Vale dispara 8%, Cielo afunda até 5% e imobiliárias saltam até 15% de olho no Copom

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (10), puxado pela alta do minério de ferro, que empurram as ações da Vale para ganhos de 8% neste pregão. A euforia do mercado atingiu também a Petrobras, que subiu hoje descolada dos preços do petróleo, que recuaram no mercado internacional.

Já do lado negativo, as ações da Cielo lideraram as quedas, atingindo na mínima do dia desvalorização de 4,73%, a R$ 26,20, em meio às expectativas de que o resultado de 2017 da empresa venha fraco. 

Fora do índice, novamente a atenção voltou-se para o setor de construção civil, com papéis como PDG Realty disparando até 15% nesta sessão, em meio às apostas de ciclo mais forte de corte de juros a partir da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que se encerra amanhã

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta terça-feira:

Vale (VALE3, R$ 28,54, +7,70%; VALE5, R$ 26,17, +6,30%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 16,48, +5,51%) – holding que detém participação na Vale – disparam nesta sessão, em meio à alta dos preços do minério de ferro. Hoje, a commodity negociada no Porto de Qingdao, na China, com 62% de pureza, fechou em alta de 2,19%, a US$ 77,73 a tonelada.

Contribuiu para a alta do minério o resultado dos preços ao produtor na China, que tiveram em dezembro a maior alta em mais de cinco anos e bem acima do esperado. A aceleração dos preços reforça a visão de que a segunda maior economia do mundo tem um ritmo estável no novo ano, sustentada por uma atividade industrial e demanda doméstica mais fortes em meio a um boom da construção e dos empréstimos.

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O índice de preços ao produtor saltou 5,5% em dezembro na comparação com o ano anterior, maior alta desde setembro de 2011, contra avanço de 3,3% em novembro, informou nesta terça-feira a Agência Nacional de Estatísticas. A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de alta de 4,5%. 

Além disso, no radar, as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton pediram na segunda-feira a prorrogação para 19 de janeiro do prazo que vencia nesta data para um depósito de R$ 1,2 bilhão ordenado pela Justiça Federal em Minas Gerais para cobrir futuras medidas reparatórias ao desastre com a barragem em Mariana (MG), em novembro de 2015.

“As partes estão em tratativas e apresentaram hoje petição conjunta para prorrogação do prazo de prestação da garantia”, disse a Vale em comunicado. Questionada, a Justiça Federal em Minas Gerais não deu imediatamente informações sobre o caso.

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As siderúrgicas, por sua vez, mostraram um movimento mais ameno do que a Vale nesta sessão: Gerdau (GGBR4, R$ 11,98,  +2,04%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,29, +1,15%), Usiminas (USIM5, R$ 4,52, +0,44%) e CSN (CSNA3, R$ 11,70, +2,18%). 

Petrobras (PETR3, R$ 17,72, +2,31%; PETR4)
As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e subiram, na esteira do bom humor do mercado doméstico. Lá fora, o contrato tipo Brent registrava queda de 2,18%, a US$ 53,74 o barril, enquanto o WTI caía 2,02%, a US$ 50,91 o barril.  

CCR (CCRO3, R$ 16,43, +0,18%)
A CCR teve a recomendação elevada de neutra para outperform (desempenho acima da média) pelo Credit Suisse, que possui um preço-alvo de R$ 19,00 por ação.   

Vale menção que a ação aparece como a “novidade” entre as carteiras recomendadas do mês de janeiro. Beneficiada por expectativas de aceleração do ritmo de corte da Selic e concessões de infraestrutura do governo federal, a CCR foi incluída em três carteiras das nove carteiras compiladas pelo InfoMoney, sendo a grande novidade do mês (leia mais aqui).

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Imobiliárias
As ações do setor de construção civil voltou a chamar atenção nesta sessão em meio às expectativas de juros mais baixos. O mercado aguarda pelo desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) amanhã, com projeções apontando para corte de 0,5 ponto percentual da Selic, embora não descartem queda de 0,75 p.p..

No setor, os destaques nesta sessão ficaram as ações da PDG Realty e Rossi, que subiram entre 8% e 15%. Tecnisa e Even tiveram desempenho mais ameno, entre 1% e 2%. 

Multiplan (MULT3, R$ 60,91, -2,20%)
As ações da Multiplan caíram nesta terça-feira, após a empresa ter aprovado um aumento do capital entre R$ 360 milhões e R$ 600 milhões, que ocorrerá mediante emissão para subscrição privada de, no mínimo 6,15 milhões de ações ON e, no máximo, 10,3 milhões, segundo o comunicado. O preço de emissão é de R$ 58,50 por ação – ou 6% abaixo do fechamento do papel na última segunda-feira.

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Além disso, no radar, a administradora de shopping centers Multiplan informou que manifestou interesse em exercer o direito de preferência na aquisição da participação de um dos sócios do Park Shopping Barigui, correspondente a 9,33%, por R$ 91 milhões. A Multiplan possui atualmente 84% de participação no empreendimento. Segundo a companhia, o resultado operacional líquido (Noi, na sigla em inglês) dos últimos doze meses até setembro de 2016 da participação a ser adquirida é de R$ 7,2 milhões, sem considerar valores de cessão de direitos.

Santander destacou que o anúncio “reforça a visão positiva” sobre a ação “ao executar rapidamente sua estratégia de fusões e aquisições a taxas muito razoáveis”. O banco mantém a Multiplan como “top pick” no setor. No mesmo sentido, os analistas do Credit Suisse comentaram que a aquisição foi positiva e que gostaram do fato de a empresa ter anunciado quatro boas aquisições no período de quatro meses. Já o BTG Pactual disse que, mesmo que a aquisição seja pequena (menos de 1% do valor de mercado da empresa), a compra reforça a estratégia da empresa em fazer aquisições de minoritários em shoppings do portfólio. 

TIM Participações (TIMP3, R$ 8,30, +0,97%) e Oi (OIBR4, R$ 2,42, +0,83%)
A Telecom Italia afirmou que não há plano para fundir a Tim Participações e a Oi. “Não há nenhuma intenção de fundir Tim Participações com a Oi no Brasil, e qualquer especulação sobre isso é infundada”, disse à Bloomberg News um porta-voz da Telecom Italia em Roma.

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Gafisa (GFSA3, R$ 2,16, -2,26%)
A Gafisa enviou proposta de grupamento de ações para ser deliberada durante AGE (Assembleia Geral Extraordinária) a ser realizada no próximo dia 9 de fevereiro, às 11h. A Gafisa propõe grupamento de ações na proporção de 13,48 para 1. As ações GFSA3 fecharam a sessão da última segunda-feira cotadas a R$ 2,21. 

Ser Educacional (SEER3, R$ 18,32, -1,98%)
A Ser Educacional anunciou a aprovação de um novo programa de recompra de ações, com a intenção de adquirir até 2,95 milhões de ações ordinárias, que representa cerca de 8% do total em circulação. O prazo do programa de recompra termina em 9 de janeiro de 2018. Na última segunda-feira, a companhia encerrou o programa anterior de recompra de papéis. 

O BTG Pactual comentou que não vê a recompra como um catalisador para as ações da companhia no nível de preços atuais, mas acreditam que ela pode ser vista como um bom uso do caixa que a companhia deve gerar neste ano. 

BRF (BRFS3, R$ 46,33, +1,38%)
A BRF anunciou, em mais uma etapa do processo de internacionalização da companhia, a aquisição das operações da Banvit, maior produtora de aves e líder de mercado na Turquia. A operação será realizada por meio de uma joint venture formada entre a empresa brasileira e a Qatar Investment Authority (QIA), fundo soberano do Qatar, que terão 60% e 40% da participação societária, respectivamente. A Banvit possui cinco fábricas de ração, quatro incubatórios e cinco plantas produtivas. 

O BTG Pactual destacou, em relatório nesta manhã, que essa é a 16ª aquisição da companhia desde 2013, o que levanta a capacidade de mais uma integração de grande empresa em um país com alguma instabilidade política. Do ponto de vista estratégico, os analistas comentam que não têm dúvidas de que essa aquisição faz sentido: a Turquia é o maior mercado Halal do mundo, com boas taxas de crescimento, além de mais um movimento na direção do IPO da One Foods. Do lado de preço, o múltiplo pago foi caro, segundo o banco. 

“Não achamos que mercado deve reagir particularmente bem, dado que maior preocupação hoje está na melhora no operacional da companhia, que continua decepcionando e não vimos melhora relevante no 4º trimestre. Ainda assim, cremos que sinais fortes de melhora no ciclo de aves e do milho, o que combinado com um valuation atrativo e a opcionalidade estratégica da One Foods, ainda suportam a recomendação de compra”, comentaram.   

Restoque (LLIS3, R$ 3,60, -1,64%)
De acordo com a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a gestora Advent tem interesse em se desfazer de sua posição de pouco mais de 20% das ações que detém na Restoque, varejista de moda que reúne as marcas Le Lis Blanc e Dudalina. Contudo, de acordo com a coluna, o desafio é decidir quando a saída deve ocorrer, já que o preço da ação hoje não é vantajoso. Quando se uniu à Dudalina em 2014, os papéis da Restoque estavam próximos a R$ 9. Agora, estão cotados abaixo de R$ 4. Procurada pelo jornal, a Advent não comentou.