 115,38M 38.414 
 CIEL3 CIELO ON EJ 25,77 -1,57 223,34M 190,65M 31.468 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 


Reação à Selic
O mercado digere nesta quinta-feira, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de cortar a Selic em 75 pontos-base, a 13% ao ano, que foi anunciada na noite desta quarta-feira (11). Após a decisão, economistas já começam a projetar a próxima reunião: embora uma repetição de 75 pontos seja o cenário mais aguardado, há quem não descarte um corte de 100 pontos na próxima reunião do dia 22 de fevereiro, o que levaria a taxa a 12% ao ano. Confira análises clicando aqui. 

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Confira ainda quais empresas são as mais beneficiadas pela redução dos juros, clicando aqui.

Agenda política
Na noite de ontem, Meirelles participou de encontro com o presidente do BB Paulo Caffarelli e com o governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Ele afirmou que o acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro não vai envolver recursos do Tesouro, mas não descartou a participação de bancos públicos.

“O governo em si não vai conceder novos empréstimos, mas é possível que se estruturem operações com entidades financeiras”, afirmou Meirelles. Questionado pela imprensa sobre eventual concessão de recursos pelo Banco do Brasil, o ministro afirmou que isso será analisado. Segundo o Tesouro, qualquer repasse do BB precisa do aval do próprio Tesouro.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.