Usiminas dispara 6% com reajuste e 4 ações saltam mais de 3% com onda de recomendações positivas; veja mais

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa corrigiu nesta quarta-feira (4) a euforia vista ontem, quando blue chips como Vale e Petrobras subiram entre 5% e 7%. Hoje, essas ações sentiram o peso da disparada e recuaram. No fim do dia, o mercado conferiu ainda a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee), mas que não trouxe surpresa aos investidores. Com isso, o índice seguiu praticamente não oscilou após o relatório e fechou em baixa de 0,36% nesta sessão, a 61.589 pontos. 

Entre os destaques, os papéis das siderúrgicas encerraram essa sessão em sentidos opostos: a Usiminas liderou os ganhos do índice, enquanto a CSN fechou em baixa. Os dois papéis refletiram hoje uma notícia de aumento dos preços dos aços planos. Em meio à informação, o Citibank reiterou recomendação de compra para a Usiminas, dado que a companhia é a mais alavancada à elevação de preços. As demais siderúrgicas do setor listadas na Bolsa – Gerdau e Metalúrgica Gerdau – encerraram entre perdas e ganhos. 

Na ponta negativa, chamou atenção o setor de papel e celulose, com Suzano, Fibria e Klabin, em meio à queda do dólar frente ao real. A receita dessas companhias exportadoras são beneficiadas pela alta da moeda americana. O dólar comercial encerrou em desvalorização de 1,35%, a R$ 3,2183 na venda. 

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Vale registrar ainda que 4 ações dispararam cerca de 3% neste pregão, após uma onda de recomendações positivas do Itaú BBA, Safra, Goldman Sachs e Credit Suisse. Foram elas: BB Seguridade, Sabesp, Arezzo e SLC

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 17,37, -1,19%; PETR4, R$ 15,50, 0,0%)
As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e fecharam em queda, corrigindo a forte alta de ontem, quando dispararam 7%, em meio ao rumor de aumento dos preços da gasolina em janeiro. Lá fora, o contrato futuro do petróleo Brent registrava alta de 1,64%, a US$ 56,38 o barril, enquanto o WTI subia 1,62%, a US$ 53,18 o barril. 

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Segundo o Credit Suisse, em relatório divulgado nesta manhã, o preço da gasolina provavelmente vai subir no 1° trimestre de 2017. “Nossa expectativa para a dinâmica dos preços internacionais do petróleo e da taxa de câmbio sugere um aumento nos preços da gasolina no mercado doméstico em 2017. Com base em uma taxa de câmbio US$ 3,80 e petróleo a US$ 58/barril no final de 2017, o preço doméstico do gasolina seria 38% maior do que o preço internacional”, comentaram os analistas do banco suíço. 

Ontem, o presidente de etanol da SCA Trading, Martinho Seiiti Ono, disse que a Petrobras pode aumentar os preços dos combustíveis no dia 10 de janeiro, na sequência de um aumento de custos no mercado internacional. “Vemos espaço para o preço da gasolina subir 3% a 4% em janeiro”, comentou. 

Vale (VALE3, R$ 25,70, -1,80%; VALE5, R$ 23,65, -1,91%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 14,78, -2,18%) – holding que detém participação na Vale – corrigiram a euforia da véspera (quando subiram 5%) e caíram forte hoje, na esteira do preço do minério de ferro. A commodity spot (à vista), negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 0,85%, a US$ 77,25.  

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Enquanto isso, as siderúrgicas encerraram em sentidos opostos: a Usiminas (USIM5, R$ 4,55, +6,06%) liderou os ganhos do índice, enquanto a CSN (CSNA3, R$ 11,31 -0,96%) fechou em baixa. Os dois papéis refletiram hoje uma notícia de aumento dos preços dos aços planos. Em meio à informação, o Citibank reiterou recomendação de compra para a Usiminas, dado que a companhia é a mais alavancada à elevação de preços. Segundo os analistas, a Usiminas é a mais exposta a um preço doméstico de aço melhor dentre as empresas sob cobertura do banco. De acordo seus cálculos, para cada 5% de alta no preço, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Usiminas cresce 27%, enquanto o Ebitda da CSN cresce 15%. 

O analista Thiago Lofiego, do Bradesco BBI, também afirmou que a Usiminas tende a ser a siderúrgica que mais se beneficia do reajuste dado o seu foco em aços planos e maior exposição ao mercado brasileiro. “Estimamos que um reajuste de mais de 10 por cento para todos os produtos e clientes vai impactar positivamente o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia (Usiminas) em cerca de 650 milhões de reais”, escreveu Lofiego em relatório, reiterando recomendação “acima da média do mercado” (outperform) para Usiminas e Gerdau.

No setor, as demais siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 11,02, -1,17%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,95, +1,02%) fecharam entre ganhos e perdas

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Segundo a fonte do mercado disseram à Reuters, os reajustes estão sendo comunicados por CSN, válido a partir de 1º de janeiro; Usiminas, que entra em vigor na 5ª-feira; e ArcelorMittal, a partir de 10 de janeiro. Os reajustes são adicionais aos implementados na distribuição pelas siderúrgicas em dezembro, de 11 a 12 por cento, disse a fonte. Representantes de Usiminas e CSN não puderam ser contatados de imediato, enquanto a ArcelorMittal afirmou que tem como política não se pronunciar sobre preços.

4 ações disparam com recomendações
As ações da BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,72, +3,16%), Sabesp (SBSP3, R$ 29,53, +2,89%), Arezzo (ARZZ3, R$ 26,65, +2,86%) e SLC (SLCE3, R$ 15,32, +3,79%) dispararam cerca de 3% nesta sessão, após uma onda de recomendações positivas.

Sobre a BB Seguridade, os papéis apareceram como a terceira maior alta do Ibovespa nesta quarta-feira, acumulando ganhos de 7% nos últimos 2 pregões, após o Itaú BBA incluir o papel como uma das principais apostas para 2017, enquanto o Safra adicionou a ação à sua carteira recomendada para janeiro, citando um atrativo valuation e baixos riscos regulatórios e de governança. 

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Já a SLC  chegou a subir 4,3%, no maior ganho  intradiário desde 22 de setembro, com perspectiva de safra abundante de soja na temporada de colheita que se inicia neste mês. Essa é a terceira alta seguida do papel. O Itaú BBA também colocou o papel como uma das melhores ideias de investimentos na Bovespa em 2017. 

A Sabesp, por sua vez, figurou como a quarta maior alta do Ibovespa, após o Goldman Sachs ter elevado o preço-alvo do papel de R$ 33,00 para R$ 40,00. Ela também entrou na lista recomendada do Itaú BBA para este ano. Além das três ações mencionadas acima, a lista é composta por  BrasilAgro, SLC, Bradesco, Randon, CVC, Hypermarcas, Smiles, Ambev, Minerva, Fleury, Raia Drogasil, Petrobras PN, Braskem, MRV Engenharia, Multiplus, Vale PN, Telefônica, Totvs, Ecorodovias, Embraer, Alupar, Copasa, Energias do Brasil e Sabesp.  Os analistas do Itaú BBA comentaram, em relatório, que as ações brasileiras continuam sendo uma das recomendações overweight (exposição acima da média), embora considerem que a próxima pernada de alta do Ibovespa possa levar algum tempo. “A ausência de boas notícias no front das reformas e novas  fases da Lava Jato podem limitar ganhos do mercado no início  do ano”, comentaram.

Por fim, o  Credit Suisse elevou a recomendação de Arezzo de neutro para outperform (desempenho acima da média), mas mantiveram o preço-alvo em R$ 31,00,  depois das ações terem sofrido na Bolsa bastante desde o pico registrado em 20 de outubro do ano passado, quando caíram 20% até agora.  Segundo os analistas, a empresa  parece estar colhendo os frutos de várias inciativas que foram implementadas nos últimos anos e tem conseguido ganhar market share. Entre as principais inciativas implementadas recentemente, eles citam: 1) simplificação do network de distribuição das lojas multi-marcas; 2) implementação bem sucedida do SAP; 3) lançamento do e-commerce para multi-canal; 4) abertura da segunda loja piloto nos EUA; 5) lançamento da marca Fiever; 6) introdução de novas coleções e aceleração da chegada de novas tendências para o mercado; 7) abertura de novo centro de distribuição; 8) investimento continuo em pessoas.  De forma geral, eles comentaram que os fundamentos da companhia estão intactos: o valuation parece mais atrativo, a empresa deve entregar crescimento de lucro, os retornos continuam altos, o balanço muito sólido e forte geração de caixa. 

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Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,06, +0,59%)
Ontem, a Hypermarcas informou que a Brainfarma, uma subsidiária da empresa, recolheu voluntariamente 119 lotes de 59 produtos, incluindo Doril, Epocler, Coristina, Biotônico Fontoura, Maracugina e Vitassay Stress, produzidos de janeiro a março de 2016. Com a divulgação da notícia, por volta das 11h30 (horário de Brasília), as ações da companhia caíram 3,5% na Bovespa em apenas 10 minutos, indo ao menor patamar do dia, quando atingiram o preço de R$ 26,03. Os papéis, no entanto, recuperaram o terreno perdido e fecharam em alta de 2,79% na última terça-feira, a R$ 26,90. 

Hoje, o BTG Pactual comentou, em relatório enviado a clientes, que o impacto da notícia é bastante limitado, uma vez que o recall representa 0,9% do COGS (custos de bens vendidos, na sigla em inglês) anual da empresa. O banco reiterou visão positiva para o case.  

Braskem (BRKM5, R$ 35,33, -1,70%)
Em resposta após notícia do jornal O Estado de S. Paulo sob o título “Braskem tentará levantar pelo menos US$ 500 mi com emissão no exterior”, a Braskem afirmou que “constantemente acompanha os mercados de capitais local e internacional e suas oportunidades de acesso para financiamento, refinanciamento e alongamento de seu perfil de endividamento”.

A companhia disse que as oportunidades são analisadas pela administração em conjunto com seus assessores, para avaliar se enquadram no perfil buscado por ela. “Nesse contexto, a companhia vem estudando, dentre diversas alternativas que se apresentam, a possibilidade da captação no mercado internacional, sem, contudo, que haja nesse momento qualquer decisão interna aprovando a emissão”, disse a Braskem.

Além disso, a companhia corrigiu as informações da matéria sobre os saldos de bônus que vencerão em 2017 e 2018, que são, respectivamente, US$ 56,7 milhões e US$ 135,5 milhões conforme últimas informações trimestrais divulgadas e não US$ 72 milhões e US$ 234 milhões, como divulgado pela matéria.

Banco Pine (PINE4, R$ 3,90, +1,56%)
O Banco Pine informou que seu conselho de administração decidiu não pagar dividendos nem juros sobre capital próprio referentes ao resultado do quarto trimestre. Vale ressaltar que no terceiro trimestre, a instituição reverteu um lucro de R$ 5 milhões registrados em 2015 para um prejuízo de R$ 7 milhões no período entre julho e setembro.

Além disso, em novembro, o Pine afirmou que estuda realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para cancelar seu registro como companhia aberta. Mesmo assim, na ocasião, a empresa também deixou claro que “até o momento não há qualquer definição sobre o assunto”.

“As estratégias para condução do negócio da Companhia estão sendo avaliadas pela sua administração, e não serão divulgadas neste momento a fim de preservar as opções existentes para a Companhia e a possibilidade de alcançar a melhor alternativa. Importa frisar que, até a presente data, não há qualquer definição sobre o fechamento de capital da Companhia”, disse o banco em comunicado no dia 14 de novembro.

CVC Brasil (CVCB3, R$ 24,46, +3,16%)
A CVC Brasil, maior operadora de turismo do país, teve crescimento de 13,4% nas reservas confirmadas no quarto trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 1,5 bilhão. Incluindo o desempenho de Submarino Viagens e da RexturAdvance, as reservas confirmadas do Grupo CVC somaram R$ 2,275 bilhões, alta anual de 8,5%.

De acordo com a companhia, esse crescimento foi ocasionado, principalmente, pelo forte crescimento das vendas nas mesmas lojas e pela recuperação das reservas do segmento internacional.

“A partir do terceiro trimestre, a taxa de câmbio estabilizou, facilitando o acesso a viagens para o exterior”, destacou o vice-presidente administrativo, de finanças e de relações com investidores do Grupo CVC, Luiz Fernando Fogaça.

O crescimento de vendas medido pelas reservas confirmadas do segmento internacional alcançou 53,2% no último trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. 

No caso das vendas de mesmas lojas, houve expansão de 10,7%, que o executivo atribuiu a investimentos em tecnologia e foco na venda de produtos auxiliares, como seguro, aluguel de carro, ingressos, entre outras novas receitas. As reservas embarcadas da CVC aumentaram 4,8% e o número de passageiros embarcados cresceu 8,6%.

No ano, as reservas confirmadas da CVC subiram 6,5%, para R$ 5,54 bilhões, enquanto o Grupo CVC, que inclui os dados de Submarino Viagens e RexturAdvance, teve alta de apenas 1,5%, para R$ 8,76 bilhões. Para 2017, a expectativa da companhia é de números melhores se forem confirmadas as expectativas de um desempenho positivo da economia brasileira. “A expectativa é de que seja melhor do que 2016 em função da economia…se o PIB não for negativo, já ajuda”, afirmou Fogaça.

Renova (RNEW11, R$ 6,70, -2,19%)
A Renova Energia, braço de investimentos em geração renovável da mineira Cemig, afirmou nesta terça-feira que até o momento não existe qualquer decisão formal sobre venda de ativos, após a Reuters noticiar na véspera que a companhia negocia a venda de um parque eólico na Bahia para a subsidiária brasileira da norte-americana AES.

Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, a AES Brasil já concluiu uma due diligence da usina e apresentou uma proposta na semana passada, em um negócio que pode envolver entre 600 milhões e 700 milhões de reais.

A Renova esclareceu ainda que tem avaliado diversas opções para reduzir seu endividamento e adequar seu plano de negócios, dentre as quais a venda de ativos ou a entrada de novos sócios na companhia.

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 12,69, +5,75%)
A Iochpe-Maxion afirmou que vem mantendo tratativas com os demais atuais acionistas das suas joint ventures do setor ferroviário Amsted-Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários e Amsted-Maxion Equipamentos e Serviços Ferroviários, visando principalmente a uma possível nova capitalização nas referidas joint ventures por um dos demais atuais acionistas.

De acordo com o comunicado, como resultado da possível nova capitalização, Amsted-Maxion Hortolândia receberia um novo aporte de capital no valor de US$ 20 milhões e a Amsted-Maxion Fundição receberia novo aporte de capital no valor de US$ 3,25 milhões.

Segundo o Credit Suisse, a transação vai fortalecer a estrutura de capital das duas empresas de trem, que têm reportado prejuízo nos últimos trimestres e têm passado por um momento desafiador no Brasil. Os analistas acreditam que esse movimento é positivo, já que está alinhado com a estratégia da Iochpe de focar nos business estratégicos (rodas) e reduzir exposição ao segmento de trens. Enquanto isso, a parceria estratégica com a GBX é importante, devido sua expertise no segmento.